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Embaixador da Palestina diz que sangue brasileiro “vale menos” em Gaza

O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, criticou as listas de pessoas autorizadas a deixar a Faixa de Gaza rumo ao Egito. Questionado quanto à saída de brasileiros e outros estrangeiros provenientes de países em desenvolvimento, o diplomata palestino afirmou que tem a impressão que “nosso sangue vale menos” que o de pessoas nascidas em países considerados ricos.

“Não quero exagerar, mas possivelmente é porque somos de Terceiro Mundo e o sangue e a vida daquele Primeiro Mundo vale mais. É uma realidade. O mundo está tendo um desequilíbrio”, afirmou o embaixador, em entrevista ao UOL nesta sexta-feira (3/11).

Ainda na opinião de Alzeben, além da vida dos brasileiros não ter “o mesmo valor” que a de cidadãos de países desenvolvidos, a dos palestinos valeria ainda menos. “Quando se trata da morte de palestinos, parece um ‘efeito colateral’ e que a vida deles não vale tanto quanto a dos outros. Esta é uma realidade que sentimos e o mundo está sentindo”, afirmou o diplomata da Palestina.

Os brasileiros que estão em Gaza seguem fora das listas de estrangeiros permitidos a deixar a região pela da fronteira com o Egito, por meio da passagem de Rafah. Essa situação se estende desde a última quarta-feira (1º/11), e o Itamaraty enviará, ainda nesta sexta, questionamentos sobre os critérios de seleção das listas, conforme adianta a coluna de Ricardo Noblat no Metrópoles.

Governos estrangeiros dizem que há em Gaza cidadãos de 44 países, bem como trabalhadores de 28 agências, incluindo organismos da ONU. Esses estrangeiros somariam um total de cerca de 7.500 pessoas em Gaza. O Egito estima que 500 pessoas cruzem a fronteira diariamente.

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Hezbollah ameaça escalada no conflito contra Israel: ‘todas as opções estão abertas’

Hassan Nasrallah, chefe do grupo libanês, disse que operação do Hamas foi realizada ‘no momento certo’ e ‘100% palestina’, acusando os Estados Unidos de usar Israel como ‘ferramenta’ no conflito.

Todas as opções estão abertas”, alertou nesta sexta-feira (03/11) Sayyed Hassan Nasrallah a Israel, em seu primeiro pronunciamento desde o início da guerra entre Israel e Hamas. Após a intensificação dos ataques israelenses na Faixa de Gaza, o líder do Hezbollah criticou tanto Tel Aviv quanto os Estados Unidos pelo massacre do povo palestino, diz o Opera Mundi.

O líder do Hezbollah afirmou que a “Operação Inundação de Al-Aqsa” foi uma resposta integralmente do Hamas contra o território israelense, por consequência dos abusos históricos de Israel aos palestinos. Nasrallah deixou claro que o Irã não exerceu qualquer influência sobre a primeira ofensiva do grupo palestino, reforçando que o Hezbollah entrou na batalha em 8 de outubro, um dia depois:

“A grande Operação Inundação de Al-Aqsa foi decidida e implementada 100% palestina. Foi planejada em total sigilo, nem mesmo outras facções palestinas tiveram conhecimento dela, muito menos movimentos de resistência estrangeiros”, confessou Nasrallah, acrescentando um elogio ao trabalho do Hamas em estabelecer “uma nova fase histórica na batalha com Israel”, que considera “correta, sábia e corajosa, realizada no momento certo”.

Fracassos de Israel e Estados Unidos
O chefe do Hezbollah afirmou que, neste momento, um dos maiores erros de Israel é estabelecer objetivos que não consegue alcançar. Criticou a conduta israelense como “tolo e incapaz” pelo massacre de civis inocentes em Gaza, afirmando que a nação pode recuperar seus prisioneiros detidos em Gaza por meio de negociações.

“Durante um mês inteiro não conseguiu registrar uma única conquista militar”, criticou Nasrallah sobre as forças israelenses.

O chefe do Hezbollah ainda acusou os Estados Unidos de serem inteiramente responsáveis pela guerra em Gaza, utilizando Israel apenas como um “ferramenta de execução” para seus próprios interesses e, em seguida, exigiu que ambas as partes assumam as responsabilidades.

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Israel expulsa milhares de trabalhadores palestinos e os envia de volta para Gaza à força, apesar dos bombardeios

Número exato de habitantes do enclave que cruzaram a fronteira nesta sexta-feira é desconhecido, mas estima-se que sejam cerca de 7 mil; há relatos de tortura e maus-tratos.

