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Política

Coronel Lawand tinha imagens com teor golpista no celular

Jean Lawand Júnior, coronel que sugeriu golpe em conversa com Mauro Cid, tinha imagens com teor golpista salvas na galeria do seu celular.

Ex-subchefe do Estado Maior do Exército, o coronel Jean Lawand Júnior mantinha imagens com teor golpista e de exaltação à ditadura militar salvas na galeria do seu celular. Lawand é investigado pela CPMI do 8 de Janeiro por sugerir um golpe de Estado em conversa com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, diz Guilherme Amado, Metrópoles.

O militar teve o sigilo telemático quebrado pela CPMI. As imagens estavam salvas no iPhone de Lawand e foram obtidas pela coluna. Uma delas tinha um brasão com o slogan “Deus, Pátria, Família, Liberdade”, usado por Bolsonaro na campanha eleitoral, com um pedido de “S.O.S.” às Forças Armadas. É comum ver a mesma mensagem em atos antidemocráticos e em defesa de uma intervenção militar.

Lawand salvou um print do site Jusbrasil, com o artigo 142 da Constituição. Bolsonaristas defendem, de forma equivocada, que o trecho autoriza as Forças Armadas a atuarem como poder moderador, o que permitiria uma intervenção militar em períodos de crise. O STF, em manifestação sobre o tema, classificou a interpretação de “terraplanismo constitucional”.

Outra imagem encontrada no celular de Lawand trazia a bandeira do Brasil com a frase: “Liberdade não se ganha, se toma!”. O coronel guardava uma postagem do polemista Olavo de Carvalho em que ele afirmava que uma “democracia não pode ser instaurada por meios democráticos” […] “nem pode, quando moribunda, ser salva por meios democráticos”.

O militar também mantinha diversas imagens laudatórias à ditadura militar, como capas de jornais da época; entre elas, havia uma do Correio da Manhã com a manchete: “Por causa do povo em massa nas ruas é que houve a intervenção militar”.

Outra imagem citava o general Humberto Castelo Branco, primeiro ditador do regime militar, e sugeria que a ditadura era uma alternativa melhor ao sistema democrático atual. “Castelo Branco desfilou sob aclamação do povo, em 1965. Os vermes de hoje têm que se esconder do povo e só circulam em aviões da FAB e jatos particulares às custas do povo, de quem roubam o sangue, o suor e a dignidade”, dizia o texto.

Lawand também guardava imagens com conteúdo político, como um discurso do empresário Luciano Hang a favor do bolsonarismo e a foto de uma manifestante exaltando o ex-deputado nacionalista Enéas Carneiro. “Faltam sete dias para derrotarmos o socialismo”, dizia outra imagem, com os rostos de Lula e Fernando Haddad atrás de um sinal de proibido.

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Economia

Estudo mostra que milionários do Brasil pagam menos impostos do que professores, médicos e advogados

BBC Brasil – Contribuintes milionários pagam no Brasil alíquotas menores de imposto de renda do que profissionais de renda média e alta, mostra um levantamento inédito realizado pelo Sindifisco Nacional, sindicato que representa os auditores-fiscais da Receita Federal, a partir de dados do Imposto de Renda Pessoa Física de 2022 (ano calendário 2021).

Segundo esses dados, contribuintes que declararam em 2021 ganhos totais acima de 160 salários mínimos (R$ 2,1 milhões no ano, ou R$ 176 mil por mês) pagaram, em média, uma alíquota efetiva de Imposto de Renda (IR) de menos de 5,5%.É uma taxa menor, por exemplo, do que pagaram professores de ensino fundamental (8,1%), enfermeiros (8,8%), bancários (8,6%) ou assistentes sociais (8,8%) — profissionais que, na média, declararam rendimentos totais (soma dos salários e outros rendimentos) abaixo de R$ 94 mil naquele ano (menos de R$ 8 mil ao mês).

A alíquota efetiva dos milionários também foi menor do que a dos policiais militares (8,9%), cuja renda média total em 2021 ficou em R$ 105 mil (R$ 8.750 ao mês). Ou do que a de médicos (9,4%), que declararam em média renda total de R$ 415 mil (R$ 34,6 mil ao mês).

