Mês: setembro 2020

Vídeo: Secom de Bolsonaro faz com Cesar Tralli o que Tralli fez com Lula em 2006

Hoje, pouca gente se lembra do flagrante forjado por Cesar Tralli e seu primo, da Federal, no caso que ficou conhecido como “escândalo dos aloprados”.

O objetivo era impedir que Lula vencesse a eleição, em 2006, já no 1º turno contra Alckmin e a farsa obteve êxito. A eleição foi para o 2º turno e Lula venceu.

Agora, Tralli prova do mesmo veneno.

A secretaria de Comunicação do governo Bolsonaro, Secom, espalhou uma fake news contra Cesar Tralli nas redes sociais.

Cesar Tralli, da Globo, leu uma nota ao vivo da Associação Brasileira de Imprensa sobre as mentiras que Bolsonaro contou na ONU.

A Secom editou o vídeo e divulgou apenas um trecho dando a entender que era uma opinião de Tralli.

Feita a armação grosseira, a Secom fixou o post em seu perfil no Twitter.
O fato é grave porque a Secom é um órgão oficial e essa farsa forjada por quem comanda a Secretaria de Comunicação, certamente, consequências graves.

Mas não deixa de ser irônico ver a Globo e Cesar Tralli, que forjaram no Jornal Nacional um falso flagrante contra os ditos “aloprados” para criminalizar a campanha de Lula, tendo que beber o veneno vindo do governo Bolsonaro que a Globo trabalhou duro para eleger contra o PT.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

Escárnio: A laranja ‘Wal do Açaí’ registra candidatura para vereadora como ‘Wal Bolsonaro’

A mais famosa laranja da salada de frutas de Jair Bolsonaro, Wal do Açaí, é candidata a vereadora com a marca do clã e registrará o nome de guerra da família que comanda esquema criminoso do qual Wal é parte. Vai ser apresentada como Wal Bolsonaro.

É um escárnio com a cara do brasileiro e com a justiça brasileira.

Isso mostra como Bolsonaro tem certeza de que a justiça nunca vai importunar o seu clã.

Conhecida como ‘Wal do Açaí’, Walderice é investigada por ter sido funcionária fantasma no período em que “assessorou” Jair Bolsonaro.

A situação da ex-assessora parlamentar se encontra como “aguardando julgamento” no site do TSE. O fato de ela ser investigada não a impede de postular o cargo de vereadora no fim do ano.

Agora candidata, tem uma página no Facebook,  antes com o nome Wal do Açaí, posteriormente alterado para Wal Bolsonaro, onde tem fotos com o senador Flávio Bolsonaro, os deputados Eduardo Bolsonaro, Hélio Lopes, Alana Passos e Anderson Moraes.

Ela também registrou uma reunião com o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, para discutir a ampliação e reurbanização do aeroporto de Angra dos Reis. A candidata tem o apoio da família Bolsonaro e de seus aliados mais fiéis.

 

*Da redação

 

Vídeo: Como o vizinho de Bolsonaro, Ronnie Lessa, assassino de Marielle, contou com a ajuda da polícia para reabrir bingo

O policial militar aposentado Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, recorreu à ajuda de dois delegados e um chefe de investigação da Polícia Civil para reabrir seu cassino clandestino localizado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, e reaver 79 máquinas de caça-níquel que tinham sido apreendidas.

Mesmo de posse de um relatório conjunto da PF (Polícia Federal) e do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) que apontava Lessa como um dos donos da casa de jogatina, a Polícia Civil fluminense entregou à Justiça um inquérito sobre o caso indiciá-lo e sem ao menos interrogar os policiais militares responsáveis pela operação que fechou o lugar.

O relatório da PF e do MP-RJ consta nos autos do inquérito do Caso Marielle, desde março de 2019, quando Lessa foi preso e teve o celular apreendido. O documento traz mensagens de aplicativo WhatsApp trocadas pelo policial militar aposentado, seus comparsas e policiais civis que deveriam investigá-lo

 

*Com informações do Uol

 

Brasil chega a 140 mil mortos por Covid e Bolsonaro se diverte: “Dormem de máscara, mas pegaram o vírus”

Ao lado de Ricardo Salles, Bolsonaro resolveu fazer chacota de quem, segundo ele, usa máscara 24 horas por dia, dorme de máscara e pegou o vírus, referindo-se à alta cúpula do poder em Brasília, alguns do executivo, do Judiciário e do legislativo que se contaminaram com a Covid-19 quando participaram de eventos oficiais.

O que o presidente não comentou é que muitas autoridades justamente tiraram as máscaras para aparecerem em fotos e cumprimentarem os presentes.

Isso acontece no momento em que o país, muito por sua culpa, chega à desastrosa marca de 140 mil mortos por Covid, e Bolsonaro alimenta o deboche e a receita: “um dia vai ter que sair da toca e vai acabar pegando o vírus. Como enfrentar o vírus? Com vitamina D”, sentenciou o chefe do Clã Bolsonaro.

 

*Da redação

 

Ibope é frustrante para Bolsonaro e aprovação dificilmente se sustentará, afirma Marcos Coimbra

O aumento da popularidade do governo de Jair Bolsonaro indicado por pesquisa CNI/Ibope divulgada na quinta-feira 24 se deve, basicamente, ao auxílio emergencial de 600 reais. É o que constata o sociólogo Marcos Coimbra, presidente do Instituto Vox Populi e colunista de CartaCapital. “É um resultado muito ruim para o Bolsonaro ter melhorado 10 pontos depois de gastar 300 bilhões de reais. É como se cada ponto representasse uma despesa de 30 bilhões. É muito pouco”, afirmou Coimbra em contato com a reportagem de Carta Capital.

O levantamento aponta que subiu a aprovação do governo na comparação com a última pesquisa CNI/Ibope, realizada em dezembro de 2019. 40% dos entrevistados classificam a gestão como ótima ou boa, ante 29% da última pesquisa. Segundo o levantamento, a avaliação da gestão Bolsonaro cresceu principalmente entre os entrevistados que têm renda familiar de até um salário mínimo.

“Eu acho que essa pesquisa, no fundo, é frustrante para o Bolsonaro, porque era para ter melhorado muito mais se a imagem dele tivesse, de fato, potencial de crescimento”, analisa Coimbra.

Leia a seguir os principais pontos da entrevista com Marcos Coimbra realizada nesta sexta-feira 25:

Marcos Coimbra: Provavelmente a principal, se não for a única razão dessa melhora do Bolsonaro, é o auxílio emergencial. É uma melhora de 10 pontos, se compararmos a situação da pesquisa anterior com essa nova. 10 pontos são muito, mas também são pouco, considerando o que aconteceu nesses meses entre a pesquisa anterior e esta.

CC: É um aumento sustentável?

MC: Tudo indica que o aumento desses 10 pontos é fruto do auxílio emergencial. Afinal de contas, do ponto de vista do governo, é talvez a única coisa boa que tivemos desde o início do ano – boa para quem recebeu e objetivamente precisava. Então, sim, é o resultado dos seis meses de auxílio emergencial, e é um resultado que dificilmente se sustenta nos próximos meses.

CC: Entre as áreas que mostram melhora na avaliação ante os resultados da pesquisa de dezembro, estão o combate à fome e à pobreza (de 40% para 48%) e a Saúde (de 36% para 43%). Como explicar isso diante do cenário de catástrofe que o Brasil enfrenta?

MC: Para a maioria das pessoas, avaliar o governo é sempre algo que tem a ver com um conjunto de ações. E quando existe uma ação que chama mais a atenção das pessoas, é essa que puxa o conjunto da avaliação das outras áreas. E é isso que eu acho que aconteceu na comparação da pesquisa anterior com essa. Houve algo que foi muito visível e foi bem avaliado [o auxílio emergencial] e esse algo faz com que as outras coisas tenham menos importância.

CC: Bolsonaro surfa, portanto, no auxílio emergencial de 600 reais, que a rigor é uma conquista da oposição no Congresso Nacional. A oposição falha ao permitir que predomine a narrativa de Jair Bolsonaro?

MC: Não considero que a paternidade do auxílio emergencial no Bolsonaro seja um sinal de incompetência ou incapacidade da oposição de tomar posse do que genuinamente é dela. Para as pessoas comuns, o que vem do governo é fundamentalmente uma decisão do governo federal, mesmo que tenha nascido de uma proposta no Congresso e que no Congresso essa proposta tenha sido formulada originalmente pela oposição. Então, para as pessoas, quem concede o auxílio é o governo, e a origem da iniciativa legislativa é pouco importante.

CC: Esse aumento de popularidade deve fazer Bolsonaro participar mais ativamente das eleições municipais?

MC: Difícil dizer. Bolsonaro preferiu não se expor na eleição municipal, sabendo que tem poucos candidatos que têm perspectiva eleitoral real nas principais cidades e nas capitais, para que ele possa depois dizer que ganhou a eleição. O melhor resultado para ele, na eleição municipal deste ano, é não ficar com cara de quem perdeu, porque a cara de quem ganhou ele sabe que não vai ter.

CC: Esses dados mexem no tabuleiro das projeções sobre 2022?

MC: A eleição de 2022 está longe, e é muito pouco provável que essa melhora de 10 pontos que ele experimentou este ano se sustente ao longo dos próximos dois, a menos que ele tenha dinheiro para continuar a fazer o que fez. Afinal de contas, estamos falando de uma melhora que vem como resultado de uma despesa da ordem de 50 bilhões de reais ao mês. Já foram 250 bilhões diretos no auxílio emergencial, mais 50 [bilhões] nos programas de sustentação de emprego e salários e ainda tem mais 75 bilhões até o final do ano.

É difícil imaginar que ele tenha outros 300 bilhões para gastar por ano daqui até 2022. O cenário para Bolsonaro é complicado porque ele não tem condições de manter essa imensa despesa pública. Não estou questionando se devia ou não devia fazer, porque era óbvio que a população precisava de um auxílio emergencial durante o período em que o país estava parado. Agora, a questão é a continuidade disso. E é um resultado muito ruim para o Bolsonaro ter melhorado 10 pontos depois de gastar 300 bilhões de reais.

É como se cada ponto representasse uma despesa de 30 bilhões. É muito pouco. É um sinal de que a imagem dele tem pouca capacidade de crescimento, a não ser que ele continue a gastar trilhões, tirando esses trilhões do bolso da sociedade – porque, em última instância, quem pagou esse auxílio emergencial não foi ele, foi a sociedade, e dificilmente esse custo é sustentável.

Portanto, eu acho que essa pesquisa, no fundo, é frustrante para o Bolsonaro, porque era para ter melhorado muito mais se a imagem dele tivesse, de fato, potencial de crescimento.

 

*Com informações da Carta Capital

 

 

 

Flávio Bolsonaro declarou à Receita ‘doações em espécie’ de R$ 733 mil para a mãe

Apesar do alto valor, ele informou ter contraído dívidas e ter passado por redução patrimonial no período.

Em sua declaração de Imposto de Renda do ano de 2010, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) informou à Receita Federal a realização de “doações em espécie” no valor de R$ 733 mil para a mãe dele, Rogéria Nantes Bolsonaro. Apesar do alto valor, a doação foi feita em um ano no qual o “02”, como é chamado pelo pai, o presidente Jair Bolsonaro, declarou uma redução de patrimônio de 30% e uma dívida de R$ 285 mil.

Parte dessa dívida é proveniente de empréstimos obtidos com dois assessores de Jair Bolsonaro, à época deputado federal. Já na evolução patrimonial, Flávio tinha informado possuir bens que totalizavam R$ 690,9 mil em 2009, mas o valor caiu para R$ 485,4 mil no ano seguinte. Procurado, o senador disse, por meio da defesa, que estava impedido de comentar questões sigilosas sobre sua vida financeira e negou irregularidades.

Em 2010, Flávio já era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O período é investigado pelo Ministério Público estadual sob suspeita da existência de um esquema de “rachadinha” (devolução de salários) em seu gabinete na Alerj. O repasse feito à sua mãe é mais do que quatro vezes os rendimentos recebidos por Flávio de seu salário da Alerj naquele ano, declarados no valor de R$ 173 mil. Nesse mesmo ano, ele declarou ter vendido um conjunto de salas comerciais por um valor nominal de R$ 854 mil. Essas transações imobiliárias, que também incluíram dinheiro em espécie, estão sob investigação do MP do Rio sob suspeita de serem uma estratégia para lavagem de dinheiro.

 

*Com informações de O Globo

 

Pesquisa Exame/Ideia desmente Ibope e mostra queda acentuada na aprovação de Bolsonaro

Neste caso, depois da bonança sempre vem a tempestade.

Depois de uma alta de popularidade nas últimas semanas, a desaprovação ao governo do presidente Jair Bolsonaro voltou a subir. Agora, 42% dos brasileiros se dizem insatisfeitos com os rumos da gestão federal e apenas 35% aprovam o governo. É o nível mais baixo de aprovação desde o pico da pandemia, em março e abril, período que coincidiu com a saída dos ex-ministros Sergio Moro e Luiz Henrique Mandetta.

É o que mostram os novos resultados da última pesquisa exclusiva de EXAME/IDEIA, projeto que une Exame Research, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública.

No início deste mês, a popularidade do presidente atingiu o maior nível desde fevereiro, chegando a 40%, de acordo com os dados do levantamento anterior de EXAME/IDEIA.

A aprovação ao governo vinha crescendo desde meados de agosto, quando os efeitos positivos do auxílio emergencial de 600 reais ainda eram sentidos por boa parte da população. “Já havia, no entanto, uma indicação de alta do viés negativo em relação ao presidente em função do aumento de preços, o que se confirmou nesta última pesquisa”, diz Maurício Moura, fundador do IDEIA.

O levantamento foi realizado com 1.200 pessoas, por telefone, em todas as regiões do país, entre os dias 21 e 24 de setembro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

A desaprovação ao governo é maior entre a população mais vulnerável, que mais sofre os efeitos da crise econômica causada pela pandemia e da inflação.

No grupo dos mais decepcionados com o presidente estão aqueles que não conseguiram completar o ensino fundamental (41%) e ganham até um salário mínimo (54%). Já entre os brasileiros que seguem apoiando o governo, a maioria é formada por pessoas com renda superior a cinco salários mínimos (49%), com diploma universitário (40%) e é moradora da região centro-oeste (42%).

“O aumento do custo de produtos básicos, como o arroz, e o sentimento de que os preços não vão baixar, jogam contra o governo do presidente Jair Bolsonaro”, diz Moura. “O fim do auxílio emergencial de 600 reais é outro fator que ajuda a entender os resultados da pesquisa”.

A pesquisa EXAME/IDEIA também revela que hoje 34% dos brasileiros consideram o governo ótimo ou bom. Outros 26% avaliam a gestão do presidente como regular e 39% classificam sua administração como ruim ou péssima.

As percepções mudam de acordo com a região do país e o gênero do entrevistado. Um terço das mulheres avalia o governo como péssimo, enquanto 17% dos homens vão na direção contrária, considerando a gestão do presidente como ótima.

Para 32% dos moradores da região norte, o governo é apenas regular. No Sul, 29% das pessoas consideram a gestão de Bolsonaro como boa. Entre aqueles que avaliam o governo como ruim, um terço mora no Norte ou Nordeste.

A luz amarela já tinha acendido na pesquisa anterior, do dia 10 de setembro, quando havia aumentado o número de brasileiros (30%) que avaliam o governo como regular.

“Boa parte da população estava em compasso de espera”, diz Moura. “Uma das principais questões girava ao redor da inflação de itens essenciais, como os alimentos, e do programa de auxílio emergencial. A manutenção do aumento de preços exerceu um impacto importante na avaliação do presidente, já que trata-se de algo pesa diretamente no bolso das famílias”.

 

*Com informações da Exame

 

 

Bolsonaro, que devolveu o Brasil ao mapa da fome, tem 40% de aprovação; incoerência? Não

Se Bolsonaro tem hoje apoio da parcela mais pobre da população, justo a que ele devolveu ao mapa da fome, qual o sentido dessa camada dizer que aprova o seu governo se o desemprego também é recorde, se o preço da sexta básica também disparou e se são justo os pobres a grande maioria das vítimas fatais do negacionismo criminoso de Bolsonaro na pandemia?

Quando se olha esse quadro dramático e o resultado da última pesquisa Ibope, não se vê incoerência, ao contrário, o resultado é extremamente coerente. Primeiro, porque o auxílio emergencial de R$ 600, em muitos casos, de R$ 1.200, não só alimentou uma população faminta, como também serviu de colchão para que a economia não desabasse ainda mais e que o tombo do PIB fosse de 10%, que, sem dúvida, é enorme, mas seria muito maior não fosse a circulação desse dinheiro.

Não foi Bolsonaro que criou o auxílio emergencial de R$ 600, sua proposta era de pagar R$ 200, mas o Congresso puxou o valor para o triplo. Mas a imensa maior parte da população não sabe ou não está interessada em saber, pelo tipo de vida miserável que leva e pela luta incessante pela sobrevivência diária.

