Ano: 2021

Para chaleirar Bolsonaro, Véio da Havan usou a própria mãe como cobaia do kit cloroquina

É difícil definir a personalidade daquela figura tosca que, em última análise, representa muito do empresariado brasileiro contemporâneo.

Tudo bem que Skaf, da Fiesp, não se vista como se fosse um Pedro de Lara tardio, mas tão bolsonarista quanto o Véio da Havan, Skaf vende a imagem do escrúpulo da Fiesp e da sua bajulação ao genocida.

Sobre Luciano Hang, a própria Abin já havia alertado Bolsonaro que ele era a imagem da sujeira. Imagina isso, pensar que ainda existe alguma coisa pior que Bolsonaro, a quem, segundo a Abin, o presidente não deveria associar a sua imagem, por se tratar de um queima filme, na linguagem da milícia sujeira.

Isso dá a exata e proporcional noção do tamanho do caráter do sujeito que, ontem na CPI, em seu espetáculo de vaidade e marketing, usou a própria língua como corda para se enforcar, admitindo de maneira monstruosa que usou a mãe como cobaia do kit covid para agradar Bolsonaro e obter vantagens.

Talvez por isso, mesmo a Abin tendo alertando Bolsonaro sobre os riscos de sua proximidade pública com o empresário, pelo fato de ser agiota, sonegador e contrabandista, parece que Bolsonaro não se importou com o documento elaborado pelo órgão em 2020, um compilado de investigações que recaem sobre o empresário bugigangueiro. Era um alerta de luz amarela como a própria gravata do idiota que, na CPI, vomitou astúcia nos negócios, empreendedorismo na veia e conquistas como um verdadeiro “vencedor”.

Lógico que Hang manteve em sigilo a revelação da Abin e que a CPI já tinha informações que chegaram pelo portal Uol.

No panorama traçado pela Abin sobre o histórico de Hang, levantado por investigadores do órgão, consta que ele tinha apenas 21 anos quando ingressou no mundo dos negócios até os dias que correm.

Entre os escândalos que envolvem o vigarista verde e amarelo, a análise de dados destaca que a coisa era muito pobre, pois o custo fixo mensal das lojas, era simplesmente cinco vezes maior que o faturamento, o que quebraria as lojas em pedacinhos.

Mas o Midas de Santa Catarina vomitou suas fanfarronices ontem para explicar como usou a própria mãe como cobaia, que acabou falecendo, fazendo analogias sobre sua forma de ação no mundo dos negócios, como um empresário de sucesso.

Talvez empolgado com a Lava Jato, Luciano Hang, sabendo que a CPI tinha em mãos documentos do Ministério Público sobre uma investigação contra ele por lavagem de dinheiro, remessa ilegal, sonegação fiscal, contrabando de importados e evasão de divisas, partiu para o marketing pessoal.

Mas na era do marketing, diante da claque de idiotas que se ajoelham para Bolsonaro, a monstruosidade pode ganhar alguns pontinhos no Ibope do vigarista. Mas tudo indica que o sujeito saiu de lá muito mais encrencado do que entrou, mesmo que fizesse toda aquela fumaceira, era nítido que, tanto Renan Calheiros, quanto Aziz e Randolfe, estavam diplomaticamente encurralando o esperto para que ele apenas complementasse a ficha suja do contraventor fantasiado de empreendedor exótico e enquadrá-lo em vários crimes, inclusive no mais monstruoso deles cometido contra sua própria mãe.

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O que Bolsonaro tem para mostrar: ‘Caminhão de ossos’ no Rio é disputado por população faminta

A crise econômica pela péssima atuação do governo Bolsonaro durante a  pandemia trouxe de volta uma ameaça para parte dos brasileiros: a fome, a miséria. Com inflação e desemprego elevados, o país passou a registrar mais cenas de pessoas em busca de doações de alimentos e até de itens rejeitados por supermercados.

As cenas mais recentes a ganhar repercussão ocorreram na zona sul do Rio de Janeiro. Nesta quarta-feira (29), reportagem do jornal Extra mostrou que um caminhão com restos de carne e ossos, no bairro Glória, virou ponto de distribuição para moradores que têm fome e não têm dinheiro para comprar alimento.

Comerciantes da região relataram que essas cenas costumam ocorrer durante a manhã, em parte da semana. A reportagem tentou contato com os responsáveis pela distribuição, mas não obteve retorno. Ao Extra, o motorista do caminhão indicou que antes as pessoas buscavam os ossos para dar a cachorros, e hoje as sobras vão para consumo próprio.

