Mês: fevereiro 2023

Missão evangélica aponta senador como ‘dono’ do DSEI yanomami

Relatório da Missão Evangélica Caiuá ainda aponta ligação de autoridades com garimpo e desvio de medicamentos destinados aos indígenas.

A missão evangélica que mais recebeu recursos do governo Jair Bolsonaro (PL) para atuar junto aos indígenas na Amazônia não apenas reconhece a influência política na administração dos recursos, como aponta a ligação de autoridades com os garimpeiros.

No dia 24 de janeiro, a Missão Evangélica Caiuá, ligada à Igreja Presbiteriana do Brasil e que recebeu R$ 872 milhões ao longo do governo Bolsonaro, elaborou um relatório onde lista uma série de denúncias creditadas a “colaboradores que não querem nem podem ser identificados, pois suas vidas estariam em risco”.

A primeira denúncia é que o DSEI – Distrito Sanitário Especial Indígena – é alvo de investigação do Ministério Público Federal (MPF) por desvio de medicamentos por parte do coordenador.

“O coordenador é cargo político, e o dono da pasta da saúde indígena que controla o DSEI Yanomami, é o Senador Mecias de jesus (sic)”, afirma o documento, citando o senador do Republicanos.

Vale lembrar que Mecias e seu filho – o deputado Jhonatan de Jesus, escolhido como representante da Câmara no Tribunal de Contas da União – foram responsáveis pela escolha dos últimos gestores do distrito.

De acordo com a missão, “o próprio presidente do controle social tem envolvimento com o garimpo” e “existem relatos sobre a troca de medicamento por ouro”.

O documento também destaca os casos de desnutrição grave na região do Surucucu e em outras comunidades, e também a ocorrência de “casos de malária, verminoses, diarreia e doenças do trato respiratório, como pneumonia”, em todo o território.

*Com GGN

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Garimpeiros começam a deixar terra Yanomami, em Roraima

A região e os Yanomami que lá habitam vêm sendo afetados pela atividade ilegal dos garimpeiros. Dezenas de indígenas já morreram.

Vídeos que circulam na internet, mostram pessoas se retirando das terras indígenas dos povos Yanomami, em Roraima. A região e os indígenas que lá habitam vêm sendo afetados pela atividade ilegal de garimpo. Dezenas adultos, crianças e idosos indígenas já morreram e outros estão hospitalizados.

No sábado (4/2), a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, disse que o governo federal recebeu informações de que um fluxo grande de garimpeiros está deixando espontaneamente a terra indígena Yanomami. Ela também garantiou que havia pelo menos 20 mil garimpeiros instalados na região.

“Temos informações que garimpeiros já estão saindo. É bom que saiam, é bom que reduz nosso trabalho. São 20 mil garimpeiros para serem retirados”, declarou a ministra. “Se eles saem sem precisar da força policial, é melhor para todo mundo.”

Quando começou

Durante a coletiva, concedida em Boa Vista, a ministra disse ainda afirmou que a informação do movimento dos garimpeiros veio de serviços de inteligência do governo, servidores que estão na região, por sobrevoos de equipes do Distrito Sanitário Especial Indígena e por integrantes de associações de indígenas.

Segundo Guajajara, a saída dos garimpeiros começou no dia 30 de janeiro, dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou o bloqueio dos tráfegos aéreo e fluvial de garimpo ilegal na região.

Em nota, o Palácio do Planalto disse, na ocasião, que corte no tráfego tinha o objetivo de “impedir o acesso de pessoas não autorizadas pelo poder público à região buscando não apenas impedir atividades ilegais, mas também a disseminação de doenças”.

“As iniciativas visam combater, o mais rápido possível, o garimpo ilegal e outras atividades criminosas na região impedindo o transporte aéreo e fluvial que abastece os grupos criminosos”, informou o governo.

*Com Metrópoles

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Como nostalgia do ‘mundo de ontem’ e medo viraram arma para radicalizar brasileiros mais velhos

“Você é patriota ou ‘jornazista’?“, pergunta dona Heloísa (nome fictício), de 67 anos, antes de aceitar conceder uma entrevista à BBC News Brasil.

Avessa aos meios de comunicação tradicionais, ela se informa apenas pelo WhatsApp. Foi no aplicativo de mensagens que ela recebeu a convocação para participar, ativamente, dos atos antidemocráticos em Brasília em 8 de janeiro.

“Não assisto à TV desde 2015. Naquele ano, eu me politizei ao descobrir o Brasil Paralelo [canal bolsonarista desmonetizado por ordem do Supremo Tribunal Federal] e o Olavo de Carvalho [ensaísta e influenciador digital de direita, morto em janeiro de 2022]”, diz dona Heloísa.

