Mês: fevereiro 2024

Os dois motivos que fazem Bolsonaro excluir seus filhos das pesquisas do PL para a Presidência

O PL encomendou uma pesquisa com vários cenários da eleição presidencial de 2026, mas nenhum deles incluiu os filhos de Jair Bolsonaro.

O levantamento apresentado nesta semana para a cúpula do partido traz nomes como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o governador Tarcísio de Freitas e o próprio ex-presidente, que está inelegível, mas exclui Flávio, Eduardo e Carlos — seus três filhos com atuação política.

Correligionários do PL afirmam que Bolsonaro é enfático ao dizer que não quer nenhum filho como seu sucessor para a Presidência da República e aponta dois motivos principais, diz Bela Megale, O Globo.

O primeiro é que o ex-presidente ainda acredita que pode reverter sua inelegibilidade na Justiça, mesmo sem ter qualquer sinal de que há chances disso acontecer. O segundo é que Bolsonaro tem repetido que não gostaria que os filhos passassem pelas mesmas “dificuldades” que ele tem passado, referindo-se à série de investigações e processos que responde na Justiça, inclusive com risco de prisão.

 

Toffoli derruba sigilo de ações sobre investigação de ONG e multa da Odebrecht

Procuradora-geral interina foi contra envio para o ministro do caso da Transparência Internacional, que disse em nota sofrer retaliações.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli suspendeu nesta terça-feira (6) o sigilo das ações em que determinou uma investigação sobre a ONG Transparência Internacional e em que interrompeu o pagamento de multas do acordo de leniência da Novonor (antiga Odebrecht) e da J&F, grupo dos irmãos Joesley e Wesley Batista.

Toffoli considerou que, diante da publicidade dada ao caso, “não mais se justifica a manutenção do sigilo inicialmente imposto”.

Com isso, peças dos processos, as petições 12.061 e 11.972, ficam públicas. O ministro, porém, ponderou que a Secretaria Judiciária deve preservar em sigilo as peças que porventura possam ser usadas futuramente em decisões do relator —no caso, ele mesmo, segundo A Folha.

Os documentos mostram que a procuradora-geral interina Elizeta Ramos, que ficou no posto de setembro a dezembro passado, foi contra o envio para Toffoli da notícia-crime apresentada contra a ONG.

Em parecer em outubro, Ramos afirmou que o procedimento sob responsabilidade do ministro aborda o acordo com a Odebrecht, enquanto o questionamento relativo à atuação da Transparência Internacional trata do compromisso firmado com a J&F, fora do âmbito da Lava Jato.

“Os envolvidos nos acordos, bem como as operações policiais e até mesmo as entidades envolvidas nos acordos de leniência são distintos e, a princípio, não possuem prerrogativa de foro perante o Supremo”, escreveu a interina.

O Ministério Público, porém, já tinha se posicionado a favor da remessa do caso para Toffoli, por meio da ex-vice-procuradora-geral Lindôra Araújo.

Entre os documentos do caso liberados agora pelo ministro, estão os acordos de leniência firmados pelas duas empresas, espécie de delação premiada em que elas reconhecem desvios em contratos com o setor público e se comprometem a ressarcir o prejuízo.

Também foram divulgadas atas de assembleias das empresas, ofícios do MPF (Ministério Público Federal) e relatórios da PF.

Os autos trazem parte das mensagens trocadas entre procuradores da extinta força-tarefa da Lava Jato vazadas e do então juiz Sergio Moro no âmbito da Operação Spoofing, além dos pedidos das defesas das empresas.

Na segunda (5), Toffoli determinou que a ONG Transparência Internacional seja investigada por supostamente se apropriar indevidamente de recursos públicos na época da Operação Lava Jato.

Segundo o ministro, a ONG, que ele chamou de instituição privada “alienígena” e “com sede em Berlim”, pode ter recebido valores que deveriam ter sido destinados ao Tesouro Nacional. Escreveu ainda que “fatos gravíssimos” não passaram pelo crivo do Judiciário e do TCU (Tribunal de Contas da União).

