Mês: julho 2019

Segundo Toffoli, todos no STF têm ‘couro suficiente’ para aguentar pressões

O presidente da Corte avaliou que o habeas corpus do ex-presidente Lula pode ser julgado ainda este ano, mas sem ir a plenário. Porém, o habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pode tirar o político da cadeia,  ainda não consta na pauta do segundo semestre

De acordo com o presidente da Suprema Corte, “Todos aqui têm couro suficiente para aguentar qualquer tipo de crítica e de pressão”.

Toffoli disse ainda que “a análise do HC de Lula deve ficar na 2ª Turma da Corte, sem ir a plenário. O ministro disse ainda que não cabe ao Supremo decidir se o ex-presidente será ou não solto. Os casos que vierem vão ser julgados, a maioria decide. Se vai ser solto ou não vai ser solto não é uma questão que está colocada na pauta do STF. É uma questão que vai ser decidida no caso concreto”.

Sobre as manifestações do povo nas ruas, ele comenta:

“Se compararmos manifestações do passado, seja em anos anteriores, seja neste próprio ano, com as que ocorreram, você vê que o tom mudou bastante. De uma agressividade, nós temos hoje uma crítica dentro daquilo que é uma crítica razoável, do ponto de vista de não ser tão ofensiva”.

 

* Com informações da Folha

Coletivo de advogados vai entrar com representação contra Moro no Congresso dos EUA

Moro envolveu instituições norte-americanas em caçada político-partidária.

A Associação de Advogados e Advogadas pela Democracia vai entrar com uma representação no Congresso dos Estados Unidos contra o ministro da Justiça, Sergio Moro, pela sua atuação como juiz na Lava Jato. Segundo o membro da associação Adriano Argolo, em entrevista ao jornalista Glauco Faria para o Jornal Brasil Atual desta segunda-feira (1º), Moro não violou apenas o sistema acusatório brasileiro – como reconhecem os próprios procuradores nas conversas reveladas pelo The Intercept Brasil – como envolveu instituições americanas, de universidades ao Federal Bureau of Investigation (FBI), induzindo-as ao erro.

Ele diz que as novas revelações sobre a atuação de Moro e os procuradores que explicitam a atuação político-partidária da Operação Lava Jato, com interferência inclusive nas eleições de 2018, caíram “como uma bomba” entre os parlamentares norte-americanos.

Entre os membros do Ministério Público Federal (MPF), existe grande insatisfação com a atuação da Lava Jato, a ponto um dos procuradores que participaram das conversas reveladas na última sexta-feira (28) ter confirmado ao jornal Correio Braziliense a autenticidade das mensagens, contrariando o posicionamento de Moro e de Deltan Dallagnol, que continuam questionando a veracidade do conteúdo revelado pelo The Intercept Brasil.

“Estamos muito próximos de revelar a autenticidade dessas conversas”, disse Argolo, para quem a revelação de que os integrantes da Lava Jato só aceitaram a delação do empreiteiro da OAS Léo Pinheiro quando este aceitou incriminar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva representa a confissão de um crime cometido pelos procuradores. Por outro lado, também comprova a inocência de Lula no caso.

Na sequência das primeiras divulgações das conversas que traziam a articulação indevida entre a acusação e o juízo, comprovando a parcialidade no julgamento, a Associação de Advogados e Advogadas pela Democracia apresentou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) uma notícia-crime contra Moro e os procuradores da Lava Jato. O caso está sob relatoria do ministro Herman Benjamin.

“O que essas pessoas cometeram foram crimes de prevaricação, corrupção, improbidade administrativa e formação de quadrilha. É sem dúvida o maior escândalo do poder Judiciário da história do Brasil. Internacionalmente o caso está tendo repercussão imensa. No mundo Jurídico, são poucas as pessoas que ainda mantém o cinismo. Esse cinismo não vai durar muito. Os fatos se sobrepõem ao discurso.”

 

*Da Rede Brasil Atual

Por que Dallagnol se recusa a entregar o celular à PF? “Nós todos sabemos porque”, diz Glenn

Com inquérito aberto há cerca de um mês, Dallagnol se nega a entregar o celular à PF para perícia por suposta invasão de hacker.

O procurador Deltan Dallagnol, chefe da operação Lava Jato no Ministério Público Federal e um dos protagonistas das conversas entre ele e o ex-juiz Sergio Moro, vazadas e publicadas pelo Intercept Brasil, disse que não vai entregar o celular para ser periciado.

Fundador do site The Intercept, que está divulgando o conteúdo das mensagens – que teria sido fornecido por fonte anônima, o jornalista Glenn Greenwald comentou a recusa de Dallagnol no Twitter: “Nós todos sabemos porque”.

Marcelo Odebrecht: Executivos da Braskem mentiram em delação sobre suposto caixa 2 ao PT

Aos poucos vão aparecendo as mentiras construídas pela Lava Jato comandada pelo ex-juiz Sergio Moro que provocaram o desastre econômico e social em que o Brasil mergulhou.

Agora é Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht que afirma que executivos da Braskem mentiram, omitiram e manipularam dos de leniência m a Lava Jato, mentindo sobre os recursos doados ao PT nas campanhas de 2010 e 1014, afirmando que eram caixa 2.

A Braskem é uma empresa que a Odebrecht mantém em sociedade com a Petrobras. Marcelo Odebrecht esteve preso por dois anos e meio e, desde 2017, cumpre prisão domiciliar.

A reportagem é da Folha de S. Paulo e foi publicada pelos jornalistas Mário Cesar Carvalho e Walter Nunes, nesta segunda-feira, (01). A Folha teve acesso a emails onde Marcelo Odebrecht diz que executivos da Braskem mentiram, omitiram e manipularam acordos de delação com a Lava Jato e propõe que a Braskem corrija as informações fornecidas.

Marcelo disse ainda que Newton de Souza era da Braskem e presidiu a Odebrecht quando Marcelo foi preso em 2015, e o advogado Maurício Ferro, que integrou a diretoria jurídica da Braskem e da Odebrecht – é casado com uma irmã de Marcelo, Mônica Bahia Odebrecht -, manipularam os emails da petroquímica para que eles não aparecessem como criminosos.

De acordo com os e-mails do ex-presidente da empreiteira, a Braskem ainda teria omitido nas delações o pagamento de propina para dirigentes do MDB para que a empresa conseguisse comprar energia mais barata da Chesf (Centrais Hidrelétricas do Rio São Francisco), que era comandada pelo MDB.

 

*As informações são da Forum

Um rato encurralado

Glenn Greenwald está correto quando diz que Moro sabe que a crise está aumentando.

Diria mais, Moro sabe que seus dias estão contados.

Ele sente que o espaço para retóricas está encurtando e o ar se esgotando.

Mais do que ninguém, ele entende que os tontos que foram para as ruas defendê-lo são só uns tontos de uma manada de zumbis intelectualmente nula e desprovida de capacidade de servir de barragem para a velocidade e quantidade da lama da Lava Jato que rompeu com as mensagens reveladas pelo Intercept.

Como bem disse Saul Leblon no Carta Maior:
“Os atos pró-Moro deste domingo não agregam nada ao ex-juiz. Na verdade, evidenciam o declínio do apoio maciço que ele já teve e a Lava Jato tb. A espiral ascendente é a do esfarelamento, com trincas dentro do próprio MP.”

Os vazamentos foram demolidores.

O enredo do Intercept, revelado a conta-gotas promete ser ainda mais ácido com o algoz de Lula que agora posa de vítima de um misterioso hacker.

Moro está liquidado fora do curral do gado domesticado.

O que emerge das mensagens vazadas pelo Intercept, é uma deliberada orquestração de Moro para fazer de Lula seu troféu político.

