São evidentes os indícios da parceria de Bolsonaro com Ricardo Barros na compra da vacina Covaxin. Ou seja, no mínimo, Bolsonaro prevaricou.
Pois bem, os senadores Randolfe Rodrigues, Fabiano Contarato e Jorge Kajuru entraram no STF com notícia-crime contra Bolsonaro, e Aras já deixou claro que isso não vai dar em nada, mesmo que os senadores ainda afirmem, além da prevaricação, que Bolsonaro incorreu em ato de improbidade administrativa. Isto é, enquadrou-se no capítulo da lei 1079 nos crimes de responsabilidade.
Encaminhada por Rosa Weber a petição para o Procurador-Geral da República Augusto Aras investigar, este já declinou e avisou que não tem nada a ser investigado contra Bolsonaro.
Alguma surpresa nisso? Não, nenhuma. Aras faz questão de hora nenhuma ser pedra no sapato de Bolsonaro, disso até o mais paspalho dos brasileiros já sabe.
Então, a pergunta que fica é, o Brasil ainda tem PGR? Se tem, ela representa quem, os interesses da população ou do presidente?
A questão que envolve Bolsonaro, Ricardo Barros e a Covaxin é uma marafunda, tanto que a CGU já avisou que o contrato foi assinado mesmo sem esclarecimento da área técnica sobre o preço. Mas Aras já comunicou que não cabe à PGR investigar Bolsonaro sobre a prevaricação, isso dito a boca miúda por ele, não de forma oficial, em um debate promovido pela Conjur nesta terça-feira.
Mas Aras já deixou claro que descarta cumprir o papel de PGR contra Bolsonaro, jogando a batata quente para o poder legislativo
O fato é que, diante da hipocrisia geral da República, a visão que se tem do país é a de que Bolsonaro fez de peças chave da República suas principais marionetes.
Neste caso, o máximo que se pode ter é Arthur Lira empurrando com a barriga qualquer pedido de impeachment e Aras dizendo que não é com ele e sim com Lira a palavra derradeira contra Bolsonaro.
Pelo andar da carruagem, tudo indica que as abóboras vão se acomodando e Bolsonaro poderá seguir com seu genocídio diante do presidente da Câmara e do PGR que nada acontecerá a ele, até porque no caso de Bolsonaro, a PGR de fato não existe, funciona como AGU do mito.
Não é por acaso que, a partir da PGR, a descrença no Ministério Público se torna cada vez mais intensa.
No final das contas, pelo que se imagina, Aras sai ganhando, porque engaveta a denúncia e cava um pouquinho mais sua vaguinha no STF.
*Carlos Henrique Machado Freitas
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