Quando uma imagem vale mais que mil palavrórios na Globo

Lógico que Boulos e Manuela têm luz própria, mas são luzes da esquerda que se expressam de forma segura rumo a uma união de forças que já vem sendo construída há um bom tempo entre PT, Psol e PCdoB.

Quem faz parte dessa união compõe o campo da esquerda, isso basta. O encontro de ideias constrói harmonia entre os partidos de esquerda e, assim, forma-se a unidade, a comunhão, tendo a esquerda como origem.

Isso tira de imediato qualquer palavrório direcionado a alfinetar Lula como se o PT saísse derrotado dessa eleição, quando Benedita, segundo boca de urna, fez uma campanha extraordinária, contagiante numa cidade dominada pela milícia bolsonarista e, tudo indica, só não vai para o segundo turno, porque, mesmo que Bolsonaro tenha queimado o filme de Crivella quando declarou seu apoio a ele, uma grande parcela de evangélicos correu para acudir a candidatura daquele que, certamente, é um dos piores prefeitos da história do Rio de Janeiro.

Mas a Globo só pensa em uma coisa, fazer contas para ver se Lula saiu ganhando ou perdendo. Isso é uma tara, uma obsessão, uma doença incurável dos Marinho, principalmente porque Lula veio de onde veio e chegou aonde chegou, colocando de joelhos por quatro vezes o maior império de comunicação da América Latina e um dos maiores do mundo.

Quando se liga a Globonews, vê-se o contorcionismo retórico dos comentaristas que obrigou a Globo a substituir o álcool em gel por gelol, tal o malabarismo que a turma, composta por Merval, Camarotti e cia., faz para esticar os músculos da face para duas coisas, tentar arrumar uma derrota do PT e, consequentemente de Lula e não abrir o bico sobre a existência de uma espécie de mentor espiritual dos Marinho, o eterno presidente de honra do PSDB, FHC, já que, em pleno tucanistão, Bruno Covas, que conseguiu, por ora, manter a hegemonia tucana, só conseguiu esse feito até agora na capital paulista, porque justamente escondeu FHC, Dória e a própria sigla do PSDB no sótão da casa grande.

A Globo não faz a menor questão de lembrar que Bruno Covas é um tucano, com medo de talhar de vez uma candidatura que prometia muito mais que a própria Globo, através da língua de trapo de Merval, tinha anunciado a vitória do tucano já no primeiro turno.

A emissora, comicamente, tenta construir uma suposta derrota de Lula com a ascensão de Manuela e Boulos, mostrando estar apavorada com a união das esquerdas em torno de Lula na eleição de 2022, sobretudo porque ela própria já reconheceu que o grande derrotado dessa eleição é Bolsonaro.

A Globo sabe que a direita não tem como inventar um candidato e, muito menos rebocar algum do departamento de recuperados.

Boulos e Manuela terão todo apoio e vibração dos petistas para que Manuela sustente a sua posição em primeiro, e Boulos ultrapasse Bruno Covas no segundo turno.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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