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Justiça concede liberdade a Daniel Alves com fiança de R$ 5,5 milhões

Magistrados ordenaram a retirada dos passaportes e distância de 1 km da vítima.

O ex-jogador brasileiro Daniel Alves, condenado a quatro anos e meio de prisão pelo estupro de uma jovem de 23 anos em uma boate em Barcelona, poderá ser libertado provisoriamente se pagar fiança de € 1 milhão, equivalente a R$ 5,5 milhões.

Por dois votos a um, o Tribunal de Barcelona concordou parcialmente com o pedido da defesa de Alves para libertá-lo, enquanto se aguarda a sentença final. A notificação foi dada pouco antes das 12h (8h no Brasil) desta quarta (20).

Segundo informação da agência France Presse, a advogada da vítima, Ester García, criticou a decisão do tribunal, dizendo que se tratava de “justiça para ricos”

A decisão impôs diversas condições e medidas cautelares. Além da fiança, os magistrados ordenaram a retirada dos dois passaportes de Alves (espanhol e brasileiro). Desta forma, após verificação do pagamento, será acordada a sua libertação provisória, segundo a Folha

Caso saia, o jogador estará proibido de se aproximar da denunciante a uma distância inferior a um quilômetro da sua casa, de seu local de trabalho e de qualquer outro local que frequente. Também não poderá se comunicar com ela por qualquer meio.

O tribunal proibiu Alves de sair do território nacional e, além disso, impôs a obrigação de comparecer perante o Tribunal Provincial de Barcelona semanalmente e em todos os momentos que for convocado e exigido pelas autoridades judiciárias.

A notificação esclarece que a atual prisão de Alves, enquanto aguarda a sentença final, “não pode em caso algum ser a de antecipar os efeitos de uma hipotética pena que possa ser imposta”. Este ponto, enunciado no despacho, exige, após um período de prisão preventiva, a avaliação das circunstâncias pessoais e da eventual necessidade de manutenção da medida.

A decisão surge um dia depois de ter sido realizada a audiência em que a defesa de Alves pediu a sua liberdade provisória, alegando que já cumpriu um quarto da pena.

“Acredito na justiça, não vou fugir”, disse Alves, em sua defesa, na terça. O Ministério Público e a acusação opuseram-se à medida com o argumento de que o jogador de futebol tem condições financeiras para fugir. A advogada de defesa, Inés Guardiola, argumentou, porém, que ele tem domicílio e raízes em Barcelona.

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Segundo Guardiola expôs na terça, Alves já cumpriu um quarto da pena que o tribunal impôs no final de fevereiro —o que, em caso de sentença definitiva, o habilitaria a começar a receber benefícios penitenciários— e afirmou que o brasileiro não fugiria.

A defesa havia proposto uma fiança de 50 mil euros (R$ 273 mil) e a entrega dos passaportes. Alves, que estava na prisão, participou da audiência por videoconferência.

Mas o estabelecimento da fiança de € 1 milhão pode causar dificuldades ao ex-jogador. Basta lembrar que, no ano passado, para pagar € 150 mil (R$ 818 mil) como “atenuante de reparação de dano”, Daniel Alves contou com a ajuda de Neymar.

O atleta não tem acesso a seus bens devido a processos no Brasil. O atenuante foi utilizado como forma da defesa para diminuir a pena. Segundo artigos do Código Penal espanhol, o mecanismo pode reduzir a sentença em até a metade.

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Câmera de segurança confirma que Daniel Alves ignorou mulher que o acusa de estupro ao deixar boate, diz jornal

As imagens que foram capturadas são de instantes posteriores a suposta agressão sexual.

Uma câmera de segurança da boate Sutton flagrou Daniel Alves ignorando a mulher que o acusa de estupro ao sair da boate, segundo o jornal El Periódico. As imagens também confirmam o depoimento do gerente que, no início do mês, garantiu que o jogador deixava a casa noturna quando passou por ele que, naquele instante, tentava acalmar a jovem de 23 anos.

As imagens que foram capturadas são de instantes posteriores a suposta agressão sexual e podem desempenhar um papel importante no processo judicial. Na filmagem é possível perceber que Daniel Alves passa entre 15 e 16 minutos sem aparecer nas câmeras, já que estava dentro de um banheiro. Posteriormente, o lateral aparece, evita contato com o grupo onde estava e sai para beber sem trocar uma palavra com eles.

