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Mundo

Maduro: EUA vão jogar Zelensky no lixo como um fantoche inútil

O presidente da Venezuela Nicolás Maduro, no programa Com Maduro +, expressou a opinião de que os Estados Unidos usam o líder ucraniano Vladimir Zelensky e o vão jogar fora como um fantoche desnecessário.

Segundo ele, não é a primeira vez que o imperialismo coloca um fantoche, o usa e “o joga no lixo”.

“Tínhamos um palhaço como Zelensky – Guaidó […]. O imperialismo o pegou e o jogou em uma lixeira em Miami. Agora ele está vivendo como lixo em Miami, mas com milhões [no bolso]”, disse o presidente venezuelano em seu programa.

Ele acrescentou que, aparentemente, Zelensky “terá o mesmo destino”.

“Haverá mais exemplos, como Guaidó, que serão usados para provocação e mentira, para dividir o povo, para enchê-lo com ódio, para trazer a guerra. O imperialismo é como o diabo – você o serve, e ele depois te cospe”, ressaltou Maduro.

*Sputnik

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Mundo

Maduro chama Milei, presidente eleito da Argentina de “Neonazista”

Para o venezuelano Maduro, Milei pretende liderar um “projeto colonial” que se estenderia da Argentina para todo o continente sul-americano.

Em um discurso televisionado nessa segunda-feira (20/11), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chamou Javier Milei, presidente eleito da Argentina, de “neonazista”. A declaração vem dois dias após a vitória do ultraliberal argentino nas eleições do último domingo (19/11), com 56,69% dos votos.

Segundo o venezuelano, Milei pretende liderar um “projeto colonial” que se estenderia da Argentina para todo o continente sul-americano. “A extrema-direita neonazista ganhou na Argentina. É uma extrema-direita que não só pretende liderar um projeto colonial na Argentina, mas pretende o espalhar para toda a América Latina e o Caribe”, cravou.

Maduro demonstrou particular preocupação com as sinalizações de Milei para privatizações na economia argentina e aproximações diplomáticas com os Estados Unidos, diz o Metrópoles.

“Respeitamos o voto do povo argentino. Mas dizemos: vocês decidiram, mas não vamos ficar em silêncio. É uma grande ameaça a chegada de um extremista de direita com um projeto absolutamente colonial, ajoelhado ao imperialismo norte-americano, que pretende acabar com o Estado e os direitos sociais”, completou.

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Opinião

Aprovação de Lula depende da economia, não de Maduro, gravatas e gafes

Aprovações de presidentes da República estão diretamente relacionadas à sensação de bem-estar do grosso da população. Se a economia cresce, o desemprego cai, o poder de compra aumenta, a inflação fica controlada e a fome desaba, a popularidade do mandatário dispara. Diante do pragmatismo do eleitorado de um país em longa crise, questões ideológicas ficam em segundo plano.

Lula foi reeleito em 2006 mesmo com o escândalo do mensalão porque a economia crescia. Com a melhora na qualidade de vida, terminou seu segundo mandato com 87% de aprovação, segundo o Ibope. Ou seja, quase nove entre cada dez brasileiros davam like no petista.

A estabilidade na aprovação de Lula entre as pesquisas Datafolha divulgadas no final de março e neste sábado (de 38% para 37%, de ótimo e bom, e de 29% para 27%, de ruim e péssimo) mostra que a população segue com expectativa de melhora na economia. Se a percepção fosse de piora, os números já estariam deteriorando.

Pode ter colaborado para isso o aumento no Bolsa Família (com o acréscimo do valor pago a quem tem crianças pequenas), a redução no valor dos combustíveis e do gás de cozinha (sentida, principalmente, antes do aumento do ICMS), a antecipação do 13º salário a aposentados e pensionistas e até os descontos nos preços dos automóveis.

Claro que 2023 não é 2003, nem 2007, muito menos 2010. A diferença entre Lula e Bolsonaro foi de pouco mais de 2 milhões de votos, o país está mais polarizado hoje do que antes e o ruído provocado pela desinformação e o golpismo são ensurdecedores.

Mas a maioria dos eleitores de Bolsonaro não está em guerra contra o petista, ao contrário do que acontece com o naco de extrema direita. Eles nem têm tempo para isso, porque precisam trabalhar.

Se ao final deste ano, a vida estiver melhor, isso se traduzirá em alta de aprovação para Lula. Mesmo que ele receba a visita de Nicolás Maduro dez vezes ou compre 20 gravatas chiques. Para resultados mais palpáveis, os juros precisam cair e empregos serem gerados.

