Ano: 2023

Empresário bolsonarista que promoveu ato golpista deve R$ 62 milhões à União

Empresário bolsonarista Ruy Barreto Filho é alvo de 11 ações na Justiça Federal movidas pelo poder público por irregularidades em empresas.

Segundo Guilherme Amado, Metrópoles, o empresário bolsonarista Ruy Barreto Filho, que convocou colegas para atos golpistas em frente ao Comando Militar do Leste no fim de 2022, deve R$ 62 milhões à União, segundo registros da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Barreto Filho responde a 11 processos na Justiça Federal por ter tentado encerrar suas empresas de forma irregular. Procurado, o empresário não respondeu.

Barreto Filho é presidente do conselho superior da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) e dono da empresa Café Solúvel Brasília. Segundo a Justiça Federal no Rio de Janeiro, ele encerrou as atividades de duas empresas de forma irregular. Por isso, responde nominalmente pelas dívidas nesses processos. A prática pode apontar que o dono de uma firma buscou se livrar de dívidas de modo fraudulento.

O empresário é alvo de 11 processos, em que o poder público cobra uma parcela da dívida equivalente a R$ 48 milhões: quatro movidos pela União, três pela Advocacia-Geral da União (AGU) e quatro pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que é subordinada ao Ministério da Fazenda.

Das onze ações, três são multas por infrações administrativas aplicadas pela AGU. O restante trata de dívidas da Café Solúvel Brasil e da Empresas Reunidas Agro Industrial Mickael.

Como mostrou a coluna no último dia 10, o bolsonarista concorre à reeleição da presidência do conselho superior da ACRJ e pretende usá-la para fins políticos. Ruy Barreto defendeu, no mesmo grupo de WhatsApp em que convidou empresários para a porta dos quartéis contra as eleições de 2022, que a associação emitisse uma nota de repúdio a Lula, a quem chama de “ex-presidiário”.

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Justiça derruba liminar que suspende Telegram, que se recusa a fornecer dados de grupos nazistas

O cofundador do aplicativo de mensagens declarou que o serviço pode deixar o Brasil e que defende a “liberdade de comunicação”

O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) derrubou em parte a decisão que suspendeu os serviços do aplicativo de mensagens Telegram. A liminar, executada pelo juiz federal Flávio Lucas, foi publicada neste sábado (29) e atende um pedido dos representantes da empresa, segundo a Forum.

No entanto, a decisão publicada mantém a multa diária de R$ 1 milhão imposta ao Telegram pelo descumprimento da determinação que obriga o aplicativo a fornecer dados de todos os usuários vinculados a grupos neonazistas.

Em sua decisão, o magistrado alegou “liberdade de comunicação”. “A medida de suspensão completa do serviço não guarda razoabilidade, considerando a afetação ampla em todo o território nacional da liberdade de comunicação de milhares de pessoas absolutamente estranhas aos fatos sob apuração”, declarou o juiz FLávio Lucas.

Dessa maneira, o magistrado determina que as empresas de telecomunicações (Vivo, Claro, Tim e Oi), a Apple Store (iPhone) e Play Store (Android) sejam notificados com urgência para que derrubem o bloqueio ao Telegram.

Telegram se recusa a entregar dados de grupos neonazistas e ameaça deixar o Brasil

O cofundador do Telegram Pavel Durov declarou nesta quinta-feira (27) que os dados requisitados pela Justiça brasileira “são impossíveis de serem coletados”. Por conta disso, o serviço está suspenso no Brasil.

A Justiça Federal no Espírito Santo solicitou ao Telegram entrega de dados referentes a grupos neonazistas. O pedido atende uma demanda da Polícia Federal, que pediu os dados após investigação sobre o ataque que deixou 4 mortos em uma escola em Aracruz (ES). Segundo a PF, o assassino interagia com grupos antissemitas no Telegram.

Por meio de um comunicado divulgado em seu canal no Telegram, Durov também alegou “direito à comunicação privada” como justificativa para não entregar os dados.