Embora não tenha entrado no Congresso Nacional, ela esteve entre o grupo que subiu na rampa e na parte elevada do edifício legislativo. Acabou detida no dia seguinte, quando a polícia desbaratou os acampamentos bolsonaristas diante de quartéis. Foi fichada e liberada após 12 horas, conta.

Alguns dos detidos nos atos e acampamentos agora responderão a processo legal. Até 31 de janeiro, o Ministério Público Federal havia apresentado denúncia contra 479 pessoas por crimes como associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado pela violência.

Dona Heloísa emociona-se ao explicar por que decidiu encarar a longa viagem de ônibus do interior de Minas Gerais, onde vive com o filho de 28 anos (“que também é de direita”), até a capital federal.

“Quero um país melhor para mim, para você e para todos. O Lula e a esquerda vão implementar o comunismo no Brasil. Vamos virar uma Venezuela, uma Cuba, uma Coreia do Norte~, argumenta.

O medo sentido por dona Heloísa, embora não tenha base em fatos concretos, parece ser chave para entender um fenômeno visível: os atos antidemocráticos pós-eleição presidencial passaram a atrair pessoas mais velhas em comparação ao que se via em protestos populares até então no Brasil.

De um lado, há o temor de que isso alimente uma “velhofobia”, ou preconceito contra idosos. De outro, provoca debates sobre como prevenir — ou reverter — a radicalização, o isolamento, a sensação de ressentimento e a suscetibilidade à desinformação de parte da população mais velha, um grupo que é cada vez mais numeroso no Brasil e no mundo.

“Existe maior vulnerabilidade dos mais velhos ao discurso que provoca medo e ameaça destruir o mundo que eles conhecem e onde se sentem seguros e protegidos”, diz Mirian Goldenberg, professora-titular do Departamento de Antropologia Cultural do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

“O WhatsApp e a mídia de extrema direita se tornaram armas poderosas para provocar medo e insegurança nos mais velhos. Eles sentem muito mais medo com as ameaças de destruição dos seus valores.” O perigo, porém, segundo Goldenberg, é associar a velhice a uma inclinação ao extremismo de

O que, então, podemos concluir a partir da presença de tantos cabelos grisalhos na invasão dos Três Poderes e nos acampamentos diante de quartéis?

Os presos em Brasília

Os dados corroboram a percepção de que os atos antidemocráticos atraíram um público mais velho, embora não necessariamente idoso (que, para efeitos legais, é quem tem 60 anos ou mais).

Segundo a lista divulgada pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) depois do 8 de janeiro, a faixa etária prevalente entre os mais de mil detidos nos atos era de 50 e 59 anos (393 presos).

No grupo entre 60 e 69 anos, havia 40 pessoas presas. Mais duas tinham mais de 70 anos, e uma terceira, mais de 80.

No entanto, antes disso, a Polícia Federal havia liberado outras 684 pessoas detidas no acampamento diante do QG do Exército, acusadas de participarem das manifestações pró-Bolsonaro. A Seape-DF não informou quantas dessas pessoas liberadas eram idosas.

No Brasil em geral, uma pesquisa sobre a polarização no país, divulgada em abril de 2022, das organizações Locomotiva, Despolarize e Tide Setúbal, identificou que 35% dos 1.300 entrevistados de 60 anos ou mais se diziam de direita — o maior contingente entre todas as faixas etárias.

Os idosos entrevistados também se identificavam mais com expressões como “cidadão de bem” e “patriota”, em comparação com outras faixas etárias.

"Esse discurso não é só perigoso - REUTERS - REUTERS

“Esse discurso não é só perigoso, mas criminoso. É reforçar ainda mais o preconceito”, afirma Goldenberg, uma das principais estudiosas do envelhecimento no Brasil. “Se antes ouvíamos que velhos são ‘teimosos’ ou ‘gagás’, agora estamos ouvindo que eles são ‘fascistas e de extrema-direita’.”

Mas não se pode dizer - REUTERS - REUTERS

Mas não se pode dizer que houve nesse grupo um alinhamento automático a Jair Bolsonaro (PL). Em 27 de outubro, a poucos dias do segundo turno das eleições de 2022, pesquisa Datafolha apontou que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderava em intenção de votos entre eleitores com 60 anos ou mais, com 51% contra os 43% de Bolsonaro.

O que parece corroborar a tese de Mirian Goldenberg de que, embora muitos desse grupo etário se identifiquem mais com a direita, a maioria não se radicalizou em favor do ex-presidente. “Trata-se de uma pequena minoria de pessoas, e não foi com a velhice que se tornaram assim. A população mais idosa está sendo erroneamente estigmatizada”, opina a antropóloga.