A alíquota efetiva é o percentual da renda total que de fato foi consumida pelo IR. Segundo o Sindifisco, o principal motivo de os mais ricos terem uma alíquota menor é que uma parcela relevante de sua renda vem do recebimento de lucros e dividendos das suas empresas – renda que é isenta de imposto no Brasil desde 1996.Já a classe média tem uma parcela maior de seus ganhos proveniente de salários, que, em geral, são tributados na fonte, com alíquotas progressivas que chegam a R$ 27,5% para ganhos mensais acima de R$ 4.664,69.

Essas pessoas também têm parte de seu dinheiro isento de imposto, mas, em geral, é uma parcela da renda menor do que a dos milionários.

O levantamento do Sindifisco mostra ainda que a alíquota efetiva paga pelos contribuintes de maior renda caiu por dois anos seguidos, entre 2019 e 2021: como houve crescimento do pagamento de lucro e dividendos nesse período, o topo da pirâmide ficou mais rico, ao mesmo tempo que pagou proporcionalmente menos IR.

Os números da Receita Federal mostram que contribuintes brasileiros declararam terem recebido em 2021, no total, R$ 555,68 bilhões em lucros e dividendos, uma alta de quase 45% sobre o valor de 2020 (R$ 384,27 bilhões) e de 46,5% ante o de 2019 (R$ 379,26 bilhões).

Para o presidente do Sindifisco, auditor-fiscal Isac Falcão, esse aumento reflete a expectativa de que os dividendos voltem a ser taxados no país.

A volta desse tributação pode ser incluída pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva em uma proposta de reforma do Imposto de Renda que o Ministério da Fazenda pretende enviar no fim deste ano para o Congresso.

O assunto, porém, enfrenta resistência no Parlamento. Proposta semelhante enviada pelo governo de Jair Bolsonaro em 2021 não avançou.

“As empresas estão retendo menos dividendos agora para não correr o risco de distribuírem quando já estiverem sendo tributados. Essa é uma das razões pelos quais eu digo que o tema está na agenda”, acredita Falcão.

Por outro lado, o levantamento mostra que contribuintes pobres ou de renda intermediária (faixas que vão de um a 15 salários mínimos mensais) passaram a pagar uma alíquota efetiva média de imposto de renda maior entre 2019 e 2021.

Segundo o Sindifisco, o fato de a tabela do Imposto de Renda estar há muitos anos sem ser atualizada pela inflação explica o aumento da alíquota efetiva para grupos de renda menor.

Como os salários costumam ter algum reajuste anual para compensar a inflação, trabalhadores acabam subindo de faixa de contribuição e passam a pagar mais IR, mesmo que seu poder de compra não tenha necessariamente aumentado.

Por exemplo, contribuintes que declararam em 2021 renda mensal entre 5 e 7 salários mínimos (R$ 5.500 a R$ 7.700 em valores daquele ano) pagaram alíquota efetiva média de 6% — ou seja, mais que os milionários.

Já dois anos antes, a taxa média para essa faixa de renda estava em 4,5%.

Nesse contexto, Falcão defende que a taxação de lucros e dividendos seja usada para compensar uma redução do Imposto de Renda que incide sobre faixas de menor renda.

A expectativa é que a reforma a ser enviada por Haddad ao Congresso tenha também algum aumento na faixa de renda que é isenta de IR.

Lula prometeu na campanha ampliar essa isenção para até R$ 5 mil ao mês. No entanto, o próprio Haddad já disse que é um missão difícil de cumprir, pois pode custar dezenas de bilhões de reais em perda de arrecadação anual do governo.

Hoje, o contribuinte brasileiro não paga IR sobre ganhos mensais de até R$ 2.112. O governo Lula criou uma dedução simplificada mensal no valor de R$ 528 que, na prática, eleva a isenção R$ 2.640 no caso de pessoas de menor renda.

O mecanismo não beneficia contribuintes com ganhos mais altos porque não pode ser acumulado com outras deduções que já são usadas por esse grupo, como contribuição previdenciária, pensão alimentícia e dependentes.

