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Ações do governo de extrema direita de Netanyahu contra palestinos foram estopim de ataques do Hamas

Especialistas em relações internacionais apontam violência e propostas de anexação de territórios no cerne do conflito.

Na madrugada deste sábado (7), o grupo Hamas realizou uma série de ofensivas contra Israel, justificadas como resposta ao aumento da violência contra o povo palestino, à proposta de anexação de partes da Cisjordânia e aos ataques contra a Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém. As ações ocasionaram, ao menos, 100 mortes.

Fora os ataques com mísseis, militantes do Hamas invadiram o território de Israel em diversos pontos e prenderam altos comandantes militares do exército israelense.

A ação do grupo foi contra-atacada pelo exército israelense, que fez vários ataques à Palestina. E que já resultaram em, ao menos, 198 mortes.

Segundo o cientista político Marcelo Buzetto “é uma ação coordenada e planejada com objetivos militares e humanitários no sentido de tentar realizar, futuramente, nos próximos meses ou próximos anos, algum tipo de negociações de troca de prisioneiros”. O pesquisador é autor do livro A Questão Palestina: guerra, política e relações internacionais (Editora Expressão Popular).

A professora de História Árabe da USP (Universidade de São Paulo), Arlene Clemesha, argumenta que a ação destes grupos são uma contraofensiva a repressão israelense, que se intensificou desde a última eleição do atual primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

“A situação piorou muito esse ano, os ataques contra os palestinos, foram bem piores em intensidade e caráter. A gente tem visto a população civil israelense atacar palestinos”, afirma

Clemesha argumenta que a situação foi provocada por conta da coalizão que o primeiro ministro israelense formou neste novo mandando, que, segundo ela, “é a coalizão mais à extrema direita que Israel já viu em toda a sua história”.

Ela destaca ainda que o Hamas agiu com base em informações de que haveriam novas incursões de Israel para tomar definitivamente áreas palestinas.

“Eles tinham informação de que, passados os feriados judaicos agora, Israel estava preparando para invadir Jenin e a faixa de Gaza. E Jenin já foi invadida um mês, um mês e pouco atrás, já teve uma invasão ao campo de refugiados de Jenin, que foi bem destruidora, bem violenta e sentida pelos palestinos. Com milhares de palestinos fugindo. Então o Hamas decidiu invadir preventivamente. Foi uma invasão preventiva, porque assim já utiliza a estratégia de fazer reféns, para tentar não ficar tão à mercê do que seria esse novo ataque a israelense”, detalhou.

Atualmente vivendo na Cisjordânia, na cidade de Jericó, a 27 quilômetros de Jerusalém, o gestor de Políticas Públicas Igor Galvão conversou com o Brasil de Fato.

“Não há toque de recolher decretado ainda pela Ocupação Israelense na Cisjordânia e a cidade de Jericó está em clima de normalidade”, afirmou o militante do Movimento Brasil Popular.

A trabalho na região, Galvão diz que ele foi surpreendido pela notícia do conflito. “As notícias começaram a chegar em torno de 8h30/9h (horário local). O nosso escritório de segurança local enviou informes e, no início, só pediu que cancelássemos toda as atividades do dia. Nós já estávamos em campo, então, logo em seguida, chegou a solicitação para voltarmos para casa”, relatou

*Brasil de Fato

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Normalização de Israel com árabes é o alvo dos ataques

Jamil Chade*

Ao disparar foguetes em direção ao território israelense, o Hamas tenta mandar um recado claro e definitivo: não existirá qualquer processo de normalização das relações de Israel com o mundo árabe enquanto as reivindicações do movimento não forem atendidas.

Nos últimos meses, um esforço diplomático inédito tem permitido o restabelecimento de relações entre alguns países árabes e Israel. Há poucas semanas, uma delegação de Tel Aviv visitou a Arábia Saudita, algo que poderia ser considerado como impensável há poucos anos. Dias depois, um ministro israelense foi o primeiro representante da cúpula de um governo de Israel a fazer uma viagem oficial aos sauditas.

Já na semana passada, o ministro de Comunicações de Israel, Shlomo Karhi, também viajou para o país árabe e divulgou uma foto no qual ele e outros membros de sua delegação rezavam no quarto de hotel. Em suas mãos, partes da Torá, o livro sagrado hebraico. Os trechos seriam dados para o governo saudita, como parte dos esforços de normalização que, se fosse concretizada, mudaria a lógica e o mapa político da região.