“No Brasil, um tribunal solicitou dados que são tecnologicamente impossíveis de obter. Estamos recorrendo da decisão e aguardando a resolução final. Não importa o custo, defenderemos nossos usuários no Brasil e seu direito à comunicação privada”, disse Durov.

O cofundador do aplicativo também afirmou que o aplicativo pode deixar o Brasil. “No passado, países como China, Irã e Rússia proibiram o Telegram devido à nossa posição de princípio sobre a questão dos direitos humanos. Tais eventos, embora infelizes, ainda são preferíveis à traição de nossos usuários e às crenças nas quais fomos fundados”.

Segundo a Polícia Federal, a demora do Telegram para fornecer os dados permitiu que os grupos neonazistas que estão sendo investigados fossem excluídos.

Por determinação da Justiça, o Telegram está suspenso desde a noite desta quinta-feira (27) – medida cassada neste sábado – e com multa diária de R$ 1 milhão.

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Lula viaja para São Paulo para velório de afilhada

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisou voar para São Paulo neste sábado para o enterro de uma afilhada. O Palácio do Planalto não deu mais detalhes do compromisso em razão da delicadeza do momento e da privacidade do presidente e seus familiares, diz O Globo.

A previsão inicial era que Lula viajaria para São Paulo nesta sexta-feira, onde passaria o feriado. A expectativa era que ele participaria, como nos anos anteriores, do Ato nacional do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, no Vale do Anhangabaú. A categoria é parte da base de apoio de Lula e historicamente próxima de sua gestão.

A viagem, no entanto, foi desmarcada na sexta-feira horas antes da decolagem de Lula. Até o final do dia, ainda não tinha a confirmação se o presidente iria para o estado e se participaria do ato das centrais sindicais.

Neste sábado, no entanto, o chefe do Executivo precisou voar para São Paulo em razão do acontecimento pessoal. Ainda não há confirmação se Lula permanecerá no estado ou se retornará para Brasília.

Ato de 1º de Maio

A expectativa inicial do governo era que Lula usasse o Dia do Trabalhador para oficializar o novo valor do salário mínimo. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou nesta sexta-feira que já assinou a MP que garante o reajuste, e que o texto aguardava apenas a assinatura do presidente Lula. A publicação está prevista para ocorrer até segunda-feira.

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Emílio Odebrecht: “Para forçar delações, a Lava Jato fazia blitz nas celas de madrugada”

O empresário Emílio Odebrecht acusa a força-tarefa da Lava Jato de criar uma “fábrica de delações” para forjar provas. Em um livro de memórias, ele relata que o grupo das investigações que atingiram as grandes empreiteiras do País incentivava blitz de madrugada nas celas dos executivos da construtora Odebrecht na Polícia Federal, em Curitiba, para, segundo ele, humilhar os prisioneiros, forçar depoimentos e, assim, manter um fluxo de operações, segundo o Estadão.

A revelação é dono da principal construtora brasileira sobre a operação liderada pelo então juiz Sergio Moro, hoje senador, e o procurador Deltan Dallagnol, eleito deputado federal e que resultou na prisão de Marcelo Odebrecht, filho do autor do livro, e mais quatro diretores da empresa. Emílio argumenta que, na enxurrada de material sobre a Lava Jato não teve espaço para dar sua versão completa sobre a operação que provocou um “apagão” de contratos na empresa, bloqueio de recursos e fechamento de canteiros de obras. Procurado, o senador Moro disse que não comentaria o teor do livro.

O próprio Emílio foi alvo da operação. O empresário foi condenado por lavagem de dinheiro, assinou um acordo de delação premiada, mas a ação foi anulada por erros processuais e pela parcialidade de Moro e o caso deve ser prescrito. Não houve cumprimento da pena prevista no acordo de prisão domiciliar.

Ao longo de 320 páginas, “Uma guerra contra o Brasil, como a Lava Jato agrediu a soberania nacional, enfraqueceu a indústria pesada brasileira e tentou destruir o grupo Odebrecht” acusa Moro de promover “tortura psicológica” e cometer erros jurídicos para garantir sentenças rápidas. Numa delas, segundo Emílio, o juiz chegou a dar a sentença apenas três minutos após receber uma apelação de 1.400 páginas enviada pela defesa dos presos. A condenação de Marcelo ocorreu apenas nove meses após a prisão.

