Lula após encontros com FHC e Chomsky: “Tenho grande carinho”

O presidente Lula aproveitou viagem a SP para os encontros. E postou no X: “Pessoas pelas quais tenho grande carinho”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou na manhã desta 2ª feira (24.jun.2024), em São Paulo, o escritor Raduan Nassar e o linguista Noam Chomsky. Já no início da tarde, fez uma visita ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Os 3 compromissos foram reservados e não estavam na agenda oficial do petista. Em seu perfil no X (ex-Twitter) Lula compartilhou fotos das visitas e disse ter se encontrado com 4 pessoas pelas quais possui um “grande carinho”.

Desfecho iminente: Wajngarten, ex-secretrário de Comunicação de Bolsonaro, será indiciado pela PF no caso das joias

Os indiciamentos devem ser oficializados entre esta segunda-feira (24) e amanhã.

Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) no governo Bolsonaro e atualmente um dos principais auxiliares do ex-presidente, será indiciado pela Polícia Federal (PF) em um dos inquéritos que investigam ações do ex-presidente.

Como informa Lauro Jardim, em O Globo, o foco do indiciamento é o caso das joias que Bolsonaro recebeu como presente durante seu mandato e que foram compradas e recompradas ilegalmente nos Estados Unidos.

O indiciamento de Wajngarten e de vários outros auxiliares de Bolsonaro, incluindo o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, deve ser oficializado entre esta segunda-feira (24) e amanhã.

Wajngarten se defendeu das acusações, alegando perseguição política:

Não pode haver qualquer indício contra mim. Soube da venda das joias pela imprensa. Só, e apenas aí, é que entrei no caso para cuidar da área de comunicação.

Rússia convoca embaixadora dos EUA após ataque ucraniano na Crimeia

Kremlin alerta que ofensiva terá resposta, mas não especificou qual.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia convocou a embaixadora dos Estados Unidos no país, Lynne Tracy, nesta segunda-feira (24) para dizer a ela que Moscou culpa o tanto os EUA quanto a Ucrânia por um ataque mortal com mísseis na cidade de Sebastopol, na Crimeia.

Ela enfrentou acusações de que os EUA estão “travando uma guerra híbrida contra a Rússia e, na verdade, se tornou parte do conflito”.

“Tais ações de Washington não ficarão sem resposta. Definitivamente haverá medidas de resposta”, alertou o ministério russo em uma declaração.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres sobre o ataque que “deveriam perguntar aos meus colegas na Europa, e acima de tudo em Washington, os secretários de imprensa, por que seus governos estão matando crianças russas. Basta fazer esta pergunta a eles”.

Ao menos duas crianças foram mortas no ataque a Sebastopol no domingo (23), de acordo com autoridades russas.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres sobre o ataque que “deveriam perguntar aos meus colegas na Europa, e acima de tudo em Washington, os secretários de imprensa, por que seus governos estão matando crianças russas. Basta fazer esta pergunta a eles”.

Ao menos duas crianças foram mortas no ataque a Sebastopol no domingo (23), de acordo com autoridades russas.

Crescem assinaturas em apoio ao PL do Estupro na Câmara

Projeto de lei agora conta com 56 assinaturas de deputados, entre novos parlamentares, única mulher é Silvia Waiãpi (PL-AP).

esde que o PL do Estupro foi aprovado para tramitar em regime de urgência na Câmara dos Deputados, a lista de autores ganhou o apoio de outros 24 deputados. Com as novas assinaturas, o PL 1904/24 conta agora com 56 parlamentares.

Dos novos deputados que agora apoiam o projeto, a única mulher é Silvia Waiãpi (PL-AP), deputada federal que teve seu mandato cassado na última quarta-feira (19) por supostamente gastar verba eleitoral com procedimentos estéticos.

PL é o partido com mais autores do projeto; União Brasil e Republicanos vêm depois. São 36 parlamentares do Partido Liberal, cinco do União Brasil, quatro do Republicanos, três do MDB, três do PP, uma do PSDB, uma do Podemos, uma do PSD, uma do Avante e uma do PRD.

