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Após Biden desistir de reeleição, Eurasia reduz chance de vitória de Trump nos EUA

Consultoria vê 65% de probabilidade de candidato republicano vencer − 10 pontos a menos do que com Joe Biden na disputa.

A saída do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, da disputa pelas eleições de novembro deste ano aumenta as chances de vitória do Partido Democrata na corrida à Casa Branca, mas não tira o favoritismo do ex-presidente Donald Trump. É o que avalia Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas da consultoria de risco político internacional Eurasia Group.

Em entrevista concedida ao InfoMoney algumas horas após Biden comunicar sua desistência da disputa pela rede social X (o antigo Twitter), Garman disse que o cenário era muito desfavorável para a manutenção da candidatura à reeleição do presidente. Mas ponderou que a troca de titularidade da chapa não é movimento simples em eleições.

“Biden estava em um ambiente muito difícil, em que sua performance no debate levantou de forma muito violenta a questão da sua capacidade cognitiva. Ele estava em um equilíbrio em que qualquer derrapagem, mesmo que pequena, era magnificada tremendamente, com um partido em pânico e doadores da campanha começando a segurar suas doações”, destacou.

“Criou-se um ambiente de cobertura de mídia, abandono do Partido Democrata, que estava deixando Biden cada vez mais vulnerável nas pesquisas. Manter uma campanha nessas condições ficou difícil. Com a troca da candidatura, tem-se uma base democrata mais energizada”, completou.

A Eurasia Group trabalhava com uma probabilidade de vitória de Donald Trump em 75% desde o debate organizado um mês atrás pela emissora de TV americana CNN e a tentativa de assassinato a tiro na semana passada. Agora, com a desistência de Biden, a chance de êxito do candidato do Partido Republicano caiu para 65%.

“Estamos em uma disputa estruturalmente apertada. Não podemos esquecer isso”, pondera Garman. “A vantagem de Trump nos estados chaves do meio-oeste só é entre 2 e 4 pontos percentuais. Se os democratas ganham Pensilvânia, Wisconsin e Michigan, eles levam. Antes do debate, estava praticamente empatado. Depois do debate e do atentado, a vantagem de Trump subiu para 2 a 4 pontos. Ainda é uma margem razoavelmente pequena.”

Para Maurício Moura, professor da Universidade George Washington, notícia muda pauta da campanha eleitoral e melhora cenário para democratas também nas eleições legislativas

Apoio de Biden, acesso a recursos e risco de “racha” favorecem Kamala Harris – Logo após comunicar sua saída da disputa, Biden manifestou apoio à sua vice, Kamala Harris, como representante do Partido Democrata na corrida à Casa Branca. A escolha ainda depende da posição de lideranças da legenda e pode ser confirmada apenas na convenção nacional marcada para agosto.

Para Garman há elementos que favorecem a indicação de Harris para a posição. O endosso de Biden, diz, tem peso político relevante não apenas entre lideranças do partido, mas também sobre os delegados que escolherão sobre o nome que representará a legenda na disputa de novembro.

Soma-se a isso o fato de que, pela legislação americana, Harris é a única que poderia acessar os recursos de campanha doados à chapa original pelo partido − qualquer outra chapa encabeçada por outro candidato teria que começar a busca por financiamento do zero a menos de quatro meses do pleito.

O especialista também lembra que uma das principais preocupações de lideranças democratas seria um racha no partido às vésperas da disputa − o que poderia prejudicar as chances de vitória não apenas na corrida à Casa Branca, como também nas disputas pela Câmara dos Representantes, Senado e governos estaduais. Este seria um incentivo para que a definição do nome ocorresse antes da própria convenção.

“Acho altamente provável que ela seja a escolhida. Ela tem os benefícios do apoio de Joe Biden, acesso a todas as doações que já foram feitas na campanha. E também tem uma pressão do Partido Democrata para não ter uma convenção disputada. Tudo isso conspira a favor dela”, avalia Garman.

Apesar de ver um aumento na chance de vitória do Partido Democrata na disputa pela Casa Branca com a desistência de Biden, o especialista entende que a legenda ainda não se recuperou da “sangria” recente. “Os democratas estão em uma posição pior hoje do que estavam dois ou três meses atrás, antes do debate”, diz.

Um levantamento feito pela Eurasia Group em parceria com a Ipsos Public Affairs, com base em mais de 400 eleições mundo afora, mostra que candidatos à eleição têm mais chances de êxito do que indicados à sucessão. Com a saída de Biden, apesar das circunstâncias, os democratas perdem os benefícios indicados pelas estatísticas.