O empresário escreve que Moro violou direitos fundamentais durante os processos contra seu filho. Emílio diz que houve excesso, em especial, com a divulgação de uma conversa de uma neta de 14 anos, filha de Marcelo, e a mãe. O diálogo viralizou na internet. Emílio avalia que Moro foi “cínico” e não teve “escrúpulos” ao tentar justificar que o telefone da menina não foi interceptado, mas o do pai, sim, além dos aparelhos de terceiros que conversavam com Marcelo. “Mas o que o juiz não explicou foi por que, sendo o responsável pela guarda daquelas gravações, decidiu torná-las públicas”, criticou, “submetendo a criança à execração que se viu, principalmente nas redes sociais.”

No livro publicado pela Topbooks Editora, do Rio, Emílio coloca a Odebrecht na condição de vítima da Lava Jato, mas sem vitimismo. Ele abre o jogo e aponta erros próprios, mas diz que eles não justificam o sistema de apuração da força-tarefa. “Eu apenas cumpri a promessa que no livro faço aos leitores: ser sincero, franco e definitivo sobre o que vi, senti, compreendi e sofri na Lava Jato e com suas consequências”, disse ao Estadão.

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Racismo: Manoel Soares denuncia caso de mulher negra retirada à força de voo da GOL

O apresentador Manoel Soares, da TV Globo, denunciou através das redes sociais, na noite desta sexta-feira (29), um caso de aparente motivação racista: uma mulher negra foi retirada de um voo da GOL antes da decolagem em Salvador (BA) rumo a São Paulo (SP) e teria, supostamente, ficado detida no aeroporto.

“Voo 1575 de Salvador para São Paulo. Samantha ainda está, até esta postagem, detida no aeroporto e não sabe o porque. GOL, qual explicação para uma atitude dessas? Esperamos que não seja o que parece”, escreveu Manoel Soares junto a um vídeo que mostra a mulher expondo aos demais passageiros o ocorrido pouco antes de ser retirada da aeronave por agentes da Polícia Federal.

Pouco antes da publicação de Manoel Soares, a ilustradora Isabella Ismile, administradora do perfil “Maflô” (@eipretinha), havia detalhado a situação a partir de relato de seu irmão Pedro Henrique, que estava no mesmo voo.

“O voo já estava muito atrasado, entrou todo mundo e na hora que ela entrou já não tinha mais lugar para ela colocar a mochila dela no bagageiro. Ela disse que não ia despachar a mochila porque estava com um laptop e ia quebrar e os comissários só falaram que não ia decolar enquanto ela não despachasse a mochila. E aí ela, por conta própria, levantou e foi checar o bagageiro para achar um espaço e colocar a mochila dela. Passado isso, tudo se acalmou e depois ninguém sabia passar porque o voo estava atrasando, passou horas, horas e horas, e aí apareceu a Polícia Federal”, disse Pedro.

No vídeo compartilhado por Manoel Soares, a mulher que foi retirada do voo, identificada como Samantha, aparece questionando a atitude dos policiais federais.

“Se eu despachasse com meu laptop, ficaria aos pedaços. O comissários não moveram um dedo para me ajudar. Quem me ajudou foi esse senhor e essa senhora, que em 3 minutos conseguimos dar um jeito e colocar minha mochila. Os comissários falaram para mim que se a gente não pousasse em Guarulhos a culpa seria minha porque eu não queria despachar a mochila. A culpa não é porque o voo tá mais de 2 horas atrasado, a culpa é minha. Faz mais de 2 horas que coloquei minha mochila aqui e o voo ainda não decolou”, afirma.

“Agora, vem 3 homens para me tirar do voo sem falar o motivo. Eu perguntei qual é o motivo, ele disse que não vai falar e que se eu não sair desse voo ele vai pedir para todo mundo sair, que eu estava desobedecendo e cometendo um crime”, prossegue a mulher.

Assista

Segundo relatos de testemunhas, a mulher recebeu apoio dos demais passageiros do voo, mas mesmo assim foi retirada da aeronave e impedida de viajar.