O problema é que os fenômenos por trás dessa radicalização são complexos — e estão associados a questões tanto nacionais, quanto globais.

Medo e nostalgia Alguns anos atrás, o acadêmico italiano Edoardo Campanella analisou, em países da Europa e nos Estados Unidos, o que chama de “elo entre envelhecimento e populismo”.

*Com Uol

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Lula e Janja encontraram cofre de armas em vez de cama no quarto presidencial; veja foto

No início de janeiro, quando Lula e Janja fizeram uma visita ao Palácio da Alvorada para conferir a situação da residência oficial antes de se mudarem para lá, se depararam com um… grande vazio no quarto presidencial.

Segundo coluna  de Lauro Jardim, além de não ter nenhum móvel no aposento — não havia cama, nem mesas, nem tapetes — foram encontrados apenas um cofre para guardar armas de fogo, um cilindro de oxigênio e algumas poltronas (veja no fim da página).

Cofre para armas no quarto presidencial — Foto: Ag. O Globo

Cilindro de oxigênio no quarto presidencial — Foto: Ag. O Globo

Mas aonde foram parar os móveis? No momento, são tratados como “extraviados” até que a curadoria dos palácios presidenciais localize o paradeiro deles.

A propósito, o órgão abriu diálogo com o Iphan para tombar os móveis dos palácios do Planalto e da Alvorada, que ainda não estão classificados como patrimônio histórico.

Até segunda ordem, portanto, Lula e Janja não têm onde dormir.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

‘Valdemar dizia que o Bolsonaro era burro’, afirma Maria Christina, ex-mulher do presidente do PL

Estabelecida em Miami, socialite dispara contra o ex-marido e outros figurões de República.

Maria Christina Mendes Caldeira é a primeira a admitir: nasceu para ser socialite. Oriunda de uma família de empreiteiros de São Paulo, teve uma educação requintada. Aprendeu diversos idiomas e viajou o mundo. “Tudo isto para algum dia ser a mulher ideal de um homem rico e poderoso”, afirma.

Teve três maridos, e o terceiro se encaixa nessa descrição: é o deputado federal Valdemar Costa Neto, líder do Centrão e presidente do PL, atual partido de Jair Bolsonaro. Aliás, foi graças a ele que o nome de Maria Christina começou a sair na imprensa fora das colunas sociais.

Já separada do parlamentar, ela deu um depoimento contundente à CPI do Mensalão, em 2005, denunciando falcatruas que teria presenciado enquanto estiveram casados. Valdemar acabou sendo condenado a sete anos e dez meses de reclusão, e preso em 2012. Em 2015, foi indultado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e retomou a sua carreira política.

Maria Christina se mudou para os Estados Unidos em janeiro 2017, onde diz ter conseguido asilo político. “Existem 22 queixas-crime do PL contra mim. Sofri três acidentes de carro. Num deles, em maio de 2009, capotei quatro vezes, depois de ser abalroada por um veículo que vinha a mais de 100 km por hora. E tive um revólver apontado para a minha cabeça uma dez vezes. Era um modus operandi. Antes de cada operação estourar, vinha alguém me ameaçar: ‘Se você falar alguma coisa, a gente te mata’.”

Mas, apesar das ameaças que diz ter sofrido, ela sempre falou. E fala até hoje. Numa live transmitida pelas redes sociais em 18 de novembro do ano passado, Maria Christina voltou a atacar o ex-marido. Estava indignada com o pedido que o PL fizera ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para desconsiderar os votos computados em urnas “antigas” e contabilizar apenas os das urnas “auditáveis”, o que supostamente daria a vitória a Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais.

”Ô, Valdemar, me poupe, né, querido? Sou sua ex-mulher. Eu fui casada com o dono do bordel do Congresso e conheço bem como é que você se movimenta”, diz ela no vídeo. E arremata: “Eu vou fazer da sua vida um inferno”.

Maria Christina conheceu Valdemar em 1992, quando já estava separada de seu primeiro marido, o empresário Fady Saad Tabet. O encontro ocorreu no restaurante Roppongi, em São Paulo, onde iria jantar com uma amiga. Valdemar se encantou na hora, diz Christina. Mas não foi correspondido. Na época, ela saía com Gilberto Miranda, ex-senador pelo Amazonas.

”Eu ia visitar o Gilberto no Congresso, e o Valdemar ficava me seguindo pelos corredores”, conta. Durante anos, diz, o deputado insistiu mandando flores e convites para jantar. “De vez em quando eu ia, mas levava uma amiga junto para ver se ele se interessava por ela.” Acabaram se perdendo de vista. Maria Christina se casou com o lobista americano James Rubin, então porta-voz da secretaria de Estado do governo Clinton, e foi morar com ele nos EUA. Rubin, posteriormente, passaria 20 anos casado com a jornalista Christiane Amanpour, da CNN.

