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Vini Jr. é vítima não só dos racistas, mas da extrema direita

Florestan Fernandes Jr.*

No último final de semana, assistimos, enojados, a mais um episódio de racismo no futebol, desta vez tendo como vítima o jogador brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid. A sucessão de ataques racistas – apenas esse mesmo jogador, nos últimos dois anos, sofreu seis ataques; a firme resistência de Vini Jr. – um dos jogadores mais estrelados da atualidade; a inação da Liga Espanhola de Futebol e das próprias autoridades daquele país, têm mantido o tema entre os mais discutidos do dia.

Em seu pronunciamento feito ontem, o Presidente Lula criticou duramente os ataques racistas, que associou ao fascismo crescente e cobrou providências da FIFA e da Liga espanhola de futebol.

Casos como o do jogador Vini Jr. e tantos outros ataques racistas que se sucedem sem qualquer repercussão midiática, estão intimamente ligados ao crescimento do discurso de ódio, que integra a cartilha da extrema direita. E a expansão da extrema direita é um fato de clareza solar. Na Europa, com agenda eurocentrista, anti-imigração e socialmente conservadora/reacionária.

Para além dos estádios de futebol. Outros eventos de intolerância, como a xenofóbica e criminosa incitação ao apedrejamento de estudantes brasileiros de mestrado, nas Universidades Portuguesas, fato este ocorrido em 2019 e repetido em abril passado.

Vivemos, no Brasil, com a eleição de Lula, um hiato democrático em todo esse contexto de crescimento da extrema direita no planeta, que parece se encorpar. Por isto, é imperioso que o governo Lula aproveite essa oportunidade histórica para fortalecer não só as instituições do estado democrático, mas para combater de maneira enérgica o racismo e os preconceitos em suas mais diversas áreas. Nesse contexto, a postura firme de Lula em seu pronunciamento de ontem foi mais do que necessária, podendo levar a questão para a ordem do dia, nas esferas diplomáticas.

Por aqui, temos uma boa legislação antirracista, que descreve crimes inafiançáveis e imprescritíveis, porém sem grande efetividade, pelo menos, sem resultados visíveis. Não me lembro de pessoas presas por racismo no Brasil. Essa sensação de impunidade tem o visível efeito de alimentar a truculência dos racistas, em todas as esferas da sociedade. As notícias vão desde violência policial, a espancamentos de pretos e pardos em supermercados.

O presidente Lula foi muito feliz em sua fala, ao associar racismo e fascismo. Em um contexto de expansão do protagonismo da extrema direita, o racismo é legitimado, pois é este o discurso da direita reacionária, de supremacia branca, de família tradicional, de machismo.

O Racismo é estrutural, está entranhado nas sociedades de forma profunda e a única forma de enfrentá-lo está dentro da democracia. Só se combate intolerância com democracia, é nela que se encontram as armas contra o racismo, em especial a educação e a cultura, que só têm lugar em ambientes democráticos.

*247

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Octavio Guedes deixa Moro irritado ao citar Lula como inocente preso pela Lava Jato

O senador Sergio Moro (UB-PR) passou nervoso em entrevista ao vivo à GloboNews na tarde desta terça-feira (23). Na conversa com os jornalistas do “Estúdio I”, o ex-magistrado fez inúmeras críticas ao juiz Eduardo Appio, afastado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Em dado momento, Moro foi questionado sobre as críticas que Appio faz aos métodos adotados pela operação Lava Jato na época em que o atual senador era juiz. Irritado, respondeu com uma pergunta: “Eu posso perguntar a você: quem inocente foi condenado e preso por corrupção e governo na operação Lava Jato?”.

O jornalista Octavio Guedes, então, deu uma invertida em Moro que deixou o ex-juiz ainda mais nervoso.

“O presidente da República. Aí não é uma opinião minha, é opinião do Supremo”, disparou Guedes, em referência à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que anulou as sentenças da Lava Jato contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

https://twitter.com/lazarorosa25/status/1661087513228787739?s=20

https://twitter.com/GiardiniNoronha/status/1661097361148354584?s=20

*Com Forum

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Vídeo – Magno Malta diz, “Cadê os defensores da causa animal que não defendem o macaco?”

Magno Malta também fez críticas à cobertura da imprensa brasileira sobre o caso de racismo contra Vini Jr.

O senador Magno Malta (PL-ES) criticou, nesta terça-feira (23/5), a repercussão do caso de racismo sofrido pelo jogador brasileiro Vinícius Júnior na Espanha. Durante audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), Malta afirmou que, se fosse um jogador negro, entraria em campo com uma leitoa branca: “Dava um beijo nela e falava: ‘Olha como não tenho nada contra branco. Eu ainda como’”.