A PGR (Procuradoria-Geral da República) referendou, em 2020, a informação de que a entidade não recebeu remuneração pela assistência prestada na leniência.

Já a decisão sobre a suspensão de pagamento do acordo entre a Novonor e o MPF foi tomada em 31 de janeiro, até que a holding dona da construtora consiga analisar todo o material relacionado à Spoofing.

No mesmo processo, Toffoli interrompeu em dezembro o acordo do pagamento da multa de R$ 10,3 bilhões prevista no acordo de leniência da J&F, sob o mesmo argumento.

As duas empresas alegaram que os agentes públicos responsáveis pela condução da Lava Jato em Brasília teriam desvirtuado instrumentos legais de combate e que teria havido coação para que fossem celebrados os acordos de leniência.

Presidente argentino, Javier Milei, chegou nesta terça-feira a Israel e anunciou o plano, sendo que a sede diplomática se encontra atualmente em Tel Aviv

O presidente da Argentina, Javier Milei, confirmou nesta terça-feira (06/02) a intenção de mudar a sede da embaixada do seu país em Israel, que atualmente se encontra em Tel Aviv, para a cidade de Jerusalém.

A medida foi anunciada após a chegada do político de extrema direita em solo israelense, onde foi recebido pelo ministro das Relações Exteriores, Israel Katz.

“Quero agradecer-lhe por ter reconhecido Jerusalém como capital de Israel e por ter anunciado a transferência da embaixada argentina para Jerusalém, capital do povo judeu e do Estado de Israel”, disse Katz, segundo nota oficial.

O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, agradeceu Milei pela decisão de mudar a sede da embaixada, enfatizando que o argentino havia cumpriu uma promessa realizada durante a campanha presidencial. Os dois líderes devem se reunir pessoalmente nesta quarta-feira (07/02).

Entre os países que possuem relações diplomáticas com Israel, a maioria mantém suas embaixadas em Tel Aviv, uma vez que a cidade de Jerusalém é disputada politicamente por israelenses e palestinos – a Autoridade Nacional Palestina (ANP) reivindica Jerusalém Oriental como capital do Estado palestino.

Nos últimos anos, governos de extrema direita tomaram a mesma medida anunciada por Milei nesta terça, buscando uma maior aproximação com Israel. O caso mais notório foi o dos Estados Unidos, em 2017, quando o então mandatário Donald Trump realizou esse movimento – que foi revertido posteriormente pelo atual presidente Joe Biden.

Em 2019, antes de realizar sua primeira visita a Israel, o então presidente brasileiro Jair Bolsonaro chegou a prometer a mudança da embaixada do país para Jerusalém. Porém, a viagem terminou com a inauguração de um escritório comercial na cidade.

Entre os países que possuem embaixadas em Jerusalém estão Guatemala, Honduras e Kosovo.

Outros objetivos da viagem de Milei

A visita do presidente argentino a Israel também tem como objetivo fortalecer as relações do país com o governo de Benjamin Netanyahu, que também é sustentado por uma aliança de extrema direita.

A intenção de Milei em se aproximar de Israel durante a campanha foi observada não somente pela promessa da mudança de embaixada como também pelo uso da bandeira israelense em diversas aparições públicas.

Após o início da ofensiva militar israelense contra a Faixa de Gaza, o ainda candidato presidencial chegou a dizer que as “forças do céu” apoiam os bombardeios realizados por Tel Aviv contra o território palestino.

Poucos depois de assumir o cargo, Milei fez com que a Argentina retirasse seu voto a favor de uma resolução de cessar-fogo na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), e passasse à abstenção.

Além disse, o mandatário argentino tenta se converter ao judaísmo. Sua visita a Israel inclui encontros com rabinos em Israel e um roteiro por locais judaicos turísticos em Jerusalém. O político de extrema direita ficará no país até a próxima quinta-feira (08/02).