Nesta sexta-feira, Israel enviou de volta a Gaza milhares de trabalhadores da Faixa que estavam no país no dia em que a guerra começou e não puderam voltar para casa. Eles foram detidos em massa ou transferidos à força para a Cisjordânia, em meio a um clima generalizado entre os judeus de que os palestinos vinham há meses usando seus empregos em Israel para reunir informações que levaram ao ataque do Hamas que matou 1.400 pessoas, a maioria civis, em 7 de outubro, segundo O Globo.

Falta de transparência e alegações de tortura e maus-tratos cercam todo o processo.

— Fomos colocados em um abrigo que não era decente nem mesmo para animais. Eles nos torturaram com choques elétricos e lançaram os cachorros sobre nós — disse Yasser Mostafa, à AFP em Gaza.

Uma mulher ajuda uma criança a beber água de uma garrafa enquanto espera ao lado das ambulâncias do Ministério da Saúde palestino — Foto: Mohammed ABED/AFP

O número exato de habitantes de Gaza que cruzaram a fronteira nesta sexta-feira, principalmente pela passagem comercial de Kerem Shalom, é desconhecido. Na verdade, as autoridades não fornecem números (nem as ONGs têm conhecimento deles) sobre quantos estavam realmente em Israel naquele dia, pois alguns voltaram a Gaza para o fim de semana e outros estavam na Cisjordânia. É certo apenas que, em 7 de outubro, 18.500 habitantes da Faixa foram autorizados a trabalhar no país.

Uma semana após o início da guerra, o vice-governador de Ramallah, Hamdan Barghuti, estimou em 3.200 o número de habitantes de Gaza com permissão de trabalho em Israel em centros esportivos, albergues ou hotéis da Cisjordânia. Pouco tempo depois, o canal de TV israelense 12 estimou o número de pessoas presas em 4.000. O Ministério do Trabalho da Autoridade Palestina fez uma estimativa semelhante. Ou seja, mais de 7.000 no total.

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Israel ataca comboio médico e hospital em Gaza; primeiras informações são de dezenas de mortos e feridos

Dezenas de pessoas foram mortas ou feridas em novo ataque do exército de Israel contra um hospital em Gaza. Desta vez, diversas ambulâncias que transportavam feridos para o sul da região também foram atingidas, assim como a entrada do Hospital al -Shifa. As informações são da rede de notícias Al Jazeera.

Os militares de Israel dizem que estão analisando o relatório do Ministério da Saúde de Gaza sobre o ataque ao hospital e ao comboio médico atingido, diz o 247.

Ainda conforme a Al Jazeera, as ambulâncias transportavam de 15 a 20 pacientes gravemente feridos que iam para Rafah, na fronteira com o Egito, em busca de tratamento.

“Informamos a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho, informamos o mundo inteiro, que essas vítimas estavam alinhadas nessas ambulâncias”, disse Ashraf al-Qudra, porta-voz do Ministério da Saúde palestino em Gaza. “Este era um comboio médico”, ressaltou.

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Brasileiros ficam de fora de segunda lista para deixar a Faixa de Gaza

Na quarta-feira (1º) e quinta-feira (2), respectivamente, a primeira e a segunda listas foram divulgadas com as nacionalidades contempladas a deixar Gaza pela passagem de Rafah, na fronteira com o Egito.

Ao todo, as duas listas somam permissões para Austrália, Áustria, Bulgária, Finlândia, Indonésia, Jordânia, Japão, República Tcheca, membros da Cruz Vermelha e de ONGs, Azerbaijão, Barhein, Bélgica, Coreia do Sul, Croácia, Estados Unidos, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, Macedônia, México, Suíça, Sri Lanka e Chade, segundo a CNN.

Além dos 367 norte-americanos liberados nesta sexta-feira, a segunda lista já havia autorizado a passagem de 400, em um total de 576 estrangeiros, segundo a embaixada.

Saída de brasileiros
Na tentativa de incluir o grupo de 34 brasileiros nas próximas levas de civis retirados da Faixa de Gaza, o chanceler Mauro Vieira telefonou nesta quinta-feira (2) à tarde para o ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry.

Na conversa, segundo relatos feitos à CNN, Shoukry se comprometeu a “fazer gestões” amanhã para que os brasileiros sejam incluídos nas próximas listas.