Cenas como essa não são exclusividade do Rio. Durante a pandemia, cidades como Cuiabá (MT) também registraram filas de pessoas em busca de doações de restos de ossos de boi. Os resquícios de carne acabam virando prato principal na casa de quem sofre com dificuldades financeiras.

A organização social Viva Rio afirma que percebeu um aumento na fome com a chegada da pandemia. Por isso, ajudou a promover uma campanha de doações de alimentos, a SOS Favela, a partir da fase inicial da crise sanitária. Segundo a organização, 450 comunidades do estado do Rio chegaram a ser beneficiadas.

“O impacto da pandemia foi tremendo. O último a se recuperar é o mais pobre, que depende do trabalho nas ruas, por conta própria e informal. Ele é o primeiro a entrar na fila das perdas e o último a sair”, diz o antropólogo Rubem César Fernandes, fundador da Viva Rio.

“A situação ainda é dramática. A população de rua aumentou.”

No estado do Rio de Janeiro, 2,6 milhões de pessoas (o equivalente a 15,1% da população local) estavam em situação de extrema pobreza e viviam com até R$ 89 por mês no começo deste ano, segundo levantamento da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), a partir de dados do Ministério da Cidadania.

Durante sessão da CPI da Covid nesta quarta-feira, o senador Humberto Costa (PT-PE) comentou, com críticas ao governo Jair Bolsonaro, o caso de pessoas garimpando restos de carne entre ossos no Rio.

“Não sei se o senhor viu, na foto de um jornal, um bocado de carcaça de osso e umas pessoas querendo levar aquilo ali, que antigamente compravam pra dar para os cachorros, e hoje as pessoas compram para fazer sopa e comer o resto da carne”, disse, durante sua fala no depoimento do empresário bolsonarista Luciano Hang.

O senador disse que “é isto que este governo e esse projeto causaram ao nosso país: uma tragédia sanitária, econômica, social e política”.

*Com informações da Folha

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Bolsonaro, pelo Whatsapp, dissemina fake news, exalta Pinochet, anticomunismo e homofobia

A reportagem é de Paulo Capelli, O Globo, que teve acesso a mensagens enviadas nos últimos dias pelo presidente a seus contatos no aplicativo, que incluem notícias falsas sobre vacinação de jovens, vídeo elogioso ao ditador chileno, piadas preconceituosas e ataques a adversários.

Vídeos com elogios ao ditador chileno Augusto Pinochet, disseminação de fake news sobre a vacinação de jovens, além de piadas homofóbicas e um interminável arsenal de sua já conhecida sanha anticomunista. O GLOBO teve acesso a mensagens de WhatsApp remetidas pelo número pessoal de Jair Bolsonaro a pessoas próximas que expõem como o presidente da República tem usado o aplicativo de mensagens ao longo dos últimos dias.

O material foi enviado por Bolsonaro entre quinta-feira da semana passada e ontem por meio de um número adquirido recentemente. Diferentes pessoas do círculo do presidente receberam o mesmo conteúdo, inclusive outras importantes autoridades da República, o que indica o uso de uma lista de transmissão.

Em uma mensagem de anteontem, às 20h50m, Bolsonaro usou o aplicativo para espalhar fake news e desincentivar a vacinação ao escrever: “Jovens morrendo com a Pfizer.” No mesmo momento, ele compartilhou um vídeo com os dizeres: “Riscos — Precisam investigar! Jovens morr3ndo de parada card1aca (sic)”. No vídeo, também há a inscrição “Bolsonaro tem razão”. O material reproduz uma fala da comentarista Cristina Graeml, do programa “Os Pingos nos Is”, da rádio “Jovem Pan”, na qual ela cita cinco casos de adolescentes que faleceram recentemente, lançando dúvidas sobre a aplicação de doses da Pfizer. Duas das mortes citadas, no entanto, eram de adolescentes que sequer haviam sido vacinados. O texto foi disparado por Bolsonaro justamente no dia em que o governo voltou atrás e decidiu liberar a imunização de adolescentes, desaconselhada pelo Ministério da Saúde na semana anterior .

Uma das principais linhas de investigação da CPI da Covid é a demora na compra pelo governo federal da vacina da Pfizer. No total, 86 e-mails enviados pela farmacêutica ficaram sem resposta do Ministério da Saúde.

Em outra mensagem, disparada na última quinta-feira, Bolsonaro postou vídeo elogioso ao ditador chileno Augusto Pinochet e deu a entender que, se a esquerda voltar ao poder, o Brasil terá um destino preocupante.

“Quando os chilenos verem (sic) o que é o comunismo, quando entenderem as trapaças, as falácias, como estão enganando, vão se dar conta de que este governo tem razão”, diz a legenda em português do discurso de Pinochet compartilhado por Bolsonaro. Em seguida, aparecem imagens de protestos recentes no Chile, antes de o filmete retornar a Pinochet, que finaliza: “Isso nunca foi uma ditadura, senhores. Esta é uma ditabranda (ditadura branda). Mas, se necessário, teremos que apertar a mão, porque temos que salvar primeiro o país e depois olharemos para trás”.

O vídeo de Pinochet compartilhado por Bolsonaro vem acompanhado da seguinte mensagem, que leva o selo de “encaminhada”: “Pinochet/ Chile/ 1982. Cuba, Venezuela, Argentina, B…(?)”.

O presidente da República também disseminou homofobia. Na segunda-feira, ele compartilhou um conteúdo que mostra pessoas aparentemente num protesto por direitos da comunidade LGBT queimando uma bandeira do Brasil, acompanhado da legenda: “Essa turma toda quer ‘o cara’ voltando ao poder”.

Não foi a única mensagem preconceituosa. Na madrugada do último domingo, Bolsonaro remeteu um vídeo no qual o músico Rogério Skylab diz ter tido relações homossexuais sem, no entanto, considerar-se gay: “Já dei três vezes, mas sou hétero”. Logo depois, Bolsonaro completa: “Até três vezes pode.”

Bolsonaro também fez, em uma mesma postagem, críticas a Lula e à China. O presidente mandou ontem aos seus contatos um vídeo com a inscrição: “Lula, (sic) corrompeu-se para mentir ao mundo que a China é um ‘exemplo’”. Nesse vídeo, ao mesmo tempo em que Lula diz na parte superior da tela que a China é “um exemplo de desenvolvimento para o mundo”, a metade de baixo mostra cachorros mortos sendo comercializados como alimentos, além de uma criança levando uma surra de um suposto professor chinês dentro de sala de aula.

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PoderData: Lula lidera 1º turno em 2022 e vence o segundo turno com folga

Pesquisa divulgada hoje pelo site “Poder360” mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue na liderança do 1º turno das eleições do ano que vem, com 40% das intenções de voto, à frente do presidente Jair Bolsonaro, que tem 30%.

Lula e Bolsonaro oscilaram 3% e 2% para cima, respectivamente, se comparado com o levantamento anterior. A pesquisa foi feita pelo PoderData, divisão de estudos do site “Poder360”.

Em seguida, Ciro Gomes (PDT) aparece com 5% das intenções de voto; José Luiz Datena, com 4%; Henrique Mandetta (DEM) e João Doria (PSDB), ambos com 3%; Rodrigo Pacheco (DEM), tem 2%; Aldo Rebelo (sem partido) e Alessandro Vieira (Cidadania), aparecem com 1%. Brancos e nulos somam 9%; não sabem, 2%.

No segundo cenário testado, desta vez com a presença do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), no lugar do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), Lula surge novamente à frente com 43%. Bolsonaro tem 28%, Ciro 5%, Eduardo Leite 4%, Mandetta 3%, Datena 2%. Pacheco, Alessandro Vieira e Aldo Rebelo têm 1%. Branco ou nulo são 10%. Não sabem, 1%.

2º turno: Lula segue com folga

A publicação também perguntou aos entrevistados em quem eles votariam se o segundo turno fosse entre Lula e Bolsonaro: o petista teria 56% da preferência (eram 55% na pesquisa anterior); Bolsonaro tem 33% (eram 30%). Brancos/nulo somam 10%; não sabem, 1%.

Segundo o “Poder360”, o levantamento foi realizado no período de 27 a 29 de setembro. Foram 2.500 entrevistas em 451 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

*Com informações do Poder 360

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Bolsonaro, quando avisado que Carlos seria preso, ligou aos prantos para Moraes, diz Paulo Pimenta

O deputado federal Paulo Pimenta (PT) afirmou no Twitter, nesta quarta-feira, 29, que Jair Bolsonaro foi avisado por Michel Temer que seu filho e vereador Carlos Bolsonaro seria preso depois dos atos bolsonaristas no dia 7 de setembro e, por isso, ligou aos prantos para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo perdão.

“Bolsonaro foi avisado por Temer que Carluxo seria preso depois depois do 7 de setembro. O Machão aos prantos ligou para Alexandre de Moraes, implorando, pedindo perdão, e prometendo ‘nunca mais’ ofender o STF ou seus Ministros. Quem assistiu relata a patética e vergonhosa cena”, escreveu o deputado, que é jornalista por formação.

“Quem acompanhou o desenrolar das tratativas afirma que foi pior do que meu relato. O desespero de Bolsonaro pedindo que Temer viesse às pressas para Brasília foi ‘comovente’ e ainda será lembrado por muito tempo nos escaninhos do Palácio Alvorada. Carluxo nunca mais foi visto”, ressaltou.

Em outra publicação, Pimenta destacou que, “como jornalista, eu garanto que a fonte é muito quente e confio”.

*Com informações do 247

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Pacientes da Prevent Senior denunciam desde 2020 serem “cobaias”; leia relatos

No site de reclamações de consumidores “Reclame Aqui” pacientes afirmam terem sido tratados como cobaias.

O perfil da Prevent Senior no site de reclamações de consumidores “Reclame Aqui” tem denúncias, desde 2020, de pacientes que afirmam terem sido tratadas como cobaias do plano de saúde ao procurarem tratamento para Covid-19 e receberem medicamentos comprovadamente ineficazes contra a doença. Há relatos ainda de recusa de pacientes e falso diagnóstico.

Em maio de 2020, uma paciente de 52 anos alega que, mesmo sem diagnóstico fechado para Covid-19, uma médica pediu para que ela assinasse um termo de autorização para prescrição do combo “cloroquina + azitromicina”, o mesmo usado no estudo que ocultou mortes. Ela recusou alegando que não queria ser uma “cobaia”.

“Não aceito tomar cloroquina, até porque não se tem comprovação científica de sua eficácia e eu seria mais uma cobaia”, escreveu a paciente, que após uma piora, conta que teve que retornar ao hospital da Prevent Senior e o uso dos remédios lhe foi recomendado mais uma vez.

A conduta da Prevent Senior de recomendar o “kit covid” continuou ao longo de 2020 e 2021. Em março deste ano, uma paciente afirmou que passou por uma consulta virtual com uma enfermeira que lhe receitou o “kit Covid” antes de ter um diagnóstico da doença. Ela afirma ter rejeitado os medicamentos e conta que buscou atendimento fora do plano de saúde. Após um teste, a paciente descobriu que não estava com Covid-19.

Em abril, uma cliente afirmou que médicos de um dos hospitais da Prevent Senior se recusaram, por quatro vezes, a internar seu pai, que estava com um diagnóstico positivo para Covid-19 e saturação abaixo de 90. Ela também diz na reclamação que tinha receitas prescritas pelos médicos para cloroquina e ivermectina.

Em maio, outra paciente denunciou a prática. “Dei positivo para Covid e eles [Prevent Senior] me ofereceram o kit de tratamento precoce com cloroquina, ivermectina, azitromicina, vitamina D e C, já comprovadamente ineficazes e que ainda podem acarretar danos. […] Não quero ser cobaia deles, ainda mais com tratamentos ineficazes e perigosos”, escreveu a paciente.

*Com informações do Metrópoles

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Petrobras volta ao centro das preocupações

Mais uma vez, a Petrobras volta ao centro dos noticiários. Ao que tudo indica, o arsenal de maldades ou de trapalhadas desse governo, também nesse quesito, parece não ter fim. A cada dia ou cada nova semana, a empresa volta ao foco das preocupações de boa parte da sociedade brasileira.

A manchete do momento diz respeito a mais um reajuste a ser promovido pela direção da estatal no preço de venda do óleo diesel em suas refinarias. De uma tacada só, o valor foi reajustado em quase 9%, saindo dos atuais R$ 2,81 para R$ 3,06 a cada litro. Os impactos derivados de tal decisão tecnocrática e de forte viés financista se farão sentir de forma praticamente horizontal pelo conjunto dos setores de nossa economia. Os custos serão imediatamente repassados pelos distribuidores de combustíveis para as empresas de transportes, para os caminhoneiros e para os consumidores finais, com consequências diretas e inescapáveis sobre quase todos os agentes econômicos em nossa sociedade.

Não bastassem as dificuldades por que passamos todos com a crise atual – o desemprego, a alta da SELIC e os altos índices de inflação – pois a partir de agora seremos todos obrigados a conviver com mais essa medida completamente desnecessária. Enfim, ao menos deveria ser encarada assim se estivéssemos frente a um governo que levasse em consideração os verdadeiros interesses nacionais em suas decisões de política econômica e energética.

Política de reajustes começou com Temer

O que está por trás de cada uma das inúmeras elevações nos preços dos derivados de petróleo oferecidos pela Petrobras na saída de suas refinarias tem suas raízes ainda no governo Temer & Meirelles, logo depois do golpe que levou ao impedimento de Dilma Roussef em 2016. Naquele momento, a decisão adotada foi de romper com o suposto “passado intervencionista” da política de preços administrados e estabelecer uma moderna “política de mercado” para os produtos refinados. A ideia genial foi de atrelar os preços da estatal às variações observadas no mercado internacional do óleo bruto em dólar. Uma loucura! Assim, passamos a estar diretamente subordinados a variações externas à nossa vontade ou realidade, tais como as especulações na cotação do barril de petróleo nas reuniões da OPEP, nas variações no mercado globalizado das “commodities” ou nas desvalorizações do real frente às moedas estrangeiras.

A orientação naquele momento foi uma grave e deliberada reversão na direção da de uma maior autonomia na extração do óleo e na capacidade de refino no Brasil. O projeto nacional vigente até então era o de reduzir, para não dizer eliminar, nossa dependência com relação ao “fator petróleo” frente ao resto do mundo. Lembremos que em 2006, a condição de autossuficiência já havia sido alcançada durante a gestão do Presidente Lula, quando em 2006 simbolicamente foi inaugurada a plataforma P-50. Alguns anos mais tarde, em 2010, tem início também as operações nas reservas do Pré Sal. Tratava-se de uma estratégia para evitar que os preços internos dos derivados fossem determinados pelos fatores externos.

No entanto, todo esse movimento foi abortado a partir de 2016. Além disso, a orientação do governo foi de promover a redução da capacidade de refino interna no Brasil e elevar o coeficiente de importação dos produtos refinados. Para tanto, a Petrobras passou a exportar mais óleo bruto e comprar em maior quantidade os derivados no mercado internacional. Tudo isso com a argumentação falaciosa de que tais medidas promoveriam uma redução de custos para o consumidor brasileiro.

A vitória de Bolsonaro e a chegada do superministro da economia não alteraram em nada tal determinação. Muito pelo contrário, Paulo Guedes terminou por reforçar estas e outras sandices liberaloides na esfera da política econômica. A preocupação toda era a de agradar ao coração e às mentes do financismo, mantendo o discurso doutrinário de apego irracional ao doutrinarismo da ortodoxia. Tudo contra o Estado, sempre em defesa do mercado.

A evolução dos preços do diesel desde a posse de Bolsonaro está retratada no gráfico abaixo.

Preço óleo diesel nas refinarias Petrobras (R$/litro) – 2019/2021

Para além das questões associadas à defesa de um modelo tão irracional quanto disfuncional para nosso País, o fato é que esse percurso dos preços do diesel tem provocado fissuras e irritações no próprio campo conservador, desagradando a setores que tanto contribuíram para a chegada do ex deputado federal do baixo clero ao Palácio do Planalto. Uma das categorias que mais tem reagido a tais medidas são os caminhoneiros, que passaram inclusive a ameaçar com novas paralisações nacionais.

É importante registrar que o atual presidente da Petrobras é o General Luna e Silva, militar da reserva e que havia sido nomeado por Temer como o primeiro militar a ocupar o posto de Ministro da Defesa. No início do atual governo, ocupou o cargo de Presidente da Itaipu Binacional. Na sequência, ele foi nomeado por Bolsonaro para o Petrobras em abril deste ano, em razão de um suposto descontentamento do presidente com os reajustes que já vinham sendo praticados nos preços dos combustíveis da estatal. Ele foi indicado para substituir Roberto Castello Branco, que havia assumido o cargo desde o início do governo, por indicação de Paulo Guedes. Ambos têm um passado comum na formação em economia, tanto na FGV/RJ como na Universidade de Chicago. A ver como será feita a cobrança do ex capitão para com um superior na hierarquia do “seu” Exército.

Críticas nas próprias Forças Armadas.

As cobranças públicas têm se tornado cada vez mais frequentes, em especial no interior das próprias Forças Armadas. As acusações dirigidas a Luna e Silva partem inclusive de publicações de associações de reservistas, que se mostram indignados com a postura do general no comando da estatal. Uma das críticas mais recorrentes referem-se aos salários espetaculares pagos ao mesmo, que seriam superiores a 230 mil reais. Realmente, um escândalo para um governo que mantém no discurso da austeridade seu mote mais repetido e que se agarra como pode na Reforma Administrativa, sempre com o argumento surrado de acabar com “privilégios”.

A pergunta mais instigante é por que Bolsonaro ainda insiste com essa maluquice? Afinal, sua popularidade desce ladeira abaixo a cada nova pesquisa e os efeitos de tais aumentos dos combustíveis em nada contribuem para seus intentos de buscar a reeleição. Na verdade, a oposição a quaisquer mudanças na atual política de preços dos combustíveis tem origem nos interesses do sistema financeiro e na oposição sistemática de Paulo Guedes a qualquer tipo de alteração que se assemelhe a uma possível intervenção governamental no setor.

Por um lado, isso poderia significar algum tipo de redução nos lucros da empresa, com as repercussões consideradas negativas no mercado das Bolsas de Valores, aqui dentro e no exterior. Por outro lado, algum tipo de mudança necessária na política de reajustes dos combustíveis poderia ser absorvido pelo próprio governo, por meio da assunção de tal diferença pela contabilidade do Tesouro Nacional. Em qualquer um dos casos, no entanto, o superministro seria obrigado a engolir mais uma derrota interna. E nessa queda de braço, ao menos por enquanto, Bolsonaro tem evitado expor um confronto aberto.

Porém, se existe alguma racionalidade nas decisões de governo, parece claro que os reajustes se apresentam como uma pedra no sapato do capitão. Aguardemos para ver como ele definirá uma solução que preserve o seu Ministro da Economia e reduza os efeitos deletérios de tais aumentos dos preços para seu projeto de permanecer no governo a partir de janeiro de 2023. Convenhamos que se trata de uma missão bastante difícil – quase impossível, eu diria.

*Paulo Kliass/Carta Maior

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Relatório sigiloso do TCU diz que governo gastou R$ 1 milhão em três motociatas de Bolsonaro

O Estado brasileiro gastou R$ 1,062 milhão com apenas três motociatas realizadas pelo presidente Jair Bolsonaro: a do Rio, em maio, e as de São Paulo e de Chapecó (SC), em junho.

O valor, informado pela Presidência da República e pelo Gabinete de Segurança Institucional ao Tribunal de Contas da União, consta de um processo sigiloso que será julgado pela ministros do Tribunal de Contas da União na tarde desta quarta-feira na corte de contas.

A portas fechadas, em uma reunião reservada, os ministros vão avaliar se o presidente cometeu irregularidades ao promover esses três eventos usando o dinheiro público para bancar segurança e transporte dele mesmo e de seus convidados.

O processo é tratado como sigiloso no tribunal por envolver despesas com a segurança do presidente, mas também por tratar de um assunto que é politicamente delicado para Bolsonaro.

A devassa foi requisitada pelos integrantes da CPI da Covid, incomodados com o fato de Bolsonaro reunir multidões sem usar máscara durante a pandemia e com o propósito de se autopromover.

Ao avaliar os gastos com as motociatas, equipe técnica do TCU considerou apenas os gastos com a segurança do presidente e a estrutura usada nos deslocamentos, como veículos, combustíveis.

Não foram incluídas no relatório moticiatas de Bolsonaro em Brasília (DF), Uberlândia (MG), Santa Cruz do Sul (RS) e Pernambuco (PE). Os dados não foram contabilizados porque elas ocorreram depois do pedido de levantamento.

A análise inclui apenas despesas do governo federal. Não leva em conta o que os estados e dos municípios para organizar a estrutura local.

No relatório encaminhado aos ministros, a área técnica do tribunal disse não ser possível apontar irregularidades nos gastos do presidente. Segundo os auditores, não há uma lei que diga o que é uma viagem de interesse público e o que não é.

Nesse caso, os técnicos do TCU recomendam o arquivamento da investigação no tribunal e a remessa dos documentos não apenas à CPI da Covid, mas também às comissões de Fiscalização e Controle da Câmara e do senado.

A investigação, porém, pode ser aproveitada em outro órgão: o TSE, que está averiguando se as motociatas foram atos de antecipação de campanha política. O próprio procurador junto ao tribunal, Paulo Gonet, já pediu o compartilhamento das informações do TCU para avaliar.]

*Com informações de O Globo

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Vídeo: Donos da Prevent Senior cantando música nazista em banda de rock

Os irmãos Parrillo, Eduardo e Fernando, donos da Prevent Senior, cantam canções com referências nazistas. Esta é a constatação da jornalista Laura Caprigliole, que publicou um artigo no portal Jornalistas Livres expondo a letra da música “Army of Sun”, que faz alusão ao exército nazista de Hitler.

De acordo com ela, “Army of Sun” traduzindo “exército do Sol”, “era o nome das SS nazistas, que tinha o nome de Waffen Swarze Sohne, Waffen-SS, que na tradução do alemão, resulta em ‘Exército do Sol Negro’”.

“O nome ‘Waffen Schutzstaffel’, nome oficial das SS foi escolhido exatamente para ressoar o original ‘Waffen Swarze Sohne’, o ‘Exército do Sol Negro’, que se encontra na mitologia original nazista. As Waffen-SS eram a guarda pessoal de Hitler. Só podiam pertencer a ela jovens germânicos ‘puro sangue’, com condições físicas e mentais excepcionais para matar e que manifestassem fidelidade canina à ideologia nazista”, explica a jornalista.

Assista:

Confira a letra traduzida:

Exército do sol

Eu não me importo se você puxar o gatilho

Eu não me importo se você pensa que é maior

Vamos sangrar, vamos lutar

Você não vai fugir, não vai fugir

Eu não me importo se você desligar as luzes

Eu não acho que você vai ganhar a luta

Vamos ver a luz

Você não vai fugir, não vai fugir

Porque nós

Nós somos o poder

Andamos na água

Estamos juntos, juntos

Nós

Nós somos o poder

Andamos na água

Nos ficamos juntos

Nós somos o Exército do Sol

Nós somos o Exército do Sol

Nunca nos diga o que fazer

Sabemos uma coisa ou duas

Estamos juntos, juntos

Nunca nos diga o que ser

No final, somos você e eu

Estamos juntos, juntos

Porque nós

Nós somos o poder

Andamos na água

Estamos juntos, juntos

Nós

Nós somos o poder

Andamos na água

Nos ficamos juntos

Nós somos o Exército do Sol

Nós somos o Exército do Sol

Porque nós

Nós somos o poder

Andamos na água

Estamos juntos, juntos

Nós

Nós somos o poder

Andamos na água

Nos ficamos juntos

Nós somos o Exército do Sol

*Com informações do 247

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TSE acelera ação que ameaça chapa Bolsonaro-Mourão e dá 10 dias para alegações finais

Caso envolve disparo de mensagens falsas durante as eleições de 2018. Corte eleitoral deu 10 dias para investigados acessarem documentos.

O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Luis Felipe Salomão, deu prazo de 10 dias para que empresas apoiadoras do presidente Jair Bolsonaro acusadas de disparo de mensagens falsas durante as eleições de 2018 acessem a documentação dos dois inquéritos que apuram as possíveis práticas ilícitas.

Em dois despachos, Salomão determinou que as partes e o Ministério Público Eleitoral (MPE) apresentem as alegações finais no mesmo prazo. O caso pode resultar até na cassação da chapa Jair Bolsonaro-Hamilton Mourão.

“Anoto que o prazo está sendo concedido em dobro em razão do grande volume de documentos que estão sendo disponibilizados”, informou o corregedor-geral.

Os inquéritos investigam a contratação de serviço de disparos em massa de mensagens em redes sociais durante a última campanha para a Presidência da República e utilizam as mesmas provas apuradas nos inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF). O caso ficou conhecido como Inquérito das Fake News.

Nas apurações, além do presidente, aparecem nomes de apoiadores conhecidos de Bolsonaro, como dos empresários Luciano Hang, dono da Havan — ele depõe nesta quarta-feira (29/9) na CPI da Covid no Senado—, e Lindolfo Alves Neto, proprietário da agência de marketing Yacows.

*Com informações do Metrópoles

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