No caso da possível entrada de Kamala Harris como titular da chapa, jogam contra a candidatura o perfil da política e certa rejeição entre eleitores relevantes para os democratas nos estados decisivos. A participação dela em questões migratórias durante a gestão atual − um dos pontos de maior crítica a Biden − também traz vulnerabilidade.

Um dos fatores que mais contribuíram para Biden desistir da disputa pela reeleição foi a forte pressão sofrida de parlamentares democratas, preocupados com os impactos sobre os pleitos locais da disputa pela Casa Branca e do debate centrado na capacidade cognitiva do atual presidente − o que poderia levar a um menor comparecimento às urnas de grupos de eleitores independentes que costumam votar no partido.

Para Garman, a mudança do candidato presidencial pode afetar marginalmente esses pleitos. “Se você tem um partido energizado ao redor de uma candidatura e sem uma campanha exclusivamente focando na capacidade cognitiva do seu candidato, de fato, isso pode melhorar as perspectivas dessas candidaturas.”

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Joe Biden desiste de concorrer à reeleição nos EUA

Joe Biden anunciou a desistência da disputa neste domingo (21/7) em carta publicada nas redes sociais. Ele vai apoiar a vice, Kamala Harris.

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, anunciou que desistiu de concorrer à Casa Branca. O democrata comunicou a decisão em uma carta publicada na rede X (antigo Twitter), na tarde deste domingo (21/7). Ele também anunciou apoio à candidatura de sua vice, Kamala Harris.

Biden se preparava para concorrer nas eleições deste ano contra o republicano Donald Trump. No entanto, opositores e aliados passaram a questionar a capacidade dele para um novo mandato diante do desempenho no último debate.

No comunicado, Biden diz que foi a maior honra da vida dele servir como presidente dos Estados Unidos. “Embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do interesse do meu partido e do país renunciar e me concentrar exclusivamente no cumprimento dos meus deveres como presidente durante o resto do meu prazo”.

Biden ainda destacou que se pronunciará à nação ainda nesta semana e que dará mais detalhes sobre a decisão. “Por enquanto, deixe-me expressar minha mais profunda gratidão a todos aqueles que trabalharam tanto para me ver reeleito”, frisou.

“Quero agradecer à vice-presidente Kamala Harris por ser uma parceira extraordinária em todo este trabalho. E deixe-me expressar o meu sincero agradecimento ao povo americano pela fé e confiança que depositou em mim”, disse.

Em outra publicação no X (antigo Twitter), Biden destaca que apoia que o partido democrata indique a vice-presidente Kamala Harris seja nomeada como candidata na disputa deste ano. “Democratas, é hora de nos unirmos e derrotar Trump. Vamos fazer isso”, finalizou.

Sob pressão
Em debate realizado em junho, a performance do líder norte-americano foi considerada desastrosa. O democrata demonstrou estar confuso, hesitante e pouco reativo, enquanto Trump dominou o embate do início ao fim. A performance gerou preocupação entre membros do Partido Democrata.

Em outras ocasiões, Biden cometeu gafes, por exemplo, ao trocar os nomes de Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, e de Vladmir Putin, presidente da Rússia. Desde então, a capacidade do democrata para liderar o país entrou no foco de aliados e de rivais.

Embora sofresse pressão pela desistência, o presidente reiterava que tinha condições para continuar na disputa. Ele chegou a dizer, por exemplo, que só desisitiria da candidatura caso um médico “dissesse que você tem esse e aquele problema” que impossibilitaria sua capacidade de concorrer e governar.

Na última semana, Biden ainda precisou interromper compromissos de campanha porque testou positivo para Covid-19.

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Governo do Paquistão declara Netanyahu como “figura terrorista criminosa”

Posição paquistanesa foi celebrada pelo Hamas.

Em um pronunciamento recente, o governo do Paquistão declarou que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu é uma “figura terrorista criminosa” e que Israel é uma “entidade que comete crimes de guerra”, segundo informa a agência de notícias estatal turca Anadolu Agency. Esta declaração foi amplamente elogiada pelo Hamas, que viu a posição do Paquistão como um importante gesto de apoio à causa palestina.

O Hamas comemorou a declaração paquistanesa, afirmando que ela representa um “passo em direção ao apoio ao nosso povo, que está sendo alvo de genocídio e limpeza étnica por parte dos terroristas sionistas”. O grupo palestino pediu a outros países, especialmente nações islâmicas, que intensifiquem os esforços para apoiar o povo palestino e pressionar para que o genocídio na Faixa de Gaza cesse imediatamente.