Esperneio da mídia lavajatista passa recibo de que Toffoli está certo

“Relação da Lava Jato com a Transparência Internacional, que previa administrar bilhões de reais, deve ser passada a limpo”, escreve Aquiles Lins.

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou investigar se a ONG Transparência Internacional recebeu e administrou dinheiro de multas pagas em acordos firmados pela operação Lava Jato. Na decisão, o ministro do STF Dias Toffoli entendeu ser “duvidosa” a criação e fundação de uma entidade cuja finalidade era gerir recursos de pagamento de multa a autoridades brasileiras, especialmente as da operação chefiada por Deltan Dallagnol. Segundo Toffoli, a colaboração da ONG na Lava Jato não passou pelo Poder Judiciário e Tribunal de Contas da União (TCU). “Segundo apontam as cláusulas do acordo, ao invés da destinação dos recursos, a rigor do Tesouro Nacional, ser orientada pelas normas legais e orçamentárias, destinava-se a uma instituição privada, ainda mais alienígena e com sede em Berlim”, afirmou o ministro.

Foi o suficiente para veículos da mídia corporativa brasileira, que apoiaram integral e acriticamente todas as ilegalidades da Lava Jato, saírem em defesa da ONG. Colunistas do Globo, Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo foram para cima do ministro do STF. Eliane Cantanhêde, Vera Magalhães, Carlos Andreazza, Joel Pinheiro da Fonseca e outros, todos com histórico de apoio ao lavajatismo, redigiram colunas ou posts nas redes sociais enquadrando Toffoli como vilão contra uma ONG, cujo crime foi tão somente ajudar Deltan Dallagnol, Januário Paludo, Carlos Fernando Lima e companhia da “força-tarefa” numa batalha épica contra a corrupção. Além dos advogados na mídia, a própria TI se manifestou em nota, negando ter cometido qualquer irregularidade.

Noves fora a suspeição de veículos e jornalistas que estiveram ao lado da Java Jato em defendê-la, a decisão de Dias Toffoli não veio do nada. Os críticos do ministro fazem cara de paisagem sobre as ligações nada translúcidas entre a ONG e a força-tarefa, reveladas pelas mensagens da operação Spoofing. A extensa troca de mensagens entre Deltan Dallagnol e o diretor-executivo da Transparência Internacional no Brasil, Bruno Brandão, mostram que o procurador recorria ao diretor da TI quando a imagem da operação estava em perigo ou quando queria promovê-la.

No dia 8 de junho de 2017, Brandão fez a seguinte sugestão para Dallagnol: “Deltan, talvez uma boa ideia seria vcs criarem uma espécie de fundo para distribuir mini-grants para iniciativas de controle social e de prevenção da corrupção. A TI pode ajudar a operacionalizar isto. Seria uma mensagem muito positiva da FT-LJ também…” No ano seguinte, em 2018, a ONG assinou um memorando com o Ministério Público Federal e com a própria J&F para ajudar na gestão e na execução de nada menos do que R$ 2,3 bilhões em multas, determinados pelo Lava Jato-TI para investimentos em projetos sociais. Além disso, a ONG teve acesso e sugeriu alterações na minuta que criaria uma fundação para a administração dos recursos recuperados pela operação provenientes de multas impostas à Petrobras. Em setembro de 2018, a Petrobrás firmou acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos para indenizar investidores supostamente lesados com os desvios apurados na Lava-Jato. Esse acordo previa que 20% da multa paga pela Petrobrás ficaria nos Estados Unidos e os outros 80% ficariam no Brasil, o que corresponde a R$ 2,5 bilhões. Em 2019, o ministro Alexandre de Moraes suspendeu a farra bilionária.

