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Chanceler alemão diz a Lula, “Vocês fizeram falta”

Durante gestão Bolsonaro, Brasil se afastou de nações consideradas estratégicas comercialmente por questões ideológicas, como a China.

Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o chanceler e primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, afirmou estar muito contente com a visita ao território brasileiro.

Em declaração ao lado de Lula, Scholz disse que é muito bom ter o Brasil de volta ao cenário internacional. “Vocês fizeram falta, Lula”, afirmou o chanceler. Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o Brasil se afastou de nações consideradas estratégicas comercialmente por questões ideológicas, como é o caso da China.

Os chefes de governo do Brasil e da Alemanha se reuniram na tarde desta segunda e trataram de temas como meio ambiente, democracia e acordo entre Mercosul e União Europeia (leia mais abaixo).

Ao iniciar sua fala, Olaf parabenizou Lula pela vitória nas eleições e comentou os atos golpistas de 8 de janeiro, quando bolsonaristas radicais invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

“As imagens das invasões no Congresso, no Palácio do Planalto e no STF, há três semanas, ainda estão muito presentes na minha e na nossa memória e me deixaram profundamente consternado”, afirmou o chanceler.

Segundo ele, a a democracia brasileira “é forte e resistiu” aos ataques “ultrajantes contra as insituições”. “É sinal que nós temos que defender, de fato, a nossa democracia. Gostaria de reafirmar que vocês podem contar com total solidariedade da Alemanha”, prosseguiu.

Acordo UE-Mercosul

Durante a declaração conjunta, Lula disse esperar que o acordo entre o Mercosul – formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai – e a União Europeia, que reúne 27 países europeus,”se tudo der certo”, seja fechado ainda no primeiro semestre deste ano.

“Alguma coisa tem que ser mudada. […] Nós vamos fechar esse acordo, se tudo der certo, quem sabe até o meio desse ano. Até o fim desse semestre é a nossa ideia de tentar encaminhar para que a gente tenha um acordo e comece a discutir outros assuntos, porque temos muitas coisas pela frente, e não apenas esse acordo com a União Europeia”, afirmou.

Já o chanceler alemão disse que o acordo é de interesse tanto do Brasil quanto da União Europeia. “Ambos queremos que haja um rápido avanço nessa questão”, afirmou.

As negociações do tratado entre os blocos foram concluídas em 28 de junho de 2019, mas para que o acordo passe a funcionar de fato, deve passar por um processo de revisão e ratificação por parte dos congressos nacionais dos países do Mercosul e pelo Parlamento Europeu.

Reunião com o chanceler

A visita do chanceler Olaf Scholz ocorre quase um mês após a visita do presidente da Alemanha, Franz-Walter Steinmeyer, por ocasião da posse de Lula, em 1º de janeiro.

Após ser recepcionado no Palácio do Planalto, Lula e Olaf se reuniram por cerca de uma hora e meia, acompanhado apenas de tradutores. Eles conversaram sobre a guerra na Ucrânia que completa um ano no próximo mês e as consequências globais do conflito em termos de paz e segurança, segurança alimentar e energética.

Depois, os dois chefes de governo se reuniram com as delegações de cada país. Pelo governo brasileiro participaram os ministros:

  • vice-presidente Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio);
  • Mauro Vieira (Relações Exteriores);
  • Marina Silva (Meio Ambiente);
  • Alexandre Silveira (Minas e Energia); e
  • Luciana Santos (Ciência e Tecnologia).

Assessor especial de Lula, Celson Amorim também esteve presente na reunião.

O país europeu é o quarto que mais exporta para o Brasil. Em 2022, a corrente de comércio bilateral superou US$ 19 bilhões, com exportações brasileiras de US$ 6,3 bilhões, importações de US$ 12,8 bilhões e superávit alemão de US$ 6,5 bilhões.

Além disso, Brasil e Alemanha mantêm parcerias em temas-chave da agenda internacional contemporânea, como paz e segurança, meio ambiente, mudança do clima, digitalização e transição energética.

*Com Metrópoles

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Presidente do Conselho Europeu: Não tem acordo com o Mercosul enquanto houver queimadas na Amazônia

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, órgão dirigente da União Europeia, disse que o bloco não vai ratificar o acordo com o Mercosul enquanto a devastação da Amazônia prosseguir por irresponsabilidade de Jair Bolsonaro.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, órgão dirigente da União Europeia, disse que o bloco não vai ratificar o acordo com o Mercosul enquanto a davastação da Amazônia prosseguir por irresponsabilidade de Jair Bolsonaro. Ele criticou a gestão ambiental do governo brasileiro.

As afirmações foram feitas no quadro da realização da reunião do G7, iniciada neste sábado (24) em Biuarritz, França.

Tusk disse em entrevista coletiva antes do encontro que as queimadas são um “sinal deprimente dos nossos tempos”.

“Apoiamos o acordo UE-Mercosul, que também implica a proteção do clima, mas é difícil imaginar uma ratificação harmoniosa pelos países europeus enquanto o presidente brasileiro permite a destruição dos espaços verdes do planeta”, afirmou Tusk.

A reunião de países ricos, que pôs na ordem do dia o tema da devastação da Amazônia, isola ainda mais as posições de Bolsonaro, evidenciando os prejuízos que sua política de descaso com o meio ambiente acarreta ao Brasil.

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que o G7 trabalhará para mobilizar seus integrantes na luta contra o incêndio na Amazônia e para investir no reflorestamento.

As queimadas na Amazônia, a Rússia e a economia global são os temas debatidos no G7, cúpula de potências econômicas, que vai até segunda-feira (26) em Biarritz, no sudoeste da França.

 

 

*Com informações do 247/G1