Além disso, o Paquistão formou um comitê para identificar e boicotar empresas que apoiem Israel em sua ofensiva contra Gaza. Rana Sanaullah, conselheiro de assuntos políticos do primeiro-ministro Shehbaz Sharif, anunciou que o comitê visa encontrar empresas e produtos que possam estar auxiliando Israel ou suas forças na guerra contra os palestinos.

Islamabad também solicitou que a comunidade internacional declare Netanyahu como terrorista, responsabilizando-o pelas atrocidades cometidas por Israel em território palestino.

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“O lobby sionista colocou de joelhos a Adidas”, diz Breno Altman

247 – O jornalista Breno Altman repercutiu pelo X, antigo Twitter, a decisão da Adidas de ceder às críticas de Israel pela participação da modelo Bella Hadid em campanha publicitária da empresa. “O lobby sionista colocou de joelhos a Adidas: a companhia foi forçada a retirar Bella Hadid, modelo norte-americana com origem palestina, de suas campanhas publicitárias. Os agentes israelenses acusavam Hadid de ‘antissemitismo’ por denunciar o genocídio contra o povo palestino”, manifestou Altman.

Diz Breno Altman:

O lobby sionista colocou de joelhos a Adidas: a companhia foi forçada a retirar Bella Hadid, modelo norte-americana com origem palestina, de suas campanhas publicitárias. Os agentes israelenses acusavam Hadid de “antissemitismo” por denunciar o genocídio contra o povo palestino.

A Adidas retirou imagens da modelo Bella Hadid de anúncios promovendo um tênis esportivo lançado pela primeira vez para coincidir com os Jogos Olímpicos de Munique de 1972. A empresa alemã de roupas esportivas disse que estava “revisando” sua campanha após críticas de Israel sobre a participação de Hadid, informa o The Guardian.

Os tênis SL72, descritos pela Adidas como um clássico atemporal, foram promovidos por Hadid, uma americana cuja família tem raízes na Palestina. A modelo, que anteriormente atraiu a ira do governo israelense por supostamente entoar o slogan “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, foi acusada de antissemitismo.

A conta oficial de Israel no X disse que se opunha a Hadid como “o rosto da [campanha da Adidas]” em um post que notou que “onze israelenses foram assassinados por terroristas palestinos durante as Olimpíadas de Munique”.

Hadid criticou repetidamente o governo israelense e apoiou os palestinos ao longo dos anos e, em 23 de outubro, fez uma declaração no Instagram lamentando a perda de vidas inocentes enquanto convocava seus seguidores a pressionar seus líderes para proteger os civis em Gaza.

A Adidas disse em um comunicado que a campanha para o tênis SL72 “une uma ampla gama de parceiros”. Disse: “estamos conscientes de que conexões foram feitas a eventos históricos trágicos – embora estas sejam completamente não intencionais – e pedimos desculpas por qualquer aborrecimento ou angústia causados. Como resultado, estamos revisando o restante da campanha”.

A decisão da Adidas gerou uma onda de críticas nas redes sociais, com muitos internautas pedindo um boicote à marca. Usuários expressam indignação com o que consideram apoio da empresa ao genocídio promovido por Israel contra o povo palestino. Bella Hadid, por sua vez, continua a usar suas plataformas para advogar pela paz e justiça na região.

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Apagão cibernético: como a tecnologia mundial caiu de uma só vez

Atualização de software de uma única empresa de segurança cibernética causou caos na sexta-feira (19), ressaltando a fragilidade da economia global e sua dependência de sistemas de computador.

Quando computadores e sistemas de tecnologia ao redor do mundo caíram nesta sexta-feira (19), sobrecarregando aeroportos, fechando escritórios e limitando as operações prisionais, muitas pessoas tinham uma pergunta: como isso pôde acontecer em 2024?

Uma atualização de software de uma única empresa de segurança cibernética, a CrowdStrike, sediada nos EUA, foi a causa raiz do caos, ressaltando a fragilidade da economia global e sua dependência de sistemas de computador aos quais relativamente poucas pessoas dão importância.

“A maioria das pessoas acredita que, quando o fim do mundo chegar, será a IA [Inteligência Artificial] tomando conta de algum tipo de usina nuclear e desligando a eletricidade”, brincou com a CNN Costin Raiu, um pesquisador de segurança cibernética de longa data.