Há vários outros diálogos entre Dallagnol e Brandão, convenientemente não lembrados pelos veículos da mídia corporativa. Até a própria operação Spoofing, que revelou ao mundo o conluio que se deu contra o devido processo legal, a perseguição deliberada contra os governos do PT e seus principais líderes, é mencionada ‘en passant’ pelos portais. O fato imperativo pelo qual a decisão do ministro Toffoli deve ser aplaudida é que a Lava Jato precisa ser passada a limpo. É um gesto mínimo que o Judiciário deve ao país, depois de tanta perseguição, destruição política e econômica que foram provocadas ao arrepio da lei por esta sanha de ‘combate à corrupção’. O Brasil perdeu R$ 172,2 bilhões em investimentos entre 2014 e 2017, 4,4 milhões de empregos, deixou de arrecadar R$ 50 bilhões em impostos e expressivas cadeias que movimentavam a economia, como construção civil, engenharia, petróleo e gás e naval foram seriamente desestruturadas com a Lava Jato, segundo estudo do Dieese. Sem a correta investigação das ilegalidades, responsabilização de seus agentes e uma reformulação legal na atuação do Ministério Público, outras Lava Jatos já podem estar em gestação. Pelo menos no que depender da mídia corporativa.

*Aquiles Lins/247

Diretor da Transparência Internacional tenta se desvincular da ‘lava jato’

Em evento da Controladoria-Geral da União sobre os dez anos da Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013) ocorrido na quarta-feira (2/8) em Brasília, Bruno Brandão, executivo da ONG Transparência Internacional Brasil, tentou se desvincular da finada “lava jato” e mostrar que era crítico da “República de Curitiba”.

A ligação entre a Transparência Internacional e líderes da “lava jato” é conhecida do público há anos e foi íntima e duradoura, envolvendo a promoção de interesses políticos e econômicos comuns. A entidade tentou ser sócia dos lavajatistas no desvio e apropriação de fundos totalizando R$ 4,8 bilhões oriundos de acordos de leniência firmados com a Petrobras e a JBS. A iniciativa só não prosperou porque foi barrada por decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Morais e do procurador-geral da República, Augusto Aras.

O próprio Bruno Brandão foi flagrado pela Polícia Federal em conversas obtidas na operação spoofing negociando com o então procurador da República Deltan Dallagnol para articular a eleição de candidatos lavajatistas para cargos públicos. Em relatório enviado para o STF, ficou evidenciado que a Transparência Internacional, em parceria com líderes do grupo de Curitiba, planejava selecionar e financiar candidatos que representassem seus interesses.

Ceticismo dos presentes
A tentativa de Bruno Brandão de se desvincular dos lavajatistas no evento da CGU foi recebida com ceticismo. “Mas todo mundo sabe que a Transparência Internacional apoiou a ‘lava jato'”, comentou um advogado presente no evento. Uma mulher comentou que o executivo estava visivelmente “carente”.

Apesar do esforço de autodefesa, Brandão não fez nenhuma crítica à “lava jato” quanto a seus métodos e objetivos. A única ressalva apresentada ao público foi considerar que a “lava jato” prendeu “pouco”. Para isso, citou um relatório enviado pela Transparência Internacional à OCDE criticando limitações ao compartilhamento de provas.

“Eu disse várias vezes que se eu não estivesse sendo criticado, atacado, caluniado, ameaçado, difamado, eu não estava fazendo meu trabalho”, afirmou Brandão ao abrir sua fala no evento, no qual deveria discorrer sobre enfrentamento da corrupção transnacional.

Em seu discurso, Brandão, ignorou a pergunta da moderadora da CGU e orientou o público a buscar informações em relatórios, entrevistas e redes sociais da Transparência Internacional sem fazer nenhuma referência a conteúdo ou material específico.

Falso paralelismo
“Se a expectativa é que a Transparência Internacional fizesse coro ao antilavajatismo isso não ia acontecer. Porque nós não fizemos coro ao antipetismo, e os dois movimentos têm natureza muito similar, e objetivos escusos muito similares. Objetivos de disputa de poder, de impunidade, e que exploram discurso de ódio”, afirmou Brandão.