A expectativa, no Itamaraty, era de que dificilmente esse contato telefônico entre os chanceleres tivesse efeitos práticos já nesta sexta-feira (3). Há esperança, porém, de que os brasileiros possam ser liberados de Gaza para o Egito em questão de dias.

Diplomatas brasileiros ouviram na quinta-feira, na sede do ministério em Jerusalém, que não há ingerência israelense na elaboração das listas e nem discriminação contra cidadãos do país.

Mais cedo, em entrevista à CNN, o embaixador Alessandro Candeas, chefe da representação do Brasil em Ramallah (Cisjordânia), disse que faltam “critérios claros” sobre as listas de autorizados a deixar Gaza pela passagem de Rafah. “Não há critério transparente. Nos parece relativamente aleatório”, afirmou Candeas.

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Verdades ocultas: ex-chanceler alemão revela como Washington sabotou o processo de paz na Ucrânia

A publicação alemã Berliner Zeitung publicou recentemente uma entrevista com o ex-chanceler Gerhard Schroder, na qual foram reveladas algumas verdades sobre o conflito russo-ucraniano que o Ocidente tentou esconder do mundo. A mais importante delas diz respeito a como os Estados Unidos sabotaram os processos de paz entre Moscou e Kiev.

Trata-se na verdade da segunda entrevista de um ex-chanceler alemão sobre o assunto. Em dezembro de 2022, Angela Merkel já havia falado ao jornal Die Zeit que a real intenção do Ocidente por trás dos Acordos de Minsk, por exemplo, era fazer com que a Ucrânia “ganhasse tempo” para se fortalecer militarmente.

Compete lembrar que os Acordos de Minsk previam a “federalização” da Ucrânia, concedendo maior autonomia às regiões de Donbass e mantendo assim a integridade territorial do país. Contudo, mesmo tendo assinado o acordo diante de representantes franceses, alemães e russos, o então presidente ucraniano Pyotr Poroshenko, ao retornar a Kiev, não se esforçou em implementá-lo, o que levou a sucessivas violações de cessar-fogo nas regiões de Donetsk e de Lugansk.

Tampouco a Ucrânia prosseguiu em fornecer maior autonomia a Donbass, com violações aos direitos humanos sendo cometidas de forma constante pelo Exército ucraniano na região. Toda essa situação apenas serviu para mostrar que o Ocidente nunca considerou genuinamente que a Ucrânia cumprisse os Acordos de Minsk e resolvesse o conflito no Leste Europeu pela via da diplomacia.

Voltando ao presente, após o início da operação militar russa no ano passado, boa parte do establishment alemão pró-estadunidense nomeou Gerhard Schroder como um dos cúmplices de Moscou, devido ao fato de Schroder ter ocupado a presidência do conselho de administração da Rosneft (principal empresa russa do setor de petróleo).

Para além disso, Schroder também contribuiu ativamente para a construção do gasoduto Nord Stream, elemento essencial para a consolidação da parceria russo-alemã durante os anos 2000 e para a formação de uma “Grande Europa” (de Lisboa a Vladivostok), como sugerida por Putin no começo do século.

Todo esse contexto foi usado como mote para acusações ad hominem contra Schroder, uma vez que tanto a mídia quanto as elites alemãs não foram capazes de refutar suas colocações a respeito das razões por trás do prolongamento do conflito na Ucrânia. Fato é que em março do ano passado, representantes do regime de Kiev contataram Schroder sobre uma possibilidade de que ele viesse a mediar nas negociações russo-ucranianas.

Um desses representantes fora justamente o atual ministro da Defesa da Ucrânia, Rustem Umerov, que à época confirmou o desejo de Kiev – e do presidente Zelensky – de encerrar as hostilidades o mais rápido possível em favor de uma solução diplomática. Schroder então voou para Moscou para se encontrar com o presidente russo Vladimir Putin, obtendo uma aprovação preliminar para o início de negociações com os ucranianos.

Na ocasião, a Ucrânia se mostrou de acordo com o abandono de quaisquer planos futuros de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e com a proibição do estacionamento de tropas da Aliança Atlântica em seu território. Segundo ainda Schroder, Umerov (em nome da administração Zelensky) expressou inclusive a disponibilidade ucraniana de chegar a um “compromisso” com Moscou a respeito do status da Crimeia, aceitando ao mesmo tempo a influência da Rússia na região de Donbass.