Os contribuintes que pagam mais IR são aqueles com renda mensal entre 10 e 40 salários mínimos (R$ 11 mil a R$ 44 mil em valores de 2021), cuja alíquota média efetiva fica acima de 10%.

Nesse grupo, estão profissões com altos salários, como o topo da carreira pública. Nesses casos, o percentual da renda de fato consumido pelo IR é mais que o dobro que o pago por milionários, caso de juízes (13%), servidores do Banco Central (14,5%) ou auditores-fiscais (15,6%).

São categorias que, embora não tenham rendas milionárias, recebem uma remuneração bem acima da maioria dos brasileiros. Os juízes, por exemplo, declararam em 2021 renda média total de R$ 729,6 mil (R$ 60,8 mil ao mês).

Para o presidente do Sindifisco, o auditor-fiscal Isac Falcão, as alíquotas efetivas cobradas sobre essas categorias com altos salários é justa. O problema, na sua visão, é os segmentos com rendas ainda mais altas pagarem alíquotas menores.

Por outro lado, mostram os dados, há profissões com renda alta na comparação com a maioria da população brasileira que pagam alíquotas efetivas baixas, crítica Sérgio Gobetti, economista do Ipea especializado em tributação e finanças públicas.

É o caso de advogados (5,2%), cuja renda média total declarada em 2021 foi de R$ 223 mil (R$ 18,6 mil ao mês).

Ou dos decoradores (5,1%), que declararam em média R$ 215 mil de renda total naquele ano (R$ 17,9 mil ao mês).

Em geral, são profissionais liberais, donos de suas próprias empresas, que pagam alíquotas menores sobre os lucros obtidos porque essas companhias se enquadram em regimes especiais de tributação, como o Simples e o sistema de lucro presumido.

Contribuintes que se declararam ao Fisco como dirigentes, presidentes ou diretores de empresas, por exemplo, tiveram alíquota efetiva de apenas 4,14% em 2021, quando informaram renda total média de R$ 267,8 mil (R$ 22,3 mil ao mês).

O Brasil é um dos poucos países do mundo que não taxa lucros e dividendos. Isso não quer dizer que o dinheiro que entra no bolso do acionista nunca foi tributado.

Sobre o lucro das empresas incide, via de regra, dois impostos: o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), cujas alíquotas somam 34%.

Opositores da taxação de dividendos dizem que essa alíquota de 34% é alta na comparação internacional.

Segundo Sergio Gobetti, a tributação dos lucros de empresa em outros países realmente é menor, girando, em média, na faixa de 20% a 25%.

Na prática, porém, as empresas brasileiras não pagam a taxa cheia, já que há benefícios e isenções que permitem reduzir o valor a ser cobrado pela Receita.

“Diversos estudos mostram que, em média, companhias de capital aberto (com ações em Bolsa) pagam 24% de impostos sobre seus lucros, e não 34%”, ressalta.

Além disso, empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões podem entrar no Simples, que tem alíquotas progressivas que variam de 4% a 33% e englobam 8 impostos, entre eles o IRPJ.

Para Sérgio Gobetti, a volta da tributação dos dividendos deveria vir acompanhada de uma reforma ampla da taxação das empresas, que elimine as exceções que permitem a empresas pagar pouco sobre seus ganhos.

Com isso, diz, seria possível reduzir a tributação de IRPJ/CSLL de 34% para 25% e criar uma outra alíquota a ser paga sobre lucros e dividendos, que poderia ser de 20% ou 25%.

“E poderia haver uma faixa de isenção. Por exemplo, dividendos de até R$ 30 mil no ano não seriam taxados e valores acima disso pagariam”, exemplifica.

Por outro lado, outro argumento dos defensores do fim da taxação de lucros e dividendos no Brasil é que esse imposto tinha baixa eficiência tributária e gerava muitas disputas judiciais – ou seja, o Fisco tinha dificuldade de cobrar esse tributo adequadamente.

Esse argumento foi defendido em um artigo por três ex-secretários da Receita Federal: Everardo Maciel (governo FHC), Jorge Rachid (governos Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer) e Marcos Cintra (governo Jair Bolsonaro).

