Ano: 2020

Vacina da Johnson & Johnson produziu anticorpos em 98% dos participantes

Resultados do estudo de fase 1 e 2 mostraram que uma única dose do imunizante induziu forte resposta imune e bem tolerada.

A vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela Johnson & Johnson conseguiu induzir uma forte resposta de anticorpos neutralizantes em quase todos os participantes com 18 anos ou mais e foi bem tolerada, após a aplicação de apenas uma dose. As respostas imunes se mostraram semelhantes em todos os grupos etários estudados, incluindo os adultos mais velhos. Esse resultado é particularmente importante, já que os idosos estão entre os grupos de risco para formas graves da doença.

Os resultados positivos permitiram o início do estudo fase 3, que busca comprovar se essa resposta imune é capaz de prevenir a doença, em especial casos moderados e graves, além de comprovar sua segurança em milhares de pessoas.

De acordo com o estudo, publicado na sexta-feira, 25, na plataforma MedRxiv, que reúne análises antes de sua revisão por partes, 99% dos participantes entre 18 e 55 anos de idade apresentaram anticorpos detectáveis e 98% dos participantes apresentaram anticorpos neutralizantes no 29º dia pós-vacinação. A vacina ainda induziu fortes respostas de células T, outro componente fundamental na defesa do organismo, bem como resposta de Th1, que acredita-se ser protetora contra o risco de doença respiratória intensa associada à vacina.

Em relação aos adultos mais velhos, com idade a partir de 65 anos , os dados sobre a imunogenicidade (capacidade de desencadear uma resposta imunológica) só estavam disponíveis para 15 participantes na época da divulgação dos dados. Mas os resultados mostraram forte resposta de anticorpos e células desencadeada em todos os participantes idosos que receberam uma única dose da vacina.

Esses dados foram consistentes com os resultados publicados anteriormente na revista Nature, no qual uma única dose da vacina impediu infecções subsequentes e forneceu proteção completa aos pulmões de primatas não humanos.

 

*Com informações da Veja

 

China detecta coronavírus e suspende compra de peixes de companhia brasileira por uma semana

Pacote congelado de peixes-espada vendido pela empresa brasileira Monteiro Indústria de Pescados testou positivo para o vírus.

Reuters – A China vai parar de aceitar pedidos de importação da empresa brasileira Monteiro Indústria de Pescados Ltda por uma semana, a partir de 26 de setembro, depois que um pacote de peixe congelado testou positivo para o coronavírus, disse a alfândega chinesa nesta sexta-feira (25).

O departamento chinês havia dito anteriormente que suspenderia as importações de empresas por uma semana, se os resultados de testes fossem positivos para o vírus pela primeira ou segunda vez.

A Abipesca (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados), cujos integrantes têm na China um mercado crescente que responde por até 30% dos embarques nacionais, avaliou o caso como algo isolado e que ainda carece de confirmação.

Segundo o presidente da Abipesca, Eduardo Lobo, os “retestes estão sendo feitos na China” e, se não forem encontrados indícios de contaminação, a indústria poderá voltar a exportar normalmente aos chineses.

Não foi possível contatar a Monteiro Indústria de Pescados. A companhia não é associada da Abipesca.

Lobo disse que o setor encara a suspensão temporária de uma empresa com tranquilidade, uma vez que a indústria nacional tem seguido rígidos protocolos de segurança do Ministério da Agricultura, que incluem medidas sanitárias relacionadas aos veículos, contêineres e embalagens.

Ele explicou que, no caso de ser identificado novamente coronavírus na China, a suspensão pode ser maior, mas ainda restrita à Monteiro Indústria de Pescados.

“É um procedimento normal, o setor está tranquilo quanto à segurança do produto no Brasil e estamos trabalhando em harmonia com a autoridade chinesa, que está nos informando o que está acontecendo”, afirmou.

“É um caso específico, isolado, e até que sejam feitos retestes, não tem como dizer a gravidade, mas diante de toda a segurança da protocolo, estamos tranquilos quanto à qualidade dos alimentos”, afirmou ele, ressaltando que os riscos de embargos não são extensivos ao setor, mas sim direcionados a unidades produtoras.

O produto no qual teria sido identificado o coronavírus é uma embalagem de peixe espada congelado, disse o executivo, que também é presidente da Câmara Setorial da Produção e Indústria de Pescados do Ministério da Agricultura.

Ele disse que o peixe espada não é um dos produtos mais vendidos aos chineses, que incluem pescadas amarela e branca, além de atum, entre outros.