Em 1999, novamente separada, voltou ao Brasil e pediu ajuda a Valdemar para repatriar móveis e objetos pessoais, que estavam armazenados em Miami. “Ele mandava nos aeroportos”, afirma ela. Os dois foram jantar fora e, dessa vez, pintou um clima. “Como todo bom político, o Valdemar é muito sedutor. Não é um homem culto, mas é focado, esperto, muito inteligente. E era absolutamente louco por mim.”

Com o relógio biológico batendo forte, Maria Christina sentiu que estava na hora de sossegar. “Eu queria ter filho, queria ter uma família”, conta. Os dois passaram a viver juntos em 2002 e oficializaram a união no ano seguinte, em Las Vegas.

Mas ainda nem eram casados quando foram notícia juntos pela primeira vez. Foi em 4 de janeiro de 2003, quando voltavam de jatinho de Buriti Alegre (GO), onde haviam comparecido a uma festa do então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, poucos dias depois da primeira posse de Lula (PT) como presidente da República.

O avião deslizou sobre um lençol d’água na pista do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, despencou de um barranco e só parou na calçada da avenida Washington Luís, ferindo um pipoqueiro e danificando o carrinho de pipoca. Valdemar e Maria Christina saíram correndo da aeronave e pegaram um táxi, sem passar pelo terminal do aeroporto. “O Valdemar estava bêbado”, ri Maria Christina. “Ele não podia dar entrevista naquele estado.”

Durante algum tempo, Maria Christina foi a anfitriã das reuniões que Valdemar promovia com políticos em sua casa em Brasília. “Eu servia suco de maracujá feito com água exorcizada. Não era benta, era exorcizada mesmo, por um padre de Brasília, um dos poucos padres exorcistas que existiam no Brasil.”

O idílio, segundo ela, começou a se dissipar em fevereiro de 2004, durante uma viagem oficial a Taiwan. “Éramos convidados do governo de lá, outros políticos foram também”, conta. “Num almoço no Ministério taiwanês de Relações Exteriores, o ministro pediu para eu traduzir ao português o que ele iria falar em inglês para o Valdemar. E eu quase caí para trás. O cara disse: ‘A gente deu para você US$ 2 milhões [cerca de R$ 11 milhões pelo câmbio atual] para abrir um escritório comercial de Taiwan no Brasil. E até hoje, nada’. O Valdemar havia embolsado o dinheiro. Eu tinha ido dormir com o Martin Luther King e acordado com o Al Capone.”

”Essa foi a primeira ‘red flag’ [bandeira vermelha, em inglês, expressão que significa sinal de alerta]. Dali para a frente, comecei a implicar com tudo. Via uma mala e perguntava: ‘De onde veio? Para onde vai? O que tem dentro?’.”

”Na Páscoa daquele ano, fomos a Punta del Este [no Uruguai] com um grupo de amigos. Quando eu desci do quarto e entrei no cassino do hotel, me disseram: ‘O Valdemar já perdeu um milhão de dólares’. Fiquei indignada, quis ir embora. Mas ele reclamou: ‘Onde é que você vai com a minha sorte, sua f.d.p?’ O casamento terminou ali. Subi para o quarto, ele foi atrás e ainda me deu um tapa. Depois, voltou para o cassino e passou a noite inteira jogando.”

”Nós nos separamos de vez em junho de 2004. Para fazer picuinha, Valdemar mandou cortar a luz da minha casa. Cortou mesmo, diretamente num poste. Então eu contratei um caminhão-gerador, desses que se usam em festas.”

”No ano seguinte, o Roberto Jefferson me chamou para depor na CPI do Mensalão. Ele queria ferrar com o José Dirceu e o José Múcio Monteiro [atual ministro da Defesa do governo Lula]. Me mandou um script, mas eu não sou atriz. Mandou também uma mala com R$ 700 mil. Claro que eu não aceitei. Se eu quisesse dinheiro, teria me casado com um príncipe europeu.”

Maria Christina borda durante acareação na CPI do Mensalão, no Senado, em Brasília – Alan Marques – 27.out.2005/Folhapress
“O Lúcio Funaro tentou me comprar para eu falar mal do Vald

“O Lúcio Funaro tentou me comprar para eu falar mal do Valdemar, mas eu só falo a verdade”, diz ela, se referindo ao doleiro que se envolveu em diversos escândalos de corrupção e acabou se tornando delator da Operação Lava Jato.