Mas, para uma ala dos palestinos, a normalização da situação de Israel na região está ocorrendo num processo de marginalização de qualquer reivindicação do movimento em Gaza. Na Liga Árabe, o tema palestino não mobiliza mais e a situação desse grupo vive um abandono. Para muitos na região, a ideia de uma paz com o estabelecimento de dois estados é apenas um sonho distante. Na prática, uma ala palestina acusa parte dos árabes de traição.

Internamente, a liderança política palestina, o Fatah, está absolutamente desacreditado e sequer ameaça realizar eleições, por saber que seria o grande derrotado.

Ao disparar mísseis, o Hamas tenta enterrar definitivamente o Fatah, se apresenta para uma nova geração de palestinos inconformados como seus verdadeiros representantes e busca torpedear e bloquear o diálogo entre o mundo árabe e Israel.

O ataque também é um recado indireto dos iranianos aos sauditas de que a aproximação entre Israel e Ryad não é apreciada.

No fundo, o Hamas manda um recado para a região: nada poderá ser feito sem nós.

O problema, segundo diplomatas, é que, ao matar dezenas de civis inocentes, o grupo aprofunda a rejeição internacional e justifica o isolamento político que sofre nas principais capitais do poder.

 

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Israel ordena cortar o fornecimento de eletricidade de Gaza

Israel ordenou, neste sábado (7), à empresa elétrica estatal cortar o fornecimento de energia na Faixa de Gaza, depois da ofensiva surpresa lançada pelo movimento palestino Hamas contra o território israelense, informou o ministro israelense da Energia.

“Assinei uma ordem para que a Companhia Elétrica [de Israel] suspenda o fornecimento elétrico para Gaza”, informou o ministro de Energia, Israel Katz, por meio de nota.

 

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Conflito no Oriente Médio já tem 298 mortos: 100 em Israel e 198 na Faixa de Gaza. Há milhares de feridos

O conflito iniciado neste sábado (7) com ataques do movimento armado Hamas a Israel já registra 298 mortes, segundo os serviços de emergência. O Hamas bombardeou Israel nesta manhã (7) em uma ofensiva de surpresa, considerada um dos maiores sofridos pelo país nos últimos anos. Os ataques aconteceram principalmente na parte sul do país. Milhares de foguetes foram lançados e, em comunicado, os militares de Israel afirmaram que “vários terroristas se infiltraram no território israelita a partir da Faixa de Gaza”.

O grupo Hamas afirmou se tratar do início de uma grande operação para a retomada do território. Segundo os serviços de emergência, ao menos 298 pessoas morreram, sendo 100 em Israel e 198 na Faixa de Gaza, mortas na retaliação israelense; milhares de pessoas ficaram feridas, segundo o G1.

Em resposta aos ataques, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que seu país está em estado de guerra. O premiê lançou a operação “Espadas de Ferro” e convocou uma reunião de emergência com autoridades de segurança. O país convocou uma grande quantidade de reservistas. O ministro da Defesa do país, Yoav Galant, afirmou que o Hamas cometeu um “grande erro”.

O premiê israelense também pediu aos cidadãos que sigam as instruções de segurança. A recomendação é que as pessoas fiquem próximas a prédios e espaços protegidos.

“As Forças de Defesa de Israel defenderão os civis israelenses e a organização terrorista Hamas pagará um alto preço pelas suas ações”, disse o comunicado divulgado pelos militares israelenses”.

O conflito entre Israel e Palestina se estende há décadas. Em sua forma moderna remonta a 1947, quando as Nações Unidas propuseram a criação de dois Estados, um judeu e um árabe, na Palestina, sob mandato britânico. Israel foi reconhecido como país no ano seguinte. Desde então, há uma disputa por território, e vários acordos já tentaram estabelecer a paz na região, mas sem sucesso.

Segundo um alto comandante militar do Hamas, 5 mil foguetes foram lançados contra Israel. Sirenes de avisos de bombardeios foram acionadas em várias regiões de Israel, incluindo Jerusalém. Há registros de edifícios danificados em Tel Aviv e em outras cidades.

Segundo a imprensa israelense, homens armados atiraram contra pedestres na cidade de Sderot, no sul do país.

“Este é o dia da maior batalha para acabar com a última ocupação”, afirmou Mohammad Deif, comandante do Hamas.

O governo de Israel afirmou, ainda, que “soldados foram mortos” durante os ataques e que outros militares do país são feitos reféns pelo grupo armado na Faixa de Gaza.

O grupo Jihad Islâmica Palestina disse que seus combatentes se juntariam ao Hamas no ataque contra Israel.