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Anderson Torres vira o alvo número 1 para emparedar Bolsonaro

Por ora, o ex-ministro da Justiça, preso há mais de 100 dias, mata no peito as pressões para que conte o que sabe sobre o golpe de 8/1.

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres perdeu a parada que imaginou ganhar no seu confronto com Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do inquérito que investiga os responsáveis por atos hostis à democracia.

Preso há mais de 100 dias em um Batalhão da Polícia Militar no Guará, aos poucos ele foi criando a imagem de um homem frágil, deprimido, sujeito a crises de choro intermitentes, 12 quilos mais magro, que se recusava a comer e que pensava em matar-se.

Seus advogados, então, pediram ao tribunal que o soltasse sob pena de Torres, desesperado, render-se a “maus pensamentos”. O pedido foi negado pelo ministro Luís Roberto Barroso, a quem coube relatá-lo. Moraes, em seguida, entrou de novo em cena.

Deu 48 horas a Torres para explicar por que são falsas as senhas do seu celular repassadas por ele à Polícia Federal. Com elas, se teria acesso à memória do aparelho que Torres diz ter perdido em viagem aos Estados Unidos na véspera do golpe de 8 de janeiro.

Moraes também deu 48 horas para que o governo do Distrito Federal diga se tem condições de garantir a saúde de Torres no local onde ele está. Ou se Torres deve ser transferido para um hospital penitenciário. Quer dizer: ele seguirá preso de todo jeito.

Só há uma chance de Torres ganhar a liberdade: se o plenário do tribunal, para contrariedade de Moraes, assim decidir. É mais do que improvável. A esmagadora maioria dos ministros do tribunal está convencida que Torres é peça-chave para desvendar o golpe.

Em dezembro último, dois dos 11 ministros aconselharam o governador Ibaneis Rocha (MDB) a não nomear Torres secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Torres tomou posse num dia, demitiu parte da cúpula da Secretaria, e no outro viajou.Em depoimento prestado na última quinta-feira (27) à CPI do Golpe da Câmara Legislativa, a coronel Cíntia Queiroz de Castro, da Polícia Militar, disse que o efetivo policial no dia 8 de janeiro foi reduzido pela metade, e ela não sabe por quê.

“As informações que passei ao Fernando [delegado Oliveira, braço direito de Torres na Secretaria quando ele estava fora do país] foram às 6h, às 8h e às 9h da manhã. Nesse momento, a gente tinha de 20 a 25 manifestantes e cerca de 400 policiais”.

Depois, é o que se sabe. A Esplanada dos Ministérios, interditada no sábado, amanheceu aberta no domingo. Dos 400 policiais, 250 eram cadetes. Oliveira avisou a Ibaneis que estava tudo calmo e que a polícia escoltava os manifestantes em direção ao Congresso.

Deu, pois, no que se viu. A história completa da tentativa de golpe é do conhecimento de poucas pessoas, e Torres certamente é uma delas. Por ora, ele tem matado no peito todas as pressões que recebe para contar a história, e admitir sua culpa. Mas até quando?

Uma eventual confissão de Torres seria o caminho mais rápido para emparedar Bolsonaro, o beneficiário do golpe.

*Noblat/Metrópoles

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Jornalistas da mídia independente alertam Secom: projeto de Orlando Silva favorece Globo e ameaça democracia

Representantes da mídia independente tiveram nesta sexta-feira reunião com o secretário de Políticas Digitais do Governo Federal, João Brant, que pode ser considerada de importância histórica. O secretário não poderá alegar, no futuro, que desconhecia os riscos para a democracia da aprovação de um projeto de lei que está tramitando na Câmara a toque de caixa, por pressão pública do Grupo Globo.

Aquias Santarém, do Canal Critica Brasil, disse estranhar que o projeto criado para combater fake news determine a remuneração de empresas que praticam o chamado jornalismo profissional – uma expressão vazia, já que o jornalista Aquias não é menos profissional do que os empregados da Globo.