”O Lúcio era o mais perigoso de todos. Lembra da advogada Beatriz Catta Preta? Um dia ela chegou em casa, e lá estava o Lúcio brincando com o filho dela na sala. Com um revólver na mão.” Maria Christina afirma ainda que Catta Preta, defensora de vários réus da Lava Jato, abandonou a carreira alegando que sofria ameaças veladas de morte —mas é contestada pela advogada (veja abaixo).

A ex-mulher de Valdemar garante que não guarda mágoas do parlamentar —”ele foi o maior professor que eu tive”—, mas, sim, de sua própria família. Segundo ela, seus dois irmãos e seu tio manobram na Justiça para que ela não tenha acesso à herança do pai, que morreu em 2009. “Eu sou uma vítima da violência patrimonial”, se queixa.

Suspeita até que seus parentes estejam de conluio com o ex-marido, que teria influência no Tribunal de Justiça de São Paulo, onde corre a ação do espólio.

”O Valdemar pôs no nome do partido um monte de coisas que já eram minhas antes de nos casarmos. E ainda quer mais.” O PL move uma ação para receber R$ 408 mil do espólio do pai de Maria Christina. A quantia teria sido gasta por ela em diversas despesas, durante o período em que esteve casada com o deputado.

”Ciro Nogueira, Roberto Jefferson, Valdemar, eles são todos iguais. Atuam do mesmo jeito. Não são políticos. São homens de negócios.”

E o que ela acha da recente aliança do deputado com o agora ex-presidente? “O Valdemar sempre disse que o Bolsonaro é burro e do baixo clero. Mas ele fez uma conta política. Hoje está liderando esses malucos da extrema direita. Ele é uma águia, já sabia quantos votos ia ter em cada urna antes mesmo da eleição. Só que eu não sei quanto tempo vai aguentar esse arranjo. Afinal, o Bolsonaro equivale a umas cinco mulheres com TPM ao mesmo tempo.”

*Mônica Bergamo/Folha

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Militares negam aeronave aos Yanomami, mas fornecem à festa dos Bolsonaros

As Forças Armadas negaram o fornecimento de aeronaves para operações que poderiam salvar a vida de indígenas Yanomami em, ao menos, três ocasiões durante o governo Jair Bolsonaro. Até porque havia ações mais importantes, como transportar convidados do casamento do deputado Eduardo Bolsonaro, filho do então presidente, em maio de 2019.

Reportagem de Vinicius Sassine, da Folha e S.Paulo, deste sábado (4), mostra que o Ministério da Defesa barrou o fornecimento de aeronaves a operações da Polícia Federal em 2022 – o que atrapalhou a retirada de garimpeiros ilegais. E, quando forneceu, cobrou ressarcimento.

Em três ciclos de operações para a retirada dos invasores da terra indígena, apenas um contou com aeronaves das Forças Armadas, segundo fontes da PF ouvidas pela reportagem da Folha.

Levantamento do portal Sumaúma aponta que 570 crianças Yanomami com menos de cinco anos morreram por causas evitáveis no governo Bolsonaro. Em entrevista ao UOL, a presidente da Funai, Joenia Wapichana, apontou que o número é ainda maior.

A dificuldade de conseguir apoio aéreo para retirar os invasores que levaram doenças, fome e morte contrasta com a facilidade com a qual a família Bolsonaro conseguiu que um helicóptero da FAB transportasse convidados do casamento no Rio de Janeiro.

O trajeto poderia ter sido feito de carro, mas usou-se uma aeronave paga com dinheiro público. Não há informações de que as Forças Armadas cobraram ressarcimento pelo transfer ao casamento.

Na época, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República afirmou, em nota, que a decisão visava à segurança do presidente e vice-presidente da República, bem como de seus familiares.

Questionado posteriormente sobre a carona, Bolsonaro primeiro disse que a pergunta era “idiota” e encerrou a entrevista. Um dia depois, provavelmente treinado para responder, afirmou que não vai nada de errado com isso e que ele não ia mandar a família ir de carro se tinha o helicóptero à disposição. Mas claro que o Patriarca das Rachadinhas não ia ver problemas nisso. As Forças Armadas poderiam ter focado tempo e energia em expulsar garimpeiros que invadiram a Terra Indígena Yanomami. Preferiram respaldar o discurso golpista de Jair Bolsonaro sobre urnas eletrônicas, garantir a segurança de luxo para golpistas acampados em frente a instalações militares e até servir de transfer para casamento do filho do presidente.

Há militares que sussurram através de aliados que eles se sentem desprestigiados pelo governo Lula. Confundem falta de prestígio com corte de privilégios. Pois é a população que se sente desprestigiada quando as Forças Armadas fuzilam inocentes “por engano”, impõem postos de controle de pobres em comunidades do Rio ou gastam dinheiro do contribuinte comprando Viagra e próteses penianas.

