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Vídeo: Tempestade na Líbia já registra 150 mortos e ameaça campos de petróleo

O leste da Líbia vem sofrendo desde domingo (10) as consequências da tempestade “Daniel”. As inundações já deixaram 150 mortos no leste do país, informou uma fonte oficial à AFP nesta segunda-feira. O chefe do Executivo no leste da Líbia, Usama Hamad, falou em mais de 2 mil mortos e milhares de desaparecidos na cidade de Derna, uma das mais afetadas. Os números não foram confirmados pelo serviço de saúde.

— Pelo menos 150 pessoas morreram em consequência das inundações provocadas pela tempestade Daniel em Derna, nas regiões de Jabal Al-Akhdar e nos subúrbios de Al-Marj —, declarou horas antes à AFP Mohamed Massoud, porta-voz do chefe do Executivo paralelo com sede em Benghazi (leste).

O leste do país abriga os principais campos e terminais de petróleo. A Companhia Nacional do Petróleo (NOC) declarou “estado de alerta máximo” e suspendeu os voos entre os centros de produção, onde as atividades diminuíram consideravelmente.

Equipes de emergência foram enviadas no domingo a Derna, cidade de mais de 100 mil habitantes (900 km ao leste de Trípoli) atravessada por um rio que vai até o Mediterrâneo. Massoud informou que as autoridades “perderam contato com nove soldados durante as operações de resgate na cidade”.

Descrita pelos especialistas como um fenômeno “extremo em termos de quantidade de água que caiu”, a tempestade denominada Daniel afetou nos últimos dias Grécia, Turquia e Bulgária, deixando pelo menos 27 mortos.

A tormenta também causou “danos materiais significativos a infraestruturas e a propriedades privadas”, acrescentou o porta-voz líbio.

Centenas de moradores permanecem bloqueados, em áreas de difícil acesso, enquanto equipes de resgate, apoiadas pelo exército, tentam ajudar as vítimas.

Imagens registradas por moradores de cidades do leste como Derna, Al-Bayda e localidades menores mostram deslizamentos de terra e bairros inteiros submersos, assim como rodovias e edifícios que desabaram.

Um funcionário da prefeitura de Derna classificou a situação em sua localidade como “catastrófica”, “fora de controle” e que exige uma “intervenção nacional e internacional”, em entrevista ao canal Libia al-Ahrar. A fonte citou o colapso de quatro pontes e dois edifícios, segundo O Globo.

Com as reservas de petróleo mais abundantes da África, a Líbia enfrenta um cenário de caos desde a queda do regime de Muamar Khadafi em 2011, abalada por divisões e violência.

Há um ano e meio, dois governos disputam o poder: o liderado por Abdelhamid Dbeibah na região oeste, reconhecido pela ONU, e o designado pelo Parlamento e apoiado pelo homem forte da região leste, Khalifa Haftar.

Durante um conselho extraordinário de ministros exibido ao vivo pela televisão nesta segunda-feira, Dbeibah anunciou “três dias de luto nacional”.

A missão da ONU na Líbia afirmou que está “monitorando de perto a situação” e expressou “solidariedade às famílias das vítimas”.

No vizinho Egito, as autoridades recomendaram precaução aos moradores da costa norte, perto da fronteira com a Líbia, e anunciaram o início dos preparativos para minimizar o impacto da tempestade Daniel.

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Opinião

O tempo fechou para o clã Bolsonaro, mas a tempestade ainda não caiu, por quê?

Hoje, no Brasil, a pergunta que se faz é, de qual crime nós não falamos quando o assunto é o clã Bolsonaro?

Depois da reportagem do Uol, que mostra o esquema empresarial de Eduardo Bolsonaro nos EUA, tendo como sócio um empresário que apoiou os atos golpistas, o que já estava azedo, piorou ainda mais.

Mas, a cada vendaval que tira a roupagem hipócrita dos Bolsonaro, revelando o criminoso, parece que nada aconteceu.

Que mistério é esse em que diversos crimes do clã são revelados e comprovados e nada acontece com essa gente?

O que soa para a sociedade é que os Bolsonaro são intocáveis ou que precisa dar um “tempo prudente” ou coisa que o valha.

Seja como for, esse universo sombrio, que deixa cada vez mais mistérios no ar, absolutamente nublado, parece ter se transformado num estado permanente de absoluta impunidade.

Diante da opinião pública, o tempo parece apagar um escândalo com outro. Aliás, essa foi uma das principais marcas do governo Bolsonaro. E se o tempo não apaga o juízo que o povo faz dessa família criminosa, tudo leva a crer que os processos adormecem nas gavetas do sistema de justiça do Brasil.

E, se chove um pouquinho, a chuva não molha os Bolsonaro. Quando acontece algo que atinge um de seus colaboradores diretos, incondicionalmente, a coisa para aí e a pena efêmera por produzir dúvidas na sociedade.