Por trás da pressão de grandes empresas de comunicação como a Globo, parece existir o interesse de ficar com uma receita maior das plataformas digitais, como Google e YouTube. Na Austrália, lei semelhante garantiu ao grupo de comunicação de Rupert Murdoch recursos adicionais de cerca de R$ 230 milhões por ano.

O youtuber Ronny Telles, por sua vez, alertou que, com o projeto de lei, se aumentará o risco de desmonetização dos canais menores. Pelo texto em tramitação na Câmara, do relator Orlando Silva (PCdoB-SP), bastará uma reclamação para que a plataforma seja considerada formalmente notificada quanto a conteúdo potencialmente desinformativo.

Como as plataformas também terão responsabilidade quanto ao conteúdo, a tendência é que elas retirem postagem (vídeo ou texto), para não correr risco de pagar indenização ou sofrer outro tipo de punição. Com os canais maiores, a tendência é que mantenham o conteúdo.

“E nós sabemos que não existe um bolsonarista no Brasil que vai denunciar nosso conteúdo, mas milhões”, disse.

Ronny Telles já foi vítima da política de dois pesos e duas medidas praticada pelas plataformas mesmo sem a existência de lei. Em seu canal no YouTube, publicou o vídeo em que um homem com a camisa da Seleção Brasileira aparece agarrado a um caminhão em movimento na estrada, durante as manifestações pós-eleitorais.

A postagem foi retirada pelo YouTube, sob a alegação de que feria as diretrizes da plataforma. Seria estímulo a protestos violentos. Mas o mesmo vídeo continua no canal do UOL.

“Com esse projeto, vai piorar muito”, afirmou. “Nosso conteúdo sairá rapidamente do ar, mas os dos canais maiores, não. No limite, poderemos fechar”, acrescentou. Os jornalistas da mídia independente ressaltaram que não são contra o combate a fake news e à desinformação. O que chama a atenção é que o projeto de Orlando Silva trate também de publicidade.

João Antonio, do Click Política, lamentou que um projeto que ameace a mídia independente conte com o apoio do governo recém-empossado. Ele disse que nunca foi convidado para nenhum debate sobre a matéria. A reunião na Secom foi solicitada pelo jornalista Aquias Santarém.

Durante o encontro, João Antonio mencionou um artigo publicado nesta sexta-feira em que o jornalista Merval Pereira, do grupo Globo, admite que o objetivo do projeto é pegar o dinheiro da publicidade digital.

“Fizeram um sistema de negócio que tira propaganda da imprensa profissional e usa de graça o noticiário produzido por ela. É um duplo prejuízo para a imprensa, que é a base da democracia brasileira”, escreveu Merval.

No artigo, o jornalista do Globo chama essa prática de roubo, e elogia a legislação da Austrália, aquela que fez o milionário Murdoch ficar um pouco mais rico. “É preciso acabar com a bagunça”, disse, ao defender a urgência do projeto.

As plataformas não produzem conteúdo, apenas veiculam. E canais da mídia independente têm conteúdo próprio. Analisam, por exemplo, artigos como o de Merval, que já defendeu a Lava Jato, Sergio Moro e a prisão de Lula, em 2018.

Participei da reunião online com a Secom e tive a oportunidade de lembrar que, se a lei estivesse em vigor em 2018, muitos conteúdos sobre a prisão de Lula poderiam ter sido retirados do ar. Não os conteúdos que elogiavam Moro, mas os que diziam ser a sentença ilegal.

Esses textos, que a história mostrou estarem corretos, poderiam na época serem considerados de desinformativos ou até ataque às instituições.

Com essa lei em vigor em 2016, o golpe contra Dilma poderia ser chamado de golpe? Formalmente, foi impeachment, e era assim chamado pela dita “imprensa profissional”.

A urgência da discussão de um projeto tão importante como este de combate a fake news não interessa à democracia.

Em outros momentos da história, a pressa resultou em danos gigantescos. Em 2013, também houve pressa para rejeitar a PEC 37, que reafirmava o mandamento constitucional de que a polícia investiga e o Ministério Público faz o controle externo da polícia.

