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Veias abertas: Greve geral na Colômbia e repressão em Bogotá

Esquadrão Móvel Antidistúrbios da Polícia Nacional da Colômbia jogou bombas de gás lacrimogêneo para tentar liberar o corredor Transmilênio na capital; militares estão nas ruas.

A Colômbia enfrenta nesta quinta-feira (21/11) uma greve geral, convocada por sindicatos e movimentos sociais, contra reformas planejadas pelo governo do presidente Iván Duque. Os primeiros protestos foram reprimidos pela Polícia Nacional, em especial em Bogotá.

A paralisação deve durar todo o dia e se estender pelas maiores cidades do país. Além da capital, há mobilizações já iniciadas em Medellín e outros municípios do departamento de Antioquia, Bucaramanga e Barranquilla, com mais movimentações e marchas previstas para a tarde.

Na capital, o serviço de ônibus Transmilênio está interrompido em alguns trechos e, segundo a Caracol Noticias, o Esquadrão Móvel Antidistúrbios da Polícia Nacional da Colômbia jogou bombas de gás lacrimogêneo para tentar liberar o corredor de transporte público na região de Suba, ao norte da cidade.

Outra manifestação, que fecha a Autopista Sur, via que corta a cidade de norte a sul, está sendo acompanhada pela polícia, armada com bombas de efeito moral e escudos.

Em Cali, no interior do país, manifestantes se concentram no setor conhecido como Sameco, também no norte da cidade. Eles queimaram pneus e fecharam a via que cruza a região. De acordo com El Tiempo, a movimentação na cidade começou por volta das 5h da manhã (7h em Brasília) e deve se estender para todas as regiões da cidade, com concentrações em frente à sede da prefeitura e nas entradas do município.

Militares

Duque ordenou, na semana passada, que militares (camuflados e armados com fuzis) fossem às ruas de Bogotá para “ajudar” a Polícia Nacional, segundo disse, à Caracol Notícias, o major Luis Fernando Barco. ““Que nossa gente da capital, do centro de Bogotá se dê conta de que o Exército Nacional da Colômbia está em Bogotá e está acompanhando a Polícia Nacional”, afirmou.

Na noite desta quarta (20/11), em discurso na TV, Duque disse que seu governo “escuta” os manifestantes e que ir às ruas é um direito. “Sabemos que são muitos os desafios que, como país, temos que superar. Que são válidas muitas das aspirações sociais e que temos problemas que, ao longo da história, envelheceram mal. Por isso, trabalhamos de dia e de noite para encontrar alternativas e superar os obstáculos, como temos feito como nação ao longo de nossa história”, disse.

Demandas

Os grevistas têm 10 demandas principais para o governo:

  • Contra a reforma trabalhista, que atinge de forma estrutural as condições de trabalho, permitindo a maior flexibilização por meio de contratos por horas, redução do salário mínimo, implementação de um salário diferencial, com menor valor para jovens com menos de 25 anos, extinção dos direitos em caso de demissões e simplificação na demissão de trabalhadores;
  • Contra a reforma das pensões, que tramita a possibilidade da eliminação da pensão como direito trabalhadores. Além disso, o governo busca converter a Colpensiones, atual administradora colombiana de pensões, em um fundo privado que permita o pagamento de pensões com valores abaixo do mínimo.
  • Contra a exploração financeira, que tenta eliminar o controle estatal direto sob o capital das empresas financeiras estatais, com isso também ocorreria um ataque direto às condições de trabalho dessas entidades.
  • Contra a privatização. O governo especula privatizar a Ecopetrol, Cenit (filial de Ecopetrol transporte de hidrocarbonetos e a empresa de energia Interconexión Eléctrica S. A. (ISA), empresas de energia regionais e todas aquelas onde a participação do Estado é abaixo de 50%.
  • Contra a corrupção que atinge a estrutura política colombiana. Os casos de corrupção mais citados no país são: Odebretch com o Caminho do Sol, Navelena, Carrossel da toga, Reficar, Fedegan e Universidade do Distrito.
  • Contra a taxa nacional, que irá aumentar em 35% para os estratos 4.5 e 6 do país em benefício da Eletricaribe, empresa de serviço de distribuição e comercialização de energia elétrica na Costa Caribe.
  • Contra a reforma tributária, que visa reduzir impostos sobre grandes corporações e multinacionais, ao mesmo tempo que impõe novas taxas para a classe média e os trabalhadores.
  • Por um salário mínimo que permita uma vida decente e o sustento familiar.
  • Pelo cumprimento dos acordos que o governo nacional firmou com os funcionários do estado e estudantes e dos compromissos com os agricultores e povos indígenas.
  • Pela a defesa do protesto social. Atualmente o governo desestimula e restringe atos e protestos sociais, além de criminalizar e estigmatizar lideranças e participante de mobilizações.

 

 

*Com informações do Ópera Mundi

 

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Fascismo: Repressão violenta contra manifestantes em refinaria na Bolívia deixa ao menos um morto

Sob ordens da presidente autoproclamada Jeanine Áñez, policiais e militares chegaram ao local, lançaram bombas e dispararam contra manifestantes.

Manifestantes que se encontravam ao redor da refinaria Senkata, em El Alto, cidade da região metropolitana de La Paz, foram reprimidos nesta terça-feira (19/11) com violência por militares e policiais, que agiam sob ordens do governo autoproclamado de Jeanine Áñez. O bloqueio impedia a saída de combustíveis em direção à capital boliviana. Pelo menos uma pessoa morreu e outras sete ficaram feridas, mas os números podem ser maiores.

De acordo com o jornal La Razón, o morto é um manifestante de 31 anos que teria falecido após ser atingido no peito por uma bala.

Segundo um dos manifestantes, um contingente da polícia, junto com helicópteros militares, chegou ao local e lançou bombas de gás lacrimogêneo, além de disparar tiros nos que estavam na frente da planta.

O bloqueio acontecia desde o momento em que o golpe contra o então presidente Evo Morales se consumou, na semana passada. Os manifestantes no local pedem a renúncia de Áñez e a liberdade dos detidos durante a onda de protestos.

Segundo La Razón, caminhões com combustível conseguiram deixar o local, e parte do bloqueio foi retomada.

Pouco antes da operação, o ministro de Hidrocarbonetos, Víctor Zamora, disse que havia instruções da presidente para a ação. “Temos a instrução de nossa presidenta de trabalhar todo o dia para conseguir este reabastecimento. Estaremos prontos para distribuir e normalizar todo o abastecimento de líquidos aos postos da cidade baixa [La Paz] no momento em que nos deem uma via de acesso”, afirmou.

Falta de combustível

Os bloqueios impedem a chegada de gasolina e diesel à capital e levaram o país a importar combustível de Peru e Chile. Com isso, há desabastecimento em toda a cidade.

Além disso, a falta de combustível provoca outros efeitos. De acordo com La Razón, a coleta de lixo foi praticamente paralisada, já que os caminhões recolhedores não podem ser abastecidos, e o governo da cidade pediu que os moradores evitem tirar o lixo para fora de casa. A prefeitura tenta montar uma operação de emergência para recolher as cerca de 46 toneladas que estão nas ruas.

(*) Com teleSUR

*Ópera Mundi