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Crise na CBF: Caboclo ofereceu acordo de R$ 12 milhões a funcionária que o acusa de assédio sexual e moral

O ‘Fantástico’ teve acesso ao material gravado por assessora especial que foi usado para protocolar denúncia na entidade.

Antes da acusação formal de assédio sexual e moral feita pela funcionária da CBF contra Rogério Caboclo à entidade, a defesa do dirigente ofereceu um acordo de R$ 12 milhões para ela não divulgar as gravações e negar tudo, segundo o programa “Fantástico”, da TV Globo. A secretária, no entanto, recusou a proposta.

A funcionária foi orientada por advogados a gravar as conversas sempre que ficasse sozinha com o presidente. Pouco antes de o caso se tornar público, em abril, ela entrou de licença médica e estava afastada do cargo. O “Fantástico” mostrou os áudios gravados por ela e confirmou a veracidade com um perito.

Constantemente, Caboclo chamava a funcionária e iniciava conversas de cunho pessoal e sexual com ela, além de expô-la na frente de outros dirigentes.

Constrangida, ela chegou a chamar alguns diretores da CBF para acudi-la enquanto estava na sala do presidente. Numa das passagens, ele oferece uma taça de vinho a ela, que recusa. Logo depois, pergunta: “Você se masturba?”

Situações como essas eram frequentes, segundo a funcionária. Na denúncia que fez ao Comitê de Ética da CBF, ela detalha diversas situações constrangedoras a que foi submetida pelo dirigente. O presidente da entidade a insultava e a humilhava na frente de outros diretores.

Em nota da defesa ao “Fantástico”, Caboclo nega que tenha cometido assédio, mas admite que houve brincadeiras inadequadas.

Na sexta-feira, a funcionária entregou um documento de 12 páginas usado como base pela Comissão de Ética da CBF no afastamento temporário de Rogério Caboclo da presidência da entidade. Também houve pressão dos patrocinadores.

No documento, ela pede que Caboclo seja investigado e posteriormente punido pela legislação brasileira e que ela retome as suas funções como secretária da entidade, no Rio.

Ouça o áudio:

https://youtu.be/an6AJtYG3-4

*Com informações de O Globo

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Interferência de Bolsonaro na CBF pode tirar o Brasil da copa, é o que diz estatuto da FIFA

O Governo Federal abraçou a Copa América. Mas há notícias que indicam que ele está trabalhando diretamente junto com o CBF para viabilizar a competição, inclusive discutindo a permanência de Tite. Acontece que o futebol proíbe interferência estatal em assuntos internos das federações nacionais., Inclusive, a FIFA já puniu algumas seleções.

O Estatuto da Fifa, em seu artigo 14 e 19, dispõe sobre a independência e autonomia de suas federações em atuar e tomar decisões sem nenhuma interferência de terceiros em seus assuntos internos.

“O estatuto da Fifa, no seu art. 14, traz obrigações que devem ser cumpridas pelas associações nacionais e que, caso não sejam, podem levar à suspensão e até a expulsão das mesmas. Entre essas obrigações está o cumprimento de regulamentos, disposições, decisões e estatutos da entidade. No que toca a questões pessoais, de membros das associações nacionais, estas devem observar toda a regulação do Código de Ética da Fifa, em especial o capítulo que versa sobre as regras de conduta”, explica Pedro Juncal, advogado especialista em direito desportivo.

A intenção dos jogadores da Seleção Brasileira em não disputar a Copa América está causando preocupação ao Governo Federal. De acordo com o jornal ‘Correio Brasiliense’, para evitar um vexame político do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), um dos principais apoiadores da realização da competição no Brasil, o Palácio do Planalto colocou toda sua estrutura em funcionamento para garantir a participação do país na competição. No entanto, esse tipo de intervenção não é permitido pela Fifa e já causou punições para outras federações. O diário espanhol “AS” vai além, e escreve que o Governo quer demitir Tite.

Mesmo existindo caminho, especialistas ouvidos pelo Lei em Campo acreditam ser difícil haver punição.

