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Único banco de dados oficial sobre drogas é tirado do ar pelo governo Bolsonaro

Na opinião do biomédico Renato Filev, a retirada do Obid da web é um mecanismo de “diminuição da transparência” e “aversão ao conhecimento” manifestados pelo ministro da Cidadania, Osmar Terra.

O portal Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas (Obid) está fora do ar há seis meses, quando foi transferido do guarda-chuva do Ministério da Justiça para a pasta da Cidadania.

O portal, criado em 2002 e considerado o único banco de dados oficiais sobre drogas no país, ainda tem sua descrição guardada no histórico do site do Ministério da Justiça. Lá, o portal Obid é descrito como “responsável por gerir e disseminar informações confiáveis e científicas sobre drogas” e como “um canal de armazenamento de dados sobre drogas, incluindo pesquisas realizadas pela Senad (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas), estatísticas e indicadores”.

O Ministério da Cidadania informou que o Obid passou ao escopo da pasta de Osmar Terra por meio de decreto assinado no dia 2 de janeiro. O órgão, no entanto, não disse quando o portal foi tirado do ar.

Para o biomédico Renato Filev, pesquisador do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, o Obid era “uma referência importante, única”. Ele lembra que “existem algumas iniciativas e bibliotecas que servem como repositórios, mas nenhum é como o Obid”.

Na opinião do pesquisador, a retirada do Obid da web é um mecanismo de “diminuição da transparência” e “aversão ao conhecimento” manifestados pelo ministro da Cidadania, Osmar Terra.

O GLOBO apurou que a última movimentação na página do Obid se deu no dia 8 de janeiro.

Em resposta à reportagem, o Ministério da Cidadania afirmou apenas que “o portal está sendo migrado e atualizado”, mas não informou quando será reativado.

 

 

 

 

 

 

*Com informações da Forum

 

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Ministro Osmar Terra ataca Fiocruz, engaveta estudo sobre drogas e diz: ‘Tem viés ideológico de liberação

O estudo foi engavetado porque o atual governo não gostou do resultado, que não confirma a existência de uma epidemia de drogas no país, como costuma professar Terra, que resolveu atacar a fundação.

Após engavetar um estudo sobre uso de drogas realizado pela Fundação Oswaldo Cruz a pedido da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), órgão ligado ao Ministério da Justiça, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, criticou duramente a instituição, referência internacional em pesquisas da área de saúde.

“É prestigiada para fazer vacina, para fazer pesquisa de medicamento. Agora, para droga, ela tem um viés ideológico de liberação das drogas”, disse Terra, ao jornal O Globo desta terça-feira (28). O veto à publicação surpreendeu o meio científico.

O ministro não concordou com o resultado do estudo que envolveu mais de 500 pesquisadores e fez 16 mil entrevistas no chamado “3º Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira” – uma espécie de censo do consumo de substâncias lícitas e ilícitas no Brasil. O custo foi de R$ 7 milhões pagos pelo governo federal.

O estudo foi engavetado porque o atual governo não gostou do resultado, que não confirma a existência de uma epidemia de drogas no país, como costuma professar Terra, que resolveu atacar a fundação.

“Eu não confio nas pesquisas da Fiocruz. Se tu falares para as mães desses meninos drogados pelo Brasil que a Fiocruz diz que não tem uma epidemia de drogas , elas vão dar risada. É óbvio para a população que tem uma epidemia de drogas nas ruas. Eu andei nas ruas de Copacabana, e estavam vazias. Se isso não é uma epidemia de violência que tem a ver com as drogas, eu não entendo mais nada. Temos que nos basear em evidências”, disse.

Diante do engavetamento da pesquisa e dos ataques do governo à instituição, a Fiocruz acionou a Advocacia Geral da União (AGU) que, por sua vez, convocou sua câmara de conciliação, responsável por intermediar impasses entre órgãos públicos.

Vai-se decidir se a pesquisa será divulgada com a chancela da Senad, ou rejeitada. Neste caso, a Fiocruz pode ter de refazer o estudo ou devolver os R$ 7 milhões ao governo.

 

 

 

 

*Com informações da Forum