Categorias
Uncategorized

Advogados antilavajatistas riem de Sergio Moro em cinema de São Paulo

Sobraram risadas nas duas salas de cinema reservadas para a pré-estreia do documentário “Amigo secreto”, de Maria Augusta Ramos, na noite desta segunda-feira (13/6), em São Paulo. O motivo: Sergio Moro, segundo Guilherme Amado, Metrópoles.

O filme, porém, nada tem de comédia. Maria Augusta Ramos acompanha a rotina de jornalistas do The Intercept e do El País Brasil na série de reportagens conhecida como Vaza Jato, que mostrou a relação promíscua entre Moro e os procuradores da força-tarefa da Lava Jato.

Moro é personagem central na trama. As expressões de constrangimento do então ministro da Justiça na fatídica reunião de 22 de abril de 2020 foram um deleite para o público, composto por antilavajatistas e personalidades ligadas ao PT. Foi na reunião ministerial que Bolsonaro ameaçou interferir na Polícia Federal para proteger a família.

Outro ponto cômico para a audiência foi o discurso de filiação de Moro ao Podemos, com ênfase para o trecho em que o ex-juiz afirma que nunca teve pretensões políticas. Como se sabe, Moro abandonou o partido meses depois e filiou-se ao União Brasil, que vetou a candidatura do ex-juiz ao Planalto.

O documentário foi patrocinado pelo grupo Prerrogativas, que reúne advogados antilavajatistas e simpáticos a Lula. Entre outros juristas, foram ao cinema os advogados Marco Aurélio de Carvalho, Tofic Simantob, Fernando Fernandes e Walfrido Warde, todos entrevistados no filme.

O advogado Cristiano Zanin Martins, que defendeu Lula na Lava Jato, estava entre os convidados. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, representou o partido no evento.

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação de qualidade e independência.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica Agência: 0197

Operação: 1288

Poupança: 772850953-6

PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Uncategorized

Depois da fritura por Bolsonaro, Regina Duarte deixa a Secretaria de Cultura

Bolsonaro e Regina Duarte anunciaram juntos, num vídeo divulgado por Bolsonaro, a saída dela da Secretaria de Cultura. A atriz cai depois de apenas 60 dias no cargo, boa parte deles sob intensa fritura do bolsonarismo. No vídeo, constrangedor, Bolsonaro anuncia que ela assumirá a Cinemateca em São Paulo “do lado do seu apartamento”.

Bolsonaro anunciou nesta quarta-feira (20) a saída da atriz Regina Duarte o cargo de secretária especial de Cultura. Ele disse que a artista assumirá a Cinemateca, em São Paulo.

Os dois anunciaram juntos, num vídeo divulgado por Bolsonaro, a saída dela da Secretaria de Cultura. A atriz cai depois de apenas 60 dias no cargo, boa parte deles sob intensa fritura do bolsonarismo. No vídeo, constrangedor, Bolsonaro anuncia que ela assumirá a Cinemateca em São Paulo “do lado do seu apartamento”

“Regina Duarte relatou que sente falta de sua família, mas para que ela possa continuar contribuindo com o Governo e a Cultura Brasileira assumirá, em alguns dias, a Cinemateca em SP. Nos próximos dias, durante a transição, será mostrado o trabalho já realizado nos últimos 60 dias”, afirmou Bolsonaro.

“Acabo de ganhar um presente, que é o sonho de qualquer profissional de comunicação, de audiovisual, de cinema e de teatro, um convite para fazer cinemateca que é um braço da cultura em São Paulo. Ficar secretariando o governo na cultura dentro da cinemateca. Pode ter presente maior do que isso?”

 

 

*Com informações do 247

Categorias
Uncategorized

Secretário de Bolsonaro diz na Unesco que arte brasileira servia a projeto absolutista

Pela primeira vez, governo brasileiro usa tom ultraconservador em organismo internacional de cultura, ataca produção artística nos últimos 20 anos e gera espanto de delegações estrangeiras. “A arte brasileira transformou-se em um meio para escravizar a mentalidade do povo em nome de um violento projeto de poder esquerdista“, atacou Roberto Alvim.

Num discurso no final da tarde de terça-feira (19) diante da reunião anual da Unesco, em Paris, o novo secretário da Cultura do governo Jair Bolsonaro, Roberto Alvim, fez um dos ataques mais duros contra as artes no Brasil nos últimos anos. Citando Deus e prometendo criar uma “nova geração de artistas”, ele ainda garantiu que o novo governo retomaria a “beleza” nas obras de arte.

Há dez dias, Bolsonaro nomeou Alvim para o cargo de secretário especial de Cultura. Antes de assumir o posto, ele era o diretor do Centro de Artes Cênicas (Ceacen) da Funarte e causou polêmica ao atacar a atriz Fernanda Montenegro.

Em Paris, o secretário ainda se reuniu com autoridades de governos de ultra-direita, como da Hungria e Polônia, além de encontros com o governo de direita da Grécia.

