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Bolsonaro é denunciado em Haia por destruir Amazônia

Segundo matéria de Jamil Chade, no Uol, Bolsonaro será denunciado nesta terça-feira no Tribunal Penal Internacional, em Haia, por entidades ambientalistas, cientistas e ex-juízes.

Com o lema “O planeta contra Bolsonaro”, a iniciativa é liderada pelo grupo All Rise, que nesta terça-feira apresenta o caso à procuradoria da corte, com sede em Haia. Essa é a sexta denúncia contra Bolsonaro que se conhece no TPI. Mas a primeira a tratar especificamente de sua política ambiental. O processo é longo e, numa primeira etapa, cabe à procuradoria avaliar se a denúncia é válida, antes de abrir um processo preliminar de investigação.

O documento tem 300 páginas, das quais 200 delas são de argumentos legais e cem outras com dados científicos, os autores insistem que não se trata de uma iniciativa política.

O caso é apresentado às vésperas da cúpula do Clima, em Glasgow, onde o Brasil será colocado sob pressão pela comunidade internacional para dar garantias de que adotará medidas para reduzir emissões e o desmatamento.

O argumento dos autores da queixa, porém, é de que as ações de Bolsonaro não se limitam a criar problemas para os brasileiros. “A destruição do bioma amazônico afeta a todos nós. Apresentamos na nossa queixa evidências que mostram como as ações de Bolsonaro estão diretamente ligadas aos impactos negativos da mudança climática em todo o mundo”, explicou o fundador da All Rise, Johannes Wesemann.

Caso tem apoio de ex-juízes da Corte

Dedicada a litígios ambientais, a entidade estrangeira é apoiada por nomes como Maud Sarlieve e Nigel Povoas, além de Friederike Otto, climatologista e principal autor do relatório mais recente do IPCC que o Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, chamou de ‘alerta vermelho para a humanidade’.

Para os autores do caso, um dos sinais da solidez do argumento é ainda o envolvimento de sir Howard Morrison, juíz da Corte Penal Internacional entre 2011 e 2021, além de Nema Milaninia, que trabalhou previamente como advogada de Defesa para o Ministério Público na Corte Penal Internacional.

“Crimes contra a natureza são crimes contra a humanidade”, disse Wesemann. “Bolsonaro está fomentando a destruição em massa da Amazônia de olhos bem abertos e com conhecimento total das consequências. O TPI tem o clarodever de investigar os crimes ambientais de tamanha gravidade global”, afirmou.

Argumentos

Se Bolsonaro é alvo de denuncias no TPI por conta da pandemia ou da situação dos indígenas, neste caso a denúncia é sobre o impacto de suas ações sobre a saúde humana e a vida globalmente.

“Estima-se que as emissões atribuíveis ao governo Bolsonaro causarão mais de 180.000 mortes por excesso de calor em todo o planeta nos próximos 80 anos com base nos comprometimentos climáticos atuais”, alega a denúncia.

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Afeganistão: Explosão em mesquita deixa ao menos 100 mortos e feridos

Uma explosão em uma mesquita xiita na cidade de Kunduz, no nordeste do Afeganistão, deixou ao menos 100 mortos e feridos, relatou a Missão da ONU no país. Segundo o Talibã, o ataque foi causado por um homem-bomba.

A ação ocorreu por volta do meio-dia (hora local) em um dia que é considerado sagrado pelos muçulmanos. Os feridos estão sendo atendidos no Hospital Central de Kunduz e nas instalações da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Apesar de não ter sido reivindicado por nenhum grupo, a ação tem o formato dos ataques do grupo terrorista Estado Islâmico, formado por islâmicos sunitas, e que tem um braço muito ativo no território afegão, o EI de Khorasan (Isis-K ou EI-K).

Nas redes sociais, a ONU afirmou que o ataque de hoje é parte de um padrão “perturbador” de violência. “É o terceiro ataque mortal esta semana, aparentemente visando uma instituição religiosa. O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo incidente de domingo, próximo a uma mesquita de Cabul. Ainda não se sabe o autor do ataque de quarta-feira a uma madrassa em Khost”.

Desde que os talibãs, que também são sunitas, retomaram o poder no Afeganistão, em 15 de agosto, o EI-K vem realizando ações pontuais para enfrentar os “rivais”.

