“Ele [Moro] mandou a cópia do que foi investigado pela Polícia Federal pra mim. Mandei um assessor meu ler porque eu não tive tempo de ler”, disse o chefe do Planalto durante coletiva de imprensa no dia 28, em Osaka, no Japão. Ele revelou que “determinou” a Moro, que por sua vez iria “determinar” à PF, que “investigue todos os partidos”, disse Jair Bolsonaro.
Exatamente isso, dito pelo próprio Presidente da República.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, lhe deu acesso privilegiado a dados do inquérito sigiloso sobre os laranjas do PSL. O caso é gravíssimo, claramente ilegal, e foi agravado pelo fato de Bolsonaro ter dito que mandou Moro investigar outros partidos.
Se o caso for realmente confirmado, Moro e Bolsonaro, ou seja, Ministro e Presidente da República serão pressionados em função de um conluio que escancara a partidarização de Moro, este que já vem sendo implodido com tantas denúncias feitas através de publicações pela imprensa, mas, principalmente pelo Intercept Brasil.
Foram presos no final de junho um assessor especial e dois dois ex-assessores do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, por causa de candidaturas laranjas do PSL. Após indicação do PSL de Minas, presidido à época pelo próprio Álvaro Antônio, o comando nacional do partido repassou R$ 279 mil a quatro candidatas. Elas tiveram desempenho insignificante e, juntas, receberam pouco mais de 2.000 votos, em um indicativo de candidaturas de fachada.
Vale ressaltar que, dos R$ 279 mil repassados pelo PSL, ao menos R$ 85 mil foram parar oficialmente na conta de quatro empresas que são de assessores, parentes ou sócios de assessores do ministro de Bolsonaro.
*Com informações do 247