Mês: julho 2019

OAB: Moro banca o chefe de quadrilha

Presidente da entidade afirma que ministro usa o cargo e aniquila a independência da PF ao dizer que sabe de conversas de autoridades

por Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo

O presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, diz que o ministro da Justiça, Sergio Moro, “usa o cargo, aniquila a independência da Polícia Federal e ainda banca o chefe de quadrilha ao dizer que sabe das conversas de autoridades que não são investigadas”.

Na quinta (25), a Folha revelou que Moro telefonou para autoridades que teriam sido alvo dos hackers presos na quarta (24). E avisou que as mensagens das pessoas seriam destruídas em nome da privacidade.

Ele conversou com o presidente Jair Bolsonaro, com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre.

A informação gerou forte reação: em primeiro lugar, Moro não poderia receber informações sobre o inquérito, que é sigiloso.

Em segundo lugar, só o Judiciário, que supervisiona as investigações, pode decidir o que fazer com as provas coletadas na busca e apreensão feita na casa dos hackers.

Felipe Santa Cruz lembra que a OAB recomendou o afastamento de Moro do cargo quando as mensagens dele com procuradores da Lava Jato começaram a ser divulgadas. A entidade afirmou então que a gravidade dos fatos demandava “investigação plena, imparcial e isenta”.

“Muitos disseram que a OAB foi açodada quando sugeriu o afastamento do ministro, exata e exclusivamente para a preservação das investigações”, afirma o advogado.

 

*Com informações do Viomundo

Glenn divulga a verdadeira fonte dos vazamentos em trecho de diálogo

A fonte que entregou os diálogos da Operação Lava Jato ao jornalista Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil, negou em conversa no dia 5 de junho que também tenha sido responsável pela invasão ao Telegram do Ministro da Justiça, Sergio Moro. O diálogo foi repassado a VEJA pelo próprio Greenwald.

Na mensagem, o jornalista pergunta à fonte se ela havia lido uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo sobre a invasão ao celular do ministro. O título da matéria dizia que o hacker usou aplicativos do aparelho e trocou mensagens por seis horas. “Posso garantir que não fomos nós”, responde a fonte, em mensagem transcrita de forma literal.

“Nunca trocamos mensagens, só puxamos. Se fizéssemos isso ia ficar muito na cara”, diz a fonte em outra mensagem, antes de criticar o método de ação empregado contra o ministro. “Nós não somos ‘hackers newbies’ [amadores], a notícia não condiz com nosso modo de operar, nós acessamos telegrama com a finalidade de extrair conversas e fazer justiça, trazendo a verdade para o povo.”

Segundo Greenwald, o primeiro dos contatos com a fonte ocorreu no início de maio. Ou seja, um mês antes da denúncia feita pelo Ministério da Justiça. Ele conta que foi apresentado à fonte por um intermediário, e reitera que todos os contatos foram feitos virtualmente. Greenwald também afirmou desconhecer a identidade do hacker, que teria extraído todo material do Telegram de Dallagnol.

“A fonte me disse que não pagou por esses dados e não me pediu dinheiro algum em troca desse conteúdo”, disse o jornalista. O material divulgado pelo Intercept foi compartilhado com VEJA e a Folha de S.Paulo, que também publicaram reportagens sobre os desvios de conduta do ex-juiz Sergio Moro e de membros da força-tarefa da Lava Jato na condução das investigações.

No último dia 23, três homens e uma mulher foram presos no primeiro desdobramento da Operação Spoofing, que investiga o acesso ilegal a telefones de autoridades do governo, entre eles o de Sergio Moro. Dois suspeitos estavam no interior de São Paulo e os demais na capital. Na casa deles, os agentes apreenderam computadores com dezenas de pastas contendo arquivos de prováveis vítimas, dinheiro em espécie e documentos que não deixam dúvidas sobre a natureza criminosa e um tanto mambembe do grupo.