O sabor que se tem dos sentimentos que ficam guardados na memória coletiva do povo é que a instrumentalização dos Bolsonaro, mesmo distante do poder, segue firme e feliz, porque não há nada que consiga explicar a não punição que parece sempre esquecer dos crimes quando o assunto é algum membro do clã.

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Em dia de tempestade, raios ferem Bolsonaro e seus devotos

À espera do caminhão de mudanças

Dois raios caíram, ontem, em Brasília: um sobre os bolsonaristas acampados à porta do QG do Exército à espera de um milagre que impeça a posse de Lula; o outro sobre Jair Bolsonaro, recuperado da erisipela, mas da depressão, não; ela só piora.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal foi chamado para socorrer quatro pessoas feridas durante a tempestade. Uma das vítimas, uma mulher de 45 anos, precisou de atendimento médico, sendo encaminhada ao Hospital de Base de Brasília.

Se apenas a natureza pode ser culpada pelo primeiro raio, a culpa do segundo é do pastor evangélico, deputado federal do MDB do Rio e vice-líder do governo, Otoni de Paula. Bolsonarista algum mais do que ele bateu com tanta crueldade no presidente.

Em entrevista de 21 minutos a um portal bolsonarista, Otoni disse entre outras coisas:

“O silêncio do presidente, e pior do que o silêncio, as frases enigmáticas, fotos enigmáticas, isso está fazendo mal ao povo. Isso está, chega a beirar, e eu sei que a palavra que eu vou usar é muito forte, chega a beirar covardia, manipulação do povo”.

“Eu estive com ele talvez uma, duas ou três vezes após a eleição, e da primeira vez encontrei-o muito abatido, já com aquela ferida na perna e psicologicamente muito abatido. Naquele momento, eu tive a certeza de que nada seria feito”.

“[Esses brasileiros protestam] movidos pelo amor à Pátria, pela confiança no presidente. Ele [Bolsonaro] precisa falar claramente ao seu povo. Se não o fizer, sairá pequeno. Se ele não parar de blefar, aí sim, a sua derrota será avassaladora”.

“Saiam das portas dos quartéis. Vocês serão presos e não haverá ninguém que os defenda. [Digo isso porque] tenho certeza que o senhor Alexandre de Moraes está esperando o recesso parlamentar para nos prender, não tenho dúvida disso”.

Sobrou até para os colegas deputados:

“Faço uma aposta: dou seis meses para o partido do presidente, que não é dele, é do Valdemar Costa Neto, esteja votando com Lula porque o que vale [na Câmara] para a maioria é o quanto você pode me dar para eu votar o que você quer que eu vote”.

Em 2012, Otoni criticou Bolsonaro dizendo que “leão que não ruge vira gatinho”. Quando um bolsonarista matou um petista em Foz do Iguaçu, ele deu um pulo até lá na tentativa de diminuir os estragos causados pelo episódio na campanha de Bolsonaro.

Ao seu modo, Otoni é mais um a desertar das fileiras do presidente enfermo prestes a ser removido do poder por um caminhão de mudança. É bom conferir se em meio aos trastes, Bolsonaro não levará a faixa presidencial avaliada, hoje, em mais de R$ 200 mil.

“Serei chamado de traidor pelos que acham que Bolsonaro vai agir, e eu, olhando na sua câmera, digo: não vai. Não se iludam. Saiam das portas dos quartéis, vocês serão presos e não haverá ninguém que os defenda”. (Otoni de Paula, MDB-RJ, vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara)

 

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Política

José Dirceu: A tempestade que se avizinha

A tendência é um agravamento do cenário político-institucional e das condições econômicas e sociais para o país que vai atingir a todos, indistintamente, o governo e seus apoiadores –a extrema direita, a direita liberal, as elites empresariais e financeiras e a mídia monopolista. Nem mesmo a esquerda, a única que faz o confronto frontal ao governo Bolsonaro, vai escapar. Só um programa de reformas profundas no sistema tributário e financeiro associado à uma revolução social pode salvar o país.

Com certeza, caminhamos em direção a um agravamento geral politico-institucional, social e econômico. Nada de crescimento nos próximos anos. Recessão neste ano, com o fim do auxilio emergencial e o crescente desemprego, que é desigual e atinge mais os jovens, as mulheres e os negros. A pandemia continua a ser tratada, na prática, como inexistente pelo governo, embora, como nos indica o que acontece na Europa e nos Estados Unidos, poderá se agravar levando de roldão a economia. Suas consequências, que não podemos prever hoje, certamente levarão a uma maior crise social com repercussões imediatas no ambiente político-institucional.

O desprezo absoluto ao meio ambiente, à educação e à cultura, o fundamentalismo religioso e o obscurantismo caminham de mãos dadas –e o mais grave– como política de Estado. Há uma rapinagem sobre os ativos acumulados por gerações com muito trabalho, perdas humanas, sofrimento, pobreza e miséria, agora vendidos na bacia das almas via negociatas que fazem da privataria da era FHC um pequeno negócio. Não há pudor e muito menos temor. O governo e as elites econômicas e financeiras expropriam a renda do trabalho sem sofisticação, simplesmente retiram direitos e cortam gastos públicos sociais como se não fosse já gravíssima a situação social da maioria do povo brasileiro.