*Leonardo Sakamoto/Uol

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Política

Com visita de Maduro e recriação da Unasul, Lula dissemina cultura e paz no continente

Dentre os movimentos do governo brasileiro do presidente Lula (PT) submetidos ao rotineiro menoscabo da chamada mídia tradicional, a reunião de presidentes sul-americanos, realizada em Brasília nesta semana, merece atenção.

Compareceram os presidentes de onze dos doze países da região. A exceção foi o Peru, que vive as consequências de mais um golpe de Estado, nódoa infelizmente constante no continente.

Durante a reunião, evidenciaram-se diversas intenções.

O Brasil claramente ambicionava a retomada integral da Unasul como entidade capaz de coordenar esforços destinados à criação de um bloco autônomo, especialmente em relação à tradicional tutela estadunidense sobre a região. Como pano de fundo, claro, está a preparação da região, associando forças e interesses, para ocupar espaços de influência num mundo cada vez mais multipolar.

Nessa lógica, caberia a uma entidade como a Unasul caminhar para a criação de instrumentos que genericamente correspondessem ao que veio acontecendo na Europa após os horrores da Segunda Guerra Mundial e do holocausto.

Coordenações comerciais, aduaneiras, diplomáticas e políticas acabaram redundando numa moeda única e na União Europeia.

Diferentemente desta, porém, Lula pretende alicerçar a Unasul justamente sobre ideias que não vicejaram no projeto europeu: a paz, o multilateralismo e a tolerância com as diferenças.

Como é evidente, a Europa está mergulhada no conflito russo-ucraniano, já participou de outras intervenções e mostra-se cada vez mais caudatária do unilateralismo de Washington.

A reincorporação da Venezuela ao grupo sul-americano demonstra o compromisso do grupo de países com a tolerância.

Enquanto a superpotência do Norte convoca bloqueios e impõe sanções comerciais ao vizinho, o Brasil, com a visita de Estado do presidente Nicolás Maduro, patrocina a plena reinserção da Venezuela no concerto regional.

Washington e seus aliados demandam intervenção nos assuntos internos da Venezuela com base na instrumentalização de temas como democracia (ou “ditadura”) e direitos humanos.

Já o Brasil e outros países instam a Venezuela a se defender, a mostrar sua versão. Em coerência, Brasília estimula que as eleições do ano que vem sejam livres, com ampla supervisão internacional.

Não houve adesões definitivas à recriação da Unasul. As chancelarias dos países foram encarregadas de estudar o que fazer da entidade, de maneira a evitar sua sobreposição com outros organismos de coordenação regional.

Que tenha sido o Brasil de Lula a provocar a maior e mais ideologicamente variada reunião de presidentes sul-americanos mostra muito sobre as potencialidades existentes.

As diferenças ideológicas poderão ser aparadas a partir dessa inédita aproximação presencial das altas lideranças.

A despeito de naturais resistências, que poderão ser dissipadas, reafirmou-se a viabilidade de alguma coordenação regional autônoma como instância para a vigência de novos valores. A atitude proativa do Brasil demonstra seu compromisso com a altivez no plano das relações externas também no plano continental.

*247

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Política

Lula diz que “volta da relação Brasil-Venezuela é plena”, fala em cooperação militar e lembra do “impostor” Guaidó

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta segunda-feira (29), que a retomada das relações entre o Brasil e a Venezuela “é plena” e defendeu que os dois países intensifiquem parcerias em diversos campos, incluindo o militar para combater o narcotráfico nos cerca de 2,2 mil quilômetros de fronteiras entre os dois países amazônicos.

“Sabemos das dificuldades que nós temos, sabemos da quantidade de empresas que já estão na Venezuela e que querem voltar para a Venezuela, sabemos da dívida da Venezuela e sabemos que tudo isso faz parte e vai fazer parte de um acordo que a gente faça para que a nossa integração seja plena. É isso que eu desejo e é isso que eu espero que você contribua, para que a relação entre Brasil e Venezuela não seja apenas comercial. Ela tem que ser comercial, pode ter uma relação política, pode ser cultural, econômica, pode ser feita com tecnologia, entre nossas indústrias construindo parcerias, entre nossas universidades, inclusive entre nossas Forças Armadas, trabalhando em conjunto na fronteira para que a gente combata o narcotráfico”, disse Lula após uma reunião com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, no Palácio do Planalto, em Brasília.

