Ano: 2022

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Novo chefe da Petrobras já criticou governo: “Refém dos caminhoneiros”

Adriano Pires foi indicado pelo governo Bolsonaro para substituir o general Joaquim Silva e Luna na presidência da Petrobras.

Indicado para assumir a presidência da Petrobras, o economista Adriano Pires (foto em destaque) já fez críticas à forma como o governo Bolsonaro tratou a Petrobras ao longo do mandato.

Em abril de 2019, após Bolsonaro ter pedido para a Petrobras segurar o reajuste no preço do diesel, Pires concedeu uma entrevista à jornalista Juliana Elias dizendo que o governo era “refém dos caminhoneiros”. Em abril de 2019, após Bolsonaro ter pedido para a Petrobras segurar o reajuste no preço do diesel, Pires concedeu uma entrevista à jornalista Juliana Elias dizendo que o governo era “refém dos caminhoneiros”.

“É impressionante, um governo que se diz tão forte, tão liberal, ficar refém dos caminhoneiros”, disse Pires, que dirigia o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura). “Foi mais um retrocesso e é muito ruim para o país, porque deixa de atrair investimento; ruim para a Petrobras, porque perde dinheiro, e ruim para o governo, porque perde credibilidade.”

Pires assumirá a presidência no lugar do general Joaquim Silva e Luna, demitido por Bolsonaro nesta segunda-feira (28/3). O militar vinha sofrendo pressões para intervir na política de preços da Petrobras com o objetivo de conter a alta nos combustíveis. A guerra na Ucrânia e as sanções contra a Rússia fizeram os preços dispararem no Brasil.

*Com Metrópoles

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Bolsonaro dá entrada em hospital de Brasília após sentir desconforto

O presidente Jair Bolsonaro (PL) deu entrada no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, na noite desta segunda-feira (28), após sentir um desconforto. A informação foi confirmada pelo presidente do Republicanos, Marcos Pereira, durante evento de filiação dos ministros Tarcísio de Freitas e Damares Alves ao partido, que contou, inclusive, com a presença da primeira-dama Michelle Bolsonaro. O UOL também confirmou junto ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Segundo apurou o UOL, a internação aconteceu para a realização de exames e a suspeita é de nova obstrução intestinal. O presidente se sentiu mal pouco depois do almoço e foi para o HFA no fim da tarde.
Auxiliares do presidente dizem que, a princípio, não há previsão de deslocamento de Bolsonaro para São Paulo e o quadro é acompanhado. Ainda não há confirmação se ele passará a noite internado no hospital.

A obstrução intestinal é consequência da facada que Bolsonaro recebeu em atentado durante a campanha eleitoral de 2018 e das operações subsequentes. Em janeiro desse ano, o presidente precisou ser internado em São Paulo depois de passar mal enquanto passava férias em Santa Catarina. Na época, o médico de Bolsonaro, Antônio Luiz Macedo, afirmou que a obstrução aconteceu após a ingestão de um camarão sem mastigar.

Em julho de 2021, Bolsonaro ficou quatro dias internado no hospital Vila Nova Star para tratamento de uma obstrução intestinal. À época, os médicos cogitaram uma intervenção cirúrgica, que foi descartada depois que o intestino do presidente voltou a funcionar normalmente.

*Com Uol

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Bolsonaro avisa aliados que vai demitir presidente da Petrobras

Se confirmada, será a segunda troca em um ano. Motivo é a alta no preço dos combustíveis. Cotado para o cargo é o economista Adriano Pires.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) avisou aliados próximos que vai trocar o comando da Petrobras, atualmente presidida pelo general Joaquim Silva e Luna. O militar já foi avisado.

Se confirmada, será a segunda troca na petroleira em um ano. O motivo da mudança são as queixas de Bolsonaro sobre as altas nos preços dos combustíveis. O cotado para o cargo de presidente da estatal é o economista Adriano Pires. Ele é especialista do setor de óleo de gás.

Para que a substituição seja efetuada, o Ministério da Minas e Energia deve enviar a indicação de um novo nome para a Petrobras. A indicação deve ser votada no Conselho de Administração da Petrobras. A previsão é que a votação ocorra ainda na primeira quinzena de abril.