“Enquanto na realidade, é mais provável que seja algum tipo de pequeno código em uma atualização malfeita, causando uma reação em cascata em sistemas de nuvem interdependentes.”

Atualizações de software são uma função crítica na sociedade para manter os computadores protegidos contra hackers. Mas o processo de atualização em si é crucial para dar certo e proteger contra adulteração. Uma confiança inerente — e alguns dizem equivocada — nesse processo foi furada na sexta-feira.

CrowdStrike está em todo lugar
Várias empresas da Fortune 500 usam (lista das 500 maiores corporações dos EUA por receita total) o software de segurança cibernética da CrowdStrike para detectar e bloquear ameaças de hacking.

Computadores executando o Microsoft Windows — um dos programas de software mais populares do mundo — travaram devido à maneira defeituosa como uma atualização de código emitida pela CrowdStrike está interagindo com o Windows.

A CrowdStrike, uma empresa multibilionária, expandiu sua presença ao redor do mundo em mais de uma década de negócios.

Muito mais empresas e governos agora estão protegidos de ameaças cibernéticas por causa disso, mas o domínio de um punhado de empresas no mercado de antivírus e detecção de ameaças cria seus próprios riscos, de acordo com especialistas.

“Confiamos muito nos provedores de segurança cibernética, mas sem diversidade; criamos fragilidade em nosso ecossistema de tecnologia”, disse Munish Walther-Puri, ex-diretor de risco cibernético da cidade de Nova York, à CNN.

“’Vencer’ no mercado pode agregar riscos, e então todos nós — consumidores e empresas — arcamos com os custos”, disse Walther-Puri.

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Biden está de saída? Democratas podem anunciar substitutos em breve

Fontes próximos do partido dizem que o círculo de Biden está apertando.

Joe Biden está sozinho como nunca esteve até agora. Há muitos pedidos para que ele se afaste da corrida presidencial dos Estados Unidos – marcadas para o próximo mês de novembro -, alegando que a derrota já está mais que certa. Após alguma resistência inicial, há quem diga que o atual presidente está (mesmo) ponderando a saída.

Várias pessoas próximas do presidente Biden disseram, esta quinta-feira (18), acreditar que ele começou a aceitar a ideia – e que poderá mesmo desistir da corrida.

A notícia foi divulgada pelo The New York Times, que acrescenta ainda que não seria uma surpresa se Joe Biden fizesse um anúncio em breve apoiando a vice-presidente, Kamala Harris, como sua substituta.

Como tudo começou…

Os receios em relação à corrida a um segundo mandato por parte de Joe Biden começaram quando as questões com a sua idade e saúde mental voltaram à superfície.

A sua prestação no primeiro debate com Donald Trump e constantes enganos em discursos públicos voltaram a colocar Joe Biden no centro de uma polêmica em que se questiona se este estará em condições de assumir um cargo tão importante.

E a crise se aprofundou depois de Trump ter sido alvo de uma tentativa de assassinato – que o fez de ‘herói’ e aumentou as suas hipóteses de vitória nas eleições.

Pelosi e Obama (também) já reagiram

Os pedidos para desistir teriam começado na semana passada. Através de uma chamada telefônica, Nancy Pelosi terá recorrido a pesquisas para dizer a Biden que não tem hipóteses de vencer e se insistir em ir até ao fim iria jogar fora as hipóteses de o Partido Democrata reconquistar a maioria da câmara baixa do Congresso.

Barack Obama considerou que as hipóteses de Joe Biden ser reeleito para a Casa Branca diminuíram, tendo compartilhado com aliados democratas próximos que Biden devia avaliar a viabilidade da sua recandidatura.

A posição do ex-presidente dos Estados Unidos terá sido ‘transmitida’ no seio democrata nos últimos dias, mas ele tem vindo a deixar claro que a decisão de sair da corrida à presidência dos Estados Unidos deve ser tomada por Biden.

Próximas “72 horas” poderão ser cruciais

A CNN Internacional destaca que várias pessoas dentro da Casa Branca revelaram que existe agora uma “aceitação generalizada” de que Joe Biden permanecer na corrida de 2024 é totalmente insustentável.

“As próximas 72 horas serão importantes”, disse um governador democrata, revelando que Biden está cada vez mais “isolado” e que o seu círculo próximo está cada vez mais “reduzido”.

E se Biden desistir, quem sucede?

Assim, parece que o ainda presidente dos Estados Unidos está aceitando a ideia e começa a ponderar a hipótese de apoiar a candidatura da sua vice, Kamala Harris. Porém, é assim tão certo que será ela a candidata democrata às eleições?