“Se erramos, erramos muito em acreditar que os líderes da ‘lava jato’ tinham credenciais democráticas. E hoje eu acho que errei. Quando esses agentes emprestam a imagem própria e a causa anticorrupção para promover um governo autoritário antidemocrático é um dos maiores malefícios à nossa causa e à nossa luta contra a corrupção, pelo que ela realmente significa que é uma luta por direitos”, disse Brandão.

O executivo da ONG internacional não pareceu incomodado com manobras ilegais da “lava jato”, como manipulação de provas, delações forjadas, prisões espetaculares e alongadas, interferência de interesses político-econômicos estrangeiros e reiteradas tentativas de interferir no processo eleitoral.

Brandão também não pareceu ligar para as ações de sabotagem econômica que destruíram o parque industrial nacional e provocaram recessão e estagnação de larga escala, derrubando de modo acentuado e duradouro níveis de emprego e renda. Os resultados são conhecidos: prejuízos calculados em centenas de bilhões de reais em renda, investimento e arrecadação de impostos, além de quase 4,5 milhões de empregos destruídos, segundo pesquisa do Dieese.

Reação desproporcional
A quebra de protocolo do executivo da TI foi provocada por um comentário de poucos segundos proferido no período da manhã pelo diretor de compliance e riscos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luiz Augusto Fraga Navarro.

“Eu tenho uma crítica enorme ao que aconteceu no Brasil na ‘lava jato’. E tudo o que aconteceu aqui são reflexos dos exageros que nós tivemos, e que evidentemente foram apoiados pela Transparência Internacional, afirmou Navarro.

*Conjur

 

Homem que convocou “vaquinha” para assassinar Lula é alvo da PF

O nome da Operação Eco faz alusão à mitologia grega, especificamente a uma jovem que falava demais.

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (6/2), a operação Eco, com o objetivo de investigar a prática das infrações penais de ameaça e de incitação ao crime praticados contra o presidente da República.

A investigação decorre de postagem em rede social cujo teor aventa a arrecadação de fundos, fomentando a criação de uma “vaquinha”, com o intuito de pagar mercenário para atirar no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A equipe da Delegacia de Crimes Fazendários (Delefaz), encarregada da operação, cumpriu as ordens judiciais que foram expedidas pelo Juízo da 1ª Vara Federal de Linhares (ES) na residência do suspeito em Aracruz (ES) bairro Bela Vista, foram apreendidos o celular e o computador do investigado. Ele colaborou e admitiu as postagens nas redes sociais.

O nome da Operação Eco faz alusão à mitologia grega, especificamente a uma jovem que falava demais.

Lira é detonado nas redes depois de chantagear o povo brasileiro pelo orçamento secreto

Se o discurso intimidatório, blefado por Lira, neste segunda-feira, soou como música nos ouvidos do centrão, ele desceu quadrado, melhor dizendo, não desceu na goela do brasileiro comum.

O que Arthur Lira quer é algo inédito no mundo, como muito bem explicou Reinaldo Azevedo:

“Lira quer para os parlamentares quase 25% (23,8%) do que sobra de recursos para custeio e investimentos. É uma abstração. Em Portugal, é 0,5%. Na França, 0,1%. Na Coreia do Sul, 0,3%. Congresso sequestra orçamento, mas não responde pelo resultado”

O problema de Lira, em seu último ano como presidente da Câmara, é que é quase um moribundo que, no próximo ano, não terá qualquer poder e, lógico, vende-se de forma hiperinflacionada para mostrar um tamanho que ele está longe de ter nesse momento.

Se ele não é o ex-todo poderoso presidente da Câmara, com o andar da fila, Lira sonda com o fisiologismo do centrão, o que sobrará dele após sua saída do comando da Câmara dos Deputados.