Manifestações contra PL do Estupro
A movimentação do PL do Estupro reacendeu discussões sobre o tema no país. Desde que foi votada a urgência no Câmara, ativistas feministas e pelos direitos humanos vem realizando manifestações nas principais cidades do país.

Enquanto o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran da Silva Gallo, reforçava o posicionamento contrário à assistolia fetal — procedimento abortivo usado após 22 semanas de gravidez –, instituições de direitos humanos como a Comissão Arns e jurídicas como uma comissão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) publicaram notas de repúdio a respeito do PL do Estupro.

Desistência evangélica
A única desistência após a repercussão foi a da deputada Renilce Nicodemos (MDB-PA), pertencente tanto a bancada evangélica quanto a base de apoio ao governo. Nicodemos pediu para ser retirada da lista após saber que a pena as mulheres vítimas de estupro podem chegar a ter uma pena maior que a de seus estupradores com o PL.

Apesar de contar com 56 autores, o PL é encabeçado pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). Cavalcante assume que o projeto pode passar por ajustes e que está aqui para “ser debatido”, segundo o ICL.

“O projeto está aí para ser debatido, para ser ajustado, para ser corrigido, se tiver alguma coisa para ser corrigido, no entendimento de 512 parlamentares”, afirmou o deputado sobre a possibilidade de adiamento de votação e a criação da comissão para debater o PL.

Veja lista atualizada
Sóstenes Cavalcante (PL/RJ)
Mauricio Marcon (PODE/RS)
Sargento Fahur (PSD/PR)
Sargento Gonçalves (PL/RN)
Cabo Gilberto Silva (PL/PB)
General Girão (PL/RN)
Zé Trovão (PL/SC)
Delegado Fabio Costa (PP/AL)
Coronel Assis (UNIÃO/MT)
Marcos Pollon (PL/MS)
Pastor Diniz (UNIÃO/RR)
Messias Donato (Republicanos/ES)
Delegado Paulo Bilynskyj (PL/SP)
Junio Amaral (PL/MG)
Frederico (PRD/MG)
Delegado Palumbo (MDB/SP)
Eduardo Bolsonaro (PL/SP)
André Fernandes (PL/CE)
Coronel Chrisóstomo (PL/RO)
Gustavo Gayer (PL/GO)
Julia Zanatta (PL/SC)
Cristiane Lopes (UNIÃO/RO)
Nikolas Ferreira (PL/MG)
Pezenti (MDB/SC)
Franciane Bayer (Republicanos/RS)
Simone Marquetto (MDB/SP)
Rodrigo Valadares (UNIÃO/SE)
Filipe Barros (PL/PR)
Bibo Nunes (PL/RS)
Mario Frias (PL/SP)
Silvia Waiãpi (PL/AP)
Fred Linhares (Republicanos/DF)
Capitão Alden (PL/BA)
Abilio Brunini (PL/MT)
Evair Vieira de Melo (PP/ES)
Delegado Ramagem (PL/RJ)
Marcelo Moraes (PL/RS)
Eros Biondini (PL/MG)
Delegado Caveira (PL/PA)
Greyce Elias (AVANTE/MG)
Dayany Bittencourt (UNIÃO/CE)
Gilvan da Federal (PL/ES)
Rodolfo Nogueira (PL/MS)
Bia Kicis (PL/DF)
Adilson Barroso (PL/SP)
Filipe Martins (PL/TO)
Coronel Fernanda (PL/MT)
Dr. Luiz Ovando (PP/MS)
Delegado Éder Mauro (PL/PA)
Carla Zambelli (PL/SP)
Pastor Eurico (PL/PE)
Paulo Freire Costa (PL/SP)
Lêda Borges (PSDB/GO)
Eli Borges (PL/TO)
Ely Santos (Republicanos/SP)
José Medeiros (PL/MT)

Ely Santos (Republicanos/SP)

José Medeiros (PL/MT)

Feliciano defende pastores pedófilos e estupradores: quem nunca errou?