O novo episódio de racismo contra o atacante brasileiro aconteceu no último domingo (21/5). A partida entre Real Madrid e Valencia, pelo campeonato espanhol, chegou a ser paralisada por cerca de 8 minutos no segundo tempo por conta de gritos preconceituosos da torcida valenciana, que chamaram o atleta brasileiro de “macaco”.

No Senado, Magno Malta criticou a cobertura da imprensa brasileira ao relatar o caso e acusou jornalistas de “revitimizar” o jogador, além de questionar os “defensores da causa animal” por não defenderem o “macaco?”.

Veja o animal:

*Com Metrópoles

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Lula vai lançar internet de fibra ótica no leito do Amazonas

Projeto foi concluído pela Seja Digital, empresa que tem Vivo, Claro, Tim e outras como sócias.

O presidente Lula deve lançar, na próxima semana, o cabo óptico instalado no leito do rio Amazonas e que conectará 9 municípios da região entre Manaus (AM) e Santarém (PA), diz Julio Wiziack, Painel da Folha.

O projeto foi desenvolvido pela Seja Digital, empresa criada após o leilão do 4G para executar contrapartidas previstas no edital.

Em vez de pagarem outorgas elevadas, as teles vencedoras do certame se comprometeram a realizar investimentos obrigatórios como contrapartida.

A Seja Digital, gerida por um conselho presidido pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), passou a executar essa política pública contando, para isso, com recursos depositados pelas teles —cerca de R$ 3 bilhões.

Em um primeiro momento, elas utilizaram o dinheiro para a digitalização do sinal de TV e na distribuição de conversores para aqueles que ainda não tinham um aparelho digital.

Com a sobra dos recursos, a companhia partiu para a conexão da região amazônica por cabos subaquáticos.

Em outra frente, com a sobra de recursos depositados pelas operadoras, a empresa passou a completar a digitalização de municípios menores que tinham ficado fora da primeira rodada da TV digital. Entre os 1.650 restantes, ainda faltam cerca de 650.

O projeto, batizado de Norte Conectado, foi todo implementado com recursos das operadoras que venceram o leilão do 4G.

A obra custou R$ 165 milhões para levar o cabo (um feixe com 24 fibras ópticas) por 1,2 mil km entre Manaus (AM) e Santarém (PA), passando por outros 9 municípios.

Ao chegar à sede de cada um deles, as fibras são ligadas a centrais em solo. A partir dessas estações terrestres, serão acionadas escolas e escolas.

Empresas privadas interessadas em oferecer serviço de internet poderão contratar a capacidade ali instalada. Também haverá pontos de wi-fi gratuitos para a população.

Com o fim dos projetos, a Seja Digital deverá ser encerrada no fim do ano.

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Governo Lula convocará embaixadora da Espanha para cobrar sobre Vini Jr.

Itamaraty cobrará uma posição da embaixadora da Espanha ante mais um caso de racismo sofrido pelo jogador brasileiro Vinicius Júnior.

O Itamaraty vai chamar a embaixadora da Espanha no Brasil, Mar Fernández-Palacios, nesta segunda-feira (22/5), para cobrar uma posição ante os atos racistas sofridos pelo jogador brasileiro Vinicius Júnior no Real Madrid, clube espanhol para o qual ele joga, diz Igor Gadelha, Metrópoles.

Segundo fontes do Itamaraty, a ideia é transmitir à chefe da missão espanhola no Brasil a posição do governo brasileiro “de repúdio e de preocupação” diante da “impunidade” que se verifica ante os reiterados ataques racistas ao jogador.

Na diplomacia, o chamamento de embaixadores estrangeiros por autoridades do governo titular demonstra a preocupação do país com um problema que considera grave e que requer providências, como certamente é o caso de Vini Jr.

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O que Deltan esconde sobre sua cassação

É de conhecimento público e notório que na última terça-feira (16), por unanimidade, o Tribunal Superior Eleitoral cassou o registro de candidatura e o mandato do ex-deputado e ex-procurador Deltan Dallagnol. O motivo: a Lei da Ficha Limpa prevê como inelegíveis aqueles demitidos do serviço público ou aqueles que solicitam exoneração na pendência de um processo administrativo que possa levar a esse fim.

No caso, a Corte Eleitoral reconheceu que Deltan pediu exoneração para não enfrentar os processos que poderiam resultar em sua demissão e tornar sua inelegibilidade incontroversa. Ou seja, praticou ato lícito com fins ilícitos: saiu do Ministério Público Federal para fugir de uma possível responsabilização.