As investigações mostraram que Walter Delgatti Neto, Danilo Cristiano Marques, Gustavo Henrique Elias Santos e Suelen Priscila de Oliveira teriam invadido — através de um golpe simples — o celular de Moro e de pelo menos outras 1.000 pessoas, incluindo o presidente Jair Bolsonaro, a deputada Joice Hasselmann, líder do governo no Congresso, e o ministro da Economia, Paulo Guedes (neste caso, o ataque foi revelado por VEJA, depois que o número do ministro fez contato com o editor Thiago Bronzatto). O caso é tratado com o máximo de sigilo, já que a confirmação de captura de conversas do presidente da República, se de fato ocorreu, configuraria um grave crime contra a segurança nacional.

Com reportagem de Laryssa Borges, Leandro Resende, Fernando Molica, André Lopes, Edoardo Ghirotto, Eduardo Gonçalves, Jenifer Ann Thomas e Luiz Castro

 

*Do Falando Verdades

Novo vazamento: Dallagnol foi pago para dar palestra em empresa investigada pela Lava Jato

The Intercept Brasil – Coordenador da operação também fez aproximação entre representantes da firma e procuradores para emplacar produto da companhia em trabalhos da força-tarefa.

O procurador Deltan Dallagnol foi pago para dar uma palestra para uma empresa investigada por corrupção pela Lava Jato, operação que ele comanda em Curitiba. Dallagnol recebeu R$ 33 mil da Neoway, uma companhia de tecnologia, quando ela já estava citada numa delação que tem como personagem central Cândido Vaccarezza, ex-líder de governos petistas na Câmara que foi preso em 2017, e em negociatas na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras privatizada na terça-feira.

Não ficou só na palestra, realizada em março de 2018. Deltan também aproximou a Neoway de outros procuradores com a intenção de comprar produtos para uso da Lava Jato. Ele chegou a gravar um vídeo para a empresa, enaltecendo o uso de produtos de tecnologia em investigações – a Neoway vende softwares de análise de dados.

Cópia do recibo entregue por Deltan Dallagnol à Neoway pelo pagamento da palestra.

‘Podemos ir pra cima em CWB?’

A primeira citação à Neoway nos chats secretos da Lava Jato aconteceu dois anos antes da palestra de Deltan, em 22 de março de 2016, em um grupo no Telegram chamado Acordo Jorge Luz. O grupo fora criado para que os procuradores da Lava Jato discutissem os termos de delação de Jorge Antonio da Silva Luz, um operador do MDB que tentava negociar uma delação com a força-tarefa. Dallagnol participava ativamente do grupo.

Naquele dia, o procurador Paulo Galvão mandou um documento que trazia a primeira versão do que viria a ser o depoimento de Luz sobre diversas empresas, entre elas a Neoway. No documento, o candidato a delator narrava: “Lembro-me ainda de um projeto de tecnologia para Petrobras com a empresa Neoway que recorri ao Vandere Vaccarezzapara me ajudarem agendando uma reunião na BR Distribuidora. Houve esta reunião e recebi valores por esta apresentação e destas repassei parte para eles. Posteriormente a tecnologia foi contratada sem minha interferência ou dos deputados”.

Deltan já estava no grupo quando os documentos foram enviados. Foi ele quem enviou os primeiros depoimentos prestados por Luz, que haviam sido rejeitados anteriormente e ajudariam a embasar uma nova rodada de negociações.

O coordenador da Lava Jato voltou a se manifestar no chat em 6 de julho de 2016. “Caros, confirmam que negociações com Luz foram encerradas? Se é isso mesmo, alguém disse para o Luz que as negociações foram encerradas? Isso precisa ficar bem claro com os advs antes de retomarmos ações. Podemos ir pra cima em CWB?”, disse.

Meses depois, em 24 de abril de 2017, no mesmo grupo do Telegram, Galvão enviou um novo documento, que continha novas delações da proposta de colaboração do lobista. O arquivo, intitulado “Novos anexos e complementações.docx”, segundo os metadadosfoi escrito pelos advogados de Luz. O documento trazia detalhes inéditos sobre negócios envolvendo a Neoway em um esquema de corrupção.

