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Produtos dos EUA enfrentam boicote após tarifas de Trump; empresas perdem US$ 8 tri em valor

As 500 maiores maiores empresas norte-americanas perderam o equivalente a três vezes o PIB do Brasil.

A reportagem do DW Brasil indica que, apesar do recuo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, os consumidores globalmente não estão boicotando produtos norte-americanos. A resistência é mais evidente nos países diretamente afetados pelo pacote de tarifas de Trump, como Canadá e na Europa, onde a mobilização popular está se intensificando sob o lema “compre local”, tanto nas lojas físicas quanto online.

No dia 2 de abril, Trump instituiu uma sobretaxa sobre todas as importações aos EUA, denominando o evento de “Dia da Libertação”, referindo-se a nações que, segundo ele, aproveitariam a situação. Contudo, no dia 9 de abril, apenas uma semana após a imposição, Trump anunciou uma pausa de 90 dias na tarifa, reduzindo a maioria das sanções para uma taxa básica de 10%.

Com a China, a abordagem é mais agressiva. Na mesma sequência de medidas, Trump decidiu aumentar as tarifas sobre produtos chineses de 104% para 125%, com a Casa Branca depois corrigindo esse número para 145%, o que resume todas as tarifas em vigor. Em resposta, o governo chinês, que tem se oposto ativamente à política tarifária do presidente americano, anunciou um aumento de tarifas sobre produtos dos EUA, que passam de 84% para 125%, começando a partir do dia 12 de abril. O presidente chinês, Xi Jinping, fez um apelo à União Europeia para que a região se una contra a “intimidação” promovida por Trump.

Na Europa, onde a sobretaxa de 20% sofreu um alívio, os consumidores estão se organizando virtualmente para promover boicotes. Campanhas e grupos foram criados em redes sociais, como o grupo francês “Boycott USA: Achetez Français et Européen!”, que já conta com mais de 30 mil participantes. Grupos suecos como “Bojkotta varor från USA” (Boicote aos produtos dos EUA) já somam mais de 180 mil membros, todos com o intuito de pressionar pelo fim das sanções.

Na Alemanha, uma pesquisa realizada pelo grupo Cuvey revelou que 64% da população prefere evitar produtos americanos, indicando que a política de Trump já influi sobre suas decisões de consumo. Além disso, um movimento surgido em redes sociais e fóruns como o Reddit incentiva consumidores na Europa e no Canadá a posicionar os produtos dos EUA de cabeça para baixo nas prateleiras dos supermercados, como um sinal visual de descontentamento.

Empresas europeias também estão se articulando contra as corporativas americanas. Um exemplo é o Salling Group, maior varejista da Dinamarca, que anunciou que marcará produtos da Europa com uma estrela negra, facilitando a identificação dos itens locais para os consumidores.

Essas ações demonstram como as políticas tarifárias de Trump têm gerado movimentos de resistência e solidariedade entre consumidores internacionais, mostrando uma oposição crescente às suas medidas e a busca por promover a compra de produtos locais, com o intuito de impedir o fortalecimento das marcas americanas no mercado global.
As empresas norte-americanas estão enfrentando perdas bilionárias de valor de mercado, resultado não apenas de um boicote de consumidores, mas também da instabilidade nas bolsas internacionais causada pela recente imposição tarifária global anunciada em 2 de abril.

De acordo com uma análise publicada no blog da jornalista Míriam Leitão, no jornal O Globo, as 500 maiores empresas dos Estados Unidos perderam aproximadamente US$ 8 trilhões entre os dias 1º e 8 de abril. Esse valor é equivalente a três vezes o PIB brasileiro, representando uma significativa perda de riqueza.

Essas perdas não são exclusivas das empresas norte-americanas; a crise está afetando companhias em todo o mundo. Em resposta a essa situação, o presidente Donald Trump teve que recuar em algumas de suas políticas devido à pressão crescente. As consequências das tarifas não se limitam ao valor de mercado dessas empresas, afetando também suas estruturas de negócios e as formas como os produtos são fabricados.