Apesar de ambos estarem na mesma vertente islâmica, cada um se considera mais “importante” e detentor dos “saberes” do que o outro. Enquanto os talibãs tem uma visão mais nacional, de criar um “emirado islâmico” no Afeganistão apenas, os membros do EI querem fazer uma dominação ampla, expandindo seus “poderes” pelo mundo.

Além disso, o EI considera os muçulmanos xiitas como “hereges” que devem ser eliminados.

O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, informou que “forças especiais” foram enviadas ao local para investigar o caso.

*Com ANSA e AFP/Uol

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Ameaça geopolítica: CIA cria centro de combate à China

Sputnik – A Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos EUA informou nesta quinta-feira (7) ter criado um novo grupo que se focará exclusivamente na China e nos desafios à segurança nacional que ela coloca.

Segundo o comunicado, a nova entidade se chama Centro de Missões da China e foi formada “para responder ao desafio global colocado pela República Popular da China” que toca todas as áreas de missão da agência.

O diretor da CIA, William Burns, sublinhou ainda que a ameaça vem do governo chinês e não de seu povo.

Ele adicionou que o objetivo de criação do centro é unificar o trabalho que a CIA está realizando sobre a China.

“O Centro reforçará ainda mais nosso trabalho coletivo sobre a ameaça geopolítica mais importante que enfrentamos no século XXI, um governo chinês cada vez mais adversarial”, segundo ele.

Burns afirmou ainda que a agência vai continuar se focando em “uma Rússia agressiva, uma Coreia do Norte provocativa e um Irã hostil”.

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Lula é capa do jornal francês Libération que diz “Bolsonaro vai perder”

O ex-presidente Lula (PT) é matéria de capa de um dos mais tradicionais jornais franceses, o Libération, na edição de quinta-feira (7). O periódico já divulgou uma prévia da reportagem em seu site.

“Bolsonaro vai perder”, diz Lula na manchete que estampa a capa da publicação.

Na prévia da matéria divulgada no site, o repórter Chantal Rayes descreve o ex-presidente brasileiro como um “animal político”, “sobrevivente” após ser libertado da prisão e retomar seus direitos políticos, e afirma que o petista é o favorito para derrotar “o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro” na próxima eleição.

“É um Lula em boa forma, gravata vermelha e todo sorrisos, que recebeu o Libération dia 30 de setembro no modesto recinto de sua formação, o Partido dos Trabalhadores. Sem dúvida nenhuma: o ex-metalúrgico está de volta, depois de parecer se distanciar de um PT menos popular”, atesta o jornal.

Desde que deixou a prisão, Lula tem investido forte na agenda internacional, com viagens à Europa, diálogo com embaixadores e entrevistas a veículos estrangeiros.

Confira a prévia da entrevista ao Libération aqui.

*Com informações da Forum

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Vídeo: Os picaretas Paulo Guedes e Roberto Campos são denunciados por TV espanhola por contas em paraísos fiscais

Se a credibilidade da grande mídia brasileira há muito já virou farrapo, esse episódio que envolve as duas maiores autoridades monetárias do país, Paulo Guedes, ministro da Economia e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do governo Bolsonaro, joga uma pá de cal na credibilidade nenhuma que a mídia brasileira hoje ostenta.

A vergonhosa proteção dos barões da comunicação nativa ao escândalo da Pandora Papers envolvendo Guedes e Campos, numa autocensura desavergonhada, não é tudo.

Miriam Leitão, defendendo a inocência de Guedes a ponto de vitimizá-lo, é um escândalo dentro do outro. É preciso lembrar que Miriam Leitão foi uma espécie de madrinha de bateria da Lava Jato na mídia e que seu filho Vladimir Netto tinha uma relação absolutamente promíscua com os procuradores de Curitiba a ponto de escrever em parceria com os próprios, o mais panfletário dos livros sobre o lavajatismo de Moro.

Dito isso, traça-se um perfil da régua que mede o que é moral e imoral para a mídia brasileira. Aos amigos a supressão da notícia, aos inimigos a escandalização e o assassinato de reputações, a indução arquitetada para se vender a imagem pretendida pelas redações que são, como todos sabem, balcões de negócios políticos e empresariais.

Pois bem, no mesmo dia em que Miriam, em defesa de Paulo Guedes, escreveu seu artigo, a TV espanhola fez o oposto.