A exportação de pescados do Brasil à China gira em torno de US$ 70 milhões por ano (R$ 389,7 milhões), com chineses e norte-americanos alternando como os maiores destinos do produto do país, cujos embarques totais são estimados em US$ 300 milhões (R$ 1,670 bilhão) em 2020.

 

*Com informações da Folha

 

 

Dona de casa vai à justiça para receber auxílio emergencial de US$ 1 mil, citado na ONU por Bolsonaro

Valor deveria ser de mais de R$ 5,4 mil se considerada a cotação do dólar atual, de acordo com as advogadas; juíza pediu para que a União preste informações. #FATO ou #FAKE mostrou que a informação dada por Bolsonaro não é completamente verdadeira.

Após o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), dizer em discurso na Organização das Nações Unidas (ONU) que pagou cerca de US$ 1 mil de auxílio emergencial por pessoa, uma dona de casa do Rio foi à Justiça para receber a diferença — ela só ganhou R$ 2,4 mil, em quatro parcelas de R$ 600, como os outros beneficiados.

Como mostrou o G1, o valor citado por Bolsonaro não corresponde à verdade. O trabalhador aprovado no programa recebeu, no máximo e somando as parcelas, R$ 4,2 mil — o que equivale a US$ 766.

As advogadas Leila Loureiro e Noemy Titan escrevem na petição que, na atual cotação do dólar, o valor total do auxílio que deveria ter sido recebido pela cliente é de R$ 5.540 — se considerados os mil dólares.

“Dados os fatos acima, busca a presente pretensão o pagamento da diferença entre o valor recebido e o valor declarado pelo Presidente, de modo a materializar fielmente o benefício financeiro que foi destinado aos brasileiros, segundo expressamente proclamado pelo Chefe maior do estado”, argumentam.

Na ação, as advogadas sustentam que o valor recebido teve “importantíssima relevância”, mas que não foi o suficiente para gastos como saúde, educação e moradia. Elas pedem ainda dano moral, totalizando a causa em R$ 9.420.

No processo, a juíza federal substituta Angelina de Siqueira Costa intimou a União Federal a prestar informações em 10 dias e, caso não reconheça o pedido, apresente contestação em até 30 dias.

O discurso de Bolsonaro foi feito na terça-feira (22) na abertura da 75ª Assembleia Geral da ONU, em que defendeu a gestão ambiental do país e a resposta brasileira à pandemia.

 

*Com informações do G1

 

A impressionante folha corrida do Véio da Havan

O Véio da Havan é mesmo um portento. Com tantos processos nas costas, revelados pela revista Piauí, das mais variadas formas de picaretagem, um sujeito como esse estar solto, é algo a ser estudado, não sobre suas manobras, mas sobre um judiciário que permite tais manobras.

O patriota Véio da Havan, que se papagaia todo de verde e amarelo, é um sonegador compulsivo, segundo matéria da Piauí e, como tal, fez fortuna com seus rombos no erário, coisa comum no mundo empresarial em tempos bolsonaristas.

Hipócritas, farsantes, charlatães e outros tipos de olavismo, marcam uma época em que a decência decorativa, somada a outras formas de hipocrisia religiosa e patriótica, transformou-se estratégia de marca, a começar pelo próprio Bolsonaro que não é liberal, nem cristão, nem patriota, nada que ele loroteia para os que fingem acreditar no que o louco diz. Bolsonaro é aquilo que interessa de imediato ao seu clã e à horda de seguidores que ainda tem sabe disso e, como são iguais ao seu senhor, a louvação é inevitável.

O Véio da Havan, o picareta, esconde-se por trás de uma figura exótica, assumindo o papel de palhaço para esconder seu verdadeiro comportamento, frio e calculista que nada tem a ver com essa figura esdrúxula que mistura sua forma de se apresentar publicamente como uma mistura de Malafaia com Ratinho numa simbiose de autoajuda .

Por isso, é bom dar uma espiadela em algumas revelações que a revista Piauí fez sobre a trajetória do ensaboado picareta Véio da Havan, possivelmente o vigarista mais liso entre todos os malandros agulha do país.