Também houve pressa na aprovação da lei 12.850, de 2013, que criou o instituto da colaboração premiada. Em ambos os casos, a urgência resultava da pressão das Jornadas de Junho.

Tanto a rejeição da PEC 37 quanto a aprovação da lei da delação foram eventos essenciais para colocar de pé a Lava Jato, que resultou no ataque à indústria da construção pesada e na mudança da política de preços da Petrobras, favorecendo fabricantes de derivados em outros países.

Como o Dieese apurou, a Lava Jato provocou diretamente o desinvestimento de mais de R$ 172 bilhões e a eliminação de 4,4 milhões de empregos.

Se a PEC 37 fosse aprovada e não houvesse a lei da delação, talvez Dilma não tivesse sido deposta, Lula não tivesse sido vítima de uma prisão política e Bolsonaro continuasse apenas um deputado do baixo clero da Câmara.

Recomendei que a reunião na Secom fosse gravada para que, no futuro, houvesse registro de que meia dúzia de jornalistas independentes estava ali apelando para que o governo não endosse um projeto de lei que, aparentemente justo, poderá servir de instrumento contra a democracia. É preciso mais debate.

A mídia independente foi construída com muito sacrifício e levou tempo para se consolidar, e hoje tem milhões de seguidores. Enfraquecê-la ou até destruí-la será muito mais rápido.

E aí não haverá contraponto quando a “imprensa profissional”, que eu prefiro chamar de velha imprensa, produzir conteúdo desinformativo, como fez em muitos períodos da história, sempre que seu projeto liberal ou neoliberal deixou de ser executado.

.x.x.x.

O secretário João Brant pediu aos jornalistas que participaram da reunião para formalizar propostas ao texto em discussão no Congresso. Ele fez questão de dizer que o projeto não é do governo, mas que apoia a regulamentação das plataformas e que a rapidez da tramitação foi uma decisão da Câmara, e o governo não se opôs, por entender que, depois do 8 de janeiro, esta foi uma “janela de oportunidade” que se abriu.

Uma nova reunião será realizada.

*Joaquim de Carvalho/247

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BB vai retirar patrocínio do Agrishow que desconvidou ministro e convidou Bolsonaro

Segundo ministro, evento tem características ‘políticas e ideológicas’.

O Banco do Brasil vai retirar o patrocínio da Agrishow, a feira de tecnologia agrícola que é um dos principais eventos do setor no país. A informação foi antecipada pela “GloboNews” e confirmada ao GLOBO pelo ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta. A medida acontece após o ministro da agricultura, Carlos Fávaro, afirmar que foi “desconvidado” do evento, após o ex-presidente Jair Bolsonaro ter confirmado presença, como adiantou o “Valor”, segundo O Globo.

Em declaração ao “Blog da Andréia Sadi”, Fávaro disse que a organização do evento “não desceu do palanque” e queria constrangê-lo ao mudar sua apresentação para que ocorresse após a participação do ex-presidente.

O ministro da Secom, Paulo Pimenta, argumentou que a decisão de retirar o patrocínio foi tomada porque o evento foi politizado e, devido a isso, não deve receber recursos públicos. O governo não informou qual seria o valor do patrocínio dado pelo Banco do Brasil ao evento. O Banco do Brasil vai manter seu stand na feira, mas a presidente do BB, Tarciana Medeiros não irá.

– (O patrocínio será retirado devido a) Descortesia e mudança de caráter de um evento institucional de promoção do agronegócio para um evento de características políticas e ideológicas. Ou é uma feira de negócios plural e apartidária, ou não pode ter patrocínio púbico – disse Pimenta.

O agronegócio tem travado uma relação sensível com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde o período eleitoral. O governo tem tentado ampliar seu trânsito no agro, que é um dos setores onde o ex-presidente Jair Bolsonaro tem ampla capilaridade.

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Moraes ameaça endurecer com Torres e Bolsonaro nos inquéritos sobre 8/1

O destino criminal de Bolsonaro e de Anderson Torres está entrelaçado. De duas, uma: ou socorrem um ao outro ou afundam abraçados. No momento, os advogados de ambos introduzem nos processos um fator que os responsáveis pelos inquéritos sobre o 8 de janeiro tacham de anedótico. Um aposta na morfina. Outro recorre à psiquiatria. A estratégia não está funcionando, diz Josias de Souza, Uol.