Neste último domingo, já havia ficado assombrado com a produção e variedade de picaretagens envolvendo o dito pastor Valdemiro. Claro, achei que aquilo era o coroamento do absurdo.

O sacripanta, numa espécie de regime religioso autoritário, disse aos fieis, a doação de vocês tem que ser além dos 10%, porque esses 10 % não são de vocês, são de Deus, vocês não podem sequer tocar nesse dinheiro. A oferta tem que ser além desses 10%, aí sim, é dinheiro de vocês.

Isso dá a dimensão da catástrofe humana que esse tipo de vigarista causa a uma sociedade, sem ser incomodado pela justiça, porque utiliza a liberdade religiosa para cometer crime contra a economia popular quando, na verdade, o sujeito se comporta como qualquer contraventor, utilizando a fé das pessoas, que se transformam em vítimas dessa escumalha de pastores charlatães.

Ledo engano de minha parte. Mais tarde, assisto a um vídeo, no link abaixo, do deputado, o pastor Marcos Feliciano defendendo a “honra” de pastores pedófilos e estupradores, dizendo ao entrevistador que ele não era Deus e nem pastor para julgar os pastores criminosos.

Ou seja, Feliciano, com uma fala mansa, dá um tom que ultrapassa o sarcasmo, fugiu, inclusive das políticas ideológicas da extrema direita para tratar de “aspectos” da alma humana, que é, vejam só que coisa tocante, errante por natureza, no famoso, quem nunca?

Feliciano disse isso como quem declama um poema, de tanta docilidade com que tratou os pastores estupradores, apresentando-se às pessoas como um monumento à canalhice.

No final das contas, o pilantra vendia a imagem de um desses pastores, que deveria estar na cadeia, como alguém de trajetória sofria e que, por isso, não deveria ser julgado.

Lógico, novamente, nos vem o inquieto questionamento, aonde estávamos e estamos como civilização para aceitar que esse cara se criasse, virasse deputado federal, sem que a justiça o alcançasse?

Obs. o que ficou nítido é que na defesa obsessiva de Marcos Feliciano, estava a aflição de quem tem muitos pastores para serem defendidos desses mesmos crimes, praticados contra crianças e mulheres.

https://x.com/GugaNoblat/status/1804999104843636900

Câmara debateu liberdade de expressão só com bolsonaristas e pastores

Bolsonaristas e pastores dominaram o seminário dos desafios regulatórios do ecossistema digital que aconteceu na Câmara dos Deputados.

Deputados bolsonaristas e pastores dominaram o painel de liberdade de expressão no seminário dos desafios regulatórios do ecossistema digital, com foco na liberdade de expressão, que aconteceu na Câmara dos Deputados na última quarta-feira (19/6). Os parlamentares convidaram dois pastores para debater o tema.

O debate contou apenas com a opinião da base bolsonarista sobre a regulamentação de mídias, ou seja, avesso à regulação de redes sociais e streamings.

Os escolhidos para debaterem o tema foram os deputados Silas Câmara, do Republicanos do Amazonas, e Cezinha de Madureira, do PSD de São Paulo. Os dois levaram os bispos JB Carvalho, da igreja Comunidade das Nações, e Robson Rodovalho, da Sara Nossa Terra.

Todos os corruptos de peso da política nacional são aliados de Bolsonaro

O doce mundo do cinismo é habitado por milhões de brasileiros, sobretudo os de mais escolaridade e de classe média para riba.

Bolsonaro é um produto político que causa as mais variadas doenças de corrupção. Ou seja, o sujeito é um produto tóxico naquilo que o país pode ter de pior.

Dentro do Brasil, o bolsonarismo é uma espécie de aldeia global da corrupção, nele habitam, Valdemar da Costa Neto, Sergio Moro, Roberto Jefferson, Deltan Dallagnol, Eduardo Cunha, Aécio Neves Michel Temer, e por aí vai.

A corrupção no mundo bolsonarista é quase uma doença circulatória, uma espécie de monóxido de carbono, que atinge os pulmões e o coração da vida nacional.