E o fez justamente por se tratar do ministro da Economia do Brasil que, além de mergulhar o país numa crise sem precedentes, empurrou para a miséria absoluta mais de 20 milhões de brasileiros enquanto lucrava em paraísos fiscais com a derrocada da economia da qual ele é o principal responsável.

Claro, Campos, que é uma espécie de Pazuello de Guedes, se não tem o mesmo peso do ministro, ostenta lugar estratégico na lista dos maiores picaretas do sistema financeiro no Brasil, porque simplesmente Guedes e Campos têm o que nenhum outro brasileiro pode ter, informação privilegiada e, a partir dela, lucram muito com a desgraça da população brasileira.

E se a mídia brasileira tentou abafar o caso ou até transformar os envolvidos no escândalo em vítimas, como fez Miriam Leitão, a TV espanhola, por sua vez, escancarou a picaretagem dos dois por suas contas em paraísos fiscais e, de boiada, produz um escracho na mídia brasileira que, neste caso, atuou como cúmplice na forma omissa com que agiu diante desse escândalo.

confira:

https://twitter.com/liamatos44/status/1445369033323331585?s=20

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Senadores dos EUA pedem a Biden ‘sérias consequências’ caso Bolsonaro cause ruptura democrática

O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado americano, senador Bob Menendez, e outros três senadores enviaram nesta terça-feira (28) uma carta instando o governo Biden a deixar claro para o presidente Jair Bolsonaro que qualquer ruptura democrática no Brasil “terá sérias consequências”. Na missiva enviada ao secretário de Estado, Antony Blinken, os senadores advertem que Bolsonaro vem fazendo ameaças de rompimento da ordem constitucional no Brasil, usa linguagem “irresponsável” e gestos de intimidação contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Dado que o Brasil é uma das maiores democracias e economias do mundo e um dos principais aliados dos EUA na região, a deterioração da democracia brasileira tem implicações no hemisfério e além”, dizem os senadores na carta, a que a Folha teve acesso. “Instamos o senhor a deixar claro que os EUA apoiam as instituições democráticas brasileiras e que qualquer ruptura antidemocrática da atual ordem constitucional terá sérias consequências.”

Menendez é um moderado bastante respeitado em Washington e, à frente da Comissão de Relações Exteriores, tem grande influência sobre a política externa americana. Além dele, assinam a carta os senadores democratas Dick Durbin, Ben Cardin e Sherrod Brown.

Na carta, o líder democrata afirma que o Brasil deveria ser “um baluarte contra atores não democráticos, de China e Rússia a Cuba e Venezuela”, que tentam solapar a estabilidade democrática em nosso hemisfério”. ” Uma disrupção à ordem constitucional seria uma ameaça à base dessa relação bilateral”, continuam. Os legisladores urgem o secretário de Estado a tornar o “apoio à democracia brasileira uma prioridade diplomática, inclusive em discussões bilaterais relacionadas à participação do Brasil em organizações como a OCDE e a OTAN”.

O Brasil precisa do apoio do governo americano para ser o próximo candidato à acessão à OCDE, o chamado clube dos países ricos. Entrar na OCDE, que funcionaria como uma espécie de selo de qualidade para investidores, é uma das prioridades da política externa de Bolsonaro.

E o apoio para o Brasil se tornar um sócio global da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) foi oferecido durante visita ao Brasil do assessor de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, em agosto, e gerou críticas no Congresso americano.

No texto da carta a Blinken, os senadores afirmam que Bolsonaro tem feito declarações perigosas sobre as eleições de 2022, dizendo que não vai aceitar o resultado se perder e que o pleito será fraudado se não houver mudança no sistema eleitoral. Os senadores afirmam que esse tipo de “linguagem irresponsável” é “perigosa” em qualquer democracia.

Os senadores também afirmam que Bolsonaro tem feito “ataques pessoais” contra integrantes do STF e afirmou que estaria disposto a usar manobras fora da Constituição para impedir os ministros de exercerem suas atribuições legais. “Se o presidente Bolsonaro cumprir suas promessas e abertamente descumprir decisões do Supremo, isso irá estabelecer um precedente muito perigoso para outras tentativas de Bolsonaro de solapar o estado de direito.”

Durante o encontro com Bolsonaro em agosto, cujo tema principal foi um possível veto à Huawei no leilão do 5G brasileiro, o assessor de segurança nacional Sullivan havia manifestado a preocupação do governo americano com as ameaças do presidente à integridade eleitoral e alegações sobre supostas fraudes nas urnas, segundo informou um alto funcionário da gestão Biden.