Segundo o ex-procurador, a “presunção” dessa fuga de responsabilidade seria absurda e a inelegibilidade, “imaginária”. Segundo especialistas, houve interpretação “ampliativa” da regra para cassar o mandato do parlamentar. Será mesmo?

Primeiramente, um fato importante merece ser mencionado: Deltan só precisaria sair do Ministério Público para se candidatar no dia 2 de abril de 2022, mas pediu exoneração no dia 3 de novembro de 2021. Renunciou a cinco meses de salário e prerrogativas sem necessidade. Essa pressa só pode ser explicada por aquilo que ex-deputado não contou a seus eleitores desde a decisão do TSE.

Não contou que, até este momento, os dois processos estão com recursos do próprio Dallagnol “pendentes” de apreciação junto ao STF, tribunal que o ex-deputado chamou de “mãe de todos os corruptos do país” durante as eleições de 2022. É importante ressaltar que, de acordo com a lei orgânica do MP, tais processos representavam antecedentes que autorizavam que as próximas punições já fossem de suspensão e posterior demissão do serviço público.

O ex-procurador não contou também que apenas cinco dias antes de sua exoneração o Conselho Nacional do Ministério Público recebeu da corregedoria do MPF um inquérito administrativo disciplinar, com aproximadamente 3 mil páginas, concluído e com acusação sumulada para a abertura de processo administrativo disciplinar.

A causa? Dallagnol manteve, por quatro anos, um aparelh

o gravador de ligações telefônicas na sede do MPF em Curitiba, sem regulamentação ou autorização superior. Durante esse período, gravou ilegalmente mais de 30 mil conversas, sem qualquer procedimento legal ou fiscalização.

Novamente, trata-se de um inquérito já finalizado, após ampla defesa, com acusação formulada por pares de Deltan do próprio MPF. Segundo o relatório final, o próximo passo era abrir o PAD, não tivesse Deltan pedido sua exoneração.

Esqueceu de relatar ainda que, além desses casos, tinha contra si mais 15 reclamações disciplinares, com acusações que variavam desde improbidade administrativa e violação a sigilo processual até abuso de poder e apropriação indevida de valores de diárias da Operação Lava-Jato.

Em todos os casos, o ex-deputado já havia se manifestado, o que prova que ele tinha plena ciência da seriedade das acusações e da plausibilidade das provas, já que o CNMP poderia ter arquivado de pronto esses processos e não o fez.

Não apenas, o ex-procurador também não contou que apenas 15 dias antes de pedir exoneração, seu colega de Lava Jato, Diogo Castor de Mattos, havia sido demitido do Ministério Público Federal pelo financiamento de um outdoor em frente ao aeroporto de Curitiba (algo, convenhamos, menos grave se comparada à lista de acusações “pendentes” de apreciação no CNMP contra Deltan, seu chefe).

Por fim, o ex-deputado esqueceu de mencionar uma ligação telefônica revelada pela operação Spoofing entre ele e Bruno Brandão, diretor da Transparência Internacional no Brasil (instituição que agora critica o TSE pela cassação). Deltan relata que “a conversa no CNMP é essa: querem me enquadrar também, a partir das reclamações do Gilmar e do Congresso sobre minhas manifestações. (…) Podem entender que meu envolvimento é uma quebra de decoro. Se cada manifestação for tomada como um ato e gerar reincidência, isso significa risco até de demissão”. O medo da punição, portanto, não tinha nada de “imaginário”.

Não faltam críticas à Lei da Ficha Limpa em diversos de seus dispositivos, incluindo a própria alínea, mas o fato é que o TSE não fez nada de diferente do que sempre fez com prefeitos, vereadores, deputados e outros políticos sem a “fama” — digamos assim — do ex-procurador. A

título de ilustração, a fraude já era devidamente reconhecida em casos de candidatos que renunciavam às suas campanhas na véspera das eleições para manterem seus nomes nas urnas, mas escapavam de cassações enganando os eleitores.

Foi o caso aqui. É a partir de um conjunto de provas claras que estão longe de serem “imaginárias” que o TSE entendeu que Deltan fraudou a lei ao sair do Ministério Público Federal às vésperas da instauração de mais um PAD que poderia demiti-lo do serviço público. A justiça pode ser cega, mas não é ingênua.

Imaginamos que ser cassado dói, ex-procurador, ainda mais para você, que por anos defendeu a falsa ideia de que a Justiça Eleitoral não possuía competência para punir maus agentes públicos.

A dor deve ser ainda maior quando sua cassação veio de uma lei tão festejada por você, que até defendia a ampliação da Ficha Limpa para todos os cargos públicos.

