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“Tem gente que não entendeu ainda o que nós passamos. E o perigo de isso ressurgir”, alerta Moraes sobre 8 de janeiro

Ministro fez um balanço da intentona golpista durante encontro com representantes do Movimento Delegados pela Democracia (MDD), em dezembro.

ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, recebeu uma delegação de oito integrantes do Movimento Delegados pela Democracia (MDD) em dezembro de 2024, em seu gabinete. Os delegados homenagearam o magistrado por sua “coragem” na defesa das instituições democráticas durante os últimos anos. Durante o encontro, segundo Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, Moraes fez declarações contundentes sobre os perigos que rondaram a democracia brasileira em 2022, destacando que muitas instituições ainda não compreenderam plenamente a gravidade do momento vivido pelo país.

Moraes destacou a “histeria coletiva” que tomou conta de parte da sociedade, citando episódios de bolsonaristas cantando o hino nacional para pneus e acreditando em notícias falsas, incluindo boatos de que ele próprio havia sido preso. O magistrado alertou para a continuidade de uma ameaça latente: “Tanto na polícia quanto no Ministério Público e no Judiciário, tem gente que não entendeu ainda o que nós passamos. E o perigo de isso ressurgir”, afirmou.

Durante a conversa, Moraes reforçou a necessidade de reflexão sobre o papel das instituições em regimes autoritários. “Polícia, na ditadura, não é polícia. É braço armado do ditador. Ministério Público, Judiciário, na ditadura, não têm independência nenhuma, autonomia nenhuma. Também são os braços jurídicos” do autoritarismo, alertou.

As declarações de Moraes ocorreram pouco antes da prisão do general Walter Braga Netto, acusado de tentar obstruir investigações sobre a tentativa de golpe de Estado e de envolvimento em planos para impedir a posse do presidente Lula (PT). Braga Netto, que foi um dos principais nomes do governo Jair Bolsonaro (PL), tornou-se o primeiro general quatro estrelas a ser preso no Brasil desde a redemocratização.

Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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