O advogado especializado em direito desportivo e colunista do Lei em Campo, Martinho Neves destaca a forca da seleção e a questão da prova como elementos importantes. “Acho muito difícil, tanto pelo fato de que estamos falando de uma seleção pentacampeã do mundo, quanto pela dificuldade em se provar que haveria interferência política sobre a CBF”, diz Martinho.

“Não vejo qualquer possibilidade de punição nesse caso. Ao que parece, é uma coisa que vem sendo negociada politicamente entre as partes, não uma imposição por parte do governo. Isso, em minha visão, não configura a intervenção estatal que é vedada pela FIFA. Esse tipo de negociação entre federação nacional e governos locais é bastante mais comum do que ouvimos falar, e deve ser, desde que a autonomia da entidade de administração não seja ferida”, analisa Vinicius Loureiro, advogado especialista em direito desportivo e colunista do Lei em Campo.

Tanto os jogadores quanto a comissão técnica não gostaram da forma como foi feita a negociação entre o governo e a CBF para a transferência da Copa América para o Brasil. Um dos principais motivos está nos números da pandemia de Covid-19 no País, com média diária de óbitos de aproximadamente duas mil pessoas.

*Com informações do Uol

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Rogério Caboclo é afastado da presidência da CBF após denúncia de assédio sexual e moral

Dirigente deixa o cargo por 30 dias em determinação da Comissão de Ética da entidade depois de o ge ter revelado acusações de uma funcionária contra o dirigente.

Rogério Caboclo, momentaneamente, não é mais presidente da CBF. O dirigente foi afastado por 30 dias, neste domingo, por uma determinação da Comissão de Ética do Futebol Brasileiro, após o ge revelar que uma funcionária da entidade o acusou de assédio sexual e moral.

Ele nega todas as acusações. A CBF foi notificada da decisão e divulgou nota nesta tarde. Informou que o processo vai seguir rito sigiloso. Confira:

“A CBF informa que recebeu na tarde deste domingo, 6, decisão da Comissão de Ética do Futebol Brasileiro suspendendo temporariamente (pelo prazo inicial de 30 dias) o Presidente Rogério Caboclo do exercício de suas funções. Seguindo o Estatuto da entidade, toma posse interinamente, por critério de idade, o vice-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima. A decisão é sigilosa e o processo tramitará perante a referida Comissão, com a finalidade de apurar a denúncia apresentada.”

O vice-presidente mais velho, Antônio Carlos Nunes, assume durante o período de afastamento. Uma reunião extraordinária entre os diretores da CBF e os oito vice-presidentes eleitos foi convocada para a manhã de segunda-feira, no Rio de Janeiro.

Pressionado por patrocinadores e outros dirigentes da confederação, Caboclo agora cuidará de sua defesa – ele afirma que nunca cometeu nenhum tipo de assédio e vai provar no processo da Comissão de Ética, criada em 2017 – e sairá de cena no momento de atrito entre comissão técnica e jogadores da seleção brasileira antes da Copa América. Tite e o grupo de atletas prometem se manifestar na terça-feira sobre a realização do torneio no país.

Neste domingo, o apresentador André Rizek, do SporTV, revelou que Rogério Caboclo prometeu ao governo federal trocar Tite por Renato Gaúcho após o jogo contra o Paraguai, terça, pelas Eliminatórias.

Caso de “urgência comprovada”

A decisão em apenas dois dias foi possível pela gravidade das acusações. Isto porque o artigo 143 do estatuto da CBF prevê que a diretoria pode afastar, em caráter preventivo, “qualquer pessoa física ou jurídica direta ou indiretamente vinculada à CBF que infrinja ou tolere que sejam infringidas as normas constantes deste Estatuto ou do Estatuto da FIFA ou da CONMEBOL, bem como as normas contidas na legislação desportiva e nos regulamentos da CBF.”