Se há alguma lição a ser retirada desse caso é apenas uma: na “República de Curitiba”, realmente, “a lei é para todos”. Não há dúvidas que o “procurador Deltan” impugnaria o “candidato Deltan”.

*Luiz Eduardo Peccinin e Priscilla Conti Bartolomeu/Uol

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“Zelensky se atrasou. Ele ouviu meu discurso e eu ouvi o dele. Minha posição não mudou. É a paz”, diz ele

Na cidade de Hiroshima, no Japão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu uma entrevista no dia 21 de maio, logo após sua participação na cúpula do G7. Lula abordou diversos temas, incluindo a posição do Brasil no cenário internacional, os compromissos futuros do país e questões relacionadas à paz e ao meio ambiente.

Lula iniciou suas declarações destacando a mudança de posição do Brasil nos últimos anos. Ele afirmou: “Nos últimos seis anos, o Brasil foi um pária internacional. Mas agora o Brasil voltou e, por isso, decidi vir à reunião do G7, em Hiroshima”. O presidente ressaltou a importância da participação do país em fóruns globais como uma maneira de fortalecer sua posição no mundo. Durante a entrevista, Lula também mencionou os futuros compromissos do Brasil em termos de liderança global. Ele anunciou: “O Brasil vai presidir os BRICS e o G20 a partir do ano que vem”.

O caso Zelensky – O presidente aproveitou a oportunidade para falar sobre o encontro frustrado com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Lula explicou: “Nós esperamos o presidente da Ucrânia no nosso hotel e recebemos a informação de que ele tinha atrasado. Foi isso o que aconteceu”. Apesar do imprevisto, Lula ressaltou que Zelensky teve a oportunidade de ouvir seu discurso e conhecer sua posição em relação aos desafios globais. Ao abordar a questão da paz, Lula reafirmou seu compromisso com a construção de um bloco disposto a alcançar a paz. Ele declarou: “Eu continuo com a mesma posição. Quero construir um bloco disposto a alcançar a paz”. O presidente enfatizou a importância de promover o diálogo e a cooperação entre as nações para superar os conflitos e garantir um mundo mais pacífico. “Neste momento, não vejo nem o Putin nem o Zelensky falando em paz. O presidente Biden também não falou em paz”, afirmou.

Amazônia – Sobre a Amazônia, Lula expressou sua preocupação com o desmatamento na região. Ele declarou: “Vamos chegar ao desmatamento zero. Se alguém quiser derrubar uma árvore para fazer um móvel, que plante uma floresta e corte quantas árvores quiser. Mas não na Amazônia. A Amazônia pertence ao planeta, embora esteja em nosso território”. O presidente reforçou a importância de proteger e preservar a Amazônia, destacando seu papel vital para o equilíbrio ambiental global. Assista:

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Vídeo: Lula não move para cumprimentar Zelensky

Petista condenou a guerra e a possibilidade de conflito nuclear, mas cancelou a reunião bilateral que faria com presidente da Ucrânia.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve na manhã deste domingo (21) – que no horário brasileiro corresponde à noite do último sábado – na Sessão 8 da Cúpula do G7 em Hiroshima, no Japão. O principal debate da reunião versava sobre a invasão russa sobre a Ucrânia, iniciada no ano passado. Em dado momento, quando os demais líderes se levantaram para cumprimentar o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, o mandatário brasileiro permaneceu sentado.

Ao longo do encontro, Lula sentou-se entre o presidente Joe Biden, dos EUA, e o primeiro-ministro Justin Trudeau, do Canadá. Zelensky, por sua vez, esteve logo à frente de Lula, cercado por Narenda Modi, mandatário da Índia, e o sul-coreano Yoon Suk-Yeol. Ao centro, o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, fez as vezes de anfitrião do encontro.

O silêncio de Lula e sua não movimentação para cumprimentar Zelensky podem ser interpretados como um recado do presidente brasileiro ao restante dos líderes mundiais de que o Brasil não irá aderir a um alinhamento automático imposto pelos países da Otan como forma de apoiar a Ucrânia contra a invasão russa. Lula já declarou por diversas vezes que não contribuirá com o envio de armas ou financiamento da resistência ucraniana, mas que procura negociar a paz, sem contrapartidas e na base do diálogo, com os dois lados envolvidos no conflito.

No próprio encontro, o presidente brasileiro repudiou a violação territorial da Ucrânia e se mostrou preocupado com o que considera o maior risco de uma guerra nuclear desde o auge da Guerra Fria. “Hiroshima é o cenário propício para uma reflexão sobre as catastróficas consequências de todos os tipos de conflito. Essa reflexão é urgente e necessária. Hoje, o risco de uma guerra nuclear está no nível mais alto desde o auge da Guerra Fria”, declarou.