Contudo, não demoraria para que todos os esforços de paz que vinham sendo empreendidos durante as primeiras semanas do conflito fossem sabotados por Washington. Isso porque a delegação ucraniana fora obrigada a enviar todas as propostas em discussão para os Estados Unidos, que frontalmente vetaram o andamento do processo de paz, defendendo ao invés disso a continuação do derramamento de sangue.

Como resultado, pouco depois Kiev rejeitou subitamente todos os pontos de negociação com os quais já havia concordado, frustrando as tentativas para se encerrar as hostilidades no Leste Europeu. Vale lembrar que, conforme já havia sido revelado antes em uma entrevista exclusiva concedida pelo ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett, de início havia sim uma esperança real de acordo entre Rússia e Ucrânia, que poria um fim ao conflito armado.

No entanto, à medida que a pressão do Ocidente sobre Kiev aumentou, a possibilidade de Zelensky negociar uma saída diplomática foi descartada, resultando no abrupto encerramento dos canais de diálogo entre russos e ucranianos. A mídia atlanticista elevou então Zelensky à posição de “herói” do Ocidente e fez com que o ex-comediante acreditasse na possibilidade de derrotar a Rússia no campo de batalha, ao custo do sangue de centenas de milhares de soldados ucranianos.

Desde então, Zelensky tem assumido mais esse papel fictício em sua longa carreira de ator, desta vez sob a direção do complexo militar industrial americano, bastante especializado na produção de “filmes de guerra” a redor do mundo.

No mais, quando Schroder disse na entrevista que a Europa daria um “tiro no pé ao proibir o comércio com a Rússia” ele foi novamente acusado de ser um agente “pró-Kremlin”, quando na verdade apenas chamava a atenção para os problemas que realmente se abateram sobre o continente após a imposição de sanções contra Moscou.
Afinal, desde o ano passado a Europa vem sofrendo um cenário de inflação alta e de tumultos populares constantes, em boa medida resultante de suas políticas russofóbicas a mando de Washington. Para resumir, a entrevista de Schroeder evidencia que, ao seguir o caminho da escalada militar, os Estados Unidos cometeram um erro fatal.

Não só a desejada derrota da Rússia se mostrou inviável, como Moscou fortaleceu os laços políticos com o Sul Global e com a China, principal adversária de Washington no plano global. Olhando pelo lado positivo, a publicação da entrevista de Schroeder parece ao menos indicar que, de certo modo, o público europeu esteja finalmente disposto a conhecer a verdade oculta sobre o principal responsável pelo prolongamento do conflito na Ucrânia.

*Com Sputnik

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Israel é uma pedra no sapato de Biden que começa a incomodá-lo

Mortes de civis palestinos poderá custar votos ao presidente candidato à reeleição.

Em Minneapolis, a cidade mais populosa do estado do Minnesota, o presidente Joe Biden, candidato à reeleição, falava a seguidores na noite de quarta-feira (1/11) quando uma mulher que se apresentou como rabina interrompeu-o e disse em voz alta:

“Como rabina, preciso que você peça um cessar-fogo agora mesmo [na guerra entre Israel e o Hamas]”.

Biden respondeu:

“Acho que precisamos de uma pausa. Uma pausa significa dar tempo para tirar os prisioneiros.”

A Casa Branca esclareceu mais tarde que Biden se referia aos reféns detidos pelo Hamas desde o ataque de 7 de outubro a Israel. São mais de 200 reféns. O Hamas não revela quantos. Alguns já teriam morrido durante os bombardeios de Israel a Gaza.

A diferença entre um cessar-fogo e uma pausa pode parecer semântica, mas uma pausa é geralmente considerada menos formal e mais curta do que um cessar-fogo. 8.796 palestinos foram mortos até agora, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

Anteriormente, a Casa Branca disse que apoia uma “pausa” para permitir o fornecimento de ajuda a Gaza e a libertação de reféns. Biden deu o seu apoio a Israel, mas mudou sua resposta nas últimas semanas à medida que morrem mais civis em Gaza.

O presidente enfrenta uma pressão cada vez maior por parte de grupos de direitos humanos, de outros líderes mundiais e de membros do seu próprio partido, o Democrata, que afirmam que o bombardeio a Gaza é um castigo coletivo imposto aos palestinos.

Democratas de Michigan alertaram a Casa Branca que a forma como Biden lida com o conflito Israel-Hamas poderá custar-lhe apoio suficiente dentro da comunidade árabe-americana para influenciar o resultado das eleições de 2024.