A presença seletiva do Estado, que chancela a ação de madeireiros, pescadores, caçadores e, claro, garimpeiros ilegais e ataca instituições de monitoramento e controle, garante uma cara de terra de ninguém. Não depende apenas da vontade de generais, brigadeiros e almirantes o aumento de contingente e a garantia de infraestrutura para que possam cumprir suas funções. Mas o que vemos é uma omissão alinhada com o comportamento destrutivo de Jair Bolsonaro.

*Leonardo Sakamoto/Uol

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Michelle Bolsonaro é alvo de ações por corrupção, assédio moral e apropriação indébita

Senador anuncia representações contra a ex-primeira-dama em diferentes órgãos por conta das graves denúncias trazidas em reportagem.

O senador Humberto Costa (PT-PE) anunciou, neste sábado (4), que vai acionar diferentes órgãos para que Michelle Bolsonaro seja investigada pela prática de supostos crimes relatados em reportagem divulgada na sexta-feira (3) pelo portal Metrópoles.

Entre as denúncias contra a ex-primeira-dama, estão a de que ela comandaria um esquema de corrupção conhecido como rachadinha, que assediaria moralmente servidores do Palácio da Alvorada e de que teria, ainda, “saqueado” lotes de carnes nobres, como picanha e contrafilé, além de caixas de camarão e bacalhau, entre outros alimentos refinados, da dispensa da residência oficial da presidente da República.

“Após as graves denúncias apresentadas pelo – que ligam Michelle Bolsonaro a série de crimes como prática de ‘rachadinha’, assédio moral e corrupção – decidi entrar com uma série de representações nos órgãos competentes para a apuração dos fatos. Vou socilitar ao Ministério Público Federal e a Polícia Federal que apurem os possíveis crimes de apropriação indébita, corrupção e atos de improbidade administrativa cometidos pela ex-primeira-dama”, declarou Humberto Costa através das redes sociais.

“Vamos acionar também o MPT para apuração de responsabilidades em virtude dos maus tratos aos funcionários terceirizados que prestavam serviços no Palácio da Alvorada e vamos pedir ao CGU que apure as responsabilidades funcionais e administrativas dos servidores envolvidos. Além disso, vou solicitar ao TCU a apuração de dano ao patrimônio público e de desvios de recursos públicos”, prosseguiu o senador.

Rachadinha

Depois das denúncias publicadas no dia 20 de janeiro apontando o presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua esposa, Michelle Bolsonaro, como suspeitos de praticar um esquema de ‘rachadinha’ dentro do Palácio do Planalto, o site Metrópoles publicou na noite desta sexta-feira (3) uma sequência de sua investigação sobre o caso.

Na reportagem de agora, a ex-primeira-dama surge como protagonista de um esquema que os autores da matéria acreditam ser o de repasse de uma parte do salário de uma assessora parlamentar. Trata-se de Rosimary Cardoso Cordeiro, a melhor amiga de Michelle, que anteriormente já apareceu no noticiário como sendo a dona do cartão de crédito usado pela esposa do presidente da República.

Rosimary teria conseguido um cargo no gabinete do senador bolsonarista Roberto Rocha (PTB-MA) logo no início do governo Bolsonaro, em 2019, com salário de pouco mais de R$ 6 mil. Tempos depois, diz a reportagem, a amiga foi “promovida” e chegou a um posto que lhe rendera excelentes vencimentos, na casa dos R$ 16 mil.

Até aí, tudo bem. O problema é que a reportagem ouviu fontes que afirmaram que regularmente a escolta presidencial, composta por guarda-costas do GSI, iam até a casa de Rosimary recolher as “encomendas” que deveriam ser levadas até a então primeira-dama. Essas testemunhas disseram que o conteúdo dos envelopes “era facilmente identificável pelo tato” e que se tratava de dinheiro vivo.

O Metrópoles chegou a divulgar um áudio em que Rosimary fala com um interlocutor sobre passar em sua casa para pegar a “encomenda” da ‘Mi’, em referência à ex-primeira-dama.

*Com Forum

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Ex-subsecretária: órgãos sabiam de movimento bolsonarista antes de 8/1

Segundo Marília Alencar, representantes do STF, do Senado, da PMDF, bem como outros órgãos de segurança, foram avisados por WhatsApp

Em depoimento à Polícia Federal, Marília Ferreira Alencar, ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF), disse que o Supremo Tribunal Federal (STF), o Senado, a Polícia Militar (PMDF), bem como outros órgãos de segurança, sabiam da movimentação de bolsonaristas antes dos atos terroristas de 8 de janeiro.