*Com informações da Folha

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Explosões deixam várias vítimas no aeroporto de Cabul

Segundo informação do JH, Estado Islâmico é o responsável pelo atentado.

Pentágono confirma ‘várias vítimas’, sem dizer nem quantas se são mortos ou feridos. Mais cedo, EUA, Reino Unido e Austrália alertaram para risco ‘iminente’ de atentado terrorista no local.

Explosões e tiros foram ouvidos no aeroporto de Cabul, capital do Afeganistão nesta quinta-feira (26). Mais cedo, Estados Unidos, Reino Unido e Austrália alertaram para o risco de um atentado “iminente” no local (veja mais abaixo).

O Pentágono confirma “pelo menos” duas explosões e que há vítimas, sem dizer quantas nem se são mortos ou feridos. Ainda não há informações oficiais até o momento se foi um atentado terrorista.

“Podemos confirmar que a explosão no portão da Abadia foi o resultado de um ataque complexo que resultou em várias vítimas americanas e civis”, afirmou o porta-voz do Pentágono, John Kirby. “Podemos confirmar pelo menos uma outra explosão no hotel Baron ou próximo a ele, a uma curta distância do portão da Abadia. Continuaremos atualizando”.

Duas fontes do governo americano disseram à agência de notícias Reuters que uma das explosões parece ter sido um ataque suicida causado por uma bomba.

Um fonte do Talibã disse à Reuters que ao menos 13 pessoas morreram, incluindo crianças. A rede de televisão Al Jazeera fala em ao menos 10 mortos, também citando uma fonte do grupo extremista. O “The Wall Street Journal” diz que fuzileiros navais americanos ficaram feridos.

O aeroporto internacional Hamid Karzai é a única porta de saída do país para milhares de estrangeiros e afegãos que tentam, desesperados, embarcar nos voos de retirada organizados pelos países ocidentais (veja mais abaixo).

Risco ‘iminente’ de atentado

O presidente dos EUA, Joe Biden, foi informado sobre o possível ataque durante uma reunião com autoridades de segurança sobre a situação no Afeganistão, segundo a Reuters.

Mais cedo, EUA, Reino Unido e Austrália alertaram para o risco de um atentado “iminente” no local e pediram a seus cidadãos que abandonassem imediatamente a área do aeroporto devido a uma ameaça terrorista (veja no vídeo abaixo).

“As informações obtidas ao longo da semana são cada vez mais sérias e fazem referência a uma ameaça iminente e grave”, afirmou mais cedo o secretário de Estado britânico das Forças Armadas, James Heappey. “É uma ameaça muito séria, muito iminente”.

https://twitter.com/Mahboob_saee/status/1430898531259146257?s=20

https://twitter.com/Mahboob_saee/status/1430894193325395968?s=20

*Com informações do G1

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Vídeo – Salve meu bebê: No Afeganistão, mães desesperadas entregam filhos aos militares no aeroporto de Cabul

Vídeo mostra momento em que uma criança é içada sobre o muro.

O desespero para fugir aos talibãs no Afeganistão é tão grande que as mulheres estão a entregar os seus filhos aos militares estrangeiros, junto ao aeroporto, para que estes os possam levar para locais seguros.

As imagens que chegam de Cabul mostram crianças serem transportadas de mão em mão, pelo meio da multidão que se amontoa no exterior do aeroporto, e por cima de arame farpado.

Após a tomada de poder pelo Talibã no Afeganistão, vídeos registrados na região mostram mães e pais entregando seus filhos para militares nos arredores do aeroporto de Cabul. As imagens registram pequenos afegãos sendo transportados de mão em mão na multidão até chegarem a soldados posicionados atrás de muros.

Representantes de tropas britânicas aparecem nas filmagens, mas o secretário de Defesa Ben Wallace alertou que não é possível remover menores desacompanhados do país.

— Não podemos simplesmente levar um menor por conta própria. A criança foi levada porque a família também será levada. É muito, muito difícil para aqueles soldados, como mostram as filmagens, lidar com algumas pessoas desesperadas, muitas das quais estão apenas querendo deixar o país— disse Wallace em entrevista à Reuters nesta quinta-feira.