Lula ressaltou, ainda, que Maduro foi eleito por meio do voto popular e qualificou o opositor venezuelano Juan Guaidó como um “impostor”. “Briguei muito com companheiros, social democratas europeus, com governos, com pessoas dos EUA. Achava a coisa mais absurda do mundo para as pessoas que defendem a democracia era negarem que que você era presidente da Venezuela tendo sido eleito pelo povo e um cidadão que foi eleito para ser deputado fosse reconhecido como presidente da Venezuela”.

“Muitas vezes discuti com meus companheiros europeus eu dizia que não compreendia que como um continente que exerceu a democracia tão plena como a Europa exerceu quando construiu a união europeia poderia aceitar a ideia de que um impostor pudesse ser presidente da República porque eles não gostavam do presidente eleito”, disse Lula em referência ao opositor venezuelano Juan Guaidó.

Ainda segundo Lula, “o preconceito com a Venezuela é muito grande. Quantas críticas a gente sofreu aqui por sermos amigos da Venezuela. Havia discursos e mais discursos que diziam ‘não, se o Lula ganhar a eleição o Brasil vai virar uma Venezuela, vai virar uma Argentina, uma Cuba’. Quando, na verdade, o único sonho nosso era ser o Brasil mesmo, um Brasil melhor, mais democrático, mais rico, com mais distribuição de renda”.

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Política e Poder

Sanções americanas ameaçam desembarque de Maduro para posse de Lula

Jamil Chade – As sanções americanas impostas sobre qualquer empresa que mantenha relações comerciais com o governo de Nicolas Maduro ainda coloca em dúvida o desembarque do presidente da Venezuela para a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 1º de janeiro de 2023.

Fontes do Itamaraty confirmaram que uma delegação avançada já pousou em Brasília nesta tarde, com o objetivo de preparar a eventual chegada de Maduro. Mas os obstáculos ainda existem.

Por conta do embargo, empresas que reabasteceriam o avião de Maduro para permitir que ele volte ao seu país podem ser punidas pelo governo americano, impedindo que tais companhias possam operar em território americano ou mesmo que usem o sistema financeiro dos EUA.

Antes de fechar um contrato de abastecimento, portanto, essas empresas no aeroporto de Brasília querem ter garantias de que, depois, não serão punidas pelo governo dos EUA por ter entrado em uma relação comercial com os venezuelanos, ainda que seja apenas o abastecimento de um avião.

A coluna apurou que as negociações estão ocorrendo na tarde deste dia 31 de dezembro, mobilizando empresas, diplomacia brasileira, americana e venezuelana. Se a questão for superada, Maduro então embarcará para a posse na manhã do dia 1º de janeiro.

No Brasil, existe jurisprudência já obrigando empresas a abastecer navios ou aviões de países que possam estar sob sanções. Em 2019, o mesmo impasse causou a paralisação do trajeto de dois navios iranianos. A Justiça acabou decidindo que os barcos poderiam ser reabastecidos.

Desta vez, a meta é a de não permitir que a situação seja transformada em uma guerra judicial e nem que Maduro passe o vexame de ficar retido no Brasil, sem condições para retornar por conta da falta de gasolina.

Esse é o segundo impasse que a viagem de Maduro enfrenta. O primeiro era uma portaria de Jair Bolsonaro que, em 2019, passou a proibir que as autoridades venezuelanas pisassem em território brasileiro. Lula, que tinha como meta reunir para a América do Sul em sua posse, insistiu para que a questão fosse solucionada. Mas o governo Bolsonaro se recusou a aceitar revogar a portaria.

Há uma semana, Lula chegou a desistir e Maduro acenou que entenderia a situação. Mas, para a a surpresa até mesmo dos assessores do petista, Bolsonaro revogou a lei nesta quinta-feira. Não haveria garantias de que o processo de preparação pudesse ser completado diante do pouco tempo que existia até a posse.

Mesmo assim, Brasília e Caracas intensificaram os trabalhos para tentar conseguir superar as dificuldades. Só não contavam, segundo fontes, com o eventual problema de abastecimento.

*Uol

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A Primeira-dama de Bolsonaro

Pode-se achar que Eliane Cantanhêde é peçonhenta, como de fato é, mas, de forma nenhuma, pode acusá-la de incoerente. Mesmo depois do gesto de humanidade de Maduro, mandando caminhões de oxigênio e, agora, enviando médicos para salvar vidas de brasileiros no Amazonas, ela segue fazendo seu discurso de ódio xenófobo contra os venezuelanos com o mesmo veneno que sempre marcou a trajetória da caninana.