Veja o passo a passo a noite da suposta agressão sexual que levou Daniel Alves à cadeia

Meio minuto depois que Daniel Alves ter feito isso, as câmeras também capturam como a vítima sai do banheiro. A jovem vai até uma amiga, a agarra pelo braço, sussurra algo em seu ouvido e as duas vão embora. Alves está muito próximo deles, mas evita contato visual com a mulher. Apesar de ter declarado que aquele encontro foi consentido, o lateral não se despede dela.

Após a despedida, a vítima começa a chorar e conta para a amiga o que acabou de acontecer: que Daniel Alves acabou de estuprá-la. A câmera capta um segurança e o gerente se aproximando delas, como destacado em outros depoimentos. E por fim, a imagem mostra Daniel Alves e seu amigo passando pela jovem de 23 anos, aos prantos, mas a ignorando.

Daniel Alves está preso desde 20 de janeiro em Barcelona, e a juíza do caso já afirmou que acredita haver “indícios suficientes” de que houve um estupro. Entre as provas que pesam contra o jogador, há o resultado de um teste de DNA que comprova sêmen do atleta na roupa da vítima, além de impressões digitais no banheiro do local. O lateral também já contou quatro versões diferentes dos eventos que aconteceram na noite, enquanto a vítima manteve a mesma versão dos acontecimentos.

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Justiça

Prisão e dívidas na Espanha abalam patrimônio milionário de Daniel Alves

A prisão provisória de Daniel Alves no dia 20 de janeiro teve impacto no patrimônio milionário do jogador. Acusado de agressão sexual por uma mulher de 23 anos em uma boate de Barcelona no fim de 2022, o brasileiro planeja esperar o julgamento em liberdade, mas o pedido ainda não foi avaliado.

Enquanto o caso é investigado, Daniel Alves vai acumulando prejuízos financeiros dia a dia. Na soma apenas de valores aos quais o UOL teve acesso, são R$ 36 milhões entre salários que não serão recebidos do Pumas-MEX, a indenização pedida pelo ex-clube por rompimento de cláusulas do contrato, direitos de imagem, acordos publicitários e a não-renovação do contrato de fornecimento de material esportivo com a Adidas. Isso além de dívidas fiscais já registradas na Espanha no valor de R$ 12,5 milhões.

Perda de dinheiro vira estratégia na Justiça No pedido de prisão provisória da juíza espanhola Maria Concepción Canton Martín, a fortuna de Daniel Alves é mencionada como facilitadora do risco de fuga da Espanha. O documento fala do contrato com o Pumas e outros acordos publicitários, empresariais e de direitos de imagem.

“Pois bem, nem uma, nem outra forma de força econômica existem no dia de hoje”, escreve o advogado Cristóbal Martell no recurso que pede a liberdade do jogador. A ideia da defesa é mostrar que a “força econômica” de Daniel Alves diminuiu, derrubando um dos argumentos que sustenta a hipótese do risco de fuga.

Argumento da defesa não é definitivo

Embora tenha alegado que Daniel Alves não tem a “força econômica” de outros tempos, a defesa do brasileiro usa apenas as empresas e propriedades do jogador em Barcelona para justificar que ele não tem motivos para deixar a cidade.

O lateral-direito tem duas empresas ativas na Catalunha: a Cedro Esport, de gestão esportiva, responsável pelos contratos do próprio atleta; e a Bahia Ilhéus Imobiliária. Outras quatro empresas que tinham Daniel Alves como sócio foram fechadas em 2021.

No domingo, o jornal “El Confidencial” publicou que o jogador tem uma dívida de 2,25 milhões de euros (R$ 12,5 milhões) com a Fazenda por causa de uma propriedade embargada em Sant Feliu de Llobregat, cidade ao lado de Barcelona. Dois restaurantes (Boteco Fogo e Alquimia Fogo) também receberam pedidos de embargo da Prefeitura da capital catalã.

As atividades empresariais de Daniel Alves na Espanha são pequenas perto de sua participação no mercado brasileiro. Apenas no Estado de São Paulo ele está associado a 14 empresas, constituídas entre 2016 e 2022. O capital declarado de todas elas é de pouco mais de R$ 7 milhões.

Entre as companhias há franquia de academia de ginástica, empresas de produção musical e produção de filmes para publicidade, administração de cartões de crédito, consultoria financeira, agenciamento de profissionais do esporte, serviços em tecnologia da informação, comércio de artigos médicos e medicamentos e representação comercial. Não há dados sobre a receita destas firmas, o que torna incalculável o lucro de Daniel Alves não declarado no recurso entregue à Justiça espanhola.