Passa pela mesa do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes o futuro de Bolsonaro e do seu ex-ministro da Justiça. Moraes ameaça transferir Anderson Torres de uma hospedaria carcerária especial —com lençóis limpos, banho de sol, TV no quarto e três refeições diárias— para o leito de um hospital penitenciário.

O ministro ordenou nesta sexta-feira que o governo de Brasília informe até domingo se consegue assegurar a saúde do preso na cana especial da Polícia Militar ou se será necessário interná-lo.

Deve-se a acidez de Moraes à alegação da defesa de que Anderson Torres flerta com a ideia do suicídio e sofre surtos psiquiátricos que comprometem sua cognição. “Lapsos de memória” impediriam o fornecimento de senhas capazes de levar a PF até as nuvens onde estão escondidos os dados do celular que o preso diz ter perdido na Disney.

Os advogados insinuam que o melhor remédio contra a súbita amnésia de Torres seria a liberdade do preso. Foi à mesa do ministro Luís Roberto Barroso o penúltimo habeas corpus do ex-subordinado de Bolsonaro. Moraes havia indeferido pedido semelhante na semana passada. Barroso fez o mesmo. Não chegou nem a analisar o mérito da petição. Anotou que a jurisprudência do Supremo não permite a concessão de habeas corpus contra decisão de outro magistrado da Corte.

No caso de Bolsonaro, o lero-lero segundo o qual o capitão compartilhou vídeo de conteúdo golpista no Facebook sem querer e sob os efeitos de morfina surtiu efeito semelhante ao da cloroquina no tratamento da Covid. Como o conteúdo do vídeo tóxico coincide 100% com o pensamento do capitão, depreende-se que a versão tem a única serventia de impedir que o filho Carlos Bolsonaro, gestor de suas redes sociais, seja arrastado para dentro do inquérito como cúmplice.

Anderson e Bolsonaro serão intimados a depor novamente. Os investigadores avaliam que, se o ex-ministro quiser mesmo colaborar, como alegam seus advogados, a restauração de sua memória pode provocar no antigo chefe uma desorientação maior do que a de qualquer opióide.

Ainda não se sabe o que Moraes fará ao final das investigações. Mas vai ficando claro que o ministro do Supremo, convertido numa espécie de relator-geral da República, não está disposto a fazer papel de bobo.

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Vídeo: Senadora que ficou tetraplégica após acidente volta a andar com exoesqueleto durante testes do aparelho nos EUA

Tetraplégica desde que sofreu um acidente de carro em 1994, a senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) voltou a andar, com ajuda de um exoesqueleto, durante testes do aparelho feito nos Estados Unidos no começo desta semana, diz o Metrópoles.

A senadora estava nos EUA em missão para testar o aparelho, que é voltado para a reabilitação de pessoas com alguma deficiência física.

“Não sou a mesma pessoa depois de testar esse equipamento. São 28 anos desafiando a inércia e a gravidade desde que quebrei o pescoço. Sempre trabalhei para resgatar movimentos. Chegar ao momento de andar com o auxílio de uma tecnologia que usa a força do meu próprio corpo é a prova de que todo esforço valeu a pena. É um universo de possibilidades que se abre”, disse a senadora, segundo sua assessoria, após o teste.

O exoesqueleto usado pela senadora é um projeto de três estudantes de engenharia fundadores da startup francesa Wandercraft.

A máquina, de nome Atalante, tem uma série de programações que permitem movimentar-se de forma diferente, como de lado, e um sistema para manter o equilíbrio mesmo quando a pessoa se inclina para frente.

Mara, que tem uma rotina de exercícios e fisioterapia para manter parte dos movimentos dos braços, conseguiu operar o maquinário sozinha.

A senadora defende a criação de “walk centers”, locais que funcionariam como centros de condicionamento físico ou de ginástica voltados a pessoas com e sem deficiência, para trazer equipamentos similares ao Brasil.

Assista

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