Isso é tão escancarado que mereceu críticas contundentes até dos procuradores da Força-tarefa,

Ou seja, a lama que rompeu a barragem contra Moro tem densidade suficiente para arrastá-lo e, junto, o próprio governo Bolsonaro.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

Entrevista com Glenn Greenwald: ‘Moro sabe que a crise está aumentando’

Glenn atuou no The Guardian e colaborou com a reportagem sobre os escândalos da Agência de Segurança Nacional – EUA vazados por Eduard Snowden, venceu o Prêmio Pullitzer em 2014 e foi um dos protagonistas do documentário Citizenfour que levou o Oscar em 2015.

Em terras tupiniquins, Glenn fundou o The Intercept Brasil e vem revelando trechos de conversas entre o ex-juiz e atual ministro da Justiça Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, mostrando a parcialidade do julgamento que levou Lula para a prisão a partir de um material que ele classifica como “um dos maiores da história do jornalismo”.

A conversa com a NINJA foi feita minutos antes de Glenn responder as perguntas dos deputados no Congresso Nacional durante mais de seis horas. Na entrevista, Greenwald ressalta os principais pontos das suas revelações, a postura de Moro frente aos vazamentos, a posição da mídia corporativa, especificamente da Rede Globo, e fala sobre a expectativa de novos escândalos. Assista na íntegra:

 

*Do Mídia Ninja

A Bomba, por Leandro Fortes

“Bastaria (…) um único vazamento, para anular TODA a Operação Lava Jato, tirar Lula da cadeia e iniciar um processo judicial contra Moro e essa figuras lamentáveis que se criaram nesse lodo do MP. Mas os isentões, essa massa de caráter gelatinoso que apoiou o golpe contra Dilma que se diz abismada com as loucuras de Bolsonaro, acha que ainda é preciso uma bomba”.

Iniciou-se um movimento, dentro das redes, que mistura, num mesmo balaio, jornalistas isentões, arrependidos de última hora e a esquerda namastê em torno dos vazamentos do The Intercept Brasil.

Cada grupo, dentro de narrativas próprias, tenta jogar para baixo o impacto e a importância do conteúdo das mensagens porque, segundo eles, a montanha tem parido ratos – para ficar na utilização de um termo, em latim macarrônico, usado pelo ex-juiz Sérgio Moro, em seu desespero dissimulado.

Essa avaliação, partindo do princípio de alguma honestidade intelectual, só pode ser explicada pela naturalização do absurdo, no Brasil, pela mídia necrosada, por parte da sociedade que a consome e por certa esquerda desejosa de apoiar a Lava Jato para conquistar nacos do eleitorado conservador.

Os arquivos do Intercept mostram, com clareza absoluta, que Moro conduzia o Ministério Público, sem nenhum pudor, para condenar o ex-presidente Lula – a quem, como juiz, deveria julgar com imparcialidade.

Bastaria isso, num único diálogo, num único vazamento, para anular TODA a Operação Lava Jato, tirar Lula da cadeia e iniciar um processo judicial contra Moro e essa figuras lamentáveis que se criaram nesse lodo do MP.

Mas os isentões, essa massa de caráter gelatinoso que apoiou o golpe contra Dilma e, agora, se diz abismada com as loucuras de Bolsonaro, acha que ainda é preciso uma bomba.

A esquerda namastê, entre uma ciranda e outra, vai na onda. Esperavam mais, os anjos.

Moro indica testemunhas para Deltan Dallagnol que, por sua vez, dirige a delação e as benesses de Leo Pinheiro contra Lula, para garantir a farsa do triplex do Guarujá.

“Não pode parecer um prêmio pela condenação do Lula”, avisa Deltan, no mais recente vazamento, sobre a redução de pena do delator da OAS.

Isso! Não pode parecer que foi armação, sacanagem, crime.

E vem uma manada de babacas, noves fora os mentecaptos do bolsonarismo, pedir uma bomba, porque ainda está fraco.

Pelo que já foi revelado, era para essa gente estar toda na cadeia, eles sim, abrindo o bico para contar o que ganharam – e quem os pagou – para destruir a economia do País, tornar o Poder Judiciário um chiqueiro e transformar o Ministério Público de fiscal da lei numa mesa de pôquer de mafiosos.

 

*Por Leandro Fortes – 247