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Blinken denuncia 100% de insegurança alimentar em Gaza, ‘situação terrível’

Toda a população de Gaza está sofrendo com uma “situação de insegurança alimentar grave”, denunciou o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, em Manila, capital das Filipinas, na terça-feira (19/03).

Blinken deve visitar o Oriente Médio novamente nos próximos dias, como parte dos esforços para conseguir um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

“Segundo os parâmetros mais respeitados sobre esse tema, 100% da população de Gaza está em uma situação de insegurança alimentar grave. Essa é a primeira vez que uma população inteira é classificada dessa forma”, mais do que no Sudão ou no Afeganistão, disse Blinken, enfatizando a necessidade urgente de fornecer mais ajuda humanitária ao território palestino e denunciando uma situação “terrível” no local.

“Precisamos de mais ajuda, essa ajuda precisa ser mais sustentada e precisamos que ela seja uma prioridade se quisermos responder efetivamente às necessidades das pessoas”, destacou ele.

Blinken está nas Filipinas como parte de uma breve turnê pela Ásia, com o objetivo de fortalecer as relações entre os Estados Unidos e os principais países asiáticos em face do crescente poder da China. Essa é sua segunda visita à capital filipina desde que o presidente Ferdinand Marcos, filho e homônimo do ex-ditador do país, chegou ao poder em junho de 2022.

Em Manila, na terça-feira, o secretário de Estado dos EUA confirmou o compromisso “rígido” dos Estados Unidos de defender as Filipinas no mar do Sul da China, provocando uma resposta contundente de Pequim, que acredita que Washington não deve interferir nessa disputa.

“Essas vias navegáveis são cruciais para as Filipinas, sua segurança, sua economia, mas também são cruciais para os interesses da região, dos Estados Unidos e do mundo (…) É por isso que apoiamos as Filipinas e manteremos nossos compromissos de defesa rígidos, incluindo o Tratado de Defesa Mútua”, afirmou ele.

Sob o comando do presidente Marcos, as tensões entre a China e as Filipinas atingiram níveis não vistos há vários anos.

Novo giro no Oriente Médio
O chefe da diplomacia dos EUA disse em uma coletiva de imprensa que visitaria o Oriente Médio novamente esta semana, primeiro a Arábia Saudita e depois o Egito.

Em Jeddah, na quarta-feira (20/03), Blinken conversará com líderes sauditas antes de viajar para o Cairo, na quinta-feira (21/03), para discutir com as mais altas autoridades egípcias, de acordo com o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

Essa será sua sexta viagem ao Oriente Médio desde o início da guerra de Israel contra o Hamas, em 7 de outubro.

Ópera Mundi

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Opinião

Despudorado, Bolsonaro diz a Biden que o Brasil tem segurança alimentar com 33 milhões na miséria

Talvez estejamos caminhando no perigoso campo da  aceitação do absurdo como algo banal. Isso, talvez explique o aplauso cretino, e de pé, de empresários cariocas ao discurso fascista de Bolsonaro.

Talvez por isso, diante dos olhos do mundo, Bolsonaro disse a Biden que, no Brasil, existe segurança alimentar, mesmo diante de um quadro caótico criado por seu governo, que devolveu 33 milhões de brasileiros à fome e à miséria absoluta.

Bolsonaro, lógico, mandou Paulo Guedes terceirizar a fatura macabra, pedindo para quer os donos dos supermercados segurassem os preços dos alimentos até pelo menos a eleição, em mais um ato de estelionato eleitoral. E Guedes pediu isso em nome do Brasil colônia ao qual fomos devolvidos depois do golpe em Dilma, patrocinado com banqueiros que, hoje, encomendam pesquisas e têm que assistir, com números factuais, a iminente e cada vez mais acachapante derrota desse projeto de desmonte nacional, patrocinado por eles, via Bolsonaro.

Nesta quinta-feira (09), totalmente alheio à realidade de quem passa fome no Brasil, Bolsonaro disse a Biden que o Brasil é o celeiro do mundo em alimentação, fornecendo alimentos para mais de meio bilhão de seres humanos no planeta. Lógico, ele desapareceu com uma outra informação alarmante que revela que a safra de feijão brasileiro encolheu à menor produção da história.

Por isso mesmo o Brasil teve que importar 200% a mais de feijão da Argentina, somando carga para que cesta básica desse um salto de 67%.

Moral da história, um país, que tem um cínico, despudorado na presidência da República, é obrigado a assistir o desaparecimento do feijão das mesas dos brasileiros, o que agrava ainda mais a insegurança alimentar, ao mesmo tempo em que assiste, ao vivo e a cores, o sacripanta dizer ao mundo que o Brasil vive a plenitude da segurança alimentar.