Aqui uma das muitas picaretagens de Luciano Hang:

O Ministério Público descreveu didaticamente o modus operandi do desvio: “O denunciado Luciano determinava que fossem feitas duas folhas de pagamento aos empregados […] Numa folha, constava a remuneração fictícia (em média, 250 reais) e, noutra folha, constava o valor realmente pago (600 reais, em média).” Com esse estratagema, Hang descontava os 9% da contribuição dos funcionários ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) sobre o salário menor (250), que aparecia na folha salarial oficial. Pagava ao INSS cerca de 23 reais por funcionário, quando, se fizesse o correto, descontando a contribuição sobre o salário verdadeiro, empenharia 54 reais. Quando se aposentava, o funcionário recebia menos do que deveria do INSS. Num único drible na lei, Hang prejudicava seus funcionários e sangrava os cofres públicos. Em dezembro de 2000, dois meses depois de apresentada a denúncia, Hang firmou um acordo com a Receita Federal para parcelar o débito trabalhista, de forma a tentar escapar de uma condenação criminal. Não deu certo. Em 2002, foi condenado pela Justiça Federal em Blumenau a três anos e onze meses de prisão (pena convertida em serviço comunitário) e multa de cerca de 500 mil reais.

 

*Da redação

 

 

 

Vídeo: Secom de Bolsonaro faz com Cesar Tralli o que Tralli fez com Lula em 2006

Hoje, pouca gente se lembra do flagrante forjado por Cesar Tralli e seu primo, da Federal, no caso que ficou conhecido como “escândalo dos aloprados”.

O objetivo era impedir que Lula vencesse a eleição, em 2006, já no 1º turno contra Alckmin e a farsa obteve êxito. A eleição foi para o 2º turno e Lula venceu.

Agora, Tralli prova do mesmo veneno.

A secretaria de Comunicação do governo Bolsonaro, Secom, espalhou uma fake news contra Cesar Tralli nas redes sociais.

Cesar Tralli, da Globo, leu uma nota ao vivo da Associação Brasileira de Imprensa sobre as mentiras que Bolsonaro contou na ONU.

A Secom editou o vídeo e divulgou apenas um trecho dando a entender que era uma opinião de Tralli.

Feita a armação grosseira, a Secom fixou o post em seu perfil no Twitter.
O fato é grave porque a Secom é um órgão oficial e essa farsa forjada por quem comanda a Secretaria de Comunicação, certamente, consequências graves.

Mas não deixa de ser irônico ver a Globo e Cesar Tralli, que forjaram no Jornal Nacional um falso flagrante contra os ditos “aloprados” para criminalizar a campanha de Lula, tendo que beber o veneno vindo do governo Bolsonaro que a Globo trabalhou duro para eleger contra o PT.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

Escárnio: A laranja ‘Wal do Açaí’ registra candidatura para vereadora como ‘Wal Bolsonaro’

A mais famosa laranja da salada de frutas de Jair Bolsonaro, Wal do Açaí, é candidata a vereadora com a marca do clã e registrará o nome de guerra da família que comanda esquema criminoso do qual Wal é parte. Vai ser apresentada como Wal Bolsonaro.

É um escárnio com a cara do brasileiro e com a justiça brasileira.

Isso mostra como Bolsonaro tem certeza de que a justiça nunca vai importunar o seu clã.

Conhecida como ‘Wal do Açaí’, Walderice é investigada por ter sido funcionária fantasma no período em que “assessorou” Jair Bolsonaro.

A situação da ex-assessora parlamentar se encontra como “aguardando julgamento” no site do TSE. O fato de ela ser investigada não a impede de postular o cargo de vereadora no fim do ano.

Agora candidata, tem uma página no Facebook,  antes com o nome Wal do Açaí, posteriormente alterado para Wal Bolsonaro, onde tem fotos com o senador Flávio Bolsonaro, os deputados Eduardo Bolsonaro, Hélio Lopes, Alana Passos e Anderson Moraes.

Ela também registrou uma reunião com o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, para discutir a ampliação e reurbanização do aeroporto de Angra dos Reis. A candidata tem o apoio da família Bolsonaro e de seus aliados mais fiéis.

 

*Da redação

 

Vídeo: Como o vizinho de Bolsonaro, Ronnie Lessa, assassino de Marielle, contou com a ajuda da polícia para reabrir bingo

O policial militar aposentado Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, recorreu à ajuda de dois delegados e um chefe de investigação da Polícia Civil para reabrir seu cassino clandestino localizado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, e reaver 79 máquinas de caça-níquel que tinham sido apreendidas.

Mesmo de posse de um relatório conjunto da PF (Polícia Federal) e do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) que apontava Lessa como um dos donos da casa de jogatina, a Polícia Civil fluminense entregou à Justiça um inquérito sobre o caso indiciá-lo e sem ao menos interrogar os policiais militares responsáveis pela operação que fechou o lugar.