*Com Metrópoles

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Cai Milton Ribeiro, o Queiroz de Bolsonaro no MEC

Se o sujeito caiu a partir do escândalo dos pastores vigaristas que se alojaram dentro do MEC, através do áudio do próprio ministro da Educação, Milton Ribeiro, não se pode esquecer a sua última frase, “a pedido de Bolsonaro”.

Ou seja, esta, de todas as frases absurdas ditas por Ribeiro, é a mais grave, porque o próprio afirma que foi a partir das ordens do presidente da República, o que faz lembrar o esquema padrão do clã com Queiroz na formação de quadrilha para cometer peculato, também chamado de rachadinha.

Pasmem! Bolsonaro ainda é candidato à reeleição, o que acabou provocando a combustão que explodiu no colo do ministro.

Mas todos sabem que essa bomba é muito maior e tem potência ilimitada. Ela não era de uso exclusivo do ministro e nem do MEC, mas o modus operandi que, neste caso, era convertido em ouro como pagamento de propina é o mesmíssimo do esquema que Bolsonaro organizou em família com Queiroz e cia.

Na verdade essa era a matéria prima que dava energia aos negócios dos pastores escroques dentro do Ministério da Educação.

Agora é saber aonde essa crise moral vai dar, porque não tem como ficar apenas na degola de Ribeiro.

A conferir.

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Ministro da Educação se reúne com Bolsonaro e deve ser exonerado

Expectativa inicial era de que Milton Ribeiro apenas se licenciasse do MEC, mas questões jurídicas inviabilizam a licença.

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, se reúne com o presidente Jair Bolsonaro no início da tarde desta segunda-feira (28/3), no Palácio do Planalto, para discutir sua saída do governo.

A expectativa é de que o titular do MEC seja exonerado em razão do escândalo do “gabinete paralelo” na pasta comandado por dois pastores evangélicos sem cargo oficial no governo.

Inicialmente, havia a expectativa de que Ribeiro apenas se licenciasse do MEC enquanto durassem as investigações sobre o “gabinete paralelo”. Questões jurídicas, no entanto, impediram a licença.

Atual número 2 do ministério, o secretário-executivo, Victor Godoy Veiga, é o mais cotado para assumir o comando da pasta. Ele é servidor público efetivo oriundo da Controladoria-Geral da União (CGU).

A troca no comando do MEC deve ser efetivada até o final desta semana, quando outros ministros do governo que disputarão as eleições terão de deixar seus cargos, conforme exige a legislação eleitoral.

Entenda o caso

Milton Ribeiro deixará o cargo após o jornal O Estado de S. Paulo revelar a existência de um “gabinete paralelo” no MEC tocado por dois pastores evangélicos sem cargo oficial na pasta.

Segundo a reportagem, os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos teriam cobrado vantagens ilícitas de prefeitos para facilitar a liberação de verbas no âmbito do FNDE, fundo ligado ao MEC.

Em um áudio atribuído ao ministro revelado pela Folha de S. Paulo, Ribeiro afirmou que a intermediação por meio dos pastores atendia a um pedido de Bolsonaro. O fato foi negado pelo ministro posteriormente, em nota.

Após a revelação, a ministra do STF Cármen Lúcia autorizou abertura de inquérito para investigar o ministro da Educação no caso. A decisão atendeu pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Paralelo a isso, a Polícia Federal abriu outro inquérito, mas sem incluir Ribeiro no rol de investigados. Segundo a corporação, a investigação atinge apenas pessoas sem foro privilegiado.

*Com Metrópoles

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Roberto Campos Neto, presidente do BC, confessa que as reformas neoliberais jogaram a economia brasileira num poço

A conclusão do ilustre presidente do Banco Central, publicada pela imprensa, de que aquela campanha da grande mídia, monstruosamente cínica que repugnava qualquer um que fosse contra as reformas ultraconservadoras dos neoliberais, atingiram em cheio os trabalhadores e foram trágicas para a nossa economia.

É isso que aparece, em resumo, quando o presidente do BC diz que eles pretendiam uma coisa, mas deu-se o inverso.