“Fazemos parte desta batalha, os nossos combatentes estão lado a lado com os seus irmãos nas Brigadas Qassam até que a vitória seja alcançada”, disse o porta-voz do braço armado da Jihad Islâmica, Abu Hamza, no Telegram.

O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Tierk, afirmou estar chocado com os ataques e apelou ao fim imediato da violência em Gaza.

“Este ataque está tendo um impacto horrível sobre os civis israelenses”, disse Tuerk em comunicado. “Os civis nunca devem ser alvo de ataques.”

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Foguetes, incêndios e destruição: Israel, em revide, ataca a Palestina; veja fotos

Mais de 5.000 foguetes foram lançados pelo grupo palestino em direção a Israel, atingindo construções e ruas.

Israel foi atacado por homens armados a partir da Faixa de Gaza e bombardeado na manhã deste sábado, 7, pelo Hamas. Foi o maior ataque do Hamas a Israel em anos. Homens armados invadiram o país pela Faixa de Gaza, enquanto um ataque com mais de 5.000 foguetes foi lançado. Israel retaliou com ataques massivos em cidades de Gaza. Em uma mensagem de vídeo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país está “em guerra”.

Confrontos entre grupos palestinos e forças de defesa de Israel em Gaza (07/10/2023)

Ataque de foguetes do Hamas a Israel a partir da Faixa de Gaza (07/10/2023)

Ataque do Hamas a Israel (07/10/2023)

Destruição nas ruas de Ramla, Israel, após ataque de foguetes disparados pelo Hamas (07/10/2023)

Militantes palestinos do Hamas em direção à fronteira com Israel (07/10/2023)

Pessoas correm diante de confrontos entre grupos palestinos e forças de defesa de Israel em Gaza (07/10/2023)

Hamas destrói um tanque das forças de segurança de Israel em Gaza (07/10/2023)

Prédio residencial após ataque do Hamas a Israel (07/10/2023)

Carro em chamas após ataque com foguetes disparados pelo Hamas em direção a Israel (07/10/2023)

*Com Veja

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Vídeo viraliza ao mostrar efeito de “droga zumbi” nos EUA

Um vídeo que viralizou nas redes sociais recentemente mostra os efeitos da intitulada “droga zumbi” em ruas da cidade de Filadélfia, nos EUA. Nas imagens, é possível ver pessoas em situação calamitosa após utilizarem as substâncias conhecidas como o fentanil e a xilazina.

Resumo:

  • Substâncias são misturadas com outras drogas, o que aumenta a letalidade;
  • Esses entorpecentes têm causado ferimentos graves que podem levar à amputação;
  • Acredita-se que o tráfico desses fármacos é feito na fronteira entre os EUA e o México.

Determinados bairros da cidade são considerados como um “mercado de drogas a céu aberto”, como é o caso da região de Kensington. A xilazina, por exemplo, é uma substância utilizada para sedar animais, já o fentanil, é um fármaco utilizado para o tratamento de dores intensas.

Os traficantes têm combinado as duas substâncias entre si e com outras drogas letais como a metanfetamina. O opioide é considerado 50 vezes mais poderoso que a heroína e foi responsável por dois terços das 109.680 mortes que ocorreram nos EUA em decorrência de overdose, em 2022. Na ocasião, o país bateu o recorde de óbitos anuais por overdose.

Em comunicado oficial, o Departamento de Saúde da Filadélfia e a Junta de Saúde afirmaram que a xilazina atingiu a cidade de forma particularmente severa. “Causando aumento das mortes e ferimentos graves que podem levar à sepse e até à amputação.”

Em entrevista à NPR, Sarah Laurel, fundadora da organização Savage Sisters, relatou que o uso da droga tem aumentado nos últimos anos. “Estamos lidando com indivíduos que têm úlceras abertas e profundas, infecções, e tecidos necróticos, o que leva à amputação”. Laurel ainda concluiu dizendo que ninguém sabia do potencial catastrófico do entorpecente.

Autoridades americanas tentam conter a entrada da droga ilegal no país monitorando a fronteira com o México. Acredita-se que os produtos utilizados na confecção da substância provêm da China.

https://www.tiktok.com/@thebizzleeffect/video/7274994236658060590?is_from_webapp=1&sender_device=pc

*IstoÉ

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‘Quebra de gelo’: A reação de chanceleres após encontro Lula-Zelensky

Os chanceleres de Brasil e Ucrânia, Mauro Vieira e Dmytro Kuleba, deixaram a reunião bilateral entre os dois governos, encabeçada por Lula e Volodymyr Zelensky, demonstrando otimismo em relação ao futuro da relação entre os dois países — tendo como óbvio pano de fundo a guerra na Ucrânia, iniciada pela invasão russa em fevereiro do ano passado, segundo a Veja.

