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New York Times: Escândalos de corrupção definiram o mandato de Bolsonaro

A manchete do New York Times, “Bolsonaro está com medo de ser preso e tem motivos de sobra para estar”, bate com a avaliação que a imensa maioria do povo brasileiro faz dos ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas e ao judiciário.

A reportagem destaca que os incontáveis escândalos de corrupção que definiram o seu mandato, começam em casa com o esquema de formação de quadrilha e peculato, popularmente chamado de rachadinha, o que não significa menosprezo com a gravidade dessa prática e, por isso, rompeu fronteiras.

A matéria publicada nesta segunda-feira, (8), mostra que a temperatura que paira no ar que Bolsonaro respira, é a mesma que definiu o destino de Jeanine Añez, presa por conspirar um golpe de Estado que a levou à presidência da República da Bolívia.

O jornal fala que Bolsonaro está prestes a perder a eleição e, junto, a própria liberdade. Por isso mesmo o medo que ele não consegue mais esconder explica suas tentativas de desacreditar a eleição antes que ela aconteça, e deu exemplo a reunião de Bolsonaro com dezenas de diplomatas estrangeiros para descredenciar o sistema de votação eletrônica no Brasil.

E o NYT segue com uma avaliação que já é, para os brasileiros, uma constatação de que Bolsonaro tem motivos de sobra para temer a prisão.

Segundo NYT, acusações da justiça não faltam para que Bolsonaro seja condenado.

E vai mais além, está ficando difícil acompanhar todas as acusações contra o presidente do Brasil e seu governo.

Mas não para aí. É citado com ênfase pelo jornal o escândalo de corrupção no MEC e a responsabilidade direta de Bolsonaro nas quase 700 mil mortes por covid no Brasil.

Como remédio, o NYT destaca, Bolsonaro responde impondo sigilo de 100 anos ou tentando obstruir as investigações para continuar exercendo o poder, pois precisa mais do que nunca manter-se na presidência da República. Daí, o uso do famigerado orçamento secreto, obscuro e corrupto para garantir apoio do Centrão.

Sobre o Auxílio Brasil, chamado pelo povo brasileiro de Auxílio Eleitoreiro, Bolsonaro conseguiu aprovar a distribuição de R$ 41 bilhões na boca de urna das eleições.

E a matéria termina sintetizando a mais pura verdade: Bolsonaro está desesperado para evitar a derrota. E ele tem toda razão para estar.

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Opinião

Pela primeira vez na história do Brasil um presidente se confessa com medo de ser preso

O nível de desespero de Bolsonaro a cada dia aumenta de forma exponencial. Sua declaração de que receberia autoridade policial à bala, dizendo “atiro pra matar, mas ninguém me prende. Prefiro morrer”, é mais do que uma declaração de um paranoico, mas uma afronta a autoridade policial, pior, é um incentivo para qualquer um reagir contra os agentes de segurança do Estado.

Talvez nós brasileiros estejamos normalizando a luz crua de uma receita vinda do presidente da República para que qualquer brasileiro adote como norma a desobediência civil. Sim, é uma repetição do modus operandi que Bolsonaro utilizou nas Forças Armadas para desestabilizar o comando do exército, sendo expulso, acusado de ameaçar colocar bomba no banheiro do quartel.

Por isso esse anacronismo que berra cotidianamente em defesa de sua cabeça, buscando motivos para reagir à justiça em razão de uma penca de acusações que ele terá que responder quando perder o foro.

Isso não é uma asneira dita entre quatro paredes, é a declaração do presidente da República saída do intestino em que, emparedado pelo próprio extrato de malfeitos que sabe que cometeu e pelo julgamento que o próprio faz de si, tenta se refugiar na veneração religiosa de parte do seu eleitorado e também adestrar, numa arquitetura macabra, os militares da reserva que fazem parte do seu governo.

Talvez esse seja o principal ponto a ser tocado, que é a consciência que Bolsonaro não consegue disfarçar seu passado recente, pior, ele pilha diuturnamente com tentativas burlescas de tratorar a justiça com truques e manobras como a que produz uma couraça privilegiada, como foi o caso de Pinochet, que se antecipou a criar um monstrengo político que lhe dava a condição de senador vitalício e, assim, cristalizar sua impunidade.

Seja como for, o que assistimos é o presidente denunciando sua própria consciência, que parece ser bem mais pesada do que imaginamos, e não é de maneira vaga, mas de maneira crescente. A evolução de seus ataques às instituições de controle do país está cada vez mais espetaculosa para tentar ofuscar os quatro anos trágicos de seu governo com o objetivo de produzir cortina de fumaça política, mas também de uivar ameaças contra o próprio poder do Estado de fazer cumprir as leis e a ordem.

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