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Assassinatos de mulheres, índios e negros batem recorde, mas Moro comemora queda da violência

Existem certas estatísticas no Brasil que ultrapassam o escândalo. Este é o caso do Ministério da Justiça e Segurança Pública de Sergio Moro, que tem um olhar particular para traçar uma queda da violência no país pela ação do ministro no mesmo território em que o feminicídio, o extermínio de índios, de jovens negros nas periferias e favelas explodiram.

Pelo jeito, a tão prodigiosa conta de Sergio Moro não dá ouvidos a índios escorraçados de suas terras, mulheres espancadas pelos companheiros dentro de casa e a violência policial que persegue e mata jovens negros nas favelas e periferias empilhando corpos como troféus de uma ação deliberada de genocídio negro.

Certamente, as crianças que morreram pelas mãos da mesma polícia ou por bala perdida, também não representam nada no cálculo do ministério de Moro. A fúria fascista que produz com eficiência essa gama de crimes operada nas sombras do país não merece de Moro uma mísera linha em seu twitter.

Então, fica difícil entender um governo que tenta suprimir a informação do que de fato está acontecendo nos subsolos do Brasil para construir um monstrengo estatístico em que determinados grupos da sociedade são simplesmente varridos das contas oficiais.

O genocídio que ocorre no Brasil de mulheres, índios e negros é um escândalo internacional que merece do governo uma campanha de repúdio e denúncia dos assassinos, mas Moro quer fazer fotografia de apreensão de drogas, não daqueles 39kg de cocaína encontrados pela polícia espanhola no avião da comitiva presidencial. Sobre esse lado de nossas exportações Moro não se atreve a tocar no assunto, ele quer construir um crédito muito mais na base da omissão e do silêncio do que lidar com a extensão que grita a violência que se generalizou contra mulheres, negros e índios.

O que se pode dizer é que a referida queda da violência no Brasil é um insulto à inteligência dos brasileiros e um escárnio às vítimas de feminicídio, do genocídio negros e do extermínio indígena num governo em que o Presidente inúmeras vezes se vangloriou de ser misógino e racista. É só juntar as peças para entender o aumