Ano: 2020

Joe Biden entregou ao Brasil provas de torturas e mortes na ditadura, que Bolsonaro nega

Se havia alguma dúvida de que o presidente brasileiro Jair Bolsonaro e o presidenciável democrata Joe Biden estão em lados políticos opostos, o debate entre Biden e o presidente Trump na última semana tratou de dissipá-las. Na ocasião, Biden, favorito para vencer o pleito de 3 de novembro pelas atuais pesquisas, criticou a devastação da Amazônia e aventou até sanções econômicas ao país.

O meio ambiente, no entanto, está longe de ser o único tema de discordância entre Biden e Bolsonaro. O ex-vice-presidente americano está no centro de uma das empreitadas pelas quais o atual presidente brasileiro mais demonstrou desprezo e resistência: a apuração, pela CNV (Comissão Nacional da Verdade), de crimes e violações cometidos por agentes públicos durante a ditadura militar, entre 1964 e 1985.

Em 17 de junho de 2014, Biden, o então vice-presidente na gestão Barack Obama, desembarcou em Brasília com um objeto especial na bagagem: um HD com 43 documentos produzidos por autoridades americanas entre os anos de 1967 e 1977. A partir de informações passadas não só por vítimas, mas por informantes dentro das Forças Armadas e dos serviços de repressão, os relatórios americanos detalhavam informações sobre censura, tortura e assassinatos cometidos pelo regime militar do Brasil.

Até aquele momento, a maior parte dos documentos era considerada secreta pelo governo dos Estados Unidos, que apoiou e colaborou com a ditadura durante boa parte do período em que os militares estiveram.

Biden sabia bem do que se tratava. E sabia também que produziria impacto real ao passar a mídia para as mãos da então presidente brasileira Dilma Rousseff, ela mesma uma das oposicionistas torturadas nos porões da ditadura.

É certo que o governo americano poderia ter enviado o material por internet, pela embaixada nos Estados Unidos.

Mas a gestão Obama-Biden queria gravar seu nome no ato de abertura dos documentos, como um manifesto pela transparência e pelos direitos humanos.

Mais do que isso, queria melhorar relações diplomáticas com base na troca de informações altamente relevantes para a história de países como Brasil, Argentina e Chile.

No caso do Brasil, isso era ainda mais estratégico já que a revelação, meses antes, de que a Agência Nacional de Segurança americana (NSA, na sigla em inglês) havia espionado conversas da mandatária brasileira abalou o alicerce das relações entre os dois países.

“Estou feliz de anunciar que os Estados Unidos iniciaram um projeto especial para desclassificar e compartilhar com a Comissão Nacional da Verdade documentos que podem lançar luz sobre essa ditadura de 21 anos, o que é, obviamente, de grande interesse da presidente”, afirmou Biden, sorridente, ao lado de Dilma.

Sem ditadura

A própria definição dada por Biden do regime militar é hoje refutada por Bolsonaro, que nega ter havido ditadura no país.

“Espero que olhando documentos do nosso passado possamos focar na imensa promessa do futuro”, concluiu Biden.

Cinco anos após esse encontro entre Dilma e Biden, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro desqualificou por completo as revelações feitas pela CNV, das quais os documentos trazidos por Biden são peça fundamental.

“A questão de 64 não existem documentos se matou ou não matou, isso aí é balela, está certo?”, disse Bolsonaro.

O presidente respondia à imprensa, que questionava uma declaração sua dada no dia anterior para atingir o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz. Bolsonaro disse para Santa Cruz que poderia esclarecer a ele como seu pai havia desaparecido.

De acordo com a Comissão Nacional da Verdade, Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira, pai do presidente da OAB, foi visto pela última vez em fevereiro de 1974, quando foi preso no Rio de Janeiro por agentes do DOI-Codi. Oliveira jamais voltou a ser visto. Ele morreu nas mãos dos agentes.

“Comissão da Verdade? Você acredita em Comissão da Verdade? Você quer documento para isso, meu Deus do céu? Documento é quando você casa, quando você se divorcia. Eles têm documento dizendo o contrário?”, acrescentou Bolsonaro.

Mas, afinal, o que há nos documentos trazidos por Biden?

“O suspeito é deixado nu, sentado e sozinho em uma cela completamente escura ou refrigerada por várias horas. Na cela há alto-falantes, que emitem gritos, sirenes e apitos em altos decibéis. Então, o detido é interrogado por um ou mais agentes, que o informam qual crime acreditam que a pessoa tenha cometido e que medidas serão tomadas caso não coopere. Nesse ponto, se o indivíduo não confessa, e se os agentes consideram que ele possui informações valiosas, ele é submetido a um crescente sofrimento físico e mental até confessar.”

“Ele é colocado nu, em uma pequena sala escura com um chão metálico, que conduz correntes elétricas. Os choques elétricos, embora alegadamente de baixa intensidade, são constantes e eventualmente se tornam insuportáveis. O suspeito é mantido nessa sala por muitas horas. O resultado é extrema exaustão mental e física, especialmente se a pessoa é mantida nesse tratamento por dois ou três dias. Em todo esse período, ele não recebe comida nem água.”

O texto acima é um trecho de um documento de sete páginas enviado pelo consulado americano do Rio de Janeiro ao Departamento de Estado, em 1973, e trazido por Biden em sua visita.

A comunicação diplomática informa que 126 pessoas teriam passado por tratamento parecido ao relatado, além de outras formas de sevícias, como o “pau de arara”. O informe é feito não só com base em depoimentos de vítimas, mas de informantes militares, cuja identidade aparece protegida por trechos apagados no documento.

 

*Com informações do Uol

 

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Tchau querido

Moro é carta fora do baralho.

Se vai sair do país ou ficar vagando como uma alma penada em busca de uma melancólica imagem do ex-herói dentro das redações da grande mídia, o vingador de Curitiba pode estar fazendo uma outra aposta furada.

A jornalista Monica Waldvogel, num desabafo surpreendente no programa Em Pauta, na Globonews, diante de seus colegas, não economizou palavras para espinafrar Moro, atribuindo a ele uma perseguição política ao PT e sua adesão e participação decisiva para Bolsonaro chegar ao poder.

A moça não escolheu palavras para dar um passa-moleque em quem um dia lhe serviu como parâmetro de um juiz herói.

A Lava Jato era só para o PT. Doleiros saíram da Lava Jato livres e com o dinheiro lavado. PSDB, não foi incomodado.

O problema do judiciário no Brasil é que a maioria os juízes não tem talento para fazer justiça e, por isso, eles só pensam em fazer carreira.

Lula, ainda presidente, passou o chapéu num jantar dentro do Alvorada para empresários doarem R$ 7 milhões para seu instituto? Não, esse foi FHC.  A Lava Jato investigou essa imoralidade? Não. Investigou o Instituto de Lula que jamais usou seu cargo como presidente ilegalmente para pedir doações.

O que está de ilegal no Google sobre o instituto de FHC que Moro proibiu Dallagnol de ler.

“No jantar, a Folha apurou que Fernando Henrique Cardoso disse que irá precisar da contribuição dos empresários para manter o instituto. Ele afirmou que será criado um fundo específico para cuidar das finanças da ONG. Muitos dos empresários presentes ao jantar já deram uma contribuição inicial para o instituto.

Estiveram presentes ao jantar, entre outros, Lázaro Brandão (Bradesco), Pedro Piva (Klabin), Benjamin Steinbruch (CSN), Emílio Odebrecht (Odebrecht), Jorge Gerdau Johannpeter (Gerdau), Kati Almeida Braga (Icatu), David Feffer (Suzano) e Ricardo Espírito Santo (grupo Espírito Santo).

De acordo com o que a Folha apurou, dois jantares já estão programados para as próximas semanas. As listas dos convidados ainda estão em fase de elaboração.
Painel – São Paulo, quinta-feira, 07 de novembro de 2002″

O fato é que Moro, que foi desmascarado pela Vaza Jato do Intercept, usou a PF do governo Bolsonaro para escaramuçar a vida do jornalista Glenn Greenwald na tentativa de expulsá-lo do país. Não conseguiu. Glenn permanece no Brasil. Moro, desmoralizado, é quem vai embora.

Tchau querido!

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Vídeo: Haddad sobre o procurador Carlos Fernando Boquinha: ‘bom ver esse medíocre morder a língua’

Para início de conversa, os nossos aplausos a Fernando Haddad.

Após a declaração de Bolsonaro de que acabou com a Lava Jato porque seu governo não tem mais corrupção, Fernando Haddad (PT) relembrou fala do procurador aposentado Carlos Fernando dos Santos Lima, de que o PT tinha intenções claras de acabar com a operação. “Bom ver esse medíocre, que me julgou sem conhecer, morder a língua”.

O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), candidato à presidência pelo PT em 2018, rebateu fala do procurador aposentado Carlos Fernando dos Santos Lima, ex-coordenador da Operação Lava Jato, feita naquele ano, depois da declaração de Jair Bolsonaro de que acabou com a Lava Jato porque seu governo não tem mais corrupção.

“Bom ver esse medíocre, que me julgou sem conhecer, morder a língua. Graças ao @TheInterceptBr(VazaJato) sabemos bem o conceito de ética dessa gente. Colocaram uma família de corruptos no poder”, escreveu Haddad no Twitter.

Em sua postagem, Haddad reproduziu uma declaração do procurador no período da eleição presidencial. “É óbvio que o Fernando Haddad tinha total interesse em acabar com a Lava-Jato. Dentro da Lava-Jato muitos entenderam que um mal menor é óbvio que era Bolsonaro”, afirmou o ex-coordenador.

O ex-presidenciável também citou as revelações do Intercept Brasil em agosto de 2019, quando os diálogos publicados pelo site apontaram que procuradores da força-tarefa da Lava Jato queriam “controlar a mídia de perto”.

“Vamos controlar a mídia de perto. Tenho um espaço na FSP, quem sabe possamos usar se precisar”, escreveu Santos Lima, conforme relatos divulgados pela Vaza Jato.

O Intercept também divulgou várias outras irregularidades da Lava Jato apontando que Moro agia como uma espécie de assistente de acusação. Chegou até a questionar a competência de uma procuradora em interrogar Lula e sugeriu acréscimo de informação na denúncia contra Zwi Skornicki, representante da Keppel Fels, estaleiro que tinha contratos com a Petrobrás.

 

*Com informações do 247

 

Fux libera R$ 2 bilhões para o Itaú, sócio da XP, para quem fez palestra

Vendo a notícia de que Luiz Fux, em pouco mais de uma semana na presidência do STF, determinou suspensão do bloqueio de R$ 2 bilhões do banco Itaú, que é sócio da XP Investimentos, para quem o referido ministro fez palestra, vem-me à memória a lembrança de um trecho da Vaza Jato do Intercept em que Dallagnol disse que ficaria rico com palestras e comenta sobre uma de suas palestras na XP para garantir a investidores que Lula estaria fora da eleição e que Fux já tinha feito o mesmo para a mesma XP com a garantia de total confidencialidade.

A notícia de hoje: O presidente do Conselho Nacional de Justiça, ministro Luiz Fux, determinou em liminar o desbloqueio de R$ 2 bilhões do banco Itaú, por meio da cassação de uma decisão de uma juíza do Pará.

É esse mesmo Fux, que nesta quarta-feira (07), na tentativa de ressuscitar a desmoralizada Lava Jato, fez a manobra de tirar da segunda turma os processos da Lava Jato na qual ela vinha perdendo todas e colocar no plenário do Supremo para reverter a série de derrotas.

O presidente do STF, aquele que mata no peito, prometeu aos interessados pela sobrevivência da corriola de bandidos de Curitiba, que não deixaria a Lava Jato morrer. A declaração patética do patético Fux ganha seu primeiro capítulo ontem e, no dia seguinte chega a notícia dessa barbada de que ele deu um presente a um patrocinador de suas palestras.

Imagina se fosse Lula fazendo o que Fux fez!

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

 

 

Quando Mourão diz que o torturador, Ustra, era um homem de honra, dá pra imaginar que honra rege nosso generalato

O general vice-presidente Hamilton Mourão defendeu em entrevista o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, herói de Jair Bolsonaro. Para Mourão, ele ”era um homem de honra” e ambos tinham “uma amizade muito próxima”

Em entrevista ao programa de TV Conflict Zone, da DW, publicada nesta quarta-feira (7), o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o primeiro militar condenado pela Justiça Brasileira pela prática de tortura durante a ditadura, “foi um homem de honra e um homem que respeitava os direitos humanos de seus subordinados”.

“O que posso dizer sobre o homem Carlos Alberto Brilhante Ustra, ele foi meu comandante no final dos anos 70 do século passado, e era um homem de honra e um homem que respeitava os direitos humanos de seus subordinados. Então, muitas das coisas que as pessoas falam dele, eu posso te contar, porque eu tinha uma amizade muito próxima com esse homem, isso não é verdade”, afirmou o vice.

Mourão disse ainda que não está “alinhado com a tortura, e, claro, muitas pessoas ainda estão vivas daquela época, e todas querem colocar as coisas da maneira que viram. É por isso que eu disse antes que temos que esperar que todos esses atores desapareçam para que a história faça sua parte. E, claro, o que realmente aconteceu durante esse período … esse período passou”.

 

*Com informações da Forum

*Foto destaque: Blog Otávio Sá Leitão

 

Bolsonaro está certo, ele acabou com a Lava Jato botando coleira no seu cãozinho Moro

Um velho vigarista que na família, do vovô ao cachorrinho, todos são criminosos, diz que seu governo não tem corrupção, justo no dia em que a CPMI das fake news avançou a passos largou sobre o gabinete do ódio comandado por Eduardo e Carlos Bolsonaro, que mantinha seu funcionamento com vultosas verbas públicas para sustentar uma rede de bandidos digitais

Tirando esta parte da fala de Bolsonaro, “o meu governo não tem corrupção”, que beira ao ridículo, Bolsonaro está certo.

Como mostrou o Intercept, a Lava Jato era Moro e o resto. A Lava Jato era incapaz de uma ação qualquer sem se valer do conselho do juiz, muitas vezes irredutível e fulminante tanto para acusar sem provas inimigos políticos, como para encher de miçangas de carneirinho seus aliados. É só lembrar o que o homem de preto disse a Dallagnol sobre o instituto de FHC. “Acho questionável pois melindra alguém cujo apoio é importante”, disse Sergio Moro sobre a Lava Jato investigar FHC.

Nesse caso, Bolsonaro matou a Lava Jato comprando o proprietário da marca, deixando apenas um esqueleto muxoxo como restos mortais da operação que falsificou o combate à corrupção.

Mais do que isso, Bolsonaro colocou coleirinha no pescoço de Moro e, pelo chefe, o ex-juiz seria capaz de tudo, inclusive de, sem piscar, correr para a PF para pressionar um porteiro assustado a mudar sua versão sobre a casa 58 do Seu Jair, no Vivendas da Barra, no dia do assassinato de Marielle.

Mas não é só isso, Moro montou na PF uma rede de proteção aos três delinquentes, que carregam o mesmo DNA do pai, quando o assunto é esquema de lavagem de dinheiro através de imóveis e de roubo do erário com a dita rachadinha com milicianos, comandada pelo miliciano Queiroz, fazendo com que a família inteira ficasse blindada de qualquer acusação.

Foi aí que a Lava Jato acabou, melhor dizendo, foi aí que Bolsonaro acabou com a Lava Jato.

O que é a Lava Jato sem Moro? É o bolsonarismo sem Bolsonaro.

E se no projeto de Moro o uso do governo como degrau para voos mais altos era uma arquitetura estratégica, Bolsonaro, quando o obrigou a juntar os panos de bunda e pular da boleia de seu caminhão.

Moro, sentindo-se sumariamente fuzilado sem a menor possibilidade de progresso na vida política, rugiu, esperneou, rangeu os dentes, mas no final anunciou sua batida em retirada do país, dando a Bolsonaro pedestal e uma bela demonstração de habilidade de uma velha raposa do Centrão capazes de destruir um provinciano que, depois de um boa noite Cinderela, dormiu celebridade e acordou decadente.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

Canal Antropofagista – Moro deve sair do Brasil porque está desmoralizado

Depois de tantas atrocidades jurídicas cometidas por Moro à frente da Lava Jato, visando tirar Lula da eleição de 2018 para dar a Bolsonaro a cadeira da presidência, Moro, depois dos vazamentos pelo Intercept, não poderia ser diferente, a desmoralização veio com força total, restando a ele uma possível despedida da vida política e do Brasil.

 

*Da redação

 

Julgamento da suspeição de Moro contra Lula segue na 2ª Turma do STF

STF decidiu transferir para o Plenário da Corte os julgamentos de ações contra réus com foro privilegiado, tirando da 2ª Turma as ações da Lava Jato. Os recursos de Lula contra Sérgio Moro, no entanto, continuarão a ser julgados pela 2ª Turma.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu alterar o regimento interno da Corte para ações penais ajuizadas contra réus com prerrogativa de foro por função voltem a ser julgadas pelo Plenário. Com a decisão, sugerida pelo presidente, ministro Luiz Fux, Segunda Turma do STF deixará de julgar os processos da Operação Lava Jato. A Segunda Turma tem imposto seguidas derrotas às investigações da operação.

Segundo o UOL, as turmas continuarão a julgar ações penais como habeas corpus relativos a processos que tramitam originariamente em outras instâncias, como as ações em que a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acusa o ex-juiz Sergio Moro e procuradores da Lava Jato de terem agido sem imparcialidade e pede a anulação das condenações do petista.

Os recursos de Lula contra a Lava Jato continuarão a ser julgados pela Segunda Turma. O mesmo vale para recursos criminais de processos julgados em instâncias inferiores, cujos recursos ao Supremo continuarão sendo julgados pelas duas turmas do tribunal

 

*Com informações do 247

 

Bolsonaro fez doação eleitoral irregular, em dinheiro vivo, para o filho Carlos

Resolução do TSE proíbe contribuição em espécie acima de R$ 1.064,10; presidente depositou R$ 10 mil.

O presidente Jair Bolsonaro fez uma doação irregular em dinheiro vivo para a campanha deste ano de reeleição de seu filho Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) à Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

De acordo com dados disponibilizados pelo candidato ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o presidente fez um depósito de R$ 10 mil em espécie na conta da campanha do vereador.

A prática, da forma como descrita, contraria resolução do ano passado do TSE sobre regras para as doações eleitorais. Segundo o tribunal, contribuições em dinheiro acima de R$ 1.064,10 só podem ser feitas mediante transferência bancária ou cheque cruzado e nominal.

Procurado, o Palácio do Planalto e o vereador não comentaram o caso até a publicação desta reportagem.

A regra foi criada em 2015 para evitar lavagem de dinheiro nas eleições. Transações em espécie não configuram crime, mas podem ter como objetivo dificultar o rastreamento da origem de valores obtidos ilegalmente. Atualmente, esse tipo de movimentação é comunicada automaticamente ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) quando ultrapassa R$ 10 mil.

Em manifestação em 2018, a PGR (Procuradoria-Geral da República) afirmou que “depósitos em espécie abrem margem para a prática de fraudes, como o uso de ‘laranjas’”.

“Além disso, a simples inclusão de CPF informado pelo depositante dificulta o controle sobre a real origem do dinheiro, que pode ter vindo de fonte vedada”, afirmou a PGR em 2018, ao divulgar a reprovação de contas de um candidato a prefeito de Rolim de Moura (RO) em razão da prática.

O advogado Alexandre Di Pietra, especialista em contas partidárias e eleitorais, afirma que há um monitoramento para avaliar a capacidade econômica dos doadores, o que exige o uso do sistema financeiro.

“O limite existe para dificultar a lavagem de dinheiro. Tem que haver uma fonte lícita para aplicação de recurso na eleição. O Nije [Núcleo de Inteligência da Justiça Eleitoral​] analisa o banco de dados, identifica o doador, se é regular e se tem capacidade econômica. Se não tiver, emite um alerta para o TCU.”

De acordo com a resolução do TSE, o dinheiro depositado irregularmente não pode ser usado pelo candidato e deve ser devolvido ao doador. Caso seja utilizado, pode impactar na análise das contas eleitorais pelos tribunais.

Carlos ainda não apresentou despesas de campanha ao TSE. Além dos recursos doados pelo pai, o vereador também transferiu R$ 10 mil de sua própria conta bancária para a conta de campanha.

“Ele tem que devolver o dinheiro para o pai, e a doação tem que ser feita por transferência ou cheque”, afirmou Di Pietra​.

O vereador declarou ter R$ 20 mil em dinheiro em espécie como patrimônio. Ele já havia feito declaração semelhante nas eleições de 2012 e 2016.

“Ele tem que devolver o dinheiro para o pai, e a doação tem que ser feita por transferência ou cheque”, afirmou Di Pietra​.

O vereador declarou ter R$ 20 mil em dinheiro em espécie como patrimônio. Ele já havia feito declaração semelhante nas eleições de 2012 e 2016.

 

*Com informações da Folha