Neles, Jorge Luz afirmava: “Paguei ao Vaccarezza para arrumar o negócio. Não me recordo o ano, mas será fácil verificar pela conferência de dados financeiros acessíveis a época que checarmos nossa contabilidade, uma vez que tudo relativo a Neoway foi feito com contratos executados no Brasil por empresas brasileiras, mas creio que seja por volta do ano de 2011/2012”.

Em abril de 2019, o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin determinou que os trechos da delação de Luz relativos à Neoway dessem origem a um processo específico na corte superior. Ele está sob sigilo, mas estava anexado às conversas obtidas pelo Intercept e pode ser lido aqui.

Aparentemente, Deltan e seus colegas de Curitiba se esqueceram da investigação sobre a Neoway quando, em 5 de março de 2018, o chefe da força-tarefa foi contratado para fazer a palestra para a empresa e comemorou enviando uma mensagem no grupo Incendiários ROJ, que reunia procuradores da Lava Jato. O procurador demonstrou entusiasmo e mencionou o dono da firma, Jaime de Paula – que também é citado pelo delator Jorge Luz.

“Olhem que legal. Sexta vou dar palestra para a Neoway, do Jaime de Paula. Vejam a história dele: https://endeavor.org.br/empreendedores-endeavor/jaime-de-paula/. A neoway é empresa de soluções de big data que atende 500 grandes empresas, incluindo grandes bancos etc.”

O procurador da República Júlio Noronha, também integrante da Lava Jato, então sugeriu que Deltan buscasse marcar uma reunião com o dono da Neoway para tratar de produtos para um projeto da Procuradoria chamado de Laboratório de Investigação Anticorrupção, o LInA. “Top Delta!!! De repente, se conseguir um espaço para conversarmos com ele e tentarmos algo para trazer uma solução para agregar ao LInA, seria massa tb!”, disse Noronha.

Deltan concordou e afirmou que iria procurar agradar o empresário. “Exatamente. Isso em que estava no meu plano. Vou até citar ele na palestra pra ver se sensibilizo kkkk”.

Deltan descobriu que a Neoway era investigada em julho de 2018. Mas só avisou a corregedoria em junho de 2019.

Quatro dias depois, Deltan fez a palestra para a Neoway num evento chamado Data Driven Business, realizado no Costão do Santinho, um badalado – e caro – resort em Florianópolis. A estratégia traçada por ele funcionou: no fim daquela mesma noite, ele procurou os colegas noutro grupo, chamado LInA – Coordenação, para marcar a reunião com os representantes da empresa. “Caros podem receber a Neoway de bigdata na segunda para apresentar os produtos???? Ou quarta?”

O procurador afirmou que a companhia cogitava fornecer produtos gratuitamente. “Como fiz um contato bom aqui valeria estar junto. Eles estão considerando fazer de graça. O MP-MG está contratando com inexigibilidade”.

Houve impasse quanto à data da reunião, e Deltan disse que eles deveriam ser rápidos para não perder a oportunidade. “Minha única preocupação é perdermos o timing da boa vontade deles rs. Mas entendo. Marcamos dia 20 então?” Noronha concordou e emendou: “Kkkk a gente ganha eles de novo qdo encontrarmos!”

Os diálogos e documentos analisados pelo Intercept e pela Folha de S.Paulo indicam que a reunião foi realizada, e a ideia de integrar a Neoway ao projeto de sistema de dados da Procuradoria ganhou força internamente.

Foi só quatro meses após ter vendido sua palestra para a Neoway – e já em meio às negociações para a aquisição de produtos da empresa – que Deltan abriu o Telegram e disse aos procuradores que havia descoberto a citação à empresa na colaboração premiada do lobista Jorge Luz apenas naquele momento. “Isso é um pepino pra mim”, afirmou, então. Era 21 de julho de 2018.

Apesar disso, foi só em 4 de junho de 2019 – quase 11 meses depois – que Dallagnol enviou um ofício ao corregedor do Ministério Público Federal, Oswaldo José Barbosa Silva. Nele, confessava que em 3 de março de 2018 (ou seja, havia um ano e três meses) “participei de congresso anual da empresa Neoway, que oferece solucções de bancos de dados e softwares, inclusive para fins de compliance e investigações internas, realizando palestra remunerada por valor de mercado, sobre combate à corrupção e ética nos negócios”.