Segundo explica a NBC News, nada é certo neste momento. Isto porque Joe Biden não é tecnicamente o candidato democrata à presidência até ser confirmado pelos delegados na Convenção Democrata, que tem início previsto para 19 de agosto em Chicago, Illinois.

Todos os anos, os delegados que representam o seu partido de cada estado reúnem-se na convenção para nomear formalmente a pessoa que ganhou as eleições primárias do seu estado. Mas se a pessoa que ganhou as primárias se demitir, serão os 3.900 delegados que irão discutir quem será o novo nomeado.

Porém, há boas razões para acreditar que essa pessoa será Kamala Harris. Isto porque, sendo vice de Biden, esta tem acesso aos fundos da campanha de Biden, no valor de 91 milhões de dólares, sendo mais fácil transferir esse valor para alguém que já faz parte da administração Biden do que optar por outro candidato

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Maduro afirma que Venezuela corre o risco de “banho de sangue” e “guerra civil”, se ele não vencer eleições

Votação está marcada para 28 de julho, sob desconfiança da comunidade internacional se o pleito será livre e democrático.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou durante um comício na quarta-feira (17) que o país pode enfrentar um “banho de sangue” e uma “guerra civil” se ele não for reeleito nas eleições previstas para o próximo dia 28 de julho.

“O destino da Venezuela, no século 21, depende de nossa vitória em 28 de julho”, disse Maduro. “Se não quiserem que a Venezuela caia em um banho de sangue, em uma guerra civil fratricida, produto dos fascistas, garantamos o maior êxito, a maior vitória da história eleitoral do nosso povo.”

A declaração foi feita em um evento público na Parroquia de la Vega, um distrito popular na Zona Oeste de Caracas. “Quanto mais contundente for a vitória, mais garantias de paz vamos ter”, enfatizou Maduro.

Corrida eleitoral

A Venezuela se prepara para eleições em 28 de julho, sob a desconfiança da comunidade internacional quanto à realização de votações livres e democráticas, contrariando um compromisso formal assinado em outubro de 2023.

O principal adversário de Maduro é o ex-diplomata Edmundo González, escolhido por uma coalizão de partidos opositores. Maduro busca seu terceiro mandato consecutivo, tendo iniciado seu primeiro em 2013. González foi indicado pela Plataforma Democrática Unitária (PUD) após Corina Yoris ser impedida de participar da disputa presidencial. Em março, a PUD afirmou que o “acesso ao sistema de inscrição” da candidata foi bloqueado.

Antes disso, a opositora María Corina Machado, uma das favoritas para derrotar Maduro, foi excluída da corrida eleitoral pelo Supremo Tribunal de Justiça, alinhado ao governo chavista.

Em outubro, o governo Maduro e a oposição assinaram o Acordo de Barbados, comprometendo-se a realizar eleições democráticas na Venezuela.

O governo do Brasil manifestou apoio ao processo eleitoral, afirmando não haver motivos para barrar a candidatura de Yoris. Em resposta, o regime de Maduro disse que a nota brasileira parecia ter sido “ditada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”.

Além do Brasil, pelo menos 11 países expressaram preocupação com as eleições na Venezuela: Estados Unidos, Argentina, Colômbia, Chile, Equador, Costa Rica, Guatemala, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.

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Lula convoca líderes a não se calarem diante do “massacre interminável” em Gaza

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apelou para que líderes mundiais não se calem diante do “massacre interminável” na Faixa de Gaza. No último sábado (13), o exército israelense bombardeou uma zona humanitária em Khan Younis deixando pelo menos 90 mortos e quase 300 feridos.

“Nós, líderes políticos do mundo democrático, não podemos nos calar diante desse massacre interminável”, publicou o presidente nas redes sociais. Fotos e vídeos verificados pela agência Sanad, da emissora catari Al Jazeera, mostraram palestinos vasculhando escombros e tendas atrás de sobreviventes.

“É estarrecedor que continuem punindo coletivamente o povo palestino. Já são dezenas de milhares de mortos em seguidos ataques desde o ano passado, muitos deles em zonas humanitárias delimitadas que deveriam ser protegidas”, protestou Lula.

Por meio de nota, o exército israelense afirmou que o ataque foi executado com armas de precisão para atingir um comandante militar do Hamas. Neste domingo (14), no entanto, o grupo afirmou que o alvo, Mohammed Deif está vivo e operante.