A Comissão de Ética se reuniu emergencialmente no sábado e analisou as 12 folhas de denúncias da funcionária cerimonialista da CBF. Ela tem poder de sancionar todos envolvidos na esfera do futebol brasileiro, incluindo o presidente da CBF.

Ascensão ao poder aos 46 anos

Vigésimo presidente da CBF, Rogério Langanke Caboclo foi eleito em 2018, mas só assumiu em abril de 2019, aos 46 anos. Filho de Carlos Caboclo, ex-dirigente do São Paulo, ele foi diretor do clube do Morumbi e iniciou sua trajetória na política apadrinhado por Marco Polo Del Nero, na Federação Paulista de Futebol. Advogado e administrador, ele foi diretor executivo na entidade paulista.

Antes das denúncias o atingirem em cheio subiu a escada na CBF depois de ser diretor financeiro de Del Nero, eleito após José Maria Marin. Foi também diretor de relações institucionais do Comitê Olímpico Local da Rio 2016.

O poder começou a ruir de suas mãos quando chegou ao canal da Comissão de Ética da CBF na tarde de sexta-feira e na Diretoria de Governança e Conformidade a denúncia da funcionária. A reportagem do ge mostrava os abusos que teriam ocorrido contra a cerimonialista, autora da denúncia, que detalhou episódios vividos por ela desde abril do ano passado.

No documento, ela afirma ter provas de todos os fatos narrados e pede que o dirigente seja investigado e punido com o afastamento da entidade e, também, pela Justiça Estadual. Conta sofrer constrangimentos em viagens e reuniões com o presidente e na presença de diretores da CBF.

A denúncia que derrubou o presidente

Na denúncia, a funcionária detalha o dia em que o dirigente, após sucessivos comportamentos abusivos, perguntou se ela se “masturbava”. Entre outros episódios de extrema gravidade, segundo a funcionária, Caboclo tentou forçá-la a comer um biscoito de cachorro, chamando-a de “cadela”.

Segundo relato da funcionária, que tem oito anos de CBF, Caboclo fazia consumo de álcool durante o expediente. Ela era obrigada a esconder garrafas no banheiro para que o dirigente pudesse beber sem ser notado. Também cabia a ela recolher as garrafas vazias. Em viagens, era orientada a pedir bebidas alcoólicas para ele nos hotéis – mas marcar o consumo no quarto dela.

Ela detalha um caso ocorrido no dia 9 de março de 2021, na casa do dirigente em São Paulo, onde auxiliava Caboclo em reuniões presenciais e virtuais. Após um dia inteiro de consumo de bebida alcoólica, o dirigente teria chamado a funcionária de “cadelinha”, e em seguida ofereceu biscoitos de cachorro para ela. Como a funcionária o repreendeu, ele então passou a simular latidos.

A funcionária também afirma que Caboclo tentou controlar seus relacionamentos dentro da CBF e pediu que ela mudasse a maneira de se vestir – teria até oferecido dinheiro a ela para comprar novas roupas. Após seguidos episódios, ela pediu licença por motivos de saúde. O presidente da CBF, então, ofereceu um acordo a ela – em troca de dinheiro, ela teria que negar a existência dos abusos e teria que mentir quando fosse perguntada sobre o assunto. Ela recusou e fez a denúncia.

A crise da Copa América

Já faz quase dois meses que a CBF estava em ebulição. Neste período, segundo diversas fontes – presidentes de clubes e de federações estaduais, dirigentes da própria CBF e agentes externos com acesso à cúpula da entidade – o comportamento de Rogério Caboclo ficou ainda mais errático e agressivo.

Nas últimas semanas, enquanto Caboclo lidava com seus próprios problemas, outra crise explodia no futebol sul-americano. A Copa América, prevista para ser disputada na Colômbia e na Argentina, ficou sem sede. A Colômbia não pôde garantir a segurança do torneio por problemas políticos e sociais, e a Argentina desistiu ante o agravamento da pandemia da Covid-19.