A repórteres no hotel em que a reunião aconteceu nesta quarta-feira, 20, Vieira expressou otimismo e afirmou que os presidentes instruíram suas equipes a “continuarem em contato para desenvolver as relações bilaterais e discutir sobre possibilidades de paz”.

“Foi um encontro muito bom entre os dois presidentes. Muito aberto, de troca de informações, em um clima de cooperação. Os dois procuraram buscar caminhos e mecanismo para a paz”.

Ao lado do chanceler brasileiro, Kuleba destacou que “foi um encontro importante”.

“Poderia usar a expressão não diplomática de ‘quebra de gelo’. Não para falar que havia gelo entre nossos países, mas foi um ambiente caloroso e honesto. Acredito que ambos os presidentes entendem a posição um do outro melhor que antes”, disse.

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Como sumiço misterioso de ministro na China pode complicar Xi Jinping

O desaparecimento do ministro da Defesa Li Shangfu é o sinal mais recente de problemas no alto escalão da liderança política da China. Nomeado há apenas seis meses para o cargo, Li não é visto em público desde agosto. Acredita-se que o ministro de 65 anos esteja na mira de uma investigação de corrupção, o que poderia ter reflexos negativos para o presidente chinês, Xi Jinping, segundo o Uol.

As suspeitas surgiram quando Pequim cancelou repentinamente a participação de Li em um encontro anual em setembro no Vietnã, alegando que o ministro tinha um “problema de saúde”. Em seguida, reportagens de veículos de mídia do Ocidente ampliaram o debate sobre a sua situação.

Citando autoridades dos Estados Unidos, o jornal Financial Times relatou suspeitas de que Li esteja sendo investigado. O Wall Street Journal também publicou uma reportagem sobre o tema, citando uma fonte com acesso a autoridades de Pequim que disse que Li havia sido detido há duas semanas para interrogatório.

Sob a névoa da corrupção
Na semana passada, fontes anônimas disseram à agência de notícias Reuters que o sumiço de Li poderia estar ligado à compra de equipamentos militares. Em sua trajetória profissional, ele dirigiu o Departamento de Desenvolvimento de Equipamentos entre 2017 e 2022. Em agosto, as autoridades chinesas anunciaram uma investigação sobre casos de corrupção que remontam a seis anos atrás.

“Isso não soa bem para a imagem da China e a de Xi”, avalia Lyle Morris, membro sênior do Centro de Análise da China do Asia Society Policy Institute.

O sumiço de Li ocorre enquanto Pequim vem aumentando seu peso militar no Mar do Sul da China e nas proximidades de Taiwan, uma ilha democraticamente autogovernada e reivindicada pela China.

Em um discurso em 2017, Xi defendeu um desenvolvimento rápido do Exército de Libertação Popular (ELP), com o objetivo de transformá-lo em um “força de classe mundial” que pode “lutar e vencer” guerras. Mas com a direção do ELP agora envolta em acusações de corrupção, “isso faz parecer que Xi não tem pleno conhecimento do que seus líderes estão fazendo”, disse Morris.

Antes de Li, uma grande reformulação em agosto abalou as forças de foguetes do ELP, quando dois líderes e vários oficiais foram removidos de seus cargos. Alguns analistas acreditam que isso ocorreu como parte da uma campanha anticorrupção de Xi.

Embora seja improvável que essas mudanças tenham um impacto imediato sobre as capacidades militares da China, a avaliação é de que as trocas de liderança sugerem “instabilidade” e “falta de profissionalismo” no exército.

Consolidação do poder de Xi
Alguns especialistas têm opinião contrária, e acreditam que medidas drásticas contra Li indicariam um poder cada vez maior de Xi sobre os militares. “As pessoas podem questionar as decisões pessoais [de Xi] a partir de fora, mas, dentro da China, você só pode seguir o que Xi Jinping diz”, afirma Lin Ying-Yu, professor assistente da Universidade de Estudos Estratégicos de Tamkang, em Taiwan. Ao sacudir a liderança militar, Xi conseguiu nomear novos generais que sejam “mais obedientes e leais”, argumentou.

Além das acusações de corrupção, vazamentos de informações sensíveis e disputas por poder também poderiam estar por trás do sumiço do ministro. Lin descreve o cenário político da China como uma “selva” na qual muitos estão competindo por uma posição mais alta, mas a chave para alcançar essas posições é simplesmente “seguir as diretrizes da autoridade central”.