O relatório da PF e do MP-RJ consta nos autos do inquérito do Caso Marielle, desde março de 2019, quando Lessa foi preso e teve o celular apreendido. O documento traz mensagens de aplicativo WhatsApp trocadas pelo policial militar aposentado, seus comparsas e policiais civis que deveriam investigá-lo

 

*Com informações do Uol

 

Brasil chega a 140 mil mortos por Covid e Bolsonaro se diverte: “Dormem de máscara, mas pegaram o vírus”

Ao lado de Ricardo Salles, Bolsonaro resolveu fazer chacota de quem, segundo ele, usa máscara 24 horas por dia, dorme de máscara e pegou o vírus, referindo-se à alta cúpula do poder em Brasília, alguns do executivo, do Judiciário e do legislativo que se contaminaram com a Covid-19 quando participaram de eventos oficiais.

O que o presidente não comentou é que muitas autoridades justamente tiraram as máscaras para aparecerem em fotos e cumprimentarem os presentes.

Isso acontece no momento em que o país, muito por sua culpa, chega à desastrosa marca de 140 mil mortos por Covid, e Bolsonaro alimenta o deboche e a receita: “um dia vai ter que sair da toca e vai acabar pegando o vírus. Como enfrentar o vírus? Com vitamina D”, sentenciou o chefe do Clã Bolsonaro.

 

*Da redação

 

Ibope é frustrante para Bolsonaro e aprovação dificilmente se sustentará, afirma Marcos Coimbra

O aumento da popularidade do governo de Jair Bolsonaro indicado por pesquisa CNI/Ibope divulgada na quinta-feira 24 se deve, basicamente, ao auxílio emergencial de 600 reais. É o que constata o sociólogo Marcos Coimbra, presidente do Instituto Vox Populi e colunista de CartaCapital. “É um resultado muito ruim para o Bolsonaro ter melhorado 10 pontos depois de gastar 300 bilhões de reais. É como se cada ponto representasse uma despesa de 30 bilhões. É muito pouco”, afirmou Coimbra em contato com a reportagem de Carta Capital.

O levantamento aponta que subiu a aprovação do governo na comparação com a última pesquisa CNI/Ibope, realizada em dezembro de 2019. 40% dos entrevistados classificam a gestão como ótima ou boa, ante 29% da última pesquisa. Segundo o levantamento, a avaliação da gestão Bolsonaro cresceu principalmente entre os entrevistados que têm renda familiar de até um salário mínimo.

“Eu acho que essa pesquisa, no fundo, é frustrante para o Bolsonaro, porque era para ter melhorado muito mais se a imagem dele tivesse, de fato, potencial de crescimento”, analisa Coimbra.

Leia a seguir os principais pontos da entrevista com Marcos Coimbra realizada nesta sexta-feira 25:

Marcos Coimbra: Provavelmente a principal, se não for a única razão dessa melhora do Bolsonaro, é o auxílio emergencial. É uma melhora de 10 pontos, se compararmos a situação da pesquisa anterior com essa nova. 10 pontos são muito, mas também são pouco, considerando o que aconteceu nesses meses entre a pesquisa anterior e esta.

CC: É um aumento sustentável?

MC: Tudo indica que o aumento desses 10 pontos é fruto do auxílio emergencial. Afinal de contas, do ponto de vista do governo, é talvez a única coisa boa que tivemos desde o início do ano – boa para quem recebeu e objetivamente precisava. Então, sim, é o resultado dos seis meses de auxílio emergencial, e é um resultado que dificilmente se sustenta nos próximos meses.

CC: Entre as áreas que mostram melhora na avaliação ante os resultados da pesquisa de dezembro, estão o combate à fome e à pobreza (de 40% para 48%) e a Saúde (de 36% para 43%). Como explicar isso diante do cenário de catástrofe que o Brasil enfrenta?

MC: Para a maioria das pessoas, avaliar o governo é sempre algo que tem a ver com um conjunto de ações. E quando existe uma ação que chama mais a atenção das pessoas, é essa que puxa o conjunto da avaliação das outras áreas. E é isso que eu acho que aconteceu na comparação da pesquisa anterior com essa. Houve algo que foi muito visível e foi bem avaliado [o auxílio emergencial] e esse algo faz com que as outras coisas tenham menos importância.

CC: Bolsonaro surfa, portanto, no auxílio emergencial de 600 reais, que a rigor é uma conquista da oposição no Congresso Nacional. A oposição falha ao permitir que predomine a narrativa de Jair Bolsonaro?