No dia 7 de junho, segunda-feira, durante reunião de emergência do Conselho da Conmebol convocada para resolver o que fazer com a Copa América, as duas crises se encontraram. Com o apoio do presidente Jair Bolsonaro, Rogério Caboclo ofereceu o Brasil para abrigar o torneio. Todas associações nacionais de futebol do continente toparam. A Conmebol então anunciou em suas redes sociais: a Copa América será no Brasil. Decisão que refletiu na Granja Comary.

Os atritos com o grupo e com Tite

Ainda na Granja Comary, o presidente da CBF, Rogério Caboclo, fez duas visita à delegação da Seleção. Algo de praxe no seus dois anos à frente da entidade. Desta vez, porém, o clima estava mais próximo daquela da região serrana: frieza no trato e muitas aparências para as câmeras da CBF. No segundo encontro, este solicitado pelos jogadores, não houve registro da comunicação da entidade máxima do futebol nacional.

No domingo passado, Caboclo abraçou Tite, posou risonho para fotos com atletas e seguiu protocolo de amenidades. De noite, a bomba da saída da Copa América da Argentina precedeu o anúncio da segunda pela manhã de que o Brasil receberia a competição mais uma vez.

A surpresa foi geral e criou mal-estar. O apoio – e o respaldo do presidente da República, Jair Bolsonaro -, as cobranças em redes sociais para os jogadores se posicionarem frente às críticas do seu país receber competição rejeitada pela Argentina, no meio de crise de Covid-19, levantou debate na Seleção sobre manifestação dos atletas. Em outras palavras, não queriam se sentir massa de manobra de ninguém.

Frágil, Caboclo causou constrangimento no vestiário da seleção brasileira, quando fez discurso inflamado. O ambiente que já não era leve se tornava insustentável. Sugeriu que ninguém falasse publicamente, o que não aconteceu. Em forma de enigma, Casemiro disse que “todos sabiam da posição” dos jogadores e da comissão técnica, mas só falariam depois da partida do Paraguai.

*Globo Esporte

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Política

CBF pode convocar seleção paralela e novo técnico para a Copa América

Planalto corre para evitar vexame de Bolsonaro caso Seleção diga não à Copa América.

Segundo Vicente Nunes, do Correio Braziliense, o Palácio do Planalto botou toda a sua estrutura em funcionamento para tentar evitar o vexame do presidente Jair Bolsonaro se a Seleção Brasileira disser não à Copa América. O presidente já foi avisado de que todos os jogadores convocados pelo técnico Tite estão fechados no propósito de não disputarem o torneio, cujo início está marcado para 13 de junho.

A percepção de que o vexame de Bolsonaro está mais próximo ganhou força depois das declarações de Casemiro. Na sexta-feira (04/06), após a vitória do Brasil sobre o Equador por 2 a 0, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, o jogador disse que a posição de seus colegas e da comissão técnica sobre a Copa América é unânime e de conhecimento público, dando a entender que todos são contrários à realização do torneio.

“Não podemos falar do assunto. Todo mundo já sabe do nosso posicionamento. Mais claro, impossível. O Tite deixou claro para todo mundo o que nós pensamos da Copa América. Existe respeito e hierarquias que respeitamos. Claro que queremos dar a nossa opinião, rolou muita coisa”, afirmou Casemiro, em entrevista à TV Globo, após a partida contra o Equador.

O Planalto acredita que, mesmo com a negativa da atual Seleção, será possível convocar um novo time a tempo de participar do torneio e trocar Tite por um técnico mais favorável ao governo. Isso já estaria sendo negociado com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Bolsonaro bancou a realização da Copa América no país, mesmo com a pandemia do novo coronavírus ainda matando, em média, 2 mil pessoas por dia e mesmo não havendo vacinas suficientes para proteger a população.

Pelo que disse Casemiro, a Seleção pretende tornar pública a sua posição sobre a Copa América na próxima terça-feira (08/06), depois da partida contra o Paraguai, em Assunção, também pelas Eliminatórias. Ante essa promessa, a tensão no governo só aumenta. Nunca uma Seleção se recusou a jogar em qualquer torneio.

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