Num país com o nível de desigualdade que tem promovido pela voracidade e mesquinhez da elite brasileira, toda a análise precisa partir daí, das condições de opressão construídas milimetricamente pela classe dominante para subjugar o povo.

A consequência não poderia ser outra. Possivelmente, quando as próximas parcelas do auxílio chegarem pela metade, Bolsonaro terá uma queda na sua aprovação, porque a economia brasileira não dá o menor sinal de vida e os investimentos internacionais, por sua política predatória, desabaram 85%.

Isso, para qualquer economia do mundo, é um desastre. No caso do Brasil é uma hecatombe ao quadrado. Sem falar que nunca foi tão desvantajosa para o país a relação comercial com os EUA.

Junta-se a isso o fato de que, com Bolsonaro, o real foi a moeda que mais se desvalorizou frente ao dólar no mundo. A exportação de alimentos provocou uma alta assustadora nos preços no que é mais caro e, agora, raro à mesa do brasileiro.

Por último e não menos importante, a realidade entre um governo que quer impor o Estado mínimo para agradar o mercado e, por outro lado, só ficará de pé se tiver um programa que apresente de fato uma solução para milhões de brasileiros do nível do auxílio emergencial, o que certamente fará o mercado berrar e tirar a mão da cabeça de Bolsonaro.

Seja como for, a pesquisa Ibope também mostra que Bolsonaro perdeu muito de sua base eleitoral, a classe média. Muito desse derretimento já vinha sendo observado e, ao que tudo indica, é uma perda sem volta, ao contrário do apoio que ele tem dos pobres, muito mais pelo auxílio emergencial, do que pelo resultado de outras políticas de seu governo.

O Ibope disse muito sobre o momento atual, e nada sobre o futuro próximo do governo Bolsonaro.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

Vídeo: Caem prefeito e governador do Rio e nada acontece com Carlos, Eduardo e Flávio, todos Bolsonaro

Jornal Nacional, da Globo, escancara como a família Bolsonaro compra imóveis com dinheiro vivo, como é comum no mundo da contravenção.

Tudo devidamente registrado em cartório, como mostra a reportagem.
Ou seja, caem prefeito e governador do Rio de Janeiro e nada acontece com o vereador Carlos, o deputado Eduardo e o senador Flávio, todos Bolsonaro.

Se eles não têm um grande negócio privado, com certeza, os recursos são públicos e, como tal, são fruto de corrupção. E se são fruto de corrupção, não se vê sentido, diante de tantas provas documentais, a impunidade de um vereador, de um deputado e de um senador do Rio de Janeiro, envolvendo tanto dinheiro, o que revela que o clã familiar dos Bolsonaro é uma organização criminosa, mas eles seguem blindados pela justiça, enquanto a mesma justiça cassa o mandato do governador do estado, Wilson Witzel e torna o prefeito Crivella inelegível até 2026.

Não há explicação possível para um despautério desse. Não verdade, a amplitude do clã Bolsonaro não se restringe à práticas miúdas, mas de um clero abastado, enraizado na família a partir do próprio Jair Bolsonaro que teve como missão fazer dos filhos integrantes de sua própria organização .

Isso escancara que a corte dos Bolsonaro tem um tratamento exclusivo da justiça brasileira, com critérios próprios, o que causa a incompreensão da sociedade diante de tamanha aberração.

https://www.facebook.com/100008221110280/videos/2850185498598793/?extid=ujEr8CSxoYhGvIaL

 

*Da redação

 

Enquanto Bolsonaro banca a tiete Trump, exportações brasileiras aos EUA desabam 32% e déficit dispara

No Senado, chanceler Araújo diz que frutos de relação com Casa Branca virão no futuro; na contramão dessa tendência, os negócios com a criticada China registram alta de 6%.

A propalada parceria que os governos Jair Bolsonaro e Donald Trump costumam se vangloriar não tem se refletido, na prática, no ambiente de negócios entre o Brasil e os Estados Unidos. Mesmo considerando a desaceleração do comércio mundial provocada pela pandemia ―queda geral de 9,6% nos negócios brasileiros com o mundo ―, a balança comercial entre os dois países teve uma queda considerável, sofrendo uma redução de 25% entre janeiro e agosto deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. A queda nas vendas brasileiras ao mercado norte-americano foi ainda maior, da ordem de 32% ―passaram de 19,8 bilhões de dólares entre janeiro e agosto de 2019 para 13,4 bilhões de dólares no mesmo período de 2020, tendo petróleo e semi-manufaturados como principais itens. Os EUA venderam menos ao Brasil, mas o ritmo da redução foi menos agudo, de 18%. O déficit na balança comercial entre os dois países fechou em mais de 3 bilhões negativos para o Brasil até agosto, contra apenas pouco mais de 200 milhões negativos no ano passado.

Do outro lado, os negócios com a China – uma vítima constante de críticas do governo e da família Bolsonaro – cresceram quase 6%, com a rápida recuperação do país asiático após o surto de coronavírus e a forte demanda de Pequim por produtos agropecuários. Os chineses são o maior parceiro comercial do Brasil, tendo ultrapassado os EUA em 2009, e um destino fundamental para as vendas do agronegócio nacional.

Além da China, só houve incremento nas vendas e compras para a Holanda, porta de entrada da União Europeia, e para o Canadá, com recuo geral de 9% nos negócios do Brasil com o mundo. Os chineses, frequentemente criticados por membros do Palácio do Planalto, são o maior parceiro comercial brasileiro e os negócios entre os dois países giraram em torno de 69,1 bilhões de dólares (cerca de 380 bilhões de reais), com saldo para o Brasil em alta, em torno de 25,5 bilhões de dólares. Os EUA, apontados como parceiros prioritários, são o segundo, com 29,8 bilhões de dólares (164,2 bilhões de reais aproximadamente).

Os números do comércio exterior com os EUA não são confortáveis para o Itamaraty, que tem sido criticado por especialistas e opositores pela suposta subserviência à gestão Trump e por pouco lucrar com esse alinhamento automático em diversos temas. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, esteve nesta quinta-feira na Comissão de Relações Exteriores do Senado para debater exatamente esse assunto, depois de ele ter ganhado relevância com a visita do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, a Boa Vista na semana passada, quando ele visitou instalações de acolhida para refugiados venezuelanos. A viagem foi considerada uma agenda político-eleitoral de Pompeo, que defende a reeleição de Trump no pleito que ocorre em novembro. Bolsonaro sempre deixou claro que tem preferência pela reeleição do candidato republicano.

Diplomatas em Brasília em compasso de espera

Araújo refutou essa avaliação quase unânime, dizendo que ela não fazia sentido: “Existe nos Estados Unidos uma grande convergência entre republicanos e democratas sobre a situação na Venezuela”, disse o chanceler, sobre a crise no país caribenho. Na prática, o Brasil tem feito mais concessões do que recebido. Alguns dos exemplos: aceitou aumentar a cota de etanol que importa dos Estados Unidos, não se queixou da queda de 80% na venda de aço para os americanos e concordou em ceder a vaga de presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento para um aliado de Trump. Além disso, Bolsonaro suspendeu a obrigatoriedade de vistos para americanos que querem visitar o Brasil sem que houvesse um gesto recíproco por parte de Washington e ouviu uma promessa, até agora não cumprida, de apoio para ingresso na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

No encontro com os senadores, o chanceler brasileiro afirmou que a parceria com os americanos não é imediata, mas em breve deve gerar frutos. Conforme os dados que ele levou aos parlamentares, há três acordos em vias de serem concluídos: um que trata da facilitação de comércio envolvendo principalmente etanol e açúcar, outro que abordará a convergência regulatória e um que prevê medidas anticorrupção.

Diplomatas de cinco países ouvidos pela reportagem estão reticentes sobre os rumos da política externa brasileira. Dizem que têm preferido deixar qualquer conversa com a cúpula do Itamaraty para o período pós eleição norte-americana porque não estão seguros se prevalecerá o antes usual pragmatismo brasileiro ou a ideologia, caso o democrata Joe Biden derrote o republicano Trump na corrida eleitoral. “A derrota ou vitória de Trump vai dar o rumo da política do Itamaraty no próximo ano”, disse um diplomata europeu.

Araújo, por sua vez, afirmou aos parlamentares que entende que o relacionamento entre os dois países será mantido, independentemente de quem vencer o pleito de novembro. “Tudo que nós estamos fazendo com os Estados Unidos eu tenho certeza que é de interesse permanente para os dois países. Um Governo democrata provavelmente manteria esse mesmo enfoque”, disse o chanceler.

 

*Com informações do El País