“Na data da palestra, a empresa não era investigada no âmbito desta força-tarefa da Lava Jato e eu desconhecia que a empresa seria mencionada no futuro em colaboração premiada a qual seria firmada pela procuradoria-geral da República, em Brasília. No sistema que contém informações sobre delações da Lava Jato e em sua base de dados, não constava qualquer menção à existência de delação ou investigação sobre a empresa que pudesse indicar a existência de potencial conflito de interesses”, prosseguiu Deltan.

Mas a Neoway já havia aparecido em documentos oficiais em duas ocasiões. A primeira vez foi no rascunho da proposta de delação de Luz, cujo documento foi criado em março de 2016, de acordo com os metadados. A segunda noutro documento, criado em abril de 2017, que continha novos depoimentos do lobista. Ambos foram enviados ao grupo de Telegram do qual Dallagnol fazia parte. Além disso, convenientemente o procurador deixou de mencionar ao corregedor que nos grupos de Telegram, que não eram uma ferramenta oficial do MPF, ela apareceu pela primeira vez em 22 de março de 2016 – ou seja, quase dois anos antes da palestra. Há ainda outro intervalo de tempo que vale a pena notarmos: Deltan enviou sua confissão voluntária à corregedoria apenas cinco dias antes do Intercept começar a publicar as reportagens sobre os chats da Lava Jato no Telegram, em 9 de junho passado. Na declaração editorial publicada naquele mesmo dia, dissemos que trabalhávamos com o material havia diversas semanas.

21 de julho de 2018 – Chat privado

Deltan Dallagnol – 11:04:20 – Qto isso é ruim? Legalmente não vejo qualquer problema, mas já estou sofrendo por antecipação com as críticas.
Dallagnol – 11:04:20 – Dando uma passada de olhos nos anexos do Luz, vejam o que achei
Dallagnol – 11:04:20 – (pdf ou link perdido)
Dallagnol – 11:04:20 – Empresa de TI que veio apresentar produtos de TI para LJ
Dallagnol – 11:04:20 – Isso é um pepino pra mim. É uma brecha que pode ser usada para me atacar (e a LJ), porque dei palestra remunerada para a Neoway, que vende tecnologia para compliance e due diligence, jamais imaginando que poderia aparecer ou estaria em alguma delação sendo negociada. Quero conversar com Vcs na segunda para ver o que fazer, acho que é o caso de me declarar suspeito e não sei até que ponto isso afeta o trabalho de todos (prov tem que ser redistribuído para colega da PRPR e dai designar todos menos eu para assinar). Pensando rapidamente o que provavelmente poderia fazer
ou informar: -Não tinha conhecimento, não participei da negociação -assim que tomei, me declarei suspeito e me afastei -a palestra remunerada é autorizada pelo CNMP e se deu em contexto de mercado (lançamento de produto de compliance) e por valor de mercado -já recusei palestra por conflito de interesses, mas nesse caso não foi identificado -como voltará à baila a questão das palestras, a maior parte das palestras é gratuita e grande parte do valor é doado.

 

*Matéria completa no The Intercept Brasil

 

Polícia Federal não cumpre ordem de Moro para destruir material do hacker de Araraquara

Em nota, a Polícia Federal desmente Sérgio Moro, diz que a Operação Spoofing não vai analisar as mensagens captadas pelos hackers e que caberá à Justiça definir se o material será destruído; “O conteúdo de quaisquer mensagens que venham a ser localizadas no material apreendido será preservado”.

“O conteúdo de quaisquer mensagens que venham a ser localizadas no material apreendido será preservado, pois faz parte de diálogos privados, obtidos por meio ilegal”, diz a nota.

Ministro Marco Aurélio Mello

Marco Aurélio Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que Sérgio Moro não tem poder para ordenar a destruição das mensagens que estavam com o hacker preso pela Polícia Federal. A intenção do ministro da Justiça é sumir com as conversas onde ele aparece tratando sobre os rumos da operação Lava Jato com membros do Ministério Público Federal de Curitiba.