Outro vídeo compartilhado pela organização Rise to Peace mostra soldados americanos carregando uma criança por cima de um muro no mesmo local. Logo após, uma mulher também atravessa a barreira com a ajuda dos militares.

Ao jornal britânico The Independent, um paraquedista do Exército do Reino Unido, cuja identidade não foi revelada, descreveu que as mães estavam “desesperadas”.

— Elas gritavam ‘salve meu bebê’ e jogaram os bebês em nós, alguns deles caíram no arame farpado. Foi horrível o que aconteceu. Ao final da noite, não havia nenhum homem entre nós que não estivesse chorando — lamentou.

Outro soldado descreveu a situação à emissora SKY News:

— Foi terrível. As mulheres estavam jogando seus bebês por cima do arame farpado, pedindo aos soldados para levá-los. Alguns ficaram presos no arame.

Um porta-voz do Talibã informou à Reuters que desde domingo foram registradas 12 mortes nos arredores do aeroporto da capital, causadas por tiroteios e tumultos. O representante solicitou ainda que os residentes sem autorização para viajar voltassem para suas casas e alegou que o grupo fundamentalista “não quer machucar ninguém no aeroporto”.

https://twitter.com/AlineDaDireita/status/1428141730763788292?s=20

*Com informações de O Globo

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Vídeo – Breno Altman: derrota imperialista no Afeganistão é fato positivo

Jornalista narra origens da crise e critica Talibã, mas define os EUA como principal responsável pelas tragédias do país desde 1979; veja vídeo na íntegra.

No programa 20MINUTOS HISTÓRIA desta terça-feira (17/08), o jornalista e fundador de Opera Mundi, Breno Altman, discorreu sobre a origem da crise do Afeganistão. O Talibã retornou ao poder no país, colocando abaixo o governo de Ashraf Ghani, considerado um fantoche dos Estados Unidos, que invadiram o país em 2001.

Nesta semana, ganhou intensidade o debate de se teria havido ou não uma derrota da Casa Branca. Se a ascensão do Talibã é um fato positivo ou negativo no cenário mundial e na vida do Afeganistão.

Para Altman, “a derrota do imperialismo estadunidense é fato positivo na situação internacional e na própria condição interna do país, embora muitas nuvens ainda pairem sob o horizonte. O povo afegão merece toda a solidariedade internacional que puder ter, inclusive contra possíveis delírios e crueldades dos novos governantes”.

Assim, os comunistas passaram à oposição frontal, aproveitando-se da influência conquistada no interior das Forças Armadas por conta do auxílio militar soviético desde 1973. O PDP inclusive se reunificou em 1977, diante da situação, pondo fim a 10 anos de cisma entre as frações Khalq (massas, em dari) e Parcham (bandeira).

República Democrática do Afeganistão

Com apoio de setores das Forças Armadas, das classes trabalhadoras assalariadas e das camadas médias urbanas, especialmente em Cabul, o PDP comandou a chamada Revolução de Saur, em 28 de abril de 1978.

Um novo governo foi constituído, com Taraki como primeiro-ministro, Karmal como seu vice e Amin como ministro das Relações Exteriores, compondo as duas tendências comunistas.

“As primeiras medidas do governo Taraki foram a decretação do caráter laico do Estado e de uma ampla reforma agrária, além de outras medidas buscando igualdade de gênero e direitos para as mulheres, controle do capital financeiro, estabelecimento de um sistema público de ensino”, listou Altman.

Essas medidas geraram rechaço no campo, onde dominavam forças semifeudais e muçulmanas que estavam “descontentes com o combate explícito dos comunistas às posições religiosas, ao poder das instituições islâmicas e a implantação de um modelo agrário baseado na combinação entre coletivização e cooperativização”.

Essa resistência rapidamente ganhou o formato de uma rebelião armada, com inúmeros grupos sendo criados para lutar contra o governo Taraki, com ajuda militar do Paquistão e da Arábia Saudita, mas também com apoio decisivo dos EUA e do Reino Unido.

“No dia 3 de julho de 1979, o então presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, assinou secretamente uma ordem executiva para reforçar as finanças e a capacidade militar dos grupos de oposição ao regime liderado pelo PDP, usando como base operacional o Paquistão e seu serviço secreto”, explicou Altman.

Era o início da Operação Ciclone, chefiada pela CIA, que chegou a treinar mais de 100 mil mujahideen até 1989, palavra árabe para “combatentes”, como eram chamados os insurgentes que se levantavam contra Taraki e seus companheiros.