Jogou alto demais e, imediatamente, as redes sociais expuseram o passado e o presente de Lira, um dos políticos mais malquistos desse país, tanto pela esquerda quanto pela direita por suas conhecidas chantagens nada ideológicas.

Transparência Internacional admite relação promíscua com a Lava Jato

Em entrevista ao Uol, o diretor executivo da ONG picareta Transparência Internacional, Bruno Brandão, depois de ciscar aqui e ali, admitiu o óbvio, que até as pedrinhas do fundo do mar já sabiam, que, de transparente e republicana, essa ONG nuca teve, quando o assunto é obre a promíscua Lava jato, e sapecou a seguinte galhofa com a cara dos brasileiros:

“Se eu tive arrependimento de ter tido diálogos com agentes específicos da operação Lava Jato? Acho que aqui é importante pensar o que eram aqueles diálogos. O problema da Lava Jato não é que eram diálogos falsos, normalmente eram diálogos que de fato ocorreram.
Bruno Brandão-TI”

Ou seja, o sujeito confessa escancaradamente que trabalhou um conluio com os vigaristas da república de Curitiba. Não tem mais, nem meio mais. Essa relação clandestina só veio à tona após denúncia do contrário ficaria soterrada e trancada a sete chaves pelos, Bruno Brandão, Sergio Moro e Deltan Dallagnol.

Não há mais nada a ser dito sobre uma ONG, que se emantava de Transparência Internacional, que operava no Brasil de forma clandestina, em conluio, ou melhor, em sociedade com Moro e Dallagnol.

Numa só tacada, ele implode a Transparência Internacional e manda para os ares a Lava Jato com a Globo, com tudo.

O único direito que não foi negado aos palestinos é o direito de sonhar

Vijay Prashad*

Queridas amigas e amigos,

Em 26 de janeiro, os juízes da Corte Internacional de Justiça (CIJ) concluíramque é “plausível” que Israel esteja cometendo genocídio contra os palestinos em Gaza. A CIJ pediu a Israel que “tome todas as medidas ao seu alcance para impedir a prática de todos atos” que violem a Convenção das Nações Unidas sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio (1948). Embora a CIJ não tenha solicitado explicitamente um cessar-fogo (como fez em 2022, quando ordenou à Rússia “suspender a operação militar” na Ucrânia), mesmo uma leitura descuidada dessa ordem mostra que, para cumprir a decisão do tribunal, Israel deve pôr fim ao seu ataque a Gaza. Como parte de suas “medidas cautelares”, a CIJ exige que Israel responda ao tribunal em um mês e descreva em um relatório como implementou a ordem.

Embora Israel já tenha rejeitado as conclusões da CIJ, a pressão internacional sobre Tel Aviv está aumentando. A Argélia pediu ao Conselho de Segurança da ONU que obrigue o cumprimento da ordem da CIJ, enquanto a Indonésia e a Eslovênia, separadamente, deram início a procedimentos na mesma Corte – que começará em 19 de fevereiro – para buscar um parecer consultivo sobre o controle e as políticas de Israel nos territórios palestinos ocupados, de acordo com a resolução da Assembleia Geral da ONU adotada em dezembro de 2022. Além disso, o Chile e o México pediram ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que investigue os crimes cometidos em Gaza.

A reação de Israel à ordem da CIJ foi, como lhe é comum, de desdém. O ministro da Segurança Nacional do país, Itamar Ben Gvir, chamou a CIJ de “corte antissemita” e afirmou que ela “não busca justiça, mas a perseguição do povo judeu”. Estranhamente, Ben Gvir acusou a CIJ de ter ficado “em silêncio durante o Holocausto”. O Holocausto conduzido pelo regime nazista alemão e seus aliados contra os judeus europeus, os ciganos, os homossexuais e os comunistas ocorreu entre o final de 1941 e maio de 1945, quando o Exército Vermelho soviético libertou os prisioneiros de Ravensbrück, Sachsenhausen e Stutthof. A CIJ foi criada em junho de 1945, um mês após o fim do Holocausto, e iniciou seus trabalhos em abril de 1946. A tentativa de Israel de deslegitimar a Corte alegando seu “silêncio durante o Holocausto” quando, na verdade, ela ainda não existia, seguida da declaração que chamou a CIJ de “tribunal antissemita”, mostra que Israel não tem resposta para os méritos da ordem da CIJ.