Moro afirmou ao presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que as mensagens seriam destruídas. O ministro do Supremo interveio e disse que essa não é uma decisão que cabe a um representante do poder executivo. “Cabe ao Judiciário decidir isso, e não à Polícia Federal”, afirmou Marco Aurélio Mello.

Paulo Pimenta

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) postou em suas redes sócias que o seu partido estuda a possibilidade de entrar com uma ação no STF para impedir que Moro suma com as mensagens apreendidas com o hacker. “O PT estuda que medidas poderão ser tomadas imediatamente junto ao STF para impedir que ocorra alguma decisão que resulte na destruição de qualquer material que possa ser considerado prova do inquérito sobre a ação dos supostos hackers no caso da #VazaJato”, publicou o parlamentar.

O parlamentar petista também lembrou que o ministro da Justiça é parte interessada neste caso, já que aparece em diversas conversas que foram publicadas pelo The Intercept. “Uma decisão que possa acarretar destruição de provas jamais poderá ser expedida por Sergio Moro, uma vez que ele é parte envolvida nos fatos relacionados à investigação e não exerce mais qualquer função relacionada ao poder Judiciário”.

Twitter
Mônica Bergamo

@monicabergamo

URGENTE – MARCO AURELIO MELLO, DO STF, DIZ QUE SÓ JUDICIÁRIO PODE DETERMINAR QUE MENSAGENS SEJAM DESTRUÍDAS. MORO AFIRMOU A AUTORIDADES QUE ISSO VAI ACONTECER, MAS ELE NÃO SUPERVISIONA O INQUÉRITO, E SIM O JUIZ VALLISNEY.https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2019/07/ministro-do-stf-diz-que-so-juiz-pode-destruir-mensagens-de-hacker.shtml …

Paulo Pimenta

@DeputadoFederal

ATENÇÃO

O PT estuda que medidas poderão ser tomadas imediatamente junto ao STF para impedir que ocorra alguma decisão que resulte na destruição de qualquer material que possa ser considerado prova do inquérito sobre a ação dos supostos hackers no caso da #VazaJato

 

*Com informações da Forum

Lava Jato conseguiu matar pai e, depois o filho, herdeiro da OAS

Cesar Mata Pires Filho morreu dias após infarto sofrido durante depoimento à Lava Jato.

Poderia ser uma investigação séria, que identificasse os crimes e punisse os culpados. A Lava Jato quis mais. Passou a espalhar o terror, o medo, a destruição sistemática das empresas e as ameaças recorrentes contra os réus.

Conseguiu um feito à altura da Mãos Limpas. Graças a esse clima de terror, em 2017 morreu César Pires, de infarto. Hoje, morre o filho Cesar Mata Pires, 41 anos, também de infarto.

A cerimônia de despedia ao herdeiro da companhia OAS, Cesar Mata Pires Filho, de 40 anos, movimentará o cenário político brasileiro.

Pires Filho tinha relações familiares com os principais clãs políticos do nordeste brasileiro. Ele era neto do falecido senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA). Além disso, era casado com Manuella Paes de Andrade Lopes Oliveira, filha do ex- presidente do Senado Eunício de Oliveira (MDB-CE).

Em 2017, seu pai, fundador da OAS, César Mata Pires, também morreu vítima de um infarto sofrido durante uma caminhada em São Paulo.

Ele era acusado de pagar propinas ao PT e a agentes públicos na construção de um prédio da Petrobras em Salvador.

Incluam-se nessa conta Marisa Letícia e Luiz Carlos Cancellier.

 

*Com informações do GGN

Moro, com seu hacker de Araraquara, está preso na própria teia de picaretagens

Se Moro pretendeu armar mais uma farsa para se salvar da descoberta de suas falcatruas, a coisa só piorou para ele.

Moro, que é um produto 100% made in Globo, não consegue mais incorporar o personagem policial da série criada pelo Projac durante cinco anos.

O figurino do ex-juiz agora é outro. Na verdade, é o inverso daquele de super herói produzido na redação dos Marinho, confeitado por imagens da Polícia Federal prendendo pessoas de vulto no faroeste tropical. Agora, o criminoso é ele e, por conseguinte, Moro foge dos holofotes como o diabo da cruz, ele vive nas sombras do medo.