Amin acabou derrubando Taraki e ordenando sua execução, assumindo o governo e se aproximando dos EUA e do Paquistão. Moscou, que até então havia tentado evitar interferir no conflito, se aliou a Babrak Karmal em uma conspiração para derrubar e matar Amin, fazendo de seu aliado principal o novo presidente do Afeganistão.

Karmal decidiu, como primeira medida, a invocação do Tratado de Amizade entre o Afeganistão e a URSS, assinado em 1978, solicitando a entrada formal do Exército Vermelho no país para enfrentar seus inimigos.

A intervenção soviética durou 10 anos, e não conseguiu “derrotar os grupos islâmicos insurgentes, embora fosse capaz de impedir a queda do governo dos comunistas, chefiado por Karmal até 1986 e por Mohammad Najibullah até 1992”.

O Exército Vermelho se retirou unilateralmente, em 1989, sob o governo de Mikhail Gorbatchev. Três anos depois, os grupos islâmicos mais moderados, pró-ocidente, vinculados às elites agrárias, semi-feudais, chegaram ao poder. O novo presidente passou a ser Burhanuddin Rabbani, que ocuparia o cargo até 1996. As frações muçulmanas. mais radicais, porém, vinculadas aos pequenos fazendeiros e excluídas do governo, rapidamente passaram à oposição.
Talibã

“Foi nesse caldo de cultura que surgiu o Talibã, criado em 1994, a partir de um grupo de islâmicos fundamentalistas que tinham combatido a URSS e os comunistas, embora não haja provas ou evidências que tivessem relação direta com os Estados Unidos”, ponderou Altman.

De toda forma, fortemente apoiados pelo Paquistão, apesar da pressão em contrário dos EUA, o Talibã rapidamente ganhou musculatura social e militar, até derrubar o governo, em 27 de setembro de 1996, e estabelecer uma “feroz ditadura fundamentalista, mas já em contradição com os interesses dos Estados Unidos”.

Além da brutalização das mulheres e da conversão do país em um emirado islâmico, governado pela Xaria e inteiramente submetido a sua versão do Alcorão, o Talibã ficou conhecido por atos de absurda crueldade.

“A ascensão do Talibã tinha sido possível, em última instância, graças ao apoio dos Estados Unidos aos mujahideens anticomunistas, mas seu perfil antiamericano decorreu de um sentimento de traição”, reforçou o jornalista.

Os atentados contra o World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, foram o episódio decisivo para a abertura de um novo ciclo. Os EUA, desde 1996 em conflito com o Talibã, invadiram o país “e restituíram o poder para seus antigos aliados, conformados na Aliança do Norte, formada em 1996 por Rabbani e amigos”.

As tropas norte-americanas expulsaram os fundamentalistas da capital, criaram a Administração Transitória do Afeganistão e praticamente impuseram o retorno dos políticos afegãos mais próximos da Casa Branca. Segundo o jornalista, os presidentes sob ocupação norte-americana “sempre foram vistos, pela imensa maioria do Afeganistão profundo, como fantoches do imperialismo, verdadeiro sustentáculo do regime nascido em 2001, a bordo dos tanques e aviões enviados por Washington”.

Durante os 20 anos de guerra neocolonial, como definida por Altman, sem conseguir controlar o território ou dotar seus aliados de uma estrutura político-militar que o fizesse, a ocupação norte-americana provocou 180 mil mortes, 50 mil das quais de civis. Mais de 60 mil pessoas ficaram gravemente feridas e 11 milhões de refugiados deixaram suas casas e o país. Mais de 2,5 mil norte-americanos faleceram, além de outros 1,1 mil aliados estrangeiros.

“Ao contrário de retirar o país das sombras do período talibânico, como prometia a famosa Guerra ao Terror, o que se viu foi a proliferação de grupos terroristas, alicerçados no fundamentalismo islâmico, atuando dentro do Afeganistão e reforçando seus pares além-fronteiras”, criticou.

Derrota dos Estados Unidos

Ele argumentou que o Talibã comandou, por vinte anos, uma guerra popular de libertação nacional, anti-imperialista, com o apoio de amplas massas do povo afegão, até mesmo de setores que tinham sido oprimidos pelo regime dos mulás.

