José Placídio Matias dos Santos atuou por três anos no Gabinete de Segurança Institucional durante o governo Bolsonaro.
O coronel do Exército José Placídio Matias dos Santos, que foi assessor no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) por três anos, usou as redes sociais para pedir golpe e ameaçar o ministro da Justiça Flávio Dino. Ele ainda afirmou que “centenas de militares da ativa” participaram dos atos terroristas em Brasília, no dia 8 de janeiro. Procurado, o Exército ainda não respondeu aos questionamentos da reportagem.
O militar publicou, no dia dos atos golpistas, uma mensagem direcionada ao comandante do Exército, general Júlio César de Arruda. A publicação pedia a insubordinação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As informações foram divulgadas inicialmente no “Estado de S. Paulo”. Após a publicação, o coronel apagou algumas postagens de suas redes sociais.
“General Arruda, o Brasil e o Exército esperam que o senhor cumpra o seu dever de não se submeter às ordens do maior ladrão da história da humanidade. O senhor sempre teve e tem o meu respeito. FORÇA!!”, diz a postagem no Twitter.
Ainda no dia dos atos terroristas, Placídio conclama as Forças Armadas a atuarem. “Brasília está agitada com a ação dos patriotas. Excelente oportunidade para as FA entrarem no jogo, desta vez do lado certo. Onde estão os briosos coronéis com a tropa na mão?”, publicou.
No dia seguinte aos atos, Placídio voltou às redes sociais para afirmar que havia “esquerdistas baderneiros infiltrados” nos atos golpistas da véspera. “Não sei o que vai acontecer, ninguém sabe ao certo. O que temos de evidente é que o povo ordeiro e patriota, o que não inclui os esquerdistas baderneiros infiltrados, jamais aceitará a usurpação de poder levada a cabo pelo sistemão”, escreveu.
O coronel ainda comparou a ação dos policiais que impediram uma destruição ainda maior nas sedes dos Três Poderes com a Gestapo, a polícia secreta de Adolf Hitler na Alemanha nazista. Em seguida, o Placídio disse que os atos golpistas tiveram participação direta de militares da ativa.
“Será que o pessoal sabe que na manifestação de ontem em Brasília havia centenas de militares da ativa?”, perguntou no Twitter.
Ameaça a ministro
Placídio ainda publicou uma ameaça a Dino, com um ataque homofóbico. “O ministro da justiça está se sentindo empoderada. Tua purpurina vai acabar”, escreveu.
Placídio atuou no GSI entre fevereiro de 2019 e março de 2022. Ele atuou como assessor chefe militar da Assessoria Especial de Planejamento e Assuntos Estratégicos da Secretaria Executiva do GSI e era subordinado ao ex-chefe da pasta, o general Augusto Heleno.
Nesta quinta-feira, depois da publicação da reportagem, Placídio voltou ao Twitter para criticar militantes de esquerda. “A esquerdalha baixou em peso hoje por aqui! Vamos em frente!”, afirmou.
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