Nessa mesma ceara, estão personagens históricos da mixórdia, como Fernando Collor, filhos de Januário da Lava Jato, filhos de Bolsonaro do Vivendas da Barra, a milícia representada por Adriano da Nóbrega, Fabrício Queiroz, Ronnie Lessa, sem falar daquela papa bolsonarista do Congresso, que vive falado em Deus, mas acende vela para o diabo.

Mas o fenômeno que compõe esse produto cem por cento podre, não existiria sem o auxílio luxuoso de uma mídia industrial tão corrupta quanto, patrocinada pelo que há de pior no último andar da pirâmide política e social e, por isso, esteve e continua par e passo com o bolsonarismo.

Ainda tem uma larga aura cinza de profissionais liberais, sobretudo médicos, além, lógico de muita gente embrenhada nos mais altos escalões do Estado brasileiro.

Na verdade, bolsonarismo é uma grande falange com enormes demônios e pequenos diabos. Mas o sujeito arrota moralidade, com todas as joias da Arábia tatuadas em seu corpo.

Brasil Paralelo mira Geografia e Ciências Sociais após curso que desinforma sobre História

Um dos objetivos da produtora é ocupar espaços nas escolas, universidades e na cultura com conteúdo ligado à direita conservadora

Amanda Audi, Agência Pública – Depois que reportagem da Agência Pública mostrou que o curso de história oferecido pela universidade particular Ítalo Brasileiro tem professores indicados pela Brasil Paralelo, a produtora divulgou que vai financiar cursos de História, Geografia e Ciências Sociais para estudantes de baixa renda para “formar a próxima geração de professores” do país. É a primeira vez que a produtora reconheceu que criou o conteúdo de um curso de licenciatura à distância em história.

A mensagem consta em um e-mail enviado a assinantes da produtora na manhã desta terça-feira, 18 de junho, horas depois da publicação da reportagem. A empresa pede que seus assinantes apoiem um projeto intitulado “Mecenas” para financiar a graduação de alunos de baixa renda. Segundo a produtora, 50 estudantes já tiveram a formação paga pelos apoiadores e uma nova turma deve ser aberta.

“Essa primeira turma já está perto de concluir a graduação”, diz um apresentador da produtora em vídeo. “Não queremos parar em apenas um curso, pretendemos desenvolver novas formações como Licenciatura em Geografia e Ciências Sociais”, continua a mensagem enviada a apoiadores.

O e-mail mente ao afirmar que “é proibido ser de direita nas universidades” e que o ensino das escolas brasileiras é “distorcido”. Por isso, segundo a empresa, a Brasil Paralelo decidiu fazer “algo mais efetivo do que documentários e cursos” e criou a graduação. Um vídeo mostra depoimentos emocionados de alunos que vão “ajudar o Brasil” como professores dos ensinos fundamental e médio.

Centro Universitário Católico Ítalo Brasileira, conhecida como Universidade Ítalo Brasileira

Reportagem mostrou como Brasil Paralelo é ligada a curso de História
Conforme a Pública revelou, o curso de História é oferecido pela universidade particular Ítalo Brasileiro e pode ter até mil novos alunos por ano. Os professores foram indicados pela própria produtora.

A grade curricular do curso abarca somente a visão cristã da História. Pontos importantes do passado brasileiro, como o genocídio indígena durante a colonização portuguesa ou a escravidão de povos africanos, são relativizados ou nem sequer mencionados. Um dos professores defende que historiadores “devem ter fé” e que livros religiosos são tão confiáveis quanto documentos históricos.

O curso foi aprovado pelo Ministério da Educação em 2019, primeiro ano do governo Jair Bolsonaro. O coordenador é Rafael Nogueira, que foi presidente da Biblioteca Nacional e hoje preside a Fundação Catarinense de Cultura. Ele, assim como os outros professores do curso, é monarquista e olavista.

No vestibular de 2022, a parceria entre o Ítalo e a Brasil Paralelo foi anunciada explicitamente no site do centro. No ano seguinte, porém, o site do curso não trazia nenhuma menção à produtora – ou seja, a ligação não ficava clara aos alunos que ingressaram na formação. A Brasil Paralelo também nunca havia divulgado oficialmente o curso em seus canais.