Segundo Marília, representantes dos órgãos de segurança que participavam de um grupo de WhatsApp denominado “Perímetros de segurança” foram avisados em 6 de janeiro sobre a agitação de grupos extremistas na capital federal.

“Foram informados, nesse período, sobre a chegada de ônibus vindos de várias localidades, com registro das placas, quantidade de pessoas e locais em que os ônibus estavam estacionados no Quartel General do Exército”, declarou Marília, no depoimento.

A ex-subsecretária, que disse ter sido convidada por Anderson Torres para assumir o cargo, acrescentou que a SSP tinha conhecimento das manifestações desde 5 de janeiro. No dia seguinte, ainda segundo Marília, um relatório de inteligência reuniu informações sobre “possíveis invasões de ocupação de prédio público, bloqueio de refinaria e distribuidoras de combustíveis e possivelmente uma greve geral no dia 9 de janeiro”.

De acordo com o depoimento, em 7 de janeiro, um sábado, os bolsonaristas foram monitorados pela pasta, e toda informação colhida foi repassada a outros órgãos por meio do grupo do WhatsApp.

“Foi ressaltado nas frações de inteligência ânimos exaltados de alguns acampados no Quartel-General do Exército, inclusive com manifestação de intenções de confronto com as forças de segurança”, apontou Marília.

“Foram observadas falas de incitação para prática de ações adversas, como ocupações de prédios públicos, todavia sem uma coordenação efetiva. Na noite de 7 de janeiro, porém, os informes recebidos e compartilhados indicavam um clima tranquilo no acampamento e ainda não havia definição sobre a descida dos manifestantes para a Esplanada dos Ministérios”, explicou.

No mesmo dia, Marília contou à Polícia que entrou em contato com o “núcleo de inteligência do STF para iniciar o canal de troca de informações, comunicar que a SI [Secretaria de Inteligência] estava acompanhando toda a movimentação e se colocar à disposição daquela agência”. Ela também teria comunicado a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), mas não informou se recebeu retorno dos órgãos.

A ex-subsecretária de Inteligência declarou que na manhã de 8 de janeiro foi compartilhado, “por várias agências, que os manifestantes intencionavam se reunir às 13hs para se deslocar às 14hs. No entanto, anteciparam o deslocamento e, como consequência, a Secretaria de Inteligência informou todos os órgãos envolvidos no evento”.

Procurado, o STF informou que em “6 de janeiro houve uma reunião entre as forças de segurança para combinar como seria o esquema de segurança para o domingo, 8 de janeiro”. “Todos estavam cientes dos atos do domingo. E na reunião houve uma divisão de responsabilidades. E a responsabilidade da PMDF era impedir que os manifestantes entrassem na Esplanada”, afirmou.

A PMDF não respondeu aos questionamentos do Metrópoles até a última atualização desta reportagem. O texto será atualizado, caso haja posicionamento.

8 de janeiro

As primeiras mensagens no grupo de WhatsApp relatavam que a descida dos bolsonaristas ocorria de forma “ordeira”. No entanto, “a partir das 14h, começamos a receber informes no grupo ‘perímetros’ de manifestantes portando objetos que indicavam intenções de praticar atos violentos, tais como paus, estilingues mochila com pedras, etc.”, declarou Marília.

De acordo com a mulher, todos os membros do grupo foram avisados sobre o que estaria acontecendo. A Polícia Militar e a Polícia Civil (PCDF), segundo ela, “agiram em alguns casos para identificar e conter possíveis manifestantes com intenções criminosas”. Todas as informações, conforme relatou a ex-subsecretária , foram repassadas à Polícia Federal (PF) e à PCDF pela secretaria.

Procurada, a PF informou que o diretor-geral, Andrei Rodrigues, encaminhou, em 7 de janeiro, ofício ao ministro da Justiça, Flávio Dino, informando sobre a movimentação de bolsonaristas que chegaram à capital.
Indagada, a PCDF disse “não comentar informações prestadas em depoimentos”.

Anderson Torres

Durante o depoimento, a ex-subsecretária de Inteligência disse que Anderson Torres e o ex-comandante da PM faziam parte do grupo, mas não interagiam.

Segundo ela, como Torres estava viajando, não solicitou informações sobre as manifestações. Mencionou que “soube que o ex-ministro da Justiça ligou para Fernando Oliveira”, mas não explicou qual teria sido a conversa.

*Com Metrópoles

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Lula vê traição de presidente do BC e tentativa de levar Brasil à recessão

Diálogo da autoridade monetária com o governo está estremecido depois de comunicado que sinaliza manutenção de juros altos.