Essa senhora já tinha atacado Maduro quando ele criticou duramente os trumpistas que invadiram e vandalizaram o Congresso americano dizendo que era ironia do “ditador” venezuelano.

O fato é que a rainha dos limpinhos e cheirosos é daquele tipo de cobra que, se livrar de sua casca, morre, passa a não ter qualquer serventia para a escória política desse país, sobretudo para os golpistas tucanos.

Cantanhêde, com todas as letras, prova que o ódio bolsonarista precede a Bolsonaro. Ela já era a primeira-dama do fascismo nativo sem que o bolsonarismo tivesse um Bolsonaro para chamar de seu.

*Da redação

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Vídeos – Venezuela: Juan Guaidó sofre derrota e perde o cargo de presidente da Assembleia Nacional

Juan Guaidó foi substituído do cargo de presidente da Assembleia Nacional por um grupo político rival. Neste domingo (5), foi realizada votação para determinar a nova presidência da Casa.

O cargo agora será ocupado pelo deputado Luis Parra. Membros da ala chavista “Bloque de la Patria”, e alguns setores da oposição, romperam com Guaidó e votaram em Parra para presidente da Assembleia Nacional, Franklin Duarte como primeiro vice-presidente e José Gregorio Noriega como segundo vice-presidente.

A eleição foi criticada por alguns deputados, que dizem que a decisão foi tomada sem o quórum necessário já que a Assembleia Nacional estava cercada por militares da Guarda Nacional Bolivariana.

Francisco Torrealba, membro do Partido Socialista Unido, afirma que Guaidó não pretendia abrir a sessão plenária para evitar uma derrota no pleito e que foi utilizado um trecho do regimento que permite a sessão ser aberta pelo deputado mais velho.

Tanto Brasil como Estados Unidos afirmaram que não reconhecem a decisão.

Guaidó se autoproclamou presidente interino da Venezuela em 23 de janeiro e procura destituir do cargo o presidente Nicolás Maduro.

 

 

*Com informações do Sputinik

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Chanceler da Venezuela denuncia que Bolsonaro comandou a invasão da embaixada

Houve uma “linha de comando” entre o presidente Jair Bolsonaro e os líderes da invasão da embaixada da Venezuela, em Brasília, na semana passada. A declaração é do chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza. Um dos principais homens do governo de Nicolas Maduro e ex-vice-presidente da Venezuela, o chefe da diplomacia de Caracas falou com exclusividade ao UOL sobre os incidentes.

“Entendo que houve uma instrução direta do presidente do Brasil”, disse o chanceler, apontando como tal contato teria levado a crise a uma “solução”.

Ou seja, há uma linha de comando entre o presidente do Brasil e as pessoas que estavam nessa embaixada.

Ele ainda lembrou que, depois de emitir um comunicado nas redes sociais condenando a invasão, Bolsonaro e seu gabinete de segurança publicaram uma nova mensagem, modificando a anterior. “Retificaram, suavizaram e condenaram os elementos estranhos”, disse.

O primeiro texto do presidente citava Juan Guaidó, aliado de Brasília. Mas o nome do opositor de Maduro foi retirado no segundo comunicado.

“Tudo isso é muito grave. Felizmente se solucionou por vias pacíficas. Mas é muito grave e deveria abrir uma investigação não apenas sobre as pessoas, mas sobre os contatos e sobre as relações que essas pessoas tem com o governo do Brasil, especificamente no Itamaraty”, declarou Arreaza.

“O país receptor, no caso o Brasil, tem a obrigação de proteger, o que foi a primeira coisa que não ocorreu. As pessoas entraram, apesar da segurança da polícia brasileira no entorno da embaixada”, alertou.

Procurado, o Itamaraty não deu respostas ao ser questionado sobre a alegação do ministro venezuelano sobre a existência de uma instrução de Bolsonaro aos invasores.

Visitas ao Planalto e ao Itamaraty

De acordo com apurações realizadas pela reportagem, o vínculo do governo brasileiro com o líder da invasão da embaixada da Venezuela, Tomás Silva, é estreito. Além dos dois encontros realizados com o vice-presidente Hamilton Mourão, no Palácio do Planalto, relevados pelo UOL, o autoproclamado ministro-conselheiro esteve por 16 vezes nas dependências do Ministério das Relações Exteriores, neste ano.

