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Senadores da tropa de choque da CPI receberam mais de meio bilhão de reais do governo Bolsonaro

Sete parlamentares – titulares e suplentes – que integram a tropa de choque bolsonarista e negacionista na CPI da Covid receberam R$ R$ 660 milhões do governo Jair Bolsonaro para obras e projetos indicados por eles.

Jair Bolsonaro vem mantendo a fidelidade da base governista na CPI da Covid por meio da liberação de recursos, aponta a Revista Crusoé. De acordo com a reportagem, já foram liberados R$ 660 milhões para obras e projetos de sete parlamentares – titulares e suplentes – que integram a comissão.

A reportagem destaca que o líder do governo Bolsonaro no Senado e integrante da tropa de choque governista na CPI, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), é um dos que encabeçam os repasses, com R$ 153,8 milhões. O senador Marcos Rogério (DEM-RO) teria recebido R$ 127 milhões. Ciro Nogueira (PP-PI) é apontado como beneficiário de recursos que somam R$ 135 milhões. Luiz Carlos Heinze (PP-RS) teria recebido R$ 165,9 milhões e Jorginho Mello (PL-SC), R$ 35 milhões.

Ao todo, um sexto do valor liberado foi originário de emendas individuais ou de bancada. O restante foi repassado por meio do chamado orçamento paralelo, que o governo vem utilizando para comprar apoio junto ao Congresso. O orçamento paralelo seria a fonte de repasses que somam R$ 550 milhões. O dinheiro tem saído, principalmente, dos ministérios do Turismo, da Agricultura, da Infraestrutura e do Desenvolvimento Regional.

*Com informações do 247

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Com o dinheiro superfaturado da boiada do tratoraço, Bolsonaro compraria 50 milhões de vacinas

Enquanto se sabe que Bolsonaro montou esquema que destina verba de R$ 3 bilhões em emendas para sua base, e que parte dela comprou tratores com preço até 259% acima do valor real, imediatamente faz-se um paralelo com a quantidade de vacinas que poderia ser comprada e, consequentemente quantas vidas poderiam ser salvas, pois essa montanha de dinheiro daria para comprar 50 milhões de doses de vacinas.

Isso também explica a fidelidade canina a Bolsonaro do senador Ciro Nogueira (PP) na CPI da Covid. O senador é um dos mais destacados comandantes da tropa de choque de Bolsonaro na Comissão.

Por isso mesmo Ciro Nogueira recebeu R$ 135 milhões para distribuir com sua base. Já o senador Fernando Bezerra, que também é da alta patente da tropa de choque de Bolsonaro na CPI, recebeu a bagatela de R$ 125 milhões e ninguém menos que Arthur Lira, presidente da Câmara, o homem que pode colocar na mesa o pedido de impeachment de Bolsonaro, levou a mixaria de R$ 114 milhões.

Lembrando aqui que Ciro Nogueira, na semana passada, garantiu a banqueiros e empresários ligados a Bolsonaro, que a CPI não daria em nada, mesmo que se provasse um bonde de crimes de responsabilidade de Bolsonaro e que Lira mataria todos os pedidos de impeachment no peito.

Somente essas três figuras já explicam como Bolsonaro se sustenta no poder, mesmo depois de suas ações, ou a falta delas, resultarem na morte de mais de 420 mil brasileiros por covid.

Na verdade, os dois senadores, Fernando Bezerra e Ciro Nogueira, não têm condição moral para seguirem participando da Comissão Parlamentar de Inquérito que apura as graves irregularidades de Bolsonaro na pandemia.

Arthur Lira deveria renunciar à presidência da casa, pois Bolsonaro já comprou sua defesa intransigente contra qualquer pedido de impeachment. Detalhe, Bolsonaro já é o recordista mundial de pedidos de impeachment.

Esse escândalo só coloca mais lenha na fogueira da CPI, porque com R$ 3 bilhões o Brasil já teria vacinado 50 milhões de pessoas com a primeira dose ou 25 milhões com as duas doses.

Agora é esperar para saber como essa bomba vai cair no Senado na próxima terça-feira.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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A tática de Bolsonaro é soltar frases e ações estrambóticas para tirar o foco da CPI

Uma CPI para ter um resultado eficiente, ou seja, para oferecer uma resposta contundente à sociedade, ela tem que ser não só simpática à causa do povo, mas também assumir uma proporção à altura do que se pretende como resultado.

Para Bolsonaro sofrer um impeachment depende da toada do mutirão, porque ele é, antes de mais nada, um ato político, mesmo que apresente numa certa divisão características de um processo legal.

O que designa mesmo um determinado desfecho de uma CPI é o tamanho que ela ganha a partir de sua natureza. E o que não falta no catálogo imenso de crimes na CPI da Covid, é crime que sirva como prova cabal de excepcionalidade para que o povo cobre a cabeça do governante.

Para se atingir esse objetivo, a CPI tem que ter um foco bem claro que dê ganho diário de musculatura que equivalha ao peso do crime. Isso só é possível com um conjunto de movimentos que desaguam numa maior exposição daquilo que está virtualmente sendo investigado.