Sendo assim, ele não consegue herdar o glamour que a Globo lhe deu, mais que isso, transformou-se em uma pulga magra, pois não tem mais como se alimentar dos frequentes prêmios e tapetes vermelhos, como era sua rotina.

Hoje, o super herói está na mira do Intercept, que partiu ao meio a fraudulenta operação Lava Jato.

Moro não tem mais como encenar o herói da produção global e, muito menos pode contar com os procuradores que viveram pendurados na mesma fama, como Dallagnol, Carlos Fernando e cia.

Como dito pelo próprio Dallagnol, que vimos pelas conversas vazadas, que não queria dar entrevista na mídia para não correr o risco de enfrentar um “bola dividida”, tendo que responder sobre coisas incômodas como o sumiço de Queiroz e sua relação carnal com o clã Bolsonaro.

Nada mais é só lucro para a Lava Jato. Agora mesmo, uma nova especulação farsesca de que Jair Bolsonaro também teve seu celular hackeado, transforma-se em adubo contra Moro, porque o mesmo, como juiz, o que é pior, de forma criminosa, fez isso com a presidenta Dilma e ainda produziu um gancho com a Globo para dar a notícia em primeira mão, sabe-se lá a que preço.

E assim um novo cenário vai se impondo a Moro, o de que o impostor não consegue pousar os olhos porque, a cada movimento, a teia de picaretagens que ele produziu nesse tempo todo, fica mais embolada, sufocando ainda mais quem tinha conquistado a fama de xerife nacional.

O verdugo de Curitiba está bebendo literalmente o suco de uma laranja adubada com um agrotóxico dos mais venenosos. A rigor, Moro, agora com a farsa do hacker, está se nutrindo do seu próprio veneno e sem chances de sobreviver.

É unânime entre as pessoas minimamente sensatas, que essa farsa do hacker russo de Araraquara é de um amadorismo jeca tatu, que nem o mais primata dos animais seria capaz de produzir.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

Bolsonaro hackeado: Moro faz trama hacker virar questão de “segurança nacional”

Tudo isso não passa de uma grande palhaçada nacional. Moro, com o auxílio do governo, usa de todos os artifícios, como o dos hackers de Araraquara, para se safar do saco de cimento que carrega nas costas. O problema é que o peso é tanto que já prejudica a sua coluna.

Ministério da Justiça divulga informação preliminar dando conta de o grupo de hacker presos na Operação Spoofing teria invadido o celular de Jair Bolsonaro.

GGN – O Ministério da Justiça sob Sergio Moro comunicou a imprensa, na manhã desta quinta (25), que o grupo de supostos hackers presos nesta semana, no âmbito da Operação Spoofing, violou os aparelhos celulares utilizados pelo presidente Jair Bolsonaro.

Com o alarde antes de uma investigação conclusiva, Moro transforma uma empreitada majoritariamente pessoal (o ex-juiz da Lava Jato está acuado, há semanas, pelas revelações do Intercept) em questão de “segurança nacional”.

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública foi, por questão de segurança nacional, informado pela Polícia Federal de que aparelhos celulares utilizados pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, foram alvos de ataques pelo grupo de hackers preso na última terça feira (23). Por questão de segurança nacional, o fato foi devidamente comunicado ao Presidente da República”, afirmou a Pasta em nota oficial.

Ainda nesta quinta (25), a mídia começou a receber informações da Polícia Federal sobre um dos hackers presos ter admitido que invadiu o celular de Moro e outras autoridades. Apelidado de “Vermelho”, o suspeito teria afirmado que pretendia vender informações ao PT. A presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, repudiou a afirmação e disse que Moro está usando a PF como arma política.

 

 

 

Caso Hacker: Advogado de acusado diz que investigação ‘não tem nada a ver com o Intercept’

Mensagens atribuídas a Moro motivaram acusações de suspeição contra o ministro da Justiça.