Como a Pública já mostrou, inspirada nas ideias do falecido guru bolsonarista Olavo de Carvalho, um dos objetivos da Brasil Paralelo é ocupar espaços nas escolas, universidades e na cultura com conteúdo ligado à direita conservadora. Ela reproduz um discurso sem embasamento de que esses locais foram apropriados pela esquerda.

Zambelli usa verba pública para visitas onde marido é pré-candidato

Marido de Zambelli é pré-candidato à Prefeitura de Caucaia (CE). Gabinete da deputada afirma que gastos seguem regras da Câmara.

A deputada Carla Zambelli, eleita pelo PL de São Paulo, usou a cota parlamentar para pagar passagens aéreas para o Ceará. Entre 2023 e 2024, a verba custeou 14 voos da parlamentar que pousaram no aeroporto de Fortaleza (CE). Os trajetos custaram mais de R$ 23 mil.

Vale destacar que os regulamentos da Câmara dos Deputados não preveem restrições para o uso de recursos fora do estado de origem do deputado, desde que o gasto esteja ligado à atividade parlamentar.

Levantamento do Metrópoles encontrou 14 bilhetes relacionados a voos ao aeroporto de Fortaleza entre janeiro do ano passado e abril deste ano. Os cartões de embarque foram emitidos pelo Sistema de Gestão de Passagens Aéreas (Sigepa), que permite aos deputados e assessores a realização de reservas de passagens aéreas.

Em nota, o gabinete da deputada afirmou que todos os gastos em questão foram realizados em conformidade com as regulamentações internas da Câmara. “Apesar de representante eleita pelo estado de São Paulo, é fato de amplo conhecimento público que a deputada é casada com o Coronel Aginaldo, do quadro reserva da Polícia Militar do Estado do Ceará, sendo referida unidade da federação um dos domicílios conjugais”, destacou.

“Além disso, a atuação parlamentar de Zambelli possui abrangência nacional, participando de uma série de eventos em todo o Brasil”, complementou.

Aluguel de carro
Em julho de 2023, a parlamentar alugou, por dez dias, um carro na capital cearense. A despesa, também reembolsada pela Câmara dos Deputados, custou R$ 3 mil.

Imagem colorida mostra documento de gasto com aluguel de carro - Metrópoles

Em 10 anos, mais de 48 mil mulheres foram assassinadas no Brasil; só em 2022 foram 3802 mortes

12 estados registraram aumentos alarmantes, com Roraima (52,9%), Mato Grosso (31,9%) e Paraná (20,6%) liderando o ranking..

Entre 2012 e 2022, 48.289 mulheres foram assassinadas no Brasil, de acordo com o Atlas da Violência divulgado na última terça-feira (18/6). Somente em 2022, 3.806 pessoas do sexo feminino foram mortas – número que representa uma taxa de 3,5 homicídios a cada 100 mil mulheres.

Já alarmantes, os índices ganham contornos ainda mais sombrios quando examinamos a localização dos crimes e as disparidades raciais entre as vítimas.

Local onde mulheres são assassinadas
Segundo o estudo, uma das principais características que permitem a melhor compreensão das dinâmicas que influenciam a violência letal contra mulheres é o local de ocorrência da morte.

Em geral, a maioria dos homicídios acontecem dentro das residências e são cometidos por autores conhecidos das vítimas. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública indica que cerca de 70% dos feminicídios identificados pelas polícias civis foram cometidos dentro de casa.

De acordo com os registros de óbitos, 34,5% dos homicídios de mulheres ocorreram em domicílios, totalizando 1.313 vítimas em 2022. Esse percentual é próximo à proporção de feminicídios identificados pelas polícias brasileiras em relação ao total de homicídios femininos, que em 2022 chegou a 36,6%.

A pesquisa utiliza o termo “homicídios de mulheres”, e não feminicídio. Os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) não diferenciam feminicídio de homicídio. Então, o termo “homicídios de mulheres” é uma tentativa de capturar os feminicídios, mesmo que esses casos não sejam explicitamente identificados como tal nos registros.