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Política

Brasil de Bolsonaro: 58,7% dos brasileiros convivem com insegurança alimentar; no Nordeste índice é de 71,6%

Fome atinge 33,1 milhões de brasileiros, maior índice desde 1993. Para pesquisador, faltam políticas públicas de combate à pobreza e à miséria que nos governos Lula reduziram a fome a apenas 4,2% dos lares brasileiros, segundo a Forum.

O governo Jair Bolsonaro (PL) levou o Brasil de volta ao mapa da fome, que hoje atinge 33,1 milhões de pessoas – número superior a de 1993, quando 32 milhões não tinham o que comer. Estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN) divulgado nesta quarta-feira (8) revela ainda que mais da metade da população convive com algum tipo de insegurança alimentar.

De acordo com o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, 58,7% dos brasileiros não têm acesso a uma alimentação adequada devido à renda. Em números absolutos, são 125,2 milhões de brasileiros nessas condições, aumento de 7,2% em relação a 2020, início da pandemia de Covid-19.

No Nordeste, esse a insegurança alimentar atinge 71,6% da população e no Norte 68% – cerca de 7 a cada 10. A fome fez parte do dia a dia de 25,7% das famílias na região Norte e de 21% no Nordeste. A média é de aproximadamente 15% no Sudeste e 10% no Sul.

Segundo dados do IBGE, a insegurança alimentar caiu drasticamente desde 2004, segundo ano do primeiro mandato do governo Lula. À época, atingia 34,9% das famílias, caiu para para 30,2% em 2009 e atingiu 22,6% em 2013.

“Já não fazem mais parte da realidade brasileira aquelas políticas públicas de combate à pobreza e à miséria que, entre 2004 e 2013, reduziram a fome a apenas 4,2% dos lares brasileiros. As medidas tomadas pelo governo para contenção da fome hoje são isoladas e insuficientes, diante de um cenário de alta da inflação, sobretudo dos alimentos, do desemprego e da queda de renda da população, com maior intensidade nos segmentos mais vulnerabilizados”, avalia Renato Maluf, Coordenador da Rede PENSSAN.

Negros e mulheres são os mais atingidos pela fome

Segundo o estudo, enquanto a segurança alimentar está presente em 53,2% dos domicílios onde a pessoa de referência se autodeclara branca, nos lares com responsáveis de raça/cor preta ou parda ela cai para 35%. Em outras palavras, 65% dos lares comandados por pessoas pretas ou pardas convivem com restrição de alimentos em qualquer nível.

Comparando com o 1º Inquérito Nacional da Rede PENSSAN, de 2020, em 2021/2022, a fome saltou de 10,4% para 18,1% entre os lares comandados por pretos e pardos.

As diferenças também são expressivas na comparação entre os lares chefiados por homens e os lares chefiados por mulheres no período dos dois Inquéritos da Rede PENSSAN. Nas casas em que a mulher é a pessoa de referência, a fome passou de 11,2% para 19,3%. Nos lares que têm homens como responsáveis, a fome passou de 7,0% para 11,9%. Isso ocorre, entre outros fatores, pela desigualdade salarial entre os gêneros.

Leia a síntese do estudo no site da Rede Penssan

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Datafolha: Lula atinge 62% entre os que consideram não ter comida suficiente

Volta da pobreza e da miséria no Brasil alavancou a candidatura do ex-presidente.

O ex-presidente Lula tem ampla liderança entre os eleitores que se consideram sob insegurança alimentar, aponta pesquisa divulgada na semana passada pelo Datafolha, informa o Painel da Folha.

O petista tem 62% da preferência entre os eleitores que declararam ter menos quantidade de comida em casa do que o necessário. Neste grupo, Jair Bolsonaro (PL) alcança apenas 11%.

O presidente tem melhor resultado entre aqueles que consideram ter mais comida do que o suficiente em casa. Neste eleitorado, Bolsonaro fica tecnicamente empatado com Lula, chegando a 35% contra 37% do ex-presidente.

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Depois do golpe, insegurança alimentar atingiu quase 85 milhões de brasileiros

Situação é pior no Norte, onde apenas 43,0% das casas tinham acesso regular aos alimentos e no Nordeste (49,7%).

Em 2017-2018, a insegurança alimentar (IA) afetou os lares de 10,3 milhões de brasileiros que, em alguns momentos entre os dois anos após o golpe de estado de 2016, viveram com fome ou medo de inanição. Dos 68,9 milhões de domicílios do país, 36,7% estavam com algum nível de insegurança alimentar, atingindo, ao todo, 84,9 milhões de pessoas.

Os dados são da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018: Análise da Segurança Alimentar no Brasil, do Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (17).