Insistem e persistem numa política, dita de austeridade, para os trabalhadores e classes médias, que não deu certo em nenhum lugar do mundo e que hoje é contestada até pelo FMI. Enquanto a Europa e os Estados Unidos retomam a política de endividamento e emissão de moeda via dívida pública, e seus bancos centrais e os governos mantêm a renda e o emprego, investem e financiam as empresas, aqui só se fala em teto de gastos, em dívida pública, em juros mais altos. Chegamos ao absurdo de cortar salários e aumentar impostos, não sobre a renda, a riqueza e o patrimônio, sobre lucros e dividendos, lucro sobre o capital próprio, grandes fortunas, heranças e doações, mas sobre bens e serviços, agravando ainda mais nossa estrutura tributária injusta, indireta e regressiva.

REVOLUÇÃO SOCIAL

O momento atual exige exatamente o oposto do que faz o governo Bolsonaro. Requer uma revolução social, com uma ampla reforma tributária e do sistema financeiro bancário. Não há mais tempo a perder. O Brasil reclama um plano mínimo de emergência já. Renda básica mensal imediata de R$ 600 para os inscritos no Cadastro Único e aumento imediato do valor do Bolsa Família em pelo menos 50%.

O país não pode vacilar em sustentar o investimento público em infraestrutura, habitação, saneamento, saúde e educação e inovação. Os orçamentos de 2020 e 2021 devem ser revistos para ter mais créditos extraordinários para saúde, educação e ciência e tecnologia. Com o BNDES e os investimentos públicos, podemos sustentar um programa de socorro imediato às micro, pequenas e médias empresas e fazer os investimentos que a médio prazo garantam o crescimento econômico e evitem o desastre iminente no caminho seguido pelo governo.

É uma perigosa aventura o engodo de que a pandemia passou, com seus efeitos devastadores sobre a vida e a economia, ignorando a nova onda de contaminação, ainda vigorosa, pelo coronavírus em vários países. Tão perigosa quanto a insistência na crença de que a austeridade, as privatizações e a reforma administrativa trazem de volta o crescimento econômico mesmo sem distribuição de renda.

Os fatos desmentem o fervor messiânico no neoliberalismo, que perde força no mundo. Há um novo consenso mundial sobre o papel do Estado e do investimento público e, agora, a Europa e os próprios Estados Unidos estão trilhando esse caminho. Sem pôr um fim na atual estrutura tributária e ao cartel bancário, o Brasil continuará à margem do crescimento com bem-estar social. Pior, só vai reforçar a concentração de riqueza via a expropriação da renda e do salário por juros reais absurdos e impostos regressivos.

Não venham com a desculpa do deficit e da dívida pública ou com a propaganda que estamos emitindo dinheiro inflacionário para justificar o injustificável –mais concentração de riqueza. Além do papel do BNDES e da dívida pública, temos o superavit financeiro do BC via operações cambiais que pode sustentar o programa emergencial de renda mínimo e Bolsa Família. Fora o fato de que nosso endividamento é menor que o da maioria dos países desenvolvidos, incluindo aí os Estados Unidos.

A questão central é que, enquanto no mundo se paga juros mínimos ou mesmo negativos, aqui pagamos juros reais absurdos e gastamos 5%,6% do PIB com o serviço da dívida. Muito menos é preciso vender as reservas internacionais que acumulamos durante a era Lula para equilibrar as contas públicas. Ao contrário, elas devem garantir que nosso país suporte qualquer agravamento internacional do comércio e dos empréstimos e investimentos.

Já somos prisioneiros, aqui e no mundo, do sistema bancário e financeiro. Por isso mesmo, em hipótese alguma devemos aceitar a chamada independência do Banco Central com mandatos fixos, o que representa, na prática, tornar seus diretores inamovíveis, retirando do Executivo qualquer decisão sobre política monetária e, consequentemente no cenário atual, fiscal e econômico. Já basta o poder quase total da banca sobre as últimas diretorias do BC.

ELITES CONIVENTES

Por fim, uma palavra sobre a degradação política do governo Bolsonaro, sob o olhar conivente e conciliador da maioria da elite econômica e política do país, incluindo aí a mídia monopolista, na ilusão de que o capitão continuará popular e já se adapta aos bons modos do jogo político do Centrão e da oposição liberal de direita, do “Estado de Direito” regido pelo STF. Nem mesmo as evidentes e públicas provas dadas pelo presidente de uma incapacidade para o cargo, a perigosa e nefasta presença de sua família e os riscos da volta do militarismo fazem nossa elite política, judicial e empresarial acordar para os riscos que a democracia e a nação correm.

A tempestade que se avizinha, numa combinação de crise social, econômica e institucional, colocará todos à prova. Ninguém vai escapar, mesmo a esquerda, única que se mantém em oposição frontal a este desgoverno a que estamos sendo submetidos.

 

*Originalmente publicado no Poder 360

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