Taxas de mulheres assassinadas na Amazônia Legal são piores
A análise regional dos homicídios femininos revela variações significativas entre os estados brasileiros. Em 2022, 13 das 27 unidades da federação diminuíram suas taxas de homicídio feminino. As maiores reduções ocorreram no Tocantins (-24,5%), Distrito Federal (-24,1%) e Acre (-20,3%).

Em contraste, 12 estados registraram aumentos alarmantes, com Roraima (52,9%), Mato Grosso (31,9%) e Paraná (20,6%) liderando o ranking.

Roraima (10,4), Rondônia (7,2) e Mato Grosso (6,2), todos situados na Amazônia Legal, são os estados com as piores taxas de homicídios femininos em 2022, por 100 mil habitantes.

A região tem registrado índices de violência acima da média nacional, com as taxas de mortes violentas intencionais sendo 54% superiores à média nacional.

Assassinato de mulheres negras e não negras
Em 2022, as mulheres negras representaram 66,4% das vítimas de homicídios femininos registrados pelo sistema de saúde, totalizando 2.526 assassinatos. A taxa de homicídio de mulheres negras foi de 4,2 por 100 mil habitantes; para mulheres não negras, a taxa foi de 2,5.

Os dados revelam que a probabilidade de que mulheres negras sejam vítimas de homicídio é 1,7 maior em comparação a mulheres não negras.

Em alguns estados, os números são ainda mais críticos. Na Região Nordeste, por exemplo, a probabilidade de uma mulher negra ser vítima de homicídio é, pelo menos, duas vezes maior do que a de uma mulher não negra. Em Alagoas, essa possibilidade é 7,1 vezes maior.

Outros estados da região com altas chances incluem: Ceará (72,2% maior), Rio Grande do Norte (64%), Sergipe (62,9%) e Maranhão (61,5%).

Em 17 unidades federativas, as taxas de homicídio de mulheres negras superaram a média nacional em 2022. Os índices mais altos foram registrados em Rondônia (7,5 por 100 mil), Ceará (7,2) e Mato Grosso (6,9). Este último estado, especificamente, manteve sua taxa acima da média nacional nos últimos 10 anos.

Ao analisar as taxas de homicídio de mulheres por raça/cor na última década (2012-2022), há uma queda geral: para mulheres negras, a redução foi de 25%, e para mulheres não negras, 24,2%. Contudo, na variação de um ano para o outro, a taxa de homicídio de mulheres negras diminuiu 2,3%, enquanto a de mulheres não negras aumentou 4,2%.

Apesar dessa redução nas taxas de homicídio de mulheres negras, houve um aumento significativo em alguns estados: Ceará (100%), Piauí (48,4%), Roraima (31,8%), Rio Grande do Norte (16,3%), Maranhão (11,4%), Rondônia (10,3%), Mato Grosso (7,8%) e Rio Grande do Sul (2,3%).

Denúncias
Em nota enviada ao Metrópoles, o Ministério das Mulheres afirmou que, somente no ano passado, o Ligue 180, canal que recebe denúncias de violações contra as mulheres, recebeu o total de 568,6 mil chamadas, o que representa um aumento de 25,8% nos atendimentos, em comparação com o ano de 2022.

A pasta diz ainda que, em março deste ano, lançou o Plano de Ação do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios, que contém 73 ações e previsão de orçamento de R$ 2,5 bilhões. A iniciativa tem como objetivo prevenir todas as formas de discriminação, misoginia e violências contra as mulheres, por meio de políticas governamentais, somadas a ações de mobilização e engajamento da sociedade.

Canais de atendimento
A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 presta escuta qualificada às mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento.

O serviço também fornece informações sobre os direitos da mulher, como os locais de atendimento mais próximos e apropriados para cada caso: Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres, entre outros.

A ligação é gratuita, e o serviço funciona 24h, todos os dias da semana. São atendidas todas as pessoas que ligam relatando eventos de violência contra a mulher.

O Ligue 180 atende todo o território nacional e também pode ser acessado em outros países.