“Tomando por base o ano de 1995, a arrecadação do IRPJ, ainda que não apenas em razão daquela opção, cresceu, em termos reais, em todos os anos subsequentes — muitas vezes com percentuais superiores a 100%, ao passo que a participação desse imposto no PIB aumentou em praticamente todos os anos, chegando a exibir impressionante crescimento de 95%”, argumentaram no artigo publicado no ano passado, no jornal Folha de S.Paulo.

Gobetti, por sua vez, argumenta que a realidade de hoje é diferente da de 1995 devido à internacionalização cada vez maior da economia, o que dá mais liberdade para empresas escolherem onde investir no mundo.

Na sua avaliação, esse é mais um fator a favor de uma reforma que reduza a tributação direta sobre as empresas e tribute os lucros distribuídos aos acionistas.

“Tributar diretamente o lucro da empresa sem dúvida é mais simples, mas é incompatível com o mundo de hoje, onde todos os países reduziram significativamente as suas alíquotas sobre as empresas. Então, (o modelo atual brasileiro) não é só um problema pela falta de progressividade”, destacou.

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Cotidiano

Policial militar do Ceará agride mulher com socos e pontapés

Mulher reclamou que um homem detido estava sendo sufocado por policiais

Um policial militar será investigador por agredir uma mulher com socos e chute em Fortaleza, após ela reclamar que um homem detido era sufocado por agentes.

A Controladoria Geral de Disciplina, órgão que investiga agentes de segurança suspeitos de cometerem infrações em serviço, disse estar ciente da ocorrência e determinou a instauração de processo disciplinar para apuração a agressão, ocorrida no sábado (26) no Bairro Farias Brito.

Um vídeo obtido pelo g1 mostra o momento em que um homem é contido por vários agentes. A mulher reclama que ele está sendo sufocado. Em seguida, ela sofre um chute na perna e uma sequência de socos (assista no vídeo acima).

Testemunhas do crime gritaram em protesto contra a agressão do policial.

As imagens mostram ainda o homem sendo rendido e posto na viatura policial, diz o G1.

A Polícia Militar do Ceará afirmou, em nota, que a “corporação não compactua com qualquer desvio de conduta ou excesso por parte de seus integrantes”. A instituição diz ainda “que adotará as providências no sentido de apurar com transparência e a presteza necessárias, por meio da instauração de procedimento apuratório”.

A Polícia Militar afirma que o homem detido responde a dois crimes (roubos e um porte ilegal de arma de fogo). Na delegacia, os policiais revelaram o verdadeiro nome.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, ainda não houve registro de um boletim de ocorrência.

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Política

Bolsonaro joga culpa nos militares por sua eventual condenação

Bolsonaro joga culpa nos militares por sua eventual condenação

Ladrão de joias e consumado golpista, o ex-presidente Jair Bolsonaro acrescentou mais um responsável por sua eventual condenação: os militares, seus antigos companheiros de farda.

Bolsonaro, o ingrato. Não fosse o apoio dos militares, ele não teria sido eleito em 2018; e se fosse, correria o risco de não assumir. O escândalo da rachadinha estourou entre uma coisa e outra.

Os militares ajudaram-no a governar, e até certo ponto impediram que cedesse aos seus instintos mais rudes. Sem eles, não teria se candidatado à reeleição. E sem parte deles, não teria havido o 8/1.

Com o golpe fracassado e a descoberta do roubo das joias, Bolsonaro sente-se agora abandonado pelas Forças Armadas. Esperava que elas pressionassem a Justiça para deixá-lo solto.

Ocorre que os militares atravessam também dificuldades. Uma ou mais de uma dezena deles está sendo investigada. A imagem da farda foi emporcalhada, com a queda da confiança nela.

No momento, os militares têm mais com o que se preocupar. Um tenente-coronel, Mauro Cid, ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, está preso. O pai dele, o general Mauro Lourena Cid, pode ser.

Cid filho bateu continência a todos os desmandos de Bolsonaro nos últimos quatro anos. Cid pai cedeu aos apelos do filho e meteu-se na operação ilegal de recompra das joias vendidas no exterior.

A pressão que os militares exercem sobre a Justiça, hoje, é para livrar os seus de penalidades. Bolsonaro deixou de ser um deles.