As informações constam em Requerimento de Informação solicitado à pasta pelo deputado Ivan Valente (PSOL-SP) e obtido pelo UOL. Os encontros foram realizados para tratar de assuntos relacionados à cooperação entre os dois países, em agendas oficiais. Muitos deles foram acompanhados por Maria Teresa Belandria Exposito, reconhecida pelo governo brasileiro como embaixadora de Guaidó no Brasil.

No início de abril, por exemplo, Silva esteve com o secretário de Política Externa Comercial e Econômica, Norberto Moretti, para uma “visita de cortesia”.

No dia 21 de agosto, o encontro foi repetido, desta vez, para apresentar o “Plano País”, formulado por Juan Guaidó.

Neste texto, há medidas que seriam financiadas pela “assistência em massa de organismos internacionais financeiros multilaterais e países interessados na restauração da democracia”.

Silva também teve encontros com o chefe da Divisão Controle Imigratório, Erwin Baptista Bicalho Epiphanio, para tratar da emissão de visto oficial, e com o assessor da Secretaria de Assuntos de Soberania Nacional e Cidadania, Francisco Jeremias Martins Neto, para discutir a extensão da validade de passaportes venezuelanos.

Com a chefe da Divisão de Cooperação Jurídica Internacional, Fabiana Arazini Garcia Kanadoglu, Silva discutiu temas relacionados à cooperação jurídica internacional. Já a pauta com o segundo-secretário da Carreira de Diplomata Marcelo Adrião Borges foram “atualizações sobre temas de política interna da Venezuela”.

 

 

*Jamil Chade/Uol

 

 

 

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Vídeo: Eduardo Bolsonaro gera indignação e pânico na diplomacia brasileira

Uma mensagem nas redes sociais por parte de Eduardo Bolsonaro, insinuando um apoio à invasão da embaixada da Venezuela em Brasília, causa pânico e indignação numa ampla parcela do Itamaraty.

O motivo: o Brasil ainda tem uma embaixada e um consulado operando normalmente em Caracas e, caso haja uma chancela do governo brasileiro ao ato em Brasília, a segurança dos diplomatas do país no exterior poderia estar comprometida.

Entre embaixadores e diplomatas de alto escalão do Brasil, a mensagem de Eduardo Bolsonaro foi interpretado como uma sinalização de que o governo de seu pai pode não fazer um esforço para retirar os invasores, aliados de Juan Guaidó.

O ato seguinte poderia simplesmente ser uma ação de reciprocidade por parte do governo Maduro, expulsando os diplomatas brasileiros em Caracas. Entre os cenários temidos, porém, está uma eventual ação de milícias extra-oficiais do governo Maduro, com algum tipo de ataque.

Há quem estime que Maduro não tomaria tal atitude, temendo que tal ato seja usado uma justificativa para uma intervenção estrangeira. “Mas as coisas podem sair do controle”, alertou um experiente diplomata.

Pelas regras internacionais, cabe ao governo proteger todas as embaixadas estrangeiras em seu território. A segurança do escritório venezuelano em Brasília, portanto, seria de responsabilidade do estado brasileiro. No Itamaraty, há quem preveja que o Brasil poderá ser denunciado por violar a Convenção de Viena de 1961 que regula os privilégios e imunidade diplomática.

Outros incidentes contra diplomatas foram registrados em La Paz. A embaixada da Venezuela na Bolívia foi alvo de um ataque nos últimos dias.

“Estamos bem e abrigados, mas querem nos massacrar. Ajude-nos a denunciar essa barbárie’, escreveu nas redes sociais a embaixadora da Venezuela na Bolívia, Chris González. “Tal como no caso dos incêndios de casas de familiares de membros do governo, nem a Polícia, nem as Forças Armadas protegeram [as instalações]”, disse.

As embaixadas do México, país que acolheu Morales, e de Cuba também foram alvos de ameaças.

Em Brasília, a embaixada da Venezuela também foi alvo de uma invasão por parte de simpatizantes da oposição ao presidente Nicolas Maduro.

Os ataques levaram a cúpula da ONU a se manifestar. O porta-voz da entidade, Stéphane Dujarric, emitiu um comunicado solicitando que as autoridades sob controle do governo boliviano “garanta a segurança de todos os cidadãos, funcionários governamentais e cidadãos estrangeiros” em território boliviano.

 

 

*Jamil Chade/Uol