O bombardeio levou o grupo fundamentalista palestino a abandonar temporariamente as negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

“É estarrecedor que continuem punindo coletivamente o povo palestino. Já são dezenas de milhares de mortos em seguidos ataques desde o ano passado, muitos deles em zonas humanitárias delimitadas que deveriam ser protegidas”, disse Lula.

No mesmo dia, outra ação de Israel deixou ao menos 17 palestinos mortos, em um ataque a um salão de orações na Zona Oeste de Gaza. Estimativas apontam que desde o início da ofensiva israelense, mais de 38 mil palestinos, a grande maioria civis, já perderam a vida e 2,3 milhões foram expulsas de suas casas.

O Ministério da Saúde Palestino diz que mais de 70% dos mortos são mulheres e crianças — estima-se em 40% o percentual de crianças entre os mortos.

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Trump, como Bolsonaro, cavalgará o vitimismo

‘Assim como o evento em Juiz de Fora (MG), os tiros contra Donald Trump levantam dúvidas legítimas’, afirma a colunista Tereza Cruvinel.

Donald Trump sempre explorou o papel de vítima do “sistema”, como aliás todos os seus pares da extrema direita. “Estão atrás de mim para chegarem depois a vocês”, dizia ele recentemente num comício.

Agora, como vítima real do ainda nebuloso atentado na Pensilvânia, Trump fará o resto da campanha explorando a imagem que inundou imediatamente as redes sociais: ele com o rosto ensanguentado, punho erguido, bandeira americana no alto. O herói americano que, após ser ferido, promete aos apoiadores: “eu nunca me renderei”.

Os gestos de Joe Biden serão todos inúteis. A direita trumpista começou imediatamente a apontá-lo como algoz e bradará isso na convenção republicana desta segunda-feira.

A condenação da violência em sua primeira fala, o pedido de união, o telefonema para Trump ou o anúncio da criação de uma força-tarefa independente para investigar o atentado não vão mitigar o discurso acusatório. Foi Biden, já dizem os republicanos, ao demonizar Trump como fascista, que armou com um rifle AR-15 o atirador da Pensilvânia.

Segundo o NY Times, poucas horas depois, J. D. Vance, possível vice de Trump, escreveu no X de Elon Musk: “Hoje não é apenas um incidente isolado. A premissa central da campanha de Biden é que o presidente Donald Trump é um fascista autoritário que deve ser parado a todo custo. Essa retórica levou diretamente à tentativa de assassinato do presidente Trump.”

Outros republicanos já entoam a ladainha. E aqui no Brasil, Bolsonaro não ficou atrás. “Só pessoas de bem e conservadoras sofrem atentados”. Milei lá na Argentina estrebuchou: “O desespero da esquerda internacional não é surpreendente, pois hoje vê a sua ideologia nociva expirar e está disposta a desestabilizar as democracias e a promover a violência para chegar ao poder. Com medo de perder nas urnas, recorrem ao terrorismo para impor a sua agenda retrógrada e autoritária”.

Nada diferente do que fez Bolsonaro em 2018 depois do suposto atentado de Juiz de Fora.

Se a campanha de Trump ganhou impulso, discurso e símbolos, a de Biden é pura incerteza. Segundo a mídia americana, todas as peças de campanha foram retiradas do ar e todos os auxiliares receberam ordem de evitar manifestações em redes sociais. O cenário para Biden ficou ainda mais desfavorável. A pressão por sua desistência, que já era grande, tende a recrudescer, embora continue inexistindo o substituto adequado e consensual. Assim como a facada de Juiz de Fora, os tiros contra Donald Trump levantam dúvidas legítimas. Uma fala de AR-15 não teria pelo menos despedaçado toda a orelha de Trump, mesmo atingindo apenas o lóbulo superior? Não sei, não. Certo é que, se o sistema americano de Justiça funcionasse, Trump estaria preso e não seria candidato, não teria levado tiros e nem jogado a democracia americana em maior incerteza.

*Tereza Cruvinel/247

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Será?: Comício de Trump é interrompido após tiroteio

Ex-presidente é retirado do palco com sangue no rosto.

Um tiroteio interrompeu um comício organizado pelos apoiadores do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump (Partido Republicano), na Pensilvânia (EUA). O ex-chefe da Casa Branca foi retirado do local com sangue no rosto.

De acordo com imagens nas redes sociais, as pessoas presentes no evento se abaixaram, demonstrando forte angústia com o barulho dos tiros, que deixaram todos os eleitores bastante assustados.

O ex-presidente americano foi rapidamente cercado por agentes do Serviço Secreto, que o arrastaram para um veículo.