Michigan detém a maior concentração de árabes-americanos dos Estados Unidos. Cerca de 310.000 dos seus residentes são de ascendência do Oriente Médio ou do Norte da África. Biden venceu ali em 2020, mas quatro anos antes quem venceu foi Trump.

Em entrevista à revista Foreign Policy, Ehud Barak, o ex-primeiro-ministro israelense e ex-chefe do exército, admitiu que Israel “provavelmente perderá o apoio da opinião pública do mundo livre” devido à sua resposta ao ataque do Hamas em 7 de outubro:

“O nosso objetivo é limitar as capacidades militares e governamentais do Hamas na Faixa de Gaza. Isto não poderá ser conseguido apenas com ataques aéreos. Teremos que plantar provavelmente muitas milhares de botas no terreno.”

Sobre o apoio dos Estados Unidos:

“Sabemos que dentro de uma semana ou duas perderemos o apoio da opinião pública em muitas partes do mundo, e poderemos perder o apoio de governos. Acho que a América estará conosco, mas será cada vez mais complicado para ela.”

*Blog do Noblat

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Atriz Angelina Jolie sobre o massacre de Israel na Palestina

Atriz Angelina Jolie publicou no Instagram: “Este é o bombardeio deliberado de uma população encurralada que não tem para onde fugir. Gaza tem sido uma prisão a céu aberto durante quase duas décadas e está rapidamente a tornar-se numa vala comum. 40% dos assassinados são crianças inocentes. Famílias inteiras estão sendo assassinadas. Enquanto o mundo observa e com o apoio ativo de muitos governos, milhões de civis palestinos (crianças, mulheres, famílias) estão sendo punidos de maneira coletiva e desumanizados, ao mesmo tempo que são privados de alimentos, medicamentos e ajuda humanitária, em violação do direito internacional. Ao recusarem exigir um cessar-fogo humanitário e impedirem que o Conselho de Segurança da ONU o imponha a ambos os lados, os líderes mundiais são cúmplices destes crimes.”

Angelina renunciou em dezembro do ano passado ao cargo de enviada especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

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Estados Unidos estão ampliando base militar secreta em Israel

Documentos do governo sobre a base secreta dos Estados Unidos em Israel trazem raras pistas sobre a pouco conhecida presença militar do país perto de Gaza.

DOIS MESES ANTES DO ATAQUE do Hamas a Israel, o Pentágono firmou um contrato multimilionário para construir instalações destinadas às tropas dos Estados Unidos em uma base secreta que mantém nos confins do deserto de Negev, em Israel, a apenas 32 quilômetros de Gaza. Com o codinome “Site 512”, a base dos Estados Unidos é uma instalação de radar de longa data, que monitora os céus em busca de ataques de mísseis contra Israel.

Porém, em 7 de outubro, quando milhares de foguetes do Hamas foram lançados, o Site 512 não percebeu nada – porque seu foco está voltado para o Irã, a mais de 1,1 mil quilômetros de distância.

O Exército dos Estados Unidos avança discretamente na construção do Site 512, uma base secreta situada no topo do Monte Har Qeren, no Negev, para adicionar ao local o que os registros governamentais descrevem como uma “instalação de suporte à vida” – um jargão militar para estruturas semelhantes a alojamentos para um contingente de pessoas.

Embora o presidente Joe Biden e a Casa Branca insistam que não há planos para enviar tropas dos Estados Unidos para Israel em meio à guerra contra o Hamas, já existe uma presença militar secreta dos norte-americanos em Israel. E os contratos governamentais, bem como os documentos orçamentários, mostram que essa presença está em franco crescimento.

As instalações para as tropas dos Estados Unidos, no valor de 35,8 milhões de dólares, não foram anunciadas de forma pública, nem divulgadas anteriormente. Mas foram indiretamente referenciadas em um anúncio de contrato feito em 2 de agosto pelo Pentágono.

Embora o Departamento de Defesa tenha se esforçado para ocultar sua verdadeira natureza – descrevendo o local em outros registros apenas como um projeto “confidencial em todo o mundo” – os documentos orçamentários revisados ​​pelo The Intercept revelam que ele faz parte do Site 512. O Pentágono não respondeu de forma imediata a um pedido de comentário.