Enquanto isso, o bombardeio contra os palestinos em Gaza continua. Meu amigo Na’eem Jeenah, diretor do Afro-Middle East Centre, em Johanesburgo, na África do Sul, tem analisado os dados de vários ministérios do governo em Gaza, bem como as reportagens da mídia, para elaborar um infográfico diário sobre a situação na região. O infográfico de 26 de janeiro, data da determinação da CIJ e o 112º dia do genocídio, detalha que mais de 26 mil palestinos, pelo menos 11 mil deles crianças, foram mortos desde 7 de outubro; 8 mil estão desaparecidos; cerca de 69 mil ficaram feridos; e quase todos os 2,3 milhões de residentes de Gaza foram deslocados. Os números são desconcertantes. Durante esse período, Israel danificou 394 escolas e faculdades, destruindo 99 delas, além de 30 hospitais e matou pelo menos 337 profissionais da área médica. Essa é a realidade que gerou a denúncia de genocídio na CIJ e as medidas provisórias do tribunal; o juiz, Dalveer Bhandari, da Índia, foi além e disse claramente que “todos os combates e hostilidades [devem] cessar imediatamente”.

Entre os mortos estão muitos pintores, poetas, escritores e escultores da Palestina. Uma das características marcantes da vida palestina nos últimos 76 anos, desde a Nakba [Catástrofe] de 1948, tem sido a riqueza contínua da produção cultural palestina. Uma caminhada rápida por qualquer uma das ruas de Jenin ou de Gaza revela a onipresença de estúdios e galerias, locais onde os palestinos insistem em seu direito de sonhar. No final de 1974, o militante e artista sul-africano Barry Vincent Feinberg publicou um artigo na revista afro-asiática Lotus que começa com uma interação em Londres entre Feinberg e um “jovem poeta palestino”. Feinberg estava curioso para saber por que, na Lotus, “um número excepcionalmente grande de poemas provém de poetas palestinos”. O jovem poeta, divertindo-se com a observação de Feinberg, respondeu: “A única coisa que nunca foi negada ao meu povo foi o direito de sonhar”.

Arthur Lira não quer chantagear Lula, mas o povo brasileiro.

A ONG lavajatista Transparência Internacional, é tão transparente quanto a ABIN paralela de Bolsonaro.

Alguém precisa enquadrar Lira lembrando que ele é presidente da câmara e não o Rei Arthur. Lembrar sobretudo que os dois últimos super poderosos presidentes da câmara, Cunha e Maia, hoje não são mais nada.

Lira desqualifica o corpo técnico do governo dizendo que os técnicos não gastam sola de sapato rodando o Brasil. Essa pirueta retórica se iguala ao terraplanismo malandro e tardio do bolsonarismo derrotado. Tudo para desbloquear mais orçamento para fisiologismo vagabundo dele.

Qual brasileiro ou brasileira já viu Lira na rua gastando sola de sapato pra conhecer os problemas de quem ele quer sequestrar as políticas públicas criadas pelo governo Lula? Essa receita de picaretagem carregada de palavrório é um insulto a nossa inteligência.

Lira é só um chantagista barato que posa de esperto. Está assinando seu funeral político, mesmo com todas as vigarices que julga ser eficaz para se eternizar em situação estratégica do país. O malandrão vai dançar porque é um cagado com folha corrida de um membro do clã Bolsonaro.

Lira quer por fim no orçamento da saúde e educação pra ratear a grana pública com o centrão.

Em última analise é isso que está em seu jogo de cena.