*Blog do Noblat

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Política

Governistas se unem a Damares e Magno Malta para derrubar Lei da Alienação Parental

Projeto que revoga a legislação já foi aprovado na Comissão dos Direitos Humanos do Senado. Agora, senadores do PT articulam com a oposição avanço no plenário da Casa, segundo a CNN.

A base do governo no Senado Federal vem se movimentando junto à oposição para que a Lei da Alienação Parental saia de vigor. Para isso, senadores do PT e de partidos aliados vêm apoiando um projeto de lei de autoria de Magno Malta (PL-ES) e relatado por Damares Alves (Republicanos-DF).

A proposta revoga integralmente a legislação sobre o assunto. O fato chama atenção, já que os dois parlamentares são adversários dos petistas e contrários às pautas do partido.

Criada em 2010, a Lei da Alienação Parental tem como intuito impedir situações em que um dos pais procura afastar o outro do convívio com os filhos. No entanto, para Magno Malta, a legislação dá brecha para que “pais abusadores consigam obter a guarda dos filhos, o que coloca o menor em perigo”.

Essa também é a justificativa da senadora Damares Alves. Durante a leitura do relatório na Comissão de Direitos Humanos, onde o texto foi aprovado na última semana, a parlamentar afirmou que revogação da lei é um tema que se encontra amadurecido, por isso vem sendo “defendida por diferentes correntes políticas que integram o Parlamento”.

Dentro do PT, o entendimento é que a lei, relatada à época pela deputada Maria do Rosário (PT-RS), está sendo usada de forma divergente da sua intenção inicial e que o melhor mesmo é sua revogação para que o debate volte a acontecer.

No mês passado, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) também se posicionou contrário à lei, durante audiência pública ocorrida na Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Questionado sobre o apoio do PT ao projeto, Magno Malta comemorou. “Não se trata apenas de uma questão política, mas sim de uma causa que transcende as divisões partidárias. É importante que toda ação em prol das crianças, seja no âmbito moral, psicológico ou físico, seja valorizada e incentivada, independentemente da sua origem política”.

Já o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que o Palácio do Planalto não tem “objeção à aprovação deste projeto”, que em breve será encaminhado para apreciação em plenário, já que o texto segue posição do Conselho Nacional de Saúde e da Organização Mundial de Saúde.

Lei de Alienação Parental
A Lei da Alienação Parental nasceu com o objetivo de coibir que um dos genitores das crianças e adolescentes desqualificasse o outro ou dificultasse o convívio para afastá-lo dos filhos.

No entanto, a discussão para a revogação da lei surgiu depois de algumas mães afirmarem terem perdido a guarda de seus filhos depois de relatarem às autoridades suspeitas de maus-tratos sofridos sob os cuidados dos pais e esses usarem a Alienação Parental para rebater as acusações.

Essas denúncias chegaram ao Senado, que criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para debater o assunto.

A CPI dos Maus Tratos, iniciada em 2017, investigou casos de violência contra crianças e adolescentes e apresentou, em 2018, um projeto de lei para revogar a legislação. O texto, porém, acabou arquivado.

No início deste ano, Magno Malta, que presidiu a comissão de inquérito, apresentou esse novo projeto já aprovado na Comissão dos Direitos Humanos do Senado, com o mesmo intuito.

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Política

Militares se afastam de Bolsonaro e sinalizam que não vão atuar contra a prisão do ex-presidente

A falta de apoio entre os militares deve ser decisiva para uma condenação e até eventual prisão de Jair Bolsonaro (PL). A análise é de integrantes do núcleo mais próximo do ex-presidente.

O suporte de Bolsonaro entre os fardados ruiu, na opinião das mesmas pessoas, depois do envolvimento do general Mauro Lorena Cid no caso das joias.

Antes disso, havia a expectativa de que setores militares pudessem “dialogar”, ou seja, fazer pressão sobre o Judiciário por Bolsonaro e pela liberdade do tenente-coronel Mauro Cid, filho do general.

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel é um dos pivôs dos escândalos que envolvem o ex-presidente, e está preso há mais de três meses.