“Às vezes, algo é tratado como segredo oficial, não na esperança de que um adversário nunca descubra, mas sim [porque] o governo dos Estados Unidos, por razões diplomáticas ou políticas, não quer reconhecer o fato oficialmente”, explicou Paul Pillar. O ex-analista-chefe do centro de contraterrorismo da CIA disse não ter conhecimento específico da base.

“Neste caso, talvez a base seja usada para dar suporte a operações em outros locais do Médio Oriente, e qualquer reconhecimento de que foram desencadeadas a partir de Israel, ou que envolveram cooperação com Israel, seria inconveniente e provavelmente causaria mais reações negativas do que provocariam [sem este reconhecimento]”.

Uma rara admissão da presença militar dos Estados Unidos em Israel ocorreu em 2017, quando os dois países inauguraram uma instalação militar que a Voice of America, serviço de radiodifusão financiado pelo governo dos Estados Unidos, considerou “a primeira base militar do país em solo israelita”.

O brigadeiro general da Força Aérea Israelense, Tzvika Haimovitch, chamou o fato de “histórico”, afirmando: “Estabelecemos uma base americana no estado de Israel, nas Forças de Defesa de Israel, pela primeira vez”.

Intercept Brasil

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Grupo de 32 brasileiros é resgatado da Cisjordânia, na Palestina

A Operação Voltando em Paz realizou nesta quarta-feira (1°) mais uma ação para repatriar brasileiros da zona de conflito no Oriente Médio, dessa vez da Cisjordânia. Foram resgatados 32 passageiros (30 brasileiros, uma jordaniana e um palestino, ambos casados com brasileiros) que manifestaram interesse em deixar a Palestina.

Eles foram conduzidos em vans e ônibus de 11 cidades diferentes da Cisjordânia até a cidade de Jericó. De lá, todos cruzaram a fronteira em um ônibus fretado pelo governo brasileiro até Amã, a capital da Jordânia, em um deslocamento de pouco mais de uma hora.

O embaixador do Brasil na Cisjordânia, Alessandro Candeas, informou que os veículos foram identificados com a bandeira do Brasil para evitar bombardeios. “Para fins de segurança, as placas, trajetos e listas de passageiros foram informados às autoridades da Palestina e de Israel”, destacou.

Os brasileiros já embarcaram no Aeroporto Internacional Queen Alia, em Amã, em uma aeronave cedida pela Presidência da República, e devem pousar na Base Aérea de Brasília às 5h30 desta quinta-feira (2). Já no território nacional, eles seguirão para cinco capitais – São Paulo, Florianópolis, Recife, Rio de Janeiro e Curitiba –, além de Foz do Iguaçu (PR).

Com isso, o total de brasileiros repatriados da região do conflito chega a 1.446. Foram oito voos patrocinados pelo governo brasileiro.

>> Clique aqui e acompanhe a cobertura da Agência Brasil, sobre o Conflito no Oriente Médio

Outro grupo, de 34 brasileiros e familiares, ainda aguarda para deixar a Faixa de Gaza. Eles estão no Sul do enclave, nas cidades de Khan Yunis e Rafah, próximos à fronteira com o Egito.

Nesta quarta-feira (1), a fronteira foi aberta pela primeira vez desde o início do conflito para a saída de palestinos feridos e de um grupo de cerca de 450 estrangeiros.

“Novas listas serão publicadas em breve e nossos brasileiros devem estar nelas”, afirmou o embaixador Candeas.

Brasília (DF) 01/11/2023 – Grupo de 33 brasileiros são repatriados da Cisjordânia, na Palestina 
Foto: Representação Brasileira em Ramala/Divulgação

Cisjordânia
O território da Palestina reconhecido internacionalmente é formado pela Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, e pela Cisjordânia, controlada parcialmente pela Autoridade Palestina, entidade essa que, ao contrário do Hamas, é reconhecida por Israel e pela maior parte da comunidade internacional como o legítimo representante do povo palestino.

Desde o início das atuais hostilidades na Faixa de Gaza, há 26 dias, a violência na Cisjordânia cresceu com uma série de assassinatos e confrontos entre palestinos, forças de segurança israelenses e da Autoridade Palestina e ataques de colonos contra palestinos. Os colonos são os israelenses que vivem em assentamentos dentro da Cisjordânia.

Do dia 7 de outubro até esta terça-feira (31), foram registrados 123 assassinatos de palestinos na Cisjordânia, incluindo 34 crianças. Outros 2.206 ficaram feridos. Do lado israelense, foi registrada a morte de 1 soldado e outros 13 feridos.

*Agência Pública