O naufrágio financeiro

  • R$ 25,5 milhões em indenização pedida pelo Pumas;
  • R$ 10 milhões em salários que não serão recebidos do Pumas após a rescisão;
  • R$ 500 mil de direitos de imagem que não serão recebidos;
  • R$ 400 mil do contrato com a Adidas, encerrado em 18 de janeiro e não renovado.

Há ainda valores dos três contratos perdidos, mas não discriminados nos documentos de posse do advogado Cristóbal Martell. Um dos patrocinadores menciona que “a primeira parte do acordo, de 400 mil euros (R$ 2,2 milhões), já foi paga e não haverá pedido de devolução”.

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Tatuagem íntima foi decisiva para prisão de Daniel Alves, diz jornal

A descrição da vítima da tatuagem de uma meia-lua na parte inferior do abdômen de Daniel Alves ajudou a convencer a Justiça espanhola que o jogador ficou sem roupa no banheiro da boate de Barcelona. A informação é do jornal El Mundo, da Espanha.

  • Em seu depoimento, a vítima chegou a descrever com detalhes a tatuagem, que teria ficado bem visível ao longo da relação não consensual;
  • Ela disse que conseguiu ver a tatuagem quando Daniel Alves tentou forçá-la a fazer sexo oral;
  • Na primeira versão de seu depoimento, Daniel Alves disse que estava sentado no vaso sanitário, vestido, e que foi abordado pela mulher que invadiu a cabine e sentou em seu colo;
  • A juíza questionou o jogador sobre a tatuagem: como a vítima conseguiu ver a meia-lua se ele não havia se levantado e, portanto, estaria com a tatuagem coberta pela camisa;
  • Daniel Alves mudou a sua versão e admitiu que se levantou quando a vítima entrou na cabine;
  • A tatuagem –que vai desde o abdômen até a zona genital– acabou sendo decisiva para que o jogador tivesse a prisão preventiva decretada, segundo o jornal.

Transferência de prisão Daniel Alves foi transferido na manhã desta segunda-feira (23) para a prisão de Brians 2, a poucos metros de Brians 1, onde estava preso de forma provisória desde a sexta-feira (20).

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Daniel Alves, jogador da seleção na última Copa, é preso na Espanha

Viaturas da polícia chegaram durante a noite de quinta (19) na casa do atleta, em Barcelona, para levá-lo, após um mandado de prisão.

O jogador Daniel Alves, que disputou a Copa do Mundo do Catar pela seleção brasileira, foi preso no fim da noite de quinta-feira (19) pela polícia da Espanha, sob a acusação de agressão sexual. Viaturas dos Mossos d’Esquadra, a polícia catalã, chegaram à casa do atleta, em Barcelona, e o informaram que ele seria levado por uma ordem judicial.

A Suprema Corte de Justiça da Catalunha emitiu um comunicado informando que Alves é réu num processo de agressão sexual contra uma mulher, que teria ocorrido no fim de 2022 numa boate de Barcelona. Ele está detido na Cidade da Justiça, um complexo de prédios públicos do Judiciário local, onde aguardará uma espécie de “audiência de custódia” (nos moldes brasileiros), quando um magistrado definirá se ele seguirá preso ou se será colocado em liberdade para responder à acusação criminal.

O caso

A jovem que não teve a identidade revelada disse às autoridades que Daniel Alves a tocou sem permissão e depois colocou a mão por dentro de sua roupa íntima, na noite de 30 de dezembro do ano passado. Após o acontecido, a vítima, assustada, teria avisado as amigas, que acionaram os seguranças da boate. O fato teria ocorrido num banheiro da casa noturna e as câmeras de segurança registraram a entrada da moça e de Daniel Alves no banheiro, além de parte da confusão após o suposto assédio.

Segundo o jornal espanhol ABC, os seguranças ativaram o protocolo de segurança de Barcelona contra agressões e assédios sexuais em espaços privados de diversão noturna. Alves teria deixado a boate antes da chegada da polícia, que abriu investigação sobre o caso. A vítima passou por exames médicos em um hospital em Barcelona e os seguranças que a atenderam prestaram depoimento.

Daniel Alves, que atua pelo Pumas, do México, deu uma entrevista a um programa televisivo espanhol, dias depois, e negou todas as acusações.

“Primeiramente, gostaria de desmentir tudo. Eu estive nesse lugar, com mais gente, aproveitando. Todo mundo que me conhece sabe que eu adoro dançar. Eu estava aproveitando, mas sem invadir o espaço dos demais. Sempre respeitando o entorno. Quando você decide ir ao banheiro não precisa perguntar quem está lá também. Sinto muito, mas não sei quem é esta senhorita. Não sei seu nome, não a conheço, nunca a vi antes na vida”, se defendeu o atleta.

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