Estas informações são de Mônica Bérgamo, na Folha, que acrescenta:

Os indícios de que tanto o tenente quanto o general manejavam recursos de caixa dois em benefício de Bolsonaro teria desmoralizado qualquer tentativa de militares de interferir nos processos.

Pela mesma análise, eles lavaram as mãos e se afastaram do problema, deixando Bolsonaro de lado.

O general Mauro Lourena Cid emergiu no escândalo depois que mensagens de seu filho, o tenente-coronel Mauro Cid, mostraram que o pai ajudou a comercializar objetos de luxo de Bolsonaro no exterior.

O general passou a ser investigado sob a suspeita de gerar um caixa dois para o ex-presidente, fruto da venda das joias.

Em mensagens interceptadas pela Polícia Federal, o tenente diz que o pai general tinha US$ 25 mil para entregar a Bolsonaro. Em dinheiro vivo.

A defesa do ex-presidente afirma que as joias foram catalogadas pera pertencer ao acervo privado dele. E que, por isso, o ex-presidente poderia vendê-las no exterior sem com isso cometer um crime.

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Política

Mídia brasileira dá como derrota a vitória de Lula no BRICS

A cúpula dos Brics realizada na África do Sul exibiu espetacularmente o fortalecimento desse bloco de países que se organizam como alternativa à decadente hegemonia dos Estados Unidos e seus aliados da Europa, cada vez mais avassalados.

A reunião aprovou o recurso a instrumentos de comércio (especialmente de petróleo) entre os países membros. As trocas passarão a ser nas próprias moedas nacionais e outros instrumentos, representando o maior abalo já ocorrido ao domínio do dólar, estabelecido desde a conferência de Bretton Woods ao fim da Segunda Guerra. A reunião dos Brics aprovou o ingresso de seis novos membros: Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã. São adesões que expressam uma legitimação das ideias do grupo, de aproximação pacífica, e reafirmam a ascensão da multipolaridade na arena mundial.

Há dezenas de candidatos na fila para aderir aos Brics.

O Brasil, também pelo empenho do presidente Lula, patrocinou o ingresso da vizinha Argentina na organização à véspera de eleições gerais naquele país e em meio a uma crise inflacionária. Foi nítida expressão de poder regional do Brasil de Lula, autorizando a diplomacia nacional a ambicionar papéis maiores na negociação da paz na guerra da Ucrânia e a obtenção de um assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Além disso, o Brasil reforçou laços com mercados emergentes, como China e Índia, que são seu principal alvo comercial e também constituem fontes de investimentos necessários à geração de empregos.

O saldo do encontro foi considerado pelo professor de Economia Política Internacional José Luís Fiori, em entrevista ao canal Tutameia, como a explosão da ordem geopolítica internacional sustentada há mais de três séculos pelos europeus e seus descendentes diretos.

Diante de fatos tão transcendentes como os que o Brasil acaba de protagonizar junto a um grupo que reúne agora mais de 40% da economia mundial, qual foi a reação da mídia corporativa brasileira? Todos os veículos, Globo, Folha, Estadão, TV Globo seguiram em uníssono a linha oficial ditada por Washington e que pode ser resumida por um artigo Financial Times. O encontro, segundo eles, só serviu para avançar o domínio da China sobre o grupo e para diluir a influência do Brasil. A grande vitória da diplomacia sob Lula, que se equilibra entre estender seu soft power pacifista, sua estratégia comercial junto a mercados estratégicos enquanto estabiliza suas relações com a aliança atlântica, simplesmente não existiu em nenhum artigo, reportagem ou editorial. Estes oscilaram entre a indignação paranoica por o Brasil “virar as costas ao Ocidente” e permitir o aumento do poder chinês.

São antolhos submissos, expressivos de um complexo de vira-latas merecedor de terapia psiquiátrica, para além de desmascaramento de sua natureza ideológica, qual seja a de advocacia interesses colonialistas (como apontou Lula em pronunciamento), responsáveis históricos pelo atraso nacional e, portanto, contrários ao Brasil.

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Política

‘África tem tudo para se tornar potência agrícola’, diz Lula na CPLP

Em discurso focado na juventude, o presidente falou sobre educação, sustentabilidade, fome e futuro do trabalho.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou neste domingo (27/8), em São Tomé, da XIV Cúpula dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Em discurso, o chefe do Executivo falou sobre educação, sustentabilidade, fome e futuro do trabalho, segundo o Correio Braziliense.

