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Os tucanos e a volta do fascismo cordial

De repente diversas correntes do mercado passam a atacar Lula, quando, na verdade, não passam de uma concepção de sociedade em que o que é central é o mercado e não as pessoas.

Não por acaso foi essa concepção de sociedade que marcou a era tucana de FHC na presidência da República em que o ser humano era absolutamente residual.

É aí que está a polarização, e é também aí que reside o repúdio reiterado da sociedade ao próprio escapulário tucano, mesmo depois de duas décadas fora do poder.

Sim, porque, não podendo atacar a sociedade e, consequentemente, os filósofos, intelectuais e até os artistas que têm plena consciência social desse país que criticam os direitos roubados dos trabalhadores, a ordem é atacar o PT, Lula e Dilma, como se fossem eles o obstáculo para que a democracia de mercado em que o consumidor está acima do cidadão.

Nesse caso, ideias e valores são violentados por centrais neoliberais. E assim vai, a conta-gotas, assassinando a democracia.

O ato desesperado de apoiar um genocida, um bandido repudiado não só pelos brasileiros ou pela esquerda, mas pelo planeta, não deixa qualquer margem de dúvida aos neoliberais, Bolsonaro não tem como continuar a cumprir a agenda de interesses do mercado que, diga-se de passagem, teve no PSDB seu principal sustentáculo dentro do Congresso.

Para piorar o que já estava escancarado, na votação da PEC do voto impresso, a maioria tucana, incluindo Aécio Neves que se absteve para transferir seu voto a Bolsonaro, de forma malandra, deixou claro que o ideal de sociedade para eles é o bolsonarismo. Ou seja, atrofiar toda e qualquer participação do povo na vida nacional, e que as mazelas produzidas pelo mercado se virem ao relento como uma verdadeira nação de pessoas morando nas ruas e, por isso mesmo, sofrendo toda a violência da segregação, como mostrou recentemente a mídia o recorde de miséria que o Brasil vive.

Sim, porque a pobreza e a miséria no Brasil estimulam a violência do Estado, sobretudo nos tempos de BolsoDória.

A chegada dessa gente ao poder mostrou a produção do papel de um novo cotidiano contra a população. Tudo para beneficiar as classes economicamente dominantes.

Por isso, atacar o PT é somente um pretexto do fascismo cordial, do escravismo impregnado na alma da nossa elite econômica.

Como Lula terminou seus mandatos, pela primeira vez na história de um presidente, com 87% de aprovação, e o fascismo limpinho e cheiroso não pode atacar a população em matérias e editoriais, manifestados pelos “donos da terra”, o jeito é atacar Lula, Dilma e o PT.

O importante é que o show do bilhão tem que continuar. Por isso vemos um discurso oficial, seja de empresários e banqueiros contra Lula, seja de consultores de bancos internacionais como o do Santander, porque no momento em que o país empobrece em todas as áreas, o presidente que essa gente apoiou provoca um morticínio de praticamente 600 mil pessoas e banqueiros e rentistas lucram como nunca lucraram.

Daí o discurso da terceira via, nem Lula, nem Bolsonaro, o que eles querem é alguém que continue a governar como Bolsonaro e, se possível, aqueles que na agenda neoliberal ajudaram a implantar no Brasil uma das mais ordinárias políticas de segregação. Melhor ainda se for um Dória que, como todos sabem, formou a famosa dobradinha BolsoDória.

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Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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