BBC – O advogado Ariovaldo Moreira, defensor de Gustavo Henrique Elias Santos, um dos presos pela Polícia Federal (PF) na Operação Spoofing, deflagrada em 23 de julho, última terça-feira, afirmou à BBC News Brasil que seu cliente tem informações a dar sobre a investigação e que o caso “não tem nada a ver” com a publicação de diálogos atribuídos ao ex-juiz e ministro da Justiça Sergio Moro e ao procurador Deltan Dallagnol pelo site The Intercept Brasil.

“Ele vai dizer o que sabe a respeito. Ele não tem envolvimento e, se alguém tem envolvimento, ele vai contar a verdade. Não vai se prejudicar por outras pessoas”, disse Moreira, que chegou nesta quarta-feira, 24 de julho, à Brasília para acompanhar o depoimento do cliente, na sede da PF na capital federal.

Como agiram os suspeitos de invadir o celular de Moro, segundo investigação
Recebo advogados e procuradores, mas obviamente não darei conselhos a ninguém, diz juiz Marcelo Bretas

No despacho em que autoriza a prisão temporária de Santos e de outros três suspeitos, o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira não cita Dallagnol como um dos possíveis alvos da ação criminosa dos quatro suspeitos.

Juiz federal Vallisney de Souza Oliveira não cita Dallagnol como um dos possíveis alvos da ação criminosa de presos da Operação Spoofing.

Isso indicaria que o vazamento apurado pela PF na Operação Spoofing não tem ligação com a eventual invasão à conta de Telegram de Dallagnol.

As mensagens atribuídas a Moro e aos procuradores da Operação Lava Jato motivaram acusações de suspeição contra o ministro da Justiça e de conduta imprópria dos investigadores.

Moro teve de se explicar no Congresso, e sua conduta deve ser avaliada pelo Supremo Tribunal Federal. Em paralelo, a PF abriu investigação sobre a possível invasão de celulares das autoridades.

 

*Da BBC

 

Glenn avisa: hoje tem mais vazamento e põe nua a hipocrisia da Globo

Em uma sequência de tuítes, Glen Greenwald detona a Rede Globo e diz que terá.

O jornalista Glenn Greenwald, editor do site The Intercept, usou o Twitter para criticar o “moralismo” da Globo, que já fez uso de documentos “roubados” anteriormente sem nenhum tipo de problema; “Quando moralizando sobre #VazaJato, algumas estrelas da Globo esquecem de mencionar que eles constantemente reportam documentos roubados”

Após a prisão de “hackers” suspeitos de invadir o celular do ministro Sérgio Moro (Justiça), o jornalista Glenn Greenwald afirmou que a resposta do Intercept “para todas essas fofocas e distrações hoje será simples: mais reportagens desse arquivo, em conjunto com nossos parceiros e com novos”; “As ações de Moro e Deltan foram obscurecidas hoje; não será para sempre”

“Todas as possíveis teorias da conspiração foram divulgadas hoje. Nenhuma alteração 3 pontos-chave: 1) Mesmo no Brasil de Bolsonaro, as evidências são necessárias para provar crimes; hashtags e tweets bazófia de Moro não são suficientes”, escreveu Greenwald no Twitter.

Sobre Snowden

Glenn: Globo publicou comigo documentos roubados na NSA e agora posa de “Moralista”.

“Esse trabalho em 2013 usando documentos roubados por nossa fonte – não apenas com Globo, mas jornais e revistas em todo o mundo – foi o episódio mais orgulhoso da minha carreira jornalística: até agora. #VazaJato é ainda mais importante devido à quantidade de corrupção ocultada.”

“Na verdade, a @RedeGlobo ficou tão orgulhosa que dedicaram uma hora inteira à noite para uma entrevista com a fonte que roubou os documentos, Edward Snowden, de Moscou, para explicar por que os documentos roubados são necessários para o jornalismo.”

“Os principais chefes da @RedeGlobo – incluindo João Roberto Marinho e Ali Kamel – estiveram pessoalmente envolvidos. Eles estavam gratos pela oportunidade de usar esses documentos roubados. Ninguém da Globo chegou a sugerir que era errado usar documentos roubados para reportart.”