“As novas gerações vivem com as incertezas de um mercado de trabalho que se transforma. As novas tecnologias são uma conquista extraordinária da inteligência humana, mas com elas o desemprego e a precarização alcançam novos patamares. O uso irresponsável das redes sociais, com a propagação de fake news e discursos de ódio, ameaça a democracia. O culto ao individualismo leva à descrença de muitos jovens na ação coletiva”, apontou.

Lula disse que a maioria dos países da CPLP possui uma população jovem. “Para que eles tenham esperanças de um futuro melhor, a sustentabilidade tem de ser promovida, desde agora, nas suas três dimensões: a social, a econômica e a ambiental. Sem alimentação adequada não há perspectiva de uma vida digna”.

“Na CPLP, podemos nos orgulhar do nosso trabalho conjunto na promoção da segurança alimentar e nutricional. Nossa cooperação em prol da agricultura familiar e do reforço dos programas de alimentação escolar são exemplos a serem multiplicados”, emendou.

O petista afirmou ainda que “a África tem tudo para se tornar uma potência agrícola, com capacidade para alimentar seu povo e o mundo”, que o “Brasil continuará a ser parceiro nessa empreitada” e que deve reeditar o Programa Mais Alimentos, relançado em junho passado, que permite que pequenos produtores possam ter acesso a financiamento para compra de tratores e implementos agrícolas.

“Assim como no passado, uma versão do Mais Alimentos para a África deve ser retomada como mais uma vertente da cooperação Sul-Sul brasileira”, pontuou.

Ele ressaltou que mais de 1.700 estudantes dos países lusófonos concluíram estudos de graduação no Brasil nos últimos 20 anos.

Lula citou também que em setembro deve ir aos EUA para participar da abertura da Assembleia Geral da ONU, onde deverá tratar sobre iniciativas por “trabalho decente”.

“Com as mudanças no mundo do trabalho, vivemos o desafio de dinamizar nossas economias garantindo trabalho digno, salário justo e proteção aos trabalhadores e trabalhadoras. Esse é o espírito da iniciativa em defesa do trabalho decente que lançarei com o presidente Biden, à margem da próxima Assembleia Geral da ONU”.

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Política Preconceito e racismo

Padre Júlio Lancellotti recebe ameaça e provoca onda de solidariedade e indignação nas redes

O padre Júlio Lancellotti, que há décadas atua no auxílio à população de rua da capital paulista, recebeu neste domingo (27) uma nova ameaça, conforme ele próprio relatou pelo X, antigo Twitter.

Um bilhete deixado em frente à sua igreja diz: “padreco de m*rda. Pensa que aki [sic] é partido político. Defensor dos direitos dos bandidos. Petista vagabundo. Usa o povo pra [sic] te favorecer. Seu dia de reinado aki [sic] vai acabar. Pode esperar”.

O religioso compartilhou foto do bilhete e recebeu uma onda de mensagens de solidariedade e apoio.

*Com 247

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Justiça

Dino faz tuíte misterioso: “em breve chegará o momento da colheita…”

Ministro não citou nomes, mas parece se referir mesmo a algum dos vários processos que envolvem Bolsonaro.

O ministro da Justiça Flávio Dino, aprovado em primeiro lugar como juiz no mesmo concurso de Sérgio Moro, fez um comentário neste domingo (27), em sua conta do Twitter, aparentemente técnico, mas, ao mesmo tempo, um tanto misterioso.

“Sempre me perguntam quando esta ou aquela investigação chegará ao final. Isso depende do sistema de justiça, com o trinômio: delegado, MP e juiz”, afirmou o ministro, ao apontar como se desenrola um processo.

Mais adiante, no entanto, Dino parece se referir mesmo a algum dos vários processos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL): “Com base no retrospecto, avalio que está havendo o adensamento do conjunto probatório e, em breve, chegará o momento da colheita”, encerrou.

https://twitter.com/FlavioDino/status/1695787392018338283?s=20

*Com Forum