Agora, aparece um tecnocrata com a percepção de que, através de um exame da realidade, a instrução superior dos sabidos do neoliberalismo não garantiu nada além de ganhos individuais de meia dúzia de abutres, mas por outro lado, uma desintegração da nossa economia que resultou nesse estado de coisas que o modelo neoliberal jogou o país a partir do golpe em Dilma, tendo Temer como presidente e da prisão política de Lula, tendo Bolsonaro no comando do Palácio do Planalto.

Então, pergunta-se, como se chegou a esse Darwinismo às avessas? Como a mídia, que fez parte do processo de demonizar as leis que garantiam os direitos dos trabalhadores, divinizou as tais reformas?

Essa gente toda, fora os seus auxiliares, formulou um sistema contando com uma sucessão de benefícios para a economia, e a realidade decretou o oposto.

Cadê os órgãos autárquicos, os órgãos técnicos do Estado que poderiam alertar os “ingênuos” que as reformas eram uma loucura?

Então, a economia brasileira vive de enigmas?

O fato é que essa gente tem coragem de se antepor ao bem público, às verdadeiras necessidades do país, à felicidade e prosperidade de 212 milhões de brasileiros para atender aos interesses dos grupos financeiros.

Na realidade, nessa guerra de classes, governos fracos como o de Temer e Bolsonaro, o presidente transforma-se em boneco da banca. Por isso mesmo os endinheirados patrocinaram o golpe em Dilma e a prisão de Lula.

E agora, o presidente do Banco Central aparece com a brocha na mão dizendo que não imaginava que as reformas dariam no que deu.

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Bolsonaro homenageou ministro que proibiu manifestação no Lollapalooza

Raul Araújo, do TSE, recebeu medalha do presidente em evento em junho de 2021. Ele já proferiu outra decisão favorável ao chefe do Executivo.

Responsável pela decisão que proibiu neste final de semana manifestações políticas durante o festival Lollapalooza, em São Paulo, o ministro Raul Araújo, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi homenageado pelo presidente Jair Bolsonaro em junho de 2021. O jurista recebeu uma condecoração do chefe do Executivo três meses antes de começar a integrar a Corte.

Na ocasião, Bolsonaro agraciou Araújo com a medalha da Ordem do Mérito da Defesa, no grau de grande-oficial. Ele representa o Superior Tribunal de Justiça (STJ) no TSE desde 1º de setembro de 2021. Sua recente decisão, de sábado (26/3), acatou pedido do PL, partido do presidente, e foi vista como “censura” por diversos políticos e demais famosos.

Entre as 74 personalidades civis e militares homenageadas por Bolsonaro com a medalha, estavam a primeira-dama, Michelle Bolsonaro; o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; e os ministro da Justiça na ocasião, Anderson Torres; da Educação, Milton Ribeiro; e da Saúde, Marcelo Queiroga.

Condecoração

A medalha da Ordem do Mérito da Defesa foi criada por meio do Decreto​​ 4.263/2002. Desde então, segundo o STJ, a cada ano, personalidades, organizações militares e instituições civis nacionais e estrangeiras que tenham prestado relevantes serviços ao Ministério da Defesa ou às Forças Armadas do Brasil são homenageadas com a comenda.

A decisão

No sábado (26/3), o ministro acatou pedido do PL, partido de Bolsonaro, para barrar as manifestações políticas, um dia depois de a cantora Pabllo Vittar levantar uma bandeira com a imagem do ex-presidente Lula, durante sua apresentação no Lollapalooza.

Na decisão, o ministro considerou a manifestação dos artistas como propaganda político-eleitoral. O magistrado proibiu “a realização ou manifestação de propaganda eleitoral ostensiva e extemporânea em favor de qualquer candidato ou partido político por parte dos músicos e grupos musicais que se apresentem no festival”.

*Com Metrópoles

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Datafolha revela o óbvio: 75% dos brasileiros culpam Bolsonaro pela disparada da inflação

A questão da inflação nos tempos de Bolsonaro, tem uma meleca a mais, que é a macunaímica falta de qualquer, regra ou sentido econômico nas contas do varejo. Bolsonaro passou a ideia de que o vale tudo neoliberal é terra de ninguém e os comerciantes bolsonaristas acreditaram nisso, assim como outros setores que nunca especularam tanto.