Por isso é fundamental a construção de uma escala de valores de cada palavra dos depoentes e sublinhar as mais determinantes que se somarão dia após dia para que o drama ganhe a mesma dimensão do palco da CPI para as ruas, melhor dizendo, do palco da CPI para as casas das pessoas.

Para isso ocorrer, tem que haver muita visibilidade e, consequentemente, promover um debate sobre a gravidade dos fatos apresentados.

Bolsonaro já percebeu, logo nos dois primeiros dias, que no palco ele perdeu muito e perderá ainda mais no decorrer da Comissão Parlamentar de Inquérito. Ele chegou a reclamar da sua tropa de choque que está imobilizada e não consegue defendê-lo e nem obstruir os trabalhos da CPI, principalmente os do relator Renan Calheiros que Bolsonaro tentou a todo custo e em vão tirar da relatoria.

Então, vendo que nesse terreno já se anuncia uma goleada história que a cada dia enumera um compêndio de crimes do governo na pandemia, a literatura do absurdo de Steve Banner tem que entrar em campo de forma sistemática para produzir falácias que passam a ser marteladas pela grande mídia e, com isso, não deixar a CPI ficar muito próxima das manchetes. Quem deve ocupar as manchetes com suas insanidades sinfônicas é Bolsonaro.

A última palavra, por mais absurda que seja, tem que ser a dele. Por isso, Carluxo, o mais aloprado soprador de sandices do pai, passa agora a prestar um serviço que transformará as declarações de Bolsonaro no fator principal de notícias da mídia.

Se puder, deverá ocupar completamente as garrafais dos jornalões e da própria análise dos articulistas políticos da grande mídia e na mídia independente, ditando ritmicamente e entoando, para ser mais direto, pautando apenas com frases de efeito, o debate nacional.

Este é o valor “científico” dos pombos que Bolsonaro solta. O que dá na caixola, ele fala, mesmo que não tenha condição de cumprir uma linha do que anuncia, pior, como usou ontem, um mesmo fato para criar dois quando pela manhã insinua que a China fez guerra bacteriológica e, mais tarde, respondendo a um simpático colaborador da farsa, afirma que hora nenhuma citou a palavra China.

E o que fez a mídia tradicional e a alternativa como a nossa aqui? Repercutimos as porcarias absolutas que ele fala para vendar os olhos da sociedade e, no dia seguinte, ele sequer toca no assunto, porque a intenção é ganhar um pedaço de terreno proporcional a uma fração.

A intenção de Bolsonaro é que suas declarações alcancem todos, mais do que os fatos graves que a CPI vem revelando sobre o governo que está sob sua batuta, o que acaba por provocar uma dispersão da CPI e muitas vezes levar à fadiga pela própria preguiça que uma CPI pode provocar na população.

É muito importante uma evolução tonal que a cada dia a imprensa aumente um tom para que mantenha o fôlego da CPI, ao mesmo tempo em que aumenta o fogo da chaleira do impeachment até que ele apite no seio da sociedade.

Amanhã, com certeza, Bolsonaro vai criar uns cinco fatos, se necessário uns dez, mas a tática dele, sobretudo nos dias de CPI, será a mesma, criar um absurdo maior que, naturalmente, levará a sociedade a discutir mais uma bravata histriônica do bufão e seus blefes, contanto que a própria CPI fique sempre em segundo plano na relação entre declarações idiotas de Bolsonaro e revelações criminosas do seu governo.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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O comportamento da tropa de choque anafilático do Palácio do Planalto na CPI

Na CPI, tropa cloroquineira de Bolsonaro dá declarações falsas e insiste na tese de que estudos e ciência não têm autoridade para descredenciar o uso do kit covid.

De mãos atadas para defender o charlatanismo do governo, que receita tratamento precoce, mesmo com a total ausência de evidências de que o kit covid presta para alguma coisa.

A república da terra plana mandou seus senadores invocarem a autonomia do médico que quiser receitar um medicamento que pode fazer diferença no aumento de mortes e não na cura da covid.

Mais do que isso, essas falsas declarações agravam o quadro do SUS, porque estimula o comportamento do burro orgulhoso que bate no peito dizendo que não usa máscara porque toma Ivermectina e, se adoecesse, tomaria Cloroquina.

O Brasil já ultrapassou a marca de 412 mil mortes por covid, mas seguindo a orientação dos gênios do Palácio do Planalto, a tropa governista da CPI do Senado, como não tem qualquer desculpa para justificar a atitude criminosa de um governo que, de todas as formas, colocou-se contra a ciência mundial, inclusive no uso da máscara, higiene das mãos e isolamento social, o jeito é apelar para o inapelável, com diversionismos múltiplos com metodologia para defender o mito do tratamento precoce e, com isso, tentar mudar a versão da história que levou o país a esse morticínio sumário.

O problema é que apenas dois convocados pela CPI deram depoimento até o momento e a tentativa de defender um tratamento comprovadamente ineficaz para justificar a culpa do próprio presidente da República pelo resultado trágico, não tem como ganhar fôlego para mais um dia depoimentos de convocados pela CPI, e são muitos que ainda vão depor, o que certamente ajudará, cada qual com seu depoimento, a derrubar esse nefasto governo que está torturando a população pela fome, pela miséria e pela covid.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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