“Essa constatação não faz do Talibã uma força progressista, mas seu caráter reacionário não deveria servir de argumento contrário à caracterização do que ocorreu depois de 2001”, enfatizou.

Para Altman, ainda é cedo para saber se o Talibã de hoje é a mesma organização de 2001 ou se as alianças internacionais, além da mobilização interna contra os Estados Unidos, forçaram alguma mudança em seu programa, em seus valores e em seus métodos.

“O fato principal, no entanto, é que a origem dos principais problemas do país não está no fundamentalismo religioso e reacionário do Talibã, mas na dominação imperialista que os EUA buscam exercer, nesse país, desde o final dos anos 70”, afirmou.

Segundo o jornalista, “não há como o Afeganistão chegar a um caminho democrático e emancipatório sem antes se livrar da dominação imperialista”. A reconfiguração do próprio Talibã ou sua substituição por uma eventual alternativa de esquerda ou mais democrática, dependeria da expulsão do imperialismo, para que outras questões possam emergir com mais relevância.

“Por outro lado, o enfraquecimento dos Estados Unidos, propiciado pela derrota no Afeganistão, é saudável para o equilíbrio internacional de forças, para o desmonte final da ordem unipolar que emergiu depois do desaparecimento da União Soviética, em 1991. Claro, abre-se também um novo período de tensão e dor para os setores populares, para as mulheres, em função da natureza do Talibã e sua história. Mas esses dramas não foram amenizados no período da ocupação norte-americana. Ao contrário, pioraram. Somente a derrota do imperialismo, um fato positivo e central, poderá abrir espaço para enfrentar as chagas do fundamentalismo religioso, na medida em que esse deixe de ser confundido com a própria luta de libertação nacional”, concluiu.

*Breno Altman/Opera Mundi

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Retorno do Talibã ao poder consolida o fracasso dos Estados Unidos no Afeganistão

Após 20 anos de ocupação militar, Washington acelera a retirada de suas tropas de Cabul ao mesmo tempo em que os extremistas islâmicos retomam o controle da capital, um cenário quase tão vergonhoso quanto a derrota no Vietnã há 44 anos.

A notícia internacional deste domingo (15/8), e que provavelmente continuará a se destacar nas próximas semanas, é a retomada do controle do Afeganistão pelas forças do Talibã.

Os extremistas já haviam recuperado o domínio no norte do país e dos arredores de Cabul, e neste fim de semana avançaram sobre a capital, sem encontrar resistência do exército afegão – que ainda conta com algum apoio da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), apesar do fato de os Estados Unidos terem retirado suas tropas do país há algumas semanas, tanto que a reação de Joe Biden aos acontecimentos deste domingo foi enviar 5 mil homens à região, não para impedir o Talibã mas para garantir a segurança dos militares estadunidenses que ainda não haviam saído do país.

Quem conseguiu escapar ileso foi o agora ex-presidente afegão, Ashraf Ghani, que encontrou refúgio temporário no Tajiquistão, deixando o país e sua capital nas mãos do grupo fundamentalista muçulmano, pelo menos momentaneamente.

A retomada do poder no Afeganistão por parte do Talibã é a materialização de mais uma derrota dos Estados Unidos e da OTAN no país que esteve ocupado militarmente por quase 20 anos, desde cerca de um mês após os atentados às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001.

Uma vez que o país se tornasse militarmente controlado pelo Ocidente, a promessa foi que a ocupação tinha como objetivo fortalecer o sistema democrático e, justamente, extinguir os grupos fundamentalistas islâmicos.

Não aconteceu nem uma coisa nem outra. O Talibã foi expulso da capital e ficou alguns anos afastado do poder central, mas continuou dominando algumas regiões do interior do país, apoiado por etnias hegemônicas ao norte e ao sul da capital. Seguiram realizando ataques esporádicos que terminaram com a vida de milhares de militares estadunidenses e muitas mais de civis afegãos.

Enquanto isso, o sistema democrático que a OTAN prometeu instalar no país nunca foi tal. As três eleições realizadas no país sob a tutela do Ocidente tiveram a participação de menos de um terço dos eleitores, o que resultou em governos de legitimidade questionada. Em todas as três ocasiões, o Talibã reivindicou o sucesso de seus apelos de boicote à votação.

Na verdade, houve vitórias de ambos os lados: nas cidades controladas pela OTAN a participação eleitoral não foi tão baixa, mas isso aconteceu basicamente em Cabul e arredores. No interior do país, onde o Talibã manteve o domínio, não houve votação. Por isso, os três governos afegãos eleitos por aquele sistema nunca tiveram aceitação em todo o país.