O resultado disso está aí.

José Paulo Kupfer no UOL: “De acordo com projeções de Fabio Romão, um dos economistas que mais conhecem os caminhos da inflação brasileira, o IPCA-15 deu indicações de que a coisa está feia. Chamou atenção a intensidade, a disseminação e a velocidade das altas de alimentos.”

Lógico que a população percebeu isso e o Datafolha não podia obter outra resposta na sua pesquisa: “Datafolha: 75% dos brasileiros culpam Bolsonaro pela disparada da inflação”

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Bíblias de pastores calhordas do MEC, exibem foto de ministro Milton Ribeiro estampada na capa

Edição com imagens de Milton Ribeiro e pastores suspeitos de um esquema de propinas na pasta foi patrocinada por prefeitura do Pará.

Exemplares de uma edição da Bíblia com fotografias do ministro da Educação, Milton Ribeiro, e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura foram distribuídos, na tarde de 3 de julho do ano passado, em um evento organizado pelo MEC em Salinópolis (PA), cidade a 220 quilômetros de Belém. O encontro, que reuniu prefeitos e secretários municipais do Estado, contou com a presença do próprio titular da pasta e dos pastores que, segundo o Estadão revelou, pediriam propina em barra de ouro e dinheiro em troca de acesso ao ministro e liberação de verba.

A impressão destaca o “patrocínio” do prefeito de Salinópolis, Carlos Alberto de Sena Filho, o Kaká Sena, do PL, que também teve a imagem estampada entre a contracapa e a folha de rosto. Anfitrião do evento, ele custeou uma tiragem de mil Bíblias, a R$ 70 por cada exemplar, segundo pessoas que participaram do evento. A edição foi feita pela Igreja Ministério Cristo para Todos, um ramo da Assembleia de Deus, que tem uma gráfica em Goiânia. O pastor Gilmar Santos, que comanda a igreja, teve a presença anunciada no encontro como uma “autoridade”, sentando à mesa do palco, ao lado de Milton Ribeiro e do presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Marcelo Ponte.

Fotografias oficiais do MEC e vídeos da prefeitura de Salinópolis registraram as Bíblias ainda no plástico nas mãos de convidados e nos assentos vagos. Na semana passada, o jornal O Globo publicou relatos de prefeitos, confirmados pelo Estadão, que disseram ter recebido pedidos de propina de pastores do gabinete paralelo do MEC, na forma da compra de livros e dinheiro para igrejas em troca de liberação de verbas destinadas à construção de escolas e creches. O Estadão publicou ainda relato de pedido de pagamento de até 1 kg de ouro para garantir o repasse dos recursos.

Após o encontro, o ministro Milton Ribeiro aprovou a construção de uma escola em Salinópolis. Ele firmou um termo de compromisso com a prefeitura no valor de R$ 5,8 milhões, dos quais empenhou, no final de dezembro, R$ 200 mil. Tanto o ministro quanto o prefeito não se pronunciaram sobre a distribuição das Bíblias.

https://youtu.be/P16Mf14Nh5c

Impessoalidade

Doutor em Direito do Estado pela USP, Igor Tamasauskas disse ao Estadão que o caso das Bíblias com a fotografia de Milton Ribeiro pode caracterizar corrupção e improbidade. “Uma possível imposição de uma ‘doação’ na forma de confecção de Bíblias caracteriza a “vantagem indevida” para o desempenho de uma atividade pública, o que configura corrupção”, ressaltou. “A improbidade decorre disso e também da violação ao princípio da impessoalidade.”

O advogado avalia que a distribuição de Bíblias com foto do ministro em evento do MEC pode ainda configurar violação do artigo 37 da Constituição, que estabelece que a publicidade de atos de órgãos públicos não pode ter nomes ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades.