Na comparação com 2013, a última vez em que o IBGE investigou a situação da fome no país, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), a insegurança alimentar aumentou 62,4% nos lares do Brasil.

De acordo com o IBGE, a insegurança vinha diminuindo ao longo dos anos, desde 2004, quando aparecia em 34,9% dos lares, 30,2% na PNAD 2009 e 22,6% na PNAD 2013.

Depois do golpe que destituiu a presidenta Dilma Rousseff acabando com a agenda dos governos petistas de desenvolvimento social, com justiça e inclusão social, e combate à fome, impondo novamente ao Brasil uma agenda de investimentos e de direitos sociais e trabalhistas, a insegurança alimentar subiu para 36,7%, ou seja, tem mais brasileiros passando fome ou comendo menos.

De acordo com a pesquisa, dos 68,9 milhões de domicílios no Brasil, 25,3 milhões (36,7%) estavam com algum grau de insegurança alimentar no período 2017-2018. Deste total, 16,4 milhões (24%) com insegurança leve; 5,6 milhões (8,1%) moderada; e 3,1 milhões (4,6%) grave.

Na população residente, estimada em 207,1 milhões de habitantes, 122,2 milhões eram moradores em domicílios com segurança alimentar, enquanto 84,9 milhões habitavam aqueles com alguma insegurança alimentar – 56 milhões em domicílios com insegurança leve, 18,6 milhões moderada e 10,3 milhões grave.

No Norte, apenas 43,0% das casas tinham pleno e regular acesso aos alimentos. No Nordeste, 49,7%; no Centro-Oeste, 64,8%; no Sudeste, 68,8%; e, Sul, 79,3%.

Os domicílios onde os homens predominam têm mais segurança alimentar (61,4%). Já onde as mulheres são as pessoas de referência da casa, a insegurança alimentar é maior e pode chegar a 51,9% de domicílios com IA grave.

O recorte por cor ou raça mostra que nos domicílios com pessoa de referência autodeclarada parda, em 36,9% tinham segurança alimentar, mas em mais de 50% foi constatado todos os níveis de insegurança alimentar (50,7% para IA leve, 56,6% para IA moderada e 58,1% para IA grave).

Insegurança alimentar grave atingiu 3,1 milhões de domicílios, onde viviam 10,3 milhões de pessoas

A condição de Segurança Alimentar (SA) reflete o pleno acesso dos moradores dos domicílios aos alimentos, tanto em quantidade suficiente como em qualidade adequada, de tal modo que a pessoa entrevistada sequer relata preocupação ou iminência de sofrer qualquer restrição alimentar no futuro próximo.

Já na Insegurança Alimentar Leve (IA leve) há preocupação com o acesso aos alimentos no futuro e já se verifica comprometimento da qualidade da alimentação, ou os adultos da família assumem estratégias para manter uma quantidade mínima de alimentos disponível aos seus integrantes.

Nos domicílios com Insegurança Alimentar Moderada (IA moderada), os moradores, em especial os adultos, passaram a conviver com restrição quantitativa de alimentos no período de referência.

O nível de Insegurança Alimentar Grave (IA grave) significa que houve ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre todos os moradores, incluindo, quando presentes, as crianças.

Em 2017-2018, a POF estimou a existência de 68,9 milhões de domicílios particulares permanentes no Brasil. Deste total, 63,3% (43,6 milhões) estavam em situação de Segurança Alimentar, enquanto os outros 36,7% (25,3 milhões) estavam com algum grau de Insegurança Alimentar: leve (24,0%, ou 16,4 milhões), moderada (8,1%, ou 5,6 milhões) ou grave (4,6%, ou 3,1 milhões).

Esse cenário foi proporcionalmente mais expressivo nos domicílios na área rural: lá, a proporção de IA grave foi de 7,1% (676 mil domicílios), acima do verificado na área urbana (4,1%, ou 2,5 milhões de domicílios).

Aquisição de grãos, farinhas, massas e pescados cresce segundo a insegurança alimentar

Quanto maior a gravidade da insegurança alimentar ( IA), menor aquisição alimentar domiciliar per capita anual de hortaliças, das frutas, dos produtos panificados, de carnes, de aves, de ovos, dos laticínios, dos açúcares, doces e produtos de confeitaria, de sais e condimentos, óleos e gorduras, bebidas e infusões e dos alimentos preparados e misturas industriais.

No sentido oposto, o aumento da IA refletiu diretamente apenas na aquisição de três grupos de alimentos específicos: os cereais e leguminosas, as farinhas, féculas e massas, e os pescados.

Confira aqui a íntegra da pesquisa.

 

*Marize Muniz/CUT