“O jornalismo mais importante é freqüentemente feito com fontes que ilegalmente obtêm informações (veja ‘Papéis do Pentágono’) e todas as maneiras pelas quais jornalistas revelaram crimes de guerra nos EUA durante o Vietnã, Watergate e a Guerra ao Terror”, continua.

“Quando moralizando sobre #VazaJato, algumas estrelas da Globo esquecem de mencionar que eles constantemente reportam documentos roubados – não só com LJ mas tb em 2013, quando o @JornalOGlobo, o @RevistaEpoca e o @ShowDavida usaram os documentos roubados de Snowden. Vamos lembrar:”

“O uso de documentos roubados pela Globo para reportar começou com a @JornalOGlobo, que colocou 2 vezes em sua primeira página reportagem comigo baseado exclusivamente em documentos que eles sabiam terem sido roubados da NSA. Eu não ouvi ninguém na Globo se opor a fazer isso.”

 

 

O hacker bolsominion: um dos acusados de invadir os celulares de Moro e procuradores é bolsonarista

Fórum apurou junto a moradores da cidade que um dos suspeitos presos por supostamente invadir o celular de autoridades, Gustavo Henrique Elias Santos, conhecido como DJ Guto Dubra, era “bolsominion” fervoroso; perfis de redes sociais do suposto “hacker” foram deletados.

Informações obtidas pela Fórum em contato com moradores de Araraquara (SP) ampliam as suspeitas sobre a prisão relâmpago de quatro supostos hackers que, segundo a Polícia Federal, teriam invadido o celular de autoridades, como o do ministro da Justiça, Sérgio Moro. O próprio ministro, nesta quarta-feira (24), sinalizou que os suspeitos detidos seriam os responsáveis por vazar conversas entre ele e procuradores da Lava Jato ao site The Intercept Brasil.

Um dos supostos hackers de Araraquara, no entanto, era apoiador fervoroso de Jair Bolsonaro, o que torna o caso no mínimo estranho, já que o hackeamento do celular de um ministro atingiria o governo que o suposto hacker apoia.

Fórum analisou as redes sociais de amigos e conhecidos de Gustavo Henrique Elias Santos, conhecido como DJ Guto Dubra, e constatou que sua posição política era conhecida na cidade.

Um dos moradores de Araraquara que postou comentários neste sentindo, aceitou falar à reportagem em condição de anonimato. Ele disse que não chegou a ser amigo do DJ, mas que o conhecia de algumas festas que promovia.

“Só coisas xingando Lula, Dilma, pedindo porte de arma”, disse a fonte sobre as postagens de Santos, reforçando que ele era “muito bolsominion”.

O DJ, segundo esta mesma fonte, ganhou ainda mais “fama” na cidade em setembro do ano passado, quando perdeu dois cachorros. Ele fazia postagens de divulgação e pedia ajuda para encontrar os animais de estimação nas redes sociais. Quando encontrou um dos cachorros, sua história se tornou notícia no site G1. Naquela época, véspera de eleição, seu nome ficou em evidência e, consequentemente, suas postagens de apoio a Bolsonaro que, de acordo com fontes ouvidas pela Fórum, eram públicas. Na terça-feira (23), dia da prisão, os perfis de Gustavo Henrique nas redes sociais, no entanto, já haviam sido deletados.

Bolsominion com Lula Livre?

A informação de que um dos suspeitos de hackear o celular de Moro era apoiador de Bolsonaro entra em conflito direto com a informação de que um outro suspeito preso, Walter Delgatti Neto, mais conhecido como Vermelho, era critico do atual governo e simpatizante do PT.

Depois de 8 anos longe do Twitter, Vermelho voltou à rede social com postagens sobre políticas e até mesmo pedidos de “Lula Livre”.

Para a PF, o DJ Gustavo, Vermelho e outros dois suspeitos presos atuaram em conjunto.

“É estranho um cara desse, que só postava coisa de esquerda no Twitter, ser comparsa de um bolsominion”, comentou um dos moradores de Araraquara ouvido pela Fórum.

 

*Com informações da Forum