Setores particularmente impactados incluem as grandes empresas de tecnologia, cujos líderes são notáveis apoiadores de Trump. A perda é acentuada, pois muitas dessas empresas mantêm uma cadeia de produção altamente globalizada, com grande parte da manufatura ocorrendo fora dos Estados Unidos, especialmente na Ásia.

O professor de economia da ESPM, Leonardo Trevisan, comentou que a tentativa de Trump de combater a China através do incentivo à produção interna é complexa, já que 151 dos 190 países possuem acordos comerciais mais robustos com a China. Essa realidade não pode ser alterada rapidamente, pois levou anos para ser estabelecida.

Uma reportagem da revista The Economist, reproduzida no Estadão, caracteriza o impacto das políticas comerciais de Trump como sem precedentes na história recente. De acordo com a publicação, o presidente trocou as relações comerciais estáveis que levaram mais de cinquenta anos para serem construídas por um modelo de políticas arbitrárias e volúveis, cuja implementação é frequentemente anunciada por meio das redes sociais. A falta de previsibilidade tem gerado um clima de incerteza, em que mesmo seus assessores não conseguem antecipar os próximos passos da administração.

A reportagem também menciona um impasse criado com a China, sugerindo que essa situação pode ser difícil de reverter. Em um intervalo de apenas dez dias, as políticas de Trump desmantelaram as certezas que sustentavam a economia global, introduzindo níveis extraordinários de volatilidade e confusão. Embora parte do caos aparentemente tenha diminuído temporariamente, reconstruir a infraestrutura econômica que foi perdida será um processo demorado e desafiador.

A situação atual reflete uma transformação drástica nas dinâmicas do comércio mundial, o que exige uma adaptação significativa das empresas, tanto americanas quanto internacionais, diante de um novo cenário econômico global.

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Boicote às empresas que apoiam o bolsonarismo miliciano

A fatura um dia chega.

As empresas alvo do boicote incluem Havan e outras marcas brasileiras conhecidas, como as lojas de roupas Riachuelo , as lojas de esportes Centauro e a cadeia de restaurantes Coco Bambu.

Os brasileiros horrorizados com o fanatismo e o autoritarismo de Jair Bolsonaro estão pedindo boicotes às grandes empresas cujos fundadores ou proprietários apoiam o presidente de extrema direita.

Bolsonaro frequentemente ataca pessoas LBGT , indígenas e jornalistas e expressa admiração pela ditadura militar, mas o gatilho imediato dos boicotes foi uma manifestação planejada contra as instituições democráticas do país, apoiadas por alguns líderes empresariais – e pelo próprio presidente.

“Estou tentando combater um sentimento de impotência”, disse Edwin Carvalho, 39 anos, professor de jornalismo na cidade de Florianópolis, no sul, que postou uma mensagem em um grupo fechado do Facebook LGBT com 320.000 membros pedindo um boicote à toda a cadeia de academias Smart Fit.

“Sou professor universitário, jornalista, gay”, disse Carvalho. “Sou tudo o que Bolsonaro mais detesta no mundo.”

A publicação de Carvalho foi motivada por relatos de que o fundador do Smart Fit, Edgard Corona, havia compartilhado vídeos atacando Rodrigo Maia, presidente da câmara baixa do congresso, no grupo WhatsApp do Brasil 200, uma poderosa organização empresarial.

Os apoiadores do presidente estão planejando protestos em todo o país em 15 de março e inundaram a mídia social com memes atacando o congresso – e até propondo um retorno ao regime militar.

Vários membros do Brasil 200 – incluindo Luciano Hang, o proprietário abertamente pró-Bolsonaro da cadeia de lojas de departamentos Havan – manifestaram apoio para os antidemocratas manifestações.

Um investidor, Otavio Fakhoury, até se ofereceu para pagar por caminhões de som para a demonstração. O grupo disse que não está apoiando os protestos, mas deixando os membros decidirem se eles participarão.