Um slogan que diz “siga o Partido; lute para vencer; forje uma conduta exemplar” pode ser ouvido frequentemente sendo gritado pelos soldados das Forças Armadas chinesas. Esse é um dos princípios que visam fortalecer o exército.

Líderes estrangeiros no escuro
No momento de publicação deste artigo, Li ainda era listado como ministro da Defesa da China nos sites oficiais do governo. Mas muitos observadores avaliam que ele será removido do cargo em breve. O ex-ministro do Exterior da China Qin Gang foi demitido em julho sem uma explicação clara, depois de ter desaparecido por quase um mês.

Em outubro, Li é esperado em uma importante conferência internacional de defesa e segurança em Pequim, o Fórum Xiangshan. A atual falta de clareza sobre quem é, ou será, o rosto público das Forças Armadas da China “colocou outros líderes estrangeiros em uma situação embaraçosa”, disse Morris, forçando-os a especular o que aconteceu com o homem com quem tentavam entrar em contato.

Lin ressaltou que Li e Xi, cujos pais trabalharam juntos no Partido Comunista Chinês, são considerados integrantes da “segunda geração”. Xi raramente eliminou ou deteve os sucessores de oficiais aposentados do partido em expurgos anteriores.

Por isso, Lin avalia que o cenário mais provável é o ministro da Defesa seja rebaixado ou removido da posição militar de liderança, mas ressalta que “o resultado final ainda está para ser conhecido”.

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Guerra na Ucrânia escancara “incapacidade” de países da ONU, diz Lula

Lula fez seu oitavo discurso na ONU, nesta terça-feira (19/9), após 14 anos. Tradicionalmente, Brasil é o primeiro país a discursar.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, durante discurso na 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (19/9), que a guerra na Ucrânia demanda “espaço para negociações”, e voltou a condenar o que classificou como excesso de investimentos em armas e pouco em desenvolvimento.

“A guerra da Ucrânia escancara nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU. Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz. Mas nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo”, declarou o mandatário durante tradicional discurso de abertura entre os chefes de Estado presentes.

O pronunciamento de Lula foi acompanhado pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que está em Nova York presencialmente para a assembleia, pela primeira vez desde a invasão russa ao território vizinho, em fevereiro de 2022. Vladimir Putin, da Rússia, não participa do evento.

esde que assumiu o governo, o mandatário manteve a tradicional posição brasileira neutra no conflito – ao condenar a invasão de um país soberano, sem adotar um posicionamento mais duro com relação ao país liderado por Putin. Nesse sentido, Lula busca se colocar como um dos possíveis negociadores da paz; no entanto, alega que os dois lados do conflito relutam em aceitar negociar.

Durante o discurso desta terça, o mandatário brasileiro voltou a condenar as sanções unilaterais a Moscou, impostas por nações ocidentais como Estados Unidos e países da União Europeia, em razão do conflito. “As sanções unilaterais causam grande prejuízos à população dos países afetados”, prosseguiu.

Lula fala de negociações na ONU
Lula também reiterou que “é preciso trabalhar para criar espaço para negociações”. “Investe-se muito em armamentos e pouco em desenvolvimento”, avaliou o mandatário.

Na oportunidade, o chefe do Estado brasileiro citou números para colaborar com a tese. “No ano passado, os gastos militares somaram mais de US$ 2 trilhões. As despesas com armas nucleares chegaram a US$ 83 bilhões, valor 20 vezes superior ao orçamento regular da ONU.”

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Em discurso, secretário-geral da ONU defende reforma de Conselho de Segurança, pauta histórica da diplomacia brasileira

O secretário-geral da ONU, António Guterres, ecoou uma pauta há muito defendida pela diplomacia brasileira em seu discurso na abertura da Assembleia-Geral da entidade nesta terça-feira (19). Trata-se da reforma do Conselho de Segurança, órgão mais poderoso do organismo multilateral, diz a Folha.

O fórum tem cinco membros permanentes, com poder de veto: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. Guterres admitiu que uma reforma esbarra em uma série de desafios, uma vez que há muitos interesses em jogo — a China, por exemplo, não admite que a Índia integre um eventual conselho de segurança ampliado. Mas, acrescentou o português, a alternativa a uma mudança não é a manutenção do status quo, mas uma fragmentação ainda maior. “É reforma ou ruptura.”

“A governança global está presa no tempo”, disse Guterres. “O mundo mudou. Nossas instituições, não. Não poderemos abordar os problemas de forma eficaz se as instituições não refletirem o mundo como ele é. Do contrário, em vez de resolver os problemas, elas correm o risco de se tornar parte deles.”