O advogado Cristiano Vilela afirma que a distribuição de itens que caracterizam interesse privado, em evento público, pode configurar uma afronta aos princípios da administração pública: impessoalidade, legalidade e moralidade. Especialista em Direito Público, ele ressalta que o Estado tem de se manter “absolutamente neutro, não podendo discriminar as igrejas, beneficiá-las, ou prejudicá-las” e não deve “se confundir com as preferências religiosas dos seus ocupantes transitórios”.

Na Bíblia distribuída em Salinópolis, há um agradecimento a Milton Ribeiro por ter “construído uma comunhão especial” com o pastor Gilmar Santos e ao prefeito da cidade pelo patrocínio. O texto de apresentação destaca que o ministro e o religioso realizavam seminários em diferentes regiões, levando projetos de melhoria da Educação Básica.

‘Sugar’

Em vídeo ao qual o Estadão teve acesso, o prefeito Kaká Sena agradeceu ao pastor Gilmar Santos pelo evento. “Obrigado, pastor, por ter me ajudado a chegar neste momento”, disse. “Este momento é um momento ímpar, para que a gente possa aproveitar e sugar o máximo o MEC, o FNDE”, enfatizou. O prefeito ainda ressaltou que o ministro tinha o “terceiro maior orçamento” do governo.

O ministro Milton Ribeiro também agradeceu ao “amigo” Gilmar Santos e aproveitou para enaltecer o presidente Jair Bolsonaro. “Eu tenho tido apoio total e irrestrito do senhor presidente da República. Quero dizer aos senhores que estão aqui nesta reunião que nós podemos qualificá-lo com muitos adjetivos ruins, ele tem defeitos como eu tenho, mas eu sou testemunha de que nós não temos mais na Presidência da República um corrupto, um desviador de merendas de escola pública e que só pensa nele”, afirmou o ministro. “Eu que decido todo dia (um orçamento de) R$ 480 milhões de reais. Em nenhum momento recebi ligação do presidente pedindo proteção para A ou B.”

Por sua vez, o pastor Gilmar Santos comparou a atuação de Milton Ribeiro ao “ministério” de Jesus Cristo. “Como ministro do Evangelho, pela Graça de Deus, eu consigo nesta tarde visualizar e fazer um paralelismo com o que está acontecendo aqui e o que Cristo fez”, disse. “O ministério de Jesus Cristo apoiava-se em três pilares”, afirmou. “E ia ele por todas as cidades, povoados e aldeias, ensinando e pregando o Evangelho do Reino e curando os enfermos.”

Denúncia

O prefeito de Bonfinópolis (GO), Professor Kelton (Cidadania), relatou à reportagem que num encontro, no início de 2021, o pastor Arilton Moura pediu R$ 15 mil para custear despesas em Brasília e a compra de Bíblias para liberar recursos do MEC. “Se você quiser contribuir com a minha igreja, que eu estou construindo, faz uma oferta. Você vai comprar mil Bíblias, no valor de R$ 50, e vai distribuir essas Bíblias lá na sua cidade. Esse recurso eu quero usar para a construção da igreja”, disse o pastor, segundo o prefeito. “Fazendo isso, você vai me ajudar também a conseguir um recurso para você no ministério”, relatou. Kelton disse que não aceitou a proposta.

A Bíblia editada pelos pastores foi distribuída, no ano passado, em um evento em Nova Odessa, no interior de São Paulo. Uma secretária municipal que esteve no encontro e pediu para seu nome não ser publicado descreveu o cenário como “desconfortável, escandaloso para quem é da Educação”. Ela disse que as Bíblias estavam em mesas junto a profissionais do FNDE e do MEC, que resolviam eventuais dificuldades das prefeituras com merenda, transporte e materiais didáticos.

Durante o atendimento a prefeituras paulistas em Nova Odessa, em cima de um palco, o pastor Arilton Moura perguntou se a plateia sabia o motivo de eles estarem ali. “Porque vimos a necessidade do evangelismo em cada município desses”, afirmou. Ao discursar, o ministro agradeceu e chamou o pastor Gilmar de “meu amigo, meu irmão”. Em nota, a prefeitura de Nova Odessa negou que as Bíblias tenham sido distribuídas na cidade.

*Com Estadão

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