As empresas alvo do boicote incluem Havan e outras marcas brasileiras conhecidas, como as lojas de roupas Riachuelo, as lojas de esportes Centauro e a cadeia de restaurantes Coco Bambu.

Pablo Corroche, 38 anos, professor em Porto Alegre, cancelou sua inscrição no Smart Fit e não mais visita Havan. “Estamos passando por um momento antidemocrático em Brasil e não vou concordar com isso”, afirmou.

Em um e-mail, o Smart Fit disse: “A Smart Fit não apoia nenhum político ou partido. Nossa principal missão é tornar democrático o acesso ao fitness de alto padrão.” A empresa apoia a causa LGBTQIA+, acrescentou.

Isso não parece ter dissipado a raiva do cliente.

Luiz Pimentel, 44, funcionário público no Rio, disse que, quando foi cancelar a associação ao Smart Fit, o casal à sua frente estava fazendo o mesmo. “Os líderes empresariais estão defendendo seus próprios interesses e não as pessoas. Por isso escolhi boicotar não apenas o Smart Fit, mas também outras empresas”, afirmou.

Pedro Parente, 56, dono de uma empresa de informação em Fortaleza, também se juntou ao boicote. “É como descobrir que uma empresa está usando trabalho escravo”, disse ele. “Eu tenho o direito de não consumir seus produtos ou serviços.”

 

 

*Com informações do GGN

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Bolsonaro corta empréstimos da Caixa para estados e municípios do Nordeste

Presidente de banco federal teria orientado funcionários a não liberar empréstimo para estados e municípios da região.

Reportagem do jornal O Estado de S.Paulo publicada nesta sexta-feira (2) informa que os governos do Nordeste estão sendo boicotados pela Caixa Econômica Federal desde a posse do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Segundo a matéria, assinada pelas repórteres Camila Turtelli e Adriana Fernandes, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, teria baixado uma ordem para que não sejam contratados empréstimos junto a Estados e municípios da região. A informação sobre o bloqueio prévio de recursos teria sido obtida com funcionários do banco e da equipe econômica do governo. “Sob condição de anonimato, elas confirmam que ouviram a orientação em mais de uma ocasião”, diz a reportagem.

No mês passado, Bolsonaro foi flagrado atacando os governadores do Nordeste, durante café da manhã com jornalistas.

Em nota oficial, a direção da Caixa negou o boicote. Mas levantamento feito pelo jornal, com base nos números do banco e do Tesouro Nacional, mostra que dos R$ 4 bilhões em empréstimos autorizados em 2019 para governos e prefeituras de todo país, apenas 2,2% (R$ 89 milhões) foram para o Nordeste.

Nos anos anteriores os índices foram bem maiores. Em 2018, o Nordeste recebeu 21,6% do total de empréstimos. Em 2017, 18,6%.

Na nota do banco, a instituição alega que as autorizações levam em conta critérios de “sazonalidade” e “o número de pleitos recebidos”, indicando que teriam diminuído os perdidos de empréstimos do Nordeste.

Segundo o jornal, no entanto, existe uma fila de pedidos da região aguardando decisão do banco. Entre eles estaria um financiamento de R$ 133 milhões para a prefeitura de São Luís (MA), para obras de infraestrutura. “O pedido do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) foi feito no dia 9 de maio e até hoje não houve uma resposta. A orientação para a área técnica, segundo apurou a reportagem, era de não aprová-lo mesmo estando tudo certo. A estratégia foi protelar até os documentos vencerem em 30 de junho”, diz a matéria.

Outro caso é do governo da Paraíba, que há quase dois meses aguarda resposta para um pedido de R$ 188 milhões.

O jornal relata também episódio envolvendo o governo do Piauí, que precisou recorrer à justiça para conseguir um desembolso de R$ 293 milhões. Desembolsos são recursos relativos a empréstimos aprovados e contratados em anos anteriores.

 

*Com informações do Brasil de Fato