Além disso, outras instituições do país não foram fortalecidas. O judiciário e outros órgãos também dependiam da presença de forças da OTAN para fazer cumprir suas decisões, o que significava que não eram aceitas em todo o território afegão.

Trump e Biden igualmente derrotados

De forma oportunista, Donald Trump tentou culpar Joe Biden pelos acontecimentos deste fim de semana. Porém, em sua gestão, após mais de uma década e meia de ocupação, o Pentágono e a Casa Branca já defendiam a ideia de retirar tropas do país asiático.

Em 2018 o próprio Trump procurou estabelecer uma trégua com o Talibã para retirar as tropas norte-americanas. A ideia não foi adiante, mas Washington tomou outras decisões: diminuiu o orçamento para financiar a ocupação militar e instou seus aliados da OTAN a reforçar sua presença no país – ideia que também não recebeu muito apoio.

Com a chegada de Biden, que prometeu durante sua campanha eleitoral que o país se retiraria do Afeganistão, as forças estadunidenses passaram a ser comandadas pelo general Austin S. Miller, cuja posição desde o início foi a de defender a retirada dos Estados Unidos do conflito.

“A guerra civil (no Afeganistão) é um caminho que pode ser visualizado. Esta deve ser uma preocupação global”, alertou Miller em uma entrevista. Mas foi um mero eufemismo: a “guerra civil” era na verdade a volta do Talibã ao poder, algo que ele sabia porque desde 2020 o grupo já se aproximava da capital do país.

Em abril passado, Biden anunciou a retirada das forças estadunidenses do Afeganistão. Inicialmente, esse movimento estava programado para começar em setembro, mas a medida foi adiantada e começou em julho. Rumores afirmam que essa decisão tentou antecipar a retomada de Cabul pelo Talibã, algo que já se visualizava há um mês: os extremistas capturaram mais da metade dos 398 distritos do país nas últimas semanas, segundo reportagem recente do jornal The New York Times.

Em julho, quando foi anunciado o início da retirada, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, evitou falar derrotada, mas assumiu que “não vamos ter um momento de missão cumprida”, aludindo a uma definição de George W. Bush sobre a Guerra do Iraque, em maio de 2003. “Esta foi uma guerra de 20 anos que não foi vencida militarmente”, resumiu Psaki.

Mas foi pior do que isso. O resultado após esses 20 anos é comparável ao obtido pelos Estados Unidos no Vietnã, outro país asiático onde os militares ianques sofreram uma severa derrota em 1975, após 11 anos de luta contra o comunismo – na verdade, Washington apoiou grupos anticomunistas desde 1955, mas o embarque das suas tropas só começou em 1964, após o assassinato de John Kennedy e a chegada ao poder de Lyndon Johnson.

O retorno do Talibã e suas consequências

O Talibã que retoma o poder no Afeganistão – depois de quase duas décadas longe de Cabul por conta da ocupação da OTAN – é o mesmo que impôs um regime fundamentalista no país nos Anos 90, e que volta fortalecido pela vitória contra uma das maiores potências militares do planeta.

Entre as características do regime estão a perseguição e extermínio de seguidores de outras religiões, e até de muçulmanos que não seguem as ideias radicais do grupo. Nesse sentido, quem mais sofre são as mulheres, submetidas a leis que impõem terríveis restrições às suas liberdades e punições ainda piores para aquelas que tentam infringir as regras.

Mas talvez o maior risco de um Talibã fortalecido seja a possibilidade de o grupo expandir seu poder e suas ideias a outros países vizinhos. Os maiores riscos estão justamente no Tadjiquistão, onde o ex-presidente Ghani se refugiou, e principalmente no Paquistão, um dos países mais fragilizados política e economicamente pela pandemia covid-19 e que recentemente fechou suas fronteiras com o Afeganistão, justamente para tentar evitar possíveis conflitos.

A China também poderia enfrentar problemas com essa situação. Embora não tenha sofrido uma derrota como os Estados Unidos, o país tem fronteira terrestre com o Afeganistão e recentemente adotou medidas que buscam conter a influência dos radicais islâmicos na província de Xinjiang, fronteiriça com o país islâmico.

*Victor Farinelli/Carta Maior

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