Mas foi seu discurso que chamou a atenção de delegações estrangeiras. Uma dessas missões enviou à coluna o texto que foi lido pelo brasileiro, surpresa diante da guinada na direção do discurso sobre as artes no Brasil. Procurada desde terça-feira, a secretaria de Cultura não respondeu ainda aos pedidos da reportagem.

Um governo europeu por exemplo, tomou a palavra momentos depois para fazer amplos elogios à arte brasileira, cantores e sua diversidade. Outros diplomatas de países vizinhos indicaram que o discurso chegou a gerar sorrisos por parte de alguns governos. Organizadores em Paris ainda indicaram que colocaram a fala do secretário para o final do dia depois de um pedido do governo para que sua presença não coincidisse com a presença de delegações de Cuba e Venezuela.

O discurso de Alvim, de fato, não poupou nenhum segmento e os ataques foram direcionados explicitamente aos governos de esquerda no Brasil e à classe artística.

“Nas últimas duas décadas, a arte e a cultura brasileira foram reduzidas a meros veículos de propaganda ideológica, de palanque político, de propagação de uma agenda progressista avessa às bases de nossa civilização e às aspirações da maioria do nosso povo”, disse o secretário diante de ministros de todo o mundo.

“Passamos não mais a produzir e experimentar arte como uma ferramenta para o florescimento do gênio humano”, afirmou o secretário. “A arte brasileira transformou-se em um meio para escravizar a mentalidade do povo em nome de um violento projeto de poder esquerdista, um projeto mesquinho que perseguiu e marginalizou a autêntica pluralidade artística de nossa nação”, insistiu.

Segundo ele, esse movimento “abarcou a quase totalidade do teatro, da musica, das artes plásticas, da literatura e do Cinema, e não ocorreu de modo espontâneo”.

“Foi meticulosamente pensado, orquestrado e executado por lideranças tirânicas para nossa submissão”, afirmou. E lançou um alerta: “Quando a arte e a cultura adoecem, o povo adoece junto”.

Bestialização Alvim ainda atacou a forma pela qual a arte era produzida no país até a chegada de seu governo. “A arte e a cultura no Brasil estavam a serviço da bestialização e da redução do indivíduo a categorias ideológicas, fomentando antagonismos sectários carregados de ódio – palcos, telas, livros, não traziam elaborações simbólicas e experiências sensíveis, mas discursos diretos repletos de jargões do marxismo cultural, cujo único objetivo era manipular as pessoas, usando-as como massa de manobra de um projeto absolutista”, atacou.

Segundo ele, a “ideologia de esquerda perpetrou uma terrível guerra cultural contra todos os que se opuseram ao seu projeto de poder, no qual a arte e a cultura eram instrumentos centrais de doutrinação”.

Parte de seu discurso, porém, foi dirigido contra a “esquerda”. “A esquerda perseguiu, difamou, destruiu as possibilidades de trabalho ou existência de qualquer voz que discordasse de seu credo revolucionário”, atacou.

Beleza

Alvim, porém, insiste que tudo isso acabou. Com eleição de Bolsonaro, “os valores ancestrais de elegância, beleza, transcendência e complexidade encontraram uma nova atmosfera”.

“E isso nos permitir retomar o sonho de libertar a cultura e coloca-la na direção de princípios poéticos sagrados”, afirmou.

Recém empossado numa secretaria que fica sob a administração do Ministério do Turismo, ele garante que o novo governo está “envolvido na árdua tarefa de promover um renascimento da arte e da cultura brasileira”.

“Estamos comprometidos com a redefinição da identidade e da sensibilidade nacionais, em consonância com os valores e os mitos fundantes de nossa nação”, disse.

Alvim ainda prometeu “trazer de volta o conceito de obra de obra”. E, uma vez mais, atacou a esquerda.

“Um governo de esquerda patrocina propaganda ideológica. Um governo de direita apoia obras de arte. Vamos devolver a arte aos espaços de arte”, disse.

Outro destaque do secretário foi suas referências aos clássicos. “Vamos promover uma cultura alinhada às grandes realizações de nossa civilização judaica-cristã”, disse.

Ele ainda definiu o que chamou de “conservadorismo em arte”. Isso inclui o “amor aos clássicos”. Para ele, será a partir disso que “brotará a ambição de criarmos obras de grandeza semelhante em nosso tempo”.

Alvim ainda prometeu uma “arte não seja para a doutrinação”. Mas sim para a “prosperidade do caráter e a recuperação da soberania de cada indivíduo”.

Entre as tarefas que ele indicou para o governo está “a criação de uma nova geração de artistas”.

E indicou com uma mensagem de que “o novo trabalho serve para a edificação de nossa civilização brasileira”.

Tudo isso seria, para concluir, “para a glória de Deus”. “Que Deus os abençoe”, completou o secretário diante de ministros de todo o mundo.

 

*Jamil Chade/Uol