De acordo com a Folha, o presidente Lula e ministros de seu governo consideram que o presidente do Banco Central, Roberto Campos, traiu a confiança que o governo depositava nele para dialogar e participar de um esforço conjunto para que o Brasil supere os problemas econômicos que hoje enfrenta sem passar por uma recessão.

No entendimento do mandatário e de sua equipe, o governo atual, com pouco mais de um mês no poder, não tem responsabilidade sobre o déficit fiscal e a inflação, que impulsionam as taxas de juros. E mereceria um voto de confiança em seu compromisso de levar o rombo para 1% neste ano, e de zerá-lo em 2024.

Mesmo diante das metas claras, dizem interlocutores diretos de Lula, o Banco Central não apenas manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano pela quarta reunião consecutiva —a primeira desde que Lula tomou posse—, como endureceu o discurso e disse que deve deixar as taxas em patamares altos por mais tempo.

Com essa mensagem, o BC estaria dificultando a recuperação do crédito e a atividade econômica no país, e colocando o Brasil na rota da recessão.

Lula e o governo acreditam que os alertas feitos pelo Copom foram muito além do que seria necessário. E passaram a desconfiar da atuação de Roberto Campos, indicado ao cargo por Jair Bolsonaro para um mandato de quatro anos.

Ministros de primeiro escalão começaram a evitá-lo. E o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que o elogiava, já mostrou contrariedade com sua atuação.

Lula tem afirmado, segundo os mesmos interlocutores, que Campos foi tratado com respeito e consideração, e que não houve reciprocidade por parte dele.

O presidente do Banco Central sempre foi alinhado com o bolsonarismo.

Apesar da autonomia da instituição, aprovada no governo passado, Campos chegou a ir a jantares de Bolsonaro com empresários organizados para apoiar as medidas econômicas adotadas pelo presidente e pelo então ministro da Economia, Paulo Guedes.

Campos até discursava nos encontros, e admitiu em um deles que recebia conselhos de não ir a eventos com políticos que integravam o governo.

Mas justificava: como os ministros de Bolsonaro eram ‘técnicos’, não haveria problema em se misturar com eles. A proximidade não macularia sua autonomia e independência.

O presidente do Banco Central se mantém próximo dos bolsonaristas. Foi à posse de Tarcísio de Freitas no governo de São Paulo e, até meados do mês, seguia em um grupo de WhatsApp que reúne ex-ministros de Bolsonaro.

Em entrevista à Rede TV! nesta semana, Lula deixou claro que está contrariado com Roberto Campos, a quem se referiu como “esse cidadão”.

“Quero saber do que serviu a independência do Banco Central. Eu vou esperar esse cidadão [Campos Neto] terminar o mandato dele para fazermos uma avaliação do que significou o banco central independente”, disse Lula.

O BC divulgou o comunicado em que subiu o tom e contrariou o governo Lula na quarta (1º), depois de manter a Selic em 13,75%.

O texto fazia alertas sobre as incertezas fiscais e a piora nas expectativas de inflação, que estão se distanciando da meta em prazos mais longos.

Sinalizava ainda que o BC deve deixar os juros no patamar atual por mais tempo —hoje o mercado prevê o início do afrouxamento monetário em setembro.

“O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas, que têm mostrado deterioração em prazos mais longos desde a última reunião”, afirmava o comunicado.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Michelle usou cartão corporativo para fazer implante de silicone nos seios, aponta colunista

Suspeita é que a ex-primeira-dama usou os recursos para colocar novos implantes de silicone nos seios e realizar procedimentos estéticos.

O pente-fino nos gastos do cartão corporativo da Presidência da República realizados durante o governo Jair Bolsonaro (PL) apontaram, a suspeita de que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro “usou os recursos para colocar novos implantes de silicone nos seios e realizar caros procedimentos estéticos”. A informação é da coluna Radar, da revista Veja.

“Investigando um auxiliar de Bolsonaro, o STF já descobriu que um cartão de crédito usado por Michelle era pago pelo Planalto. No caso da troca de silicone em 2020, há um mistério: a conta foi paga a partir de um boleto”, observa a reportagem.

Nesta semana, uma reportagem dos jornalistas Rodrigo Rangel e Sarah Teófilo, do portal Metrópoles, apontou que a ex-primeira-dama supostamente recebia com regularidade, no Palácio do Alvorada, moradia oficial do presidente da República, envelopes de dinheiro enviados por Rosimary Cardoso Cordeiro.

Rosimary é a amiga íntima de Michelle e no primeiro ano do governo Bolsonaro teve seu salário de assessora no gabinete de um senador governista quase triplicado.Os indícios apontam para a suspeita de mais um caso de “rachadinha” envolvendo a família Bolsonaro.

*Com 247

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição