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Coronel Lawand tinha imagens com teor golpista no celular

Jean Lawand Júnior, coronel que sugeriu golpe em conversa com Mauro Cid, tinha imagens com teor golpista salvas na galeria do seu celular.

Ex-subchefe do Estado Maior do Exército, o coronel Jean Lawand Júnior mantinha imagens com teor golpista e de exaltação à ditadura militar salvas na galeria do seu celular. Lawand é investigado pela CPMI do 8 de Janeiro por sugerir um golpe de Estado em conversa com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, diz Guilherme Amado, Metrópoles.

O militar teve o sigilo telemático quebrado pela CPMI. As imagens estavam salvas no iPhone de Lawand e foram obtidas pela coluna. Uma delas tinha um brasão com o slogan “Deus, Pátria, Família, Liberdade”, usado por Bolsonaro na campanha eleitoral, com um pedido de “S.O.S.” às Forças Armadas. É comum ver a mesma mensagem em atos antidemocráticos e em defesa de uma intervenção militar.

Lawand salvou um print do site Jusbrasil, com o artigo 142 da Constituição. Bolsonaristas defendem, de forma equivocada, que o trecho autoriza as Forças Armadas a atuarem como poder moderador, o que permitiria uma intervenção militar em períodos de crise. O STF, em manifestação sobre o tema, classificou a interpretação de “terraplanismo constitucional”.

Outra imagem encontrada no celular de Lawand trazia a bandeira do Brasil com a frase: “Liberdade não se ganha, se toma!”. O coronel guardava uma postagem do polemista Olavo de Carvalho em que ele afirmava que uma “democracia não pode ser instaurada por meios democráticos” […] “nem pode, quando moribunda, ser salva por meios democráticos”.

O militar também mantinha diversas imagens laudatórias à ditadura militar, como capas de jornais da época; entre elas, havia uma do Correio da Manhã com a manchete: “Por causa do povo em massa nas ruas é que houve a intervenção militar”.

Outra imagem citava o general Humberto Castelo Branco, primeiro ditador do regime militar, e sugeria que a ditadura era uma alternativa melhor ao sistema democrático atual. “Castelo Branco desfilou sob aclamação do povo, em 1965. Os vermes de hoje têm que se esconder do povo e só circulam em aviões da FAB e jatos particulares às custas do povo, de quem roubam o sangue, o suor e a dignidade”, dizia o texto.

Lawand também guardava imagens com conteúdo político, como um discurso do empresário Luciano Hang a favor do bolsonarismo e a foto de uma manifestante exaltando o ex-deputado nacionalista Enéas Carneiro. “Faltam sete dias para derrotarmos o socialismo”, dizia outra imagem, com os rostos de Lula e Fernando Haddad atrás de um sinal de proibido.

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Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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