As palavras de Lula versaram sobre a preocupação que o conflito escale no futuro para uma guerra nuclear. Na avaliação brasileira, além da proibição das armas nucleares, é preciso que o conflito iniciado pelos russos cesse imediatamente.

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Íntegra do discurso de Lula no G7: “Um mundo mais democrático é a melhor garantia de paz”

Leia a íntegra do discurso de Lula no G7 em Hiroshima:

Quero agradecer ao primeiro-ministro Kishida pelo convite para que o Brasil participasse do segmento ampliado da Cúpula de Hiroshima.
Esta é a 7ª vez que sou convidado de uma reunião do G-7.

Quando aqui estive pela última vez, na Cúpula de L´Áquila em 2009, enfrentávamos uma crise financeira global de proporções catastróficas, que levou à criação do G-20 e expos a fragilidade dos dogmas e equívocos do neoliberalismo.

O ímpeto reformador daquele momento foi insuficiente para corrigir os excessos da desregulação dos mercados e a apologia do Estado mínimo.
A arquitetura financeira global mudou pouco e as bases de uma nova governança econômica não foram lançadas.

Houve retrocessos importantes, como o enfraquecimento do sistema multilateral de comércio. O protecionismo dos países ricos ganhou força e a Organização Mundial do Comércio permanece paralisada. Ninguém se recorda da Rodada do Desenvolvimento.

Os desafios se acumularam e se agravaram. A cada ameaça que deixamos de enfrentar, geramos novas urgências.

O mundo hoje vive a sobreposição de múltiplas crises: pandemia da Covid-19, mudança do clima, tensões geopolíticas, uma guerra no coração da Europa, pressões sobre a segurança alimentar e energética e ameaças à democracia.

Para enfrentar essas ameaças é preciso que haja mudança de mentalidade. É preciso derrubar mitos e abandonar paradigmas que ruíram.

O sistema financeiro global tem que estar a serviço da produção, do trabalho e do emprego. Só teremos um crescimento sustentável de verdade direcionando esforços e recursos em prol da economia real.

O endividamento externo de muitos países, que vitimou o Brasil no passado e hoje assola a Argentina, é causa de desigualdade gritante e crescente, e requer do Fundo Monetário Internacional um tratamento que considere as consequências sociais das políticas de ajuste.

Desemprego, pobreza, fome, degradação ambiental, pandemias e todas as formas de desigualdade e discriminação são problemas que demandam respostas socialmente responsáveis.

Essa tarefa só é possível com um Estado indutor de políticas públicas voltadas para a garantia de direitos fundamentais e do bem-estar coletivo.

Um Estado que fomente a transição ecológica e energética, a indústria e a infraestrutura verdes.

A falsa dicotomia entre crescimento e proteção ao meio ambiente já deveria estar superada. O combate à fome, à pobreza e à desigualdade deve voltar ao centro da agenda internacional, assegurando o financiamento adequado e transferência de tecnologia.

Para isso já temos uma bússola, acordada multilateralmente: a Agenda 2030.

Não tenhamos ilusões. Nenhum país poderá enfrentar isoladamente as ameaças sistêmicas da atualidade.

A solução não está na formação de blocos antagônicos ou respostas que contemplem apenas um número pequeno de países.

Isso será particularmente importante neste contexto de transição para uma ordem multipolar, que exigirá mudanças profundas nas instituições.
Nossas decisões só terão legitimidade e eficácia se tomadas e implementadas democraticamente.

Não faz sentido conclamar os países emergentes a contribuir para resolver as “crises múltiplas” que o mundo enfrenta sem que suas legítimas preocupações sejam atendidas, e sem que estejam adequadamente representados nos principais órgãos de governança global.

A consolidação do G-20 como principal espaço para a concertação econômica internacional foi um avanço inegável. Ele será ainda mais efetivo com uma composição que dialogue com as demandas e interesses de todas as regiões do mundo. Isso implica representatividade mais adequada de países africanos.

Coalizões não são um fim em si, e servem para alavancar iniciativas em espaços plurais como o sistema ONU e suas organizações parceiras.
Sem reforma de seu Conselho de Segurança, com a inclusão de novos membros permanentes, a ONU não vai recuperar a eficácia, autoridade política e moral para lidar com os conflitos e dilemas do século XXI.

Um mundo mais democrático na tomada de decisões que afetam a todos é a melhor garantia de paz, de desenvolvimento sustentável, de direitos dos mais vulneráveis e de proteção do planeta.

Antes que seja tarde demais.

Muito obrigado.

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