MC: Não considero que a paternidade do auxílio emergencial no Bolsonaro seja um sinal de incompetência ou incapacidade da oposição de tomar posse do que genuinamente é dela. Para as pessoas comuns, o que vem do governo é fundamentalmente uma decisão do governo federal, mesmo que tenha nascido de uma proposta no Congresso e que no Congresso essa proposta tenha sido formulada originalmente pela oposição. Então, para as pessoas, quem concede o auxílio é o governo, e a origem da iniciativa legislativa é pouco importante.

CC: Esse aumento de popularidade deve fazer Bolsonaro participar mais ativamente das eleições municipais?

MC: Difícil dizer. Bolsonaro preferiu não se expor na eleição municipal, sabendo que tem poucos candidatos que têm perspectiva eleitoral real nas principais cidades e nas capitais, para que ele possa depois dizer que ganhou a eleição. O melhor resultado para ele, na eleição municipal deste ano, é não ficar com cara de quem perdeu, porque a cara de quem ganhou ele sabe que não vai ter.

CC: Esses dados mexem no tabuleiro das projeções sobre 2022?

MC: A eleição de 2022 está longe, e é muito pouco provável que essa melhora de 10 pontos que ele experimentou este ano se sustente ao longo dos próximos dois, a menos que ele tenha dinheiro para continuar a fazer o que fez. Afinal de contas, estamos falando de uma melhora que vem como resultado de uma despesa da ordem de 50 bilhões de reais ao mês. Já foram 250 bilhões diretos no auxílio emergencial, mais 50 [bilhões] nos programas de sustentação de emprego e salários e ainda tem mais 75 bilhões até o final do ano.

É difícil imaginar que ele tenha outros 300 bilhões para gastar por ano daqui até 2022. O cenário para Bolsonaro é complicado porque ele não tem condições de manter essa imensa despesa pública. Não estou questionando se devia ou não devia fazer, porque era óbvio que a população precisava de um auxílio emergencial durante o período em que o país estava parado. Agora, a questão é a continuidade disso. E é um resultado muito ruim para o Bolsonaro ter melhorado 10 pontos depois de gastar 300 bilhões de reais.

É como se cada ponto representasse uma despesa de 30 bilhões. É muito pouco. É um sinal de que a imagem dele tem pouca capacidade de crescimento, a não ser que ele continue a gastar trilhões, tirando esses trilhões do bolso da sociedade – porque, em última instância, quem pagou esse auxílio emergencial não foi ele, foi a sociedade, e dificilmente esse custo é sustentável.

Portanto, eu acho que essa pesquisa, no fundo, é frustrante para o Bolsonaro, porque era para ter melhorado muito mais se a imagem dele tivesse, de fato, potencial de crescimento.

 

*Com informações da Carta Capital

 

 

 

Flávio Bolsonaro declarou à Receita ‘doações em espécie’ de R$ 733 mil para a mãe

Apesar do alto valor, ele informou ter contraído dívidas e ter passado por redução patrimonial no período.

Em sua declaração de Imposto de Renda do ano de 2010, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) informou à Receita Federal a realização de “doações em espécie” no valor de R$ 733 mil para a mãe dele, Rogéria Nantes Bolsonaro. Apesar do alto valor, a doação foi feita em um ano no qual o “02”, como é chamado pelo pai, o presidente Jair Bolsonaro, declarou uma redução de patrimônio de 30% e uma dívida de R$ 285 mil.

Parte dessa dívida é proveniente de empréstimos obtidos com dois assessores de Jair Bolsonaro, à época deputado federal. Já na evolução patrimonial, Flávio tinha informado possuir bens que totalizavam R$ 690,9 mil em 2009, mas o valor caiu para R$ 485,4 mil no ano seguinte. Procurado, o senador disse, por meio da defesa, que estava impedido de comentar questões sigilosas sobre sua vida financeira e negou irregularidades.

Em 2010, Flávio já era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O período é investigado pelo Ministério Público estadual sob suspeita da existência de um esquema de “rachadinha” (devolução de salários) em seu gabinete na Alerj. O repasse feito à sua mãe é mais do que quatro vezes os rendimentos recebidos por Flávio de seu salário da Alerj naquele ano, declarados no valor de R$ 173 mil. Nesse mesmo ano, ele declarou ter vendido um conjunto de salas comerciais por um valor nominal de R$ 854 mil. Essas transações imobiliárias, que também incluíram dinheiro em espécie, estão sob investigação do MP do Rio sob suspeita de serem uma estratégia para lavagem de dinheiro.

 

*Com informações de O Globo