Mês: janeiro 2022

Por benefícios eleitorais, grupo que comanda pré-campanha à reeleição de Bolsonaro cobra ‘flexibilidade’ de Guedes

Guedes tem sido alvo de críticas entre os partidos do centrão pois não estaria disposto a fazer novas concessões na área social.

Partidos do centrão e militares do governo que integram a coordenação de campanha à reeleição de Jair Bolsonaro (PL) cobram “flexibilidade” e “sensibilidade” do ministro Paulo Guedes nas decisões econômicas da pasta durante 2022, para que Bolsonaro consiga colher benefícios eleitorais, informa o G1.

Até agora, a leitura que o “QG” bolsonarista faz é de que Bolsonaro está desgastado com a campanha contrária à vacinação na pandemia e, além disso, não conseguiu capitalizar a longo prazo nenhuma decisão do governo junto ao eleitorado mais vulnerável, como o auxílio emergencial e, agora, o anúncio do Auxílio Brasil. A avaliação é de que a ajuda gerou aumento de popularidade de Bolsonaro no primeiro ano da pandemia, mas, depois, o presidente se perdeu em suas pautas ideológicas e não conseguiu organizar políticas públicas permanentes na área social para converter em votos neste ano.

Guedes tem sido alvo cada vez mais de críticas entre os partidos do centrão pois não estaria disposto a fazer novas concessões na área social, por exemplo, tido como importante pelo núcleo da campanha para angariar votos junto a eleitores que, hoje, preferem o ex-presidente Lula.

Ocorre que Paulo Guedes tem repetido nos bastidores que não existe mais espaço fiscal para nenhum tipo de despesa – a não ser que haja um corte de gastos ou remanejamento de recursos indicado pelos políticos.

Fontes da cúpula do Congresso ouvidas pelo blog afirmam que, como Guedes tentou jogar para os parlamentares essa questão, Ciro Nogueira (PP), ministro da Casa Civil, passou a ser o responsável por dar o aval a remanejamentos do Orçamento- decisão que foi publicada na semana passada, por ordem de Bolsonaro.

Diante desse cenário, o núcleo de campanha de Bolsonaro cobra de Guedes, agora, que deixe de lado agendas que consideram como “pessoal” e abrace a “agenda de governo”, ou seja, a agenda de reeleição.

Entre as ideias discutidas pelo centrão e bolsonaristas, estão de programas de habitação defendidos pelo ministro Rogério Marinho – adversário de Guedes dentro do governo – a reajustes de categorias de servidores públicos – pautas com gastos elevados e objeção do ministro da Economia. No caso dos reajustes, Guedes tem aconselhado Bolsonaro a vetar o reajuste para policiais mas o presidente teme perda de apoio junto à categoria além de reação de sua base mais radical. Se o presidente vetar, o Congresso tem repetido que é uma questão do Executivo e, portanto, pode manter o veto.

Combustíveis

No colo do governo, o principal temor, hoje, é com um eventual desgaste eleitoral por causa do aumento dos combustíveis.

Nos bastidores, ministros políticos também querem que a Economia atue por uma solução para frear a alta dos combustíveis.

No final de semana, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), fez críticas a governadores e ao Senado e disse que os deputados fizeram a sua parte na tentativa de frear a alta dos combustíveis. As críticas foram feitas nas redes sociais do deputado, em meio a um novo reajuste dos preços da gasolina e do diesel. O anúncio da Petrobras no início da semana reacendeu a troca de acusações entre os estados e o governo federal sobre a responsabilidade pelas altas sucessivas.

Um ministro de Bolsonaro disse ao blog que o presidente quer que Guedes apresente sugestões por uma saída para o aumento dos combustíveis para evitar o que o QG bolsonarista chama de “catástrofe”.

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Sem plano B e atormentado com o seu chocante derretimento, Bolsonaro vai para o tudo ou nada

Bolsonaro não consegue esconder a angústia, mais que isso, não consegue disfarçar a agonia de quem convive com a própria descrença na possibilidade concreta e cada vez mais concreta de não se reeleger.

A primeira coisa que essa consumação provoca em Bolsonaro e que impacta negativamente a sua imagem e, consequentemente, afeta sua reeleição, é a imagem agoniada de quem está profundamente abalado com a possibilidade de perder a eleição e isso lhe custar a liberdade, assim como a dos filhos.

Movido por esse medo, Bolsonaro não economizará atitudes absurdas, irresponsáveis e até ilegais para tentar reverter esse quadro tão negativo. Mas parece que, quanto mais os dias correm e alguns fatos vão sendo revelados, mais aumenta o desespero de Bolsonaro.

Praticamente 80% dos brasileiros se posicionam frontalmente contrários à orientação de Bolsonaro para que crianças de 5 a 11 anos não tomem a vacina contra a covid. Pior, praticamente 60% da população acham que Bolsonaro mais atrapalha do que ajuda na vacinação das crianças, como também acha que ele é o responsável pela morte de mais de 620 mil brasileiros.

Trata-se de uma situação que não tem paralelo no Brasil ou no mundo, fora o duro cotidiano dos brasileiros sentindo no bolso os aumentos escandalosos dos combustíveis, do gás de cozinha e, consequentemente da alimentação, sem falar que o crédito para um povo pra lá de endividado, tem taxas em torno de 1000% ao ano, sem que a economia dê qualquer sinal de vida.

Bolsonaro está se tornando uma unanimidade negativa, cada vez mais dependente de jornalistas, blogueiros e até de emissoras como a Jovem Pan que tem faturado muito com sua fragilidade política, através da Secom (Secretaria de Comunicação).

O que evidencia que Bolsonaro não tem plano B, ou seja, não tem nada para reagir ao desmonte de sua imagem, é a tentativa de requentar pela milionésima vez a farsa da facada, mesmo não tendo qualquer retorno positivo todas as vezes que utiliza desse trunfo às avessas para sair de uma crise ou de uma situação embaraçosa, só piora.

A única coisa que Bolsonaro consegue é produzir memes e mais desgaste.

Já o núcleo do centrão quer um posicionamento mais radical de Bolsonaro para tentar reverter esse estado de crepúsculo que vive sua campanha, aconselhando-o a arreganhar os cofres da União para produzir uma revolução na base não de um saco de bondades, mas de um transatlântico, já que até agora, o benefício de sua campanha com o Auxílio Brasil não deu as caras.

Enquanto isso, ele vê Lula avançando sobre seu eleitorado, principalmente os evangélicos. Mas claro, o jogo sujo, que é miseravelmente sua principal prática, certamente será mais sujo do que foi em 2018.

O conhecido gabinete do ódio já deve estar preparando, a partir da cabeça de Carluxo, Flávio e Eduardo, sujeiras para serem espalhadas nas redes, o que não terá a mesma eficácia de 2018 pela desmoralização do governo, do presidente e dos seus filhos.

Uma coisa que não veremos até o dia 30 de outubro é Bolsonaro calmo.

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Fraqueza da centro-direita não é desculpa para ignorar risco que Bolsonaro traz à democracia

Presidente terminar seu mandato no cargo é prova de desastre.

Celso Rocha de Barros – Carlos Pereira é um grande cientista político brasileiro. Escreveu com Marcus Melo (o da coluna aqui do lado) um livraço, “Making Brazil Work”. Reunindo pesquisas empíricas de alta qualidade, a obra mostrou que o sistema político brasileiro funcionava bem melhor do que se pensava.

O problema é que o livro saiu quando já parava de funcionar. “Making Brazil Work” continua sendo um ótimo estudo dos 20 anos anteriores. Suas conclusões podem voltar a ser aplicáveis quando a crise política passar. Mas é evidente que seu modelo teórico subjacente perdeu poder explicativo na crise política dos últimos anos.

Após a eleição de Bolsonaro, Pereira passou a defender a tese de que Bolsonaro não oferecia risco à democracia brasileira. Afinal, Brazil works. Em sua coluna no Estadão da última segunda-feira (10), Pereira voltou a afirmar que a democracia sobreviveu bem a Bolsonaro, porque o STF conseguiu barrar várias iniciativas do presidente na pandemia e a CPI investigou seus crimes. Criticou quem defende que Bolsonaro ameaça a democracia, dizendo que essa tese não é testável empiricamente a não ser que o golpe ocorra.

O último argumento é claramente falso. Risco é uma probabilidade. Nenhum economista diria, por exemplo, que negócios bem-sucedidos nunca foram arriscados.

O procedimento correto, portanto, é examinar os episódios relevantes da política brasileira nos últimos três anos e discutir se eles são mais bem compreendidos pela hipótese “risco zero”, ou pela hipótese “democracia sob risco”.

Vamos ser generosos com a hipótese “risco zero” e aceitar que ela seja reformulada como “risco não maior do que o verificado em outros governos”. Vamos usar como juiz a análise dos governos anteriores em “Making Brazil Work”.

Já li o livro várias vezes e não vi nada comparável à renúncia coletiva dos chefes das Forças Armadas, ao manifesto dos empresários abortado por ameaças do governo, à tentativa de golpe do 7 de Setembro, à redistribuição de verbas publicitárias para a mídia chapa branca descrita no livro de Patrícia Campos Mello, a perseguição à imprensa, a tentativa de deslegitimar o processo eleitoral, ao conjunto da obra de Augusto Aras, à guerra permanente entre os Poderes, e, sobretudo, à politização das Forças Armadas.

A CPI, a propósito, foi mesmo uma ilha de “instituições funcionando”, mas deveria ter sido instalada um ano antes, quando teria pressionado Bolsonaro a comprar vacina; para quem morreu sem vacina, nossa democracia falhou. A CPI tampouco resultou no impeachment de Bolsonaro. Pereira sempre usou o julgamento do mensalão como exemplo de instituições saudáveis. Por esse critério, Bolsonaro terminar seu mandato no cargo é prova de desastre.

No fim de seu artigo, Pereira reclama que a tese “democracia ameaçada” pode ser usada para justificar o voto em Lula. Bem, a centro-direita ainda pode tentar construir uma candidatura presidencial viável. Se não conseguir, terá sido porque entregou a liderança da direita para o extremista Jair Bolsonaro em 2018. Naquela hora, muita gente gostou de ouvir que não estava colocando a democracia em risco quando votou em Bolsonaro. Se agora é difícil processar corretamente os fatos dos últimos três anos sem votar no Lula no segundo turno, a culpa não é nem do Lula nem dos fatos.

*Publicado na Folha

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Grupos neonazistas crescem 270% no Brasil durante o governo Bolsonaro

Estudiosos temem que presença online transborde para ataques violentos.

Pesquisadora afirma que há 530 núcleos extremistas no país, reunindo até 10 mil pessoas. Falta de leis contra discursos de ódio causa obstáculos a aplicação de punições, para autoridades.

G1 – Para especialistas e estudiosos que se dedicam a investigar o discurso de ódio no Brasil, a falta de leis claras contra práticas abomináveis, como a apologia ao nazismo e outras intolerâncias, é o principal obstáculo para que estes crimes deixem de acontecer no país. Não só isso, as células de grupos neonazistas aumentaram e se expandiram para as 5 regiões no Brasil nos últimos 3 anos. Veja a investigação completa sobre casos de neonazismo acima.

Este mapa elaborado pela antropóloga Adriana Dias, que se dedica a pesquisar o neonazismo no Brasil desde 2002, mostra que existem pelo menos 530 núcleos extremistas, um universo que pode chegar a 10 mil pessoas. Isso representa um crescimento de 270,6% de janeiro de 2019 a maio de 2021.

Existem 540 células neonazistas no Brasil — Foto: Reprodução/TV Globo

Entre os grupos extremistas, neonazistas são a maioria. Adriana explica que eles têm semelhanças entre si: “Eles começam sempre com o masculinismo, ou seja, eles têm um ódio ao feminino e por isso uma masculinidade tóxica. Eles têm antissemitismo, eles têm ódio a negro, eles têm ódio a LGBTQIAP+, ódio a nordestinos, ódio a imigrantes, negação do holocausto”, enumera.

A juíza federal e também pesquisadora do tema Cláudia Dadico ressalta que a falta de uma legislação clara contra discursos de ódio no Brasil é o principal obstáculo para que esses crimes sejam punidos de maneira exemplar.

Os casos que tenho acompanhado da Polícia Federal tem tido realmente um esforço grande no sentido de investigar e punir. O que ocorre é que muitas vezes alguns operadores do direito têm uma compreensão da liberdade de expressão que acaba, de certa forma, obstaculizando a punição desses crimes, que claramente não se situam dentro do campo da liberdade de expressão.
— Cláudia Dadico, juíza federal e pesquisadora

O promotor de justiça do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado do Rio de Janeiro (Gaeco-RJ), Bruno Gaspar, ressalta que “a liberdade de expressão não é ilimitada. Ela não autoriza manifestação discriminatória ou preconceituosa.”

Número de pessoas em núcleos extremistas o Brasil cresceu 270,6% em 3 anos — Foto: Reprodução/TV Globo

Das redes para as ruas

A reportagem do Fantástico identificou que o principal combustível para a explosão do número de células neonazistas no Brasil vem das redes. Durante meses de investigação em grupos privados de compartilhamento de material extremista, jornalistas flagraram mensagens de ódio, compartilhamento de vídeos exaltando Adolf Hitler e manifestações que extrapolaram as redes sociais.

Os núcleos nazistas se concentravam na região Sul do Brasil, mas a antropóloga Adriana relata que as células se espalharam para as cinco regiões do país. Ela destaca a região Centro-Oeste e Sudeste, com destaque para Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Na capital fluminense, inclusive, uma operação policial que tinha como objetivo prender um homem acusado de pedofilia acabou se tornado uma das principais apreensões de material nazista no país. Policiais encontraram uma vasta coleção de pôsteres, roupas, medalhas e acessórios nazistas, sem falar de armas. Metralhadoras, fuzis e pistolas, tanto originais da época como atuais, tinham munição e estavam funcionando, segundo a perícia.

O dono desta coleção é Aylson Proença Doyle Linhares, de 58 anos. Uma das provas encontradas pela polícia foi seu passaporte, com viagens anuais à Alemanha, algumas com meses de duração. Agora a polícia investiga se há alguma organização por trás dele e se peças do seu arsenal seriam vendidas.

O advogado de Aylson, Felipe Camacho, diz, em nota, que “a alegada apologia ao nazismo é um equívoco, já que o acusado é estudioso, autor de livro e colecionador”, e que “as armas antigas são herança paterna”. Sobre pedofilia, a nota diz que “o material recolhido com Aylson é de um portal de internet acessível a qualquer pessoa, sem indicação de idade de quem aparece ali”.

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Falsa polêmica do racismo reverso volta com novo formato

No debate público sobre assuntos importantes é preciso saber separar os polêmicos dos polemistas. A primeira categoria é formada pelos corajosos, que defendem com sinceridade os seus argumentos mesmo contra o senso comum, contra a corrente. Os segundos são aqueles que criam marola onde não existe, justamente para fingir que estão indo contra a corrente.

Nesse momento em que reinam as fake news, polemistas ficam ainda mais à vontade para embaralhar citações acadêmicas e colocá-las a serviço das conclusões que já formaram de antemão. Se suas teorias não se aplicam à realidade brasileira, vão buscar os acontecimentos de qualquer outro canto do planeta para servir-lhes de exemplo. Uma gambiarra aqui, outra ali, e vão em frente.

Há algum tempo, os criadores de controvérsias escolheram como alvo as propostas identitárias. Obviamente, nenhuma ideia deve ser blindada de contestação, desde que isso seja feito com honestidade e respeito. E é verdade que a discussão sobre identitarismo é travada muitas vezes de forma sumária, truculenta, simplista – nada que não possa ser resolvido pelo próprio debate. Na maior parte das vezes, a discussão é travada em alto nível.

Os polemistas, no entanto, são como Chacrinha: não vieram para explicar, mas para confundir. Com esse objetivo, criam até rótulos para realidades inexistentes.

O mais novo exemplo é o “neorracismo identitário”. Um nome empolado para a cascata do racismo reverso.

Segundo seu criador, estamos sob a ameaça do “supremacismo negro”

A preguiça em rebater esse tipo de argumentação arquitetada para colocar seu autor no centro de uma falsa polêmica é logo vencida quando se imagina o mal que pode produzir se for popularizada.

Rapidamente, talvez seja útil fazer alguns lembretes aos incautos. Aí vão exemplos de supremacia negra hoje no Brasil:

– Segundo o IBGE, entre os 10% mais pobres do Brasil, 75% são negros.
– Pela mesma fonte, negros também têm supremacia nos empregos informais – 47%, contra 34% dos brancos.

– População preta e parda é maioria também entre os que não têm acesso a esgoto: 42,8% contra 26,5%.
– O supremacismo negro, que já era grande na população carcerária, cresceu 15%. Em 2005, 58,4% dos presos do país eram pretos ou pardos; em 2019 esse percentual subiu para 66,7%.
– O teórico pode se valer também de outra estatística: segundo a ONG Justiça Global, entre as crianças mortas como consequência de ações policiais nas favelas cariocas, 75% são negras.

Seria possível continuar com uma extensa lista de itens para exemplificar a supremacia negra nessas circunstâncias trágicas em que os brancos sempre estiveram a salvo.

Agora, quando a muito custo a sociedade se move para alcançar algumas poucas vitórias (como a maioria de alunos negros nas universidades públicas), surgem animadores de salão para dar argumentos aos reacionários.

Uma das grandes preocupações do tal teórico é o ódio disseminado contra os brancos. Como se a parcela da população oprimida e violentada por tantos séculos precisasse de alguma propaganda para isso.

Na verdade, o movimento negro brasileiro é até pacífico demais.

Branco que sou, uso meu lugar de fala para opinar que reações como a do produtor americano H. L. Thompson, que nocauteou um turista alemão em hotel de luxo do Rio depois de ser atacado com insultos racistas, nada mais são do que legítima defesa.

Mas o polemista pode ficar tranquilo. No Brasil, os racistas e aqueles que colaboram para manter a opressão à população negra ainda sofrem muito pouco as consequências de seus atos.

*Chico Alves/Uol

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Café Antropofágico: Notícias em destaque nesta segunda-feira, 17/01/2022

Era Bolsonaro: Grupos neonazistas crescem 270% no Brasil em 3 anos; estudiosos temem que presença online transborde para ataques violentos. 530 núcleos extremistas no país, reunindo até 10 mil pessoas. Falta de leis contra discursos de ódio causa obstáculos a aplicação de punições, para autoridades.

Esbórnia cara: Após longa folga e funk em lancha, Bolsonaro perde força entre evangélicos. Cresce a ideia de que atitudes do presidente estão repelindo eleitorado.

Perdeu Edir!: Bolsonaro fracassa e Angola julga as finanças da Universal
Depoimentos em juízo indicam que, na última década, a Universal arrecadou em média US$ 120 milhões por ano nos templos, além de US$ 40 milhões em eventos.

Vacinação infantil: São Paulo, Rio, Curitiba e mais 7 capitais devem começar a vacinar crianças contra Covid nesta segunda. Demais capitais são Maceió, Goiânia, Manaus, Belém, Rio Branco, Macapá e Porto Velho. Em Cuiabá e Teresina, terá início apenas o pré-cadastro nesta segunda.

79% dos brasileiros apoiam vacinação de crianças de 5 a 11 anos, diz Datafolha
Pesquisa mostra que a rejeição à imunização contra o coronavírus para essa faixa etária é de 17%. Maioria acha que Bolsonaro atrapalha vacinação de crianças, mostra pesquisa.

Brasil registra 31,6 mil novos casos conhecidos de Covid em 1 dia.

País tem 621.099 óbitos e 23.006.952 casos registrados do novo coronavírus, segundo dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa. Média móvel de casos chegou a 69.235, a maior desde o dia 27 de junho do ano passado.

Ganância desmedida: Pandemia produz um bilionário a cada 26 horas, afirma relatório da Oxfam. Dez homens mais ricos do mundo dobram fortuna durante a crise sanitária.

Irresponsável: ‘Eu sou irresponsável com a minha própria vida. Cada um que cuide da sua’, diz influenciador que liderou expedição em montanha
Pablo Marçal, que promove cursos de liderança, conduziu 60 pessoas ao Pico dos Marins, em São Paulo, contra todos os alertas, por causa do mau tempo, e expôs grupo ao risco. Autoridades classificaram a expedição como irresponsável.

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Onda de choque do vulcão de Tonga percorre o mundo e chega ao Brasil

Onda de choque da erupção do vulcão Hunga-Tonga Hunga-Ha’apai foi registrada em vários continentes e também em estações meteorológicas do Brasil.

A erupção do vulcão Hunga-Tonga Hunga-Ha’apai, na nação polinésia de Tonga, no começo deste sábado, foi um evento de escala global. O violento processo eruptivo gerou uma nuvem de cinzas que atingiu até 30 quilômetros de altura e alcançou a estratosfera do planeta, porém os efeitos desta erupção no clima planetário ainda não podem ser avaliados porque a quantidade de material liberado ainda não foi totalmente dimensionada e a erupção pode ter novos episódios explosivos.

Em 1991, por exemplo, a erupção do Pinatubo, nas Filipinas, gerou tamanha quantidade de cinzas e gases que acabou por gerar um resfriamento temporário do planeta que durou dois anos, interrompendo por breve período a escalada de temperatura planetária gerada pelos gases estufa do aquecimento global. O mesmo ocorreu na história recente com o vulcão El Chichón.

O processo eruptivo deste sábado foi tão violento que a enorme onda de choque gerada foi visível nas imagens de satélite meteorológico como GOES e Himarawai que estão entre as mais impressionantes desde que a ciência passou a observar o planeta a partir do espaço. Vê-se a enorme coluna de cinzas eclodindo no meio do Pacífico e se expandindo ao alcançar altitudes mais elevadas enquanto uma onda de choque se expande radialmente a partir do centro da erupção.

O evento, um dos maiores em se tratando de vulcões no mundo na história recente; foi tão significativo que o som da explosão do vulcão em Tonga acabou sendo ouvido pelas pessoas a centenas de quilômetros de distância. Moradores de Fiji, a 800 quilômetros do vulcão, gravaram vídeos dos ruídos gerados pelo processo eruptivo.

Centenas de quilômetros de distância. Moradores de Fiji, a 800 quilômetros do vulcão, gravaram vídeos dos ruídos gerados pelo processo eruptivo.

*Com informações do MetSul

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Ex-governador de Alagoas, Teotônio Vilela, do PSDB, declara voto em Lula

Afastado do meio político, mas conversando com uns e outros amigos mais chegados, o ex-governador Teotônio Vilela, tucano de primeira hora, já emite sinais de que o PSDB chegou ao fim.

Sobretudo depois de João Dória, governador de São Paulo, candidato a presidente da República

Vilela não aparece em cena, mas tem revelado a amigos sua insatisfação com os rumos do velho partido social democrata e, recentemente, “segredou” a um político local que vai votar em Luis Inácio Lula da Silva, para presidente.

Vilela e Lula são amigos, desde os tempos do velho menestrel das Alagoas, o Teotônio pai.

Mas, não fica só no voto. O ex-governador está preocupado com a caminhada de Rodrigo Cunha (PSDB) para o governo de Alagoas, considerando que lhe falta o apoio de um grupo mais amplo para atingir o objetivo.

Por isso mesmo, Téo Vilela, segundo declarações de uma fonte do ninho tucano, aconselha Rodrigo Cunha a mudar de partido.

A ideia é que Cunha se mude de mala e cuia para o PSB, hoje controlado pela família Caldas. E por quê?

O PSB é o partido da primeira hora para formar a federação partidária com o PT, mais o PC do B e o PV. Assim, Cunha passará a ter um grupo muito mais forte para disputar o Palácio Zumbi dos Palmares, pois estaria aliado ao candidato a presidente da República, que hoje é apontado nas pesquisas como o nome mais forte para chegar ao Planalto.

O candidato do PSDB, João Dória, vai sucumbir junto com o partido tucano, após as eleições deste ano.

Ou seja, Vilela está a ensinar o caminho das pedras a Rodrigo Cunha.

Cabe a ele decidir se voa alto ou fica em cima do muro.

*Com informações do site É Assim

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O que a Folha, Estadão e Bolsonaro têm em comum? Os três são racistas e querem reescrever o conceito de escravidão no Brasil

No Brasil, falar sobre preconceito racial não é tarefa fácil, porque ninguém se confessa racista. Isso acaba sendo um passo para relativizar esse modelo cívico brasileiro herdado da escravidão, seja ele cultural, seja ele político.

A utilização de subterfúgios é o principal clichê de um discurso de integração  onde se pressupõe que há uma sociedade em que negros e brancos convivem harmoniosamente, uma espécie de racismo cordial.

Não dá para acreditar que o Estadão publicou neste sábado (15) um texto de José Nêumane Pinto extremamente elogioso ao falso polemista Antonio Risério, que não tenha sido missa encomendada. Risério é quem assina o texto da Folha de hoje fartamente criticado, respaldando a ideia de que, na verdade, o Brasil teve uma escravidão que produziu progresso para os negros, tendo como origem o mesmo conceito do governo Bolsonaro que utiliza a Fundação Palmares para respaldar essa ideia fascista.

Isso basta para mostrar como funciona o mecanismo do racismo estrutural desse país em que o baronato midiático e um governo declaradamente racista se colocam em situações iguais para levantar questões funestas sobre a escravidão, com a intenção de produzir confusão, como é o caso do artigo da Folha de hoje, defender a ideia de que, se há racismo no Brasil, é do negro contra o branco.

O livro de Risério, elogiado por Nêumane é a repetição da justificativa da segregação e da violência que os negros sofrem ainda hoje, sobretudo nas periferias e favelas do Brasil, principalmente nas grandes capitais como Rio de Janeiro e São Paulo.

Quando Risério escreve um livro com o título “As Sinhás Pretas da Bahia: Suas Escravas, Suas Joias”, busca a ideia de que todo mundo pode ser um empreendedor de sucesso, ou seja, mais neoliberal traço fascista, impossível.

Mas o chavão é o de sempre, o de que negros também escravizavam negros como se fora uma mera questão de mercado. O que eles nunca dizem é que, de fato, os negros podiam ter escravos, mas somente escravos negros.

Nessas armadilhas, o que se busca sempre para explicar o sistema escravocrata no Brasil é tirar do foco as vítimas da escravidão com um conjunto de falácias para que não haja conflito entre a narrativa e a realidade, negando com pontos isolados e falsamente colocados no debate para que a história seja recontada não pelos fatos, mas pelos conceitos dominantes.

Essa velha malandragem com discursos ornamentados de dinâmica da escravidão não quer discutir a busca das raízes do preconceito e do racismo de hoje, o importante para encontrar uma solução que impeça qualquer ascensão dos negros na sociedade, é produzir soluções a partir de críticas de sistemas baseados na história americana, como se o movimento negro brasileiro não tivesse sua própria consciência e projetos suficientemente conhecidos dentro do próprio país que pode rever injustiças seculares, estruturais e cumulativas que, mediante políticas compensatórias, devem ser urgentemente implantadas.

O que o Estadão, a Folha e o governo Bolsonaro querem com esse discurso perfilado, é exigir que os negros aceitem o discurso oficial da classe dominante, 100% branca, condenando-os a esperar por mais um século num país de pouco mais de cinco séculos em que quatro deles teve escravidão dos negros.

O país necessita, e com urgência, de medidas eficazes que insiram os negros no universo de oportunidades. E só fará isso se refizer um balanço digno revendo a história dos negros na escravidão.

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Lula à mídia italiana: “Quero que o Brasil volte a ser de todos os brasileiros, que ninguém passe fome”,

O ex-presidente Lula concedeu entrevista ao jornal italiano “Corriere Della Sera” e apontou o combate à fome como prioridade urgente no Brasil.

“Hoje, infelizmente, o país voltou a ter 20 milhões de pessoas passando fome, o desemprego é enorme e as previsões são de que o nosso PIB siga estagnado. Prometeram uma ‘ponte para o futuro’ que foi na realidade um salto para o abismo”, disse Lula, referindo-se ao projeto de Michel Temer que sucateou o país, fruto do golpe de Estado.

Lula lembrou a realidade completamente oposta a de hoje nos governos do PT: “Nos governos do PT, o Brasil foi um exemplo mundial de combate à miséria e à desigualdade, ao mesmo tempo em que chegou a ser a sexta maior economia do mundo”.

“Conseguimos erradicar a fome, gerar empregos, distribuir renda e criar oportunidades educacionais, elevando a qualidade de vida do conjunto da população”.

Lula também ressaltou que, ‘Hoje, infelizmente, o país voltou a ter 20 milhões de pessoas passando fome, o desemprego é enorme e as previsões são de que o nosso PIB siga estagnado. Prometeram uma “ponte para o futuro” que foi na realidade um salto para o abismo’.

‘A reconstrução do Brasil precisa começar pelo mais básico: garantir que todas as pessoas não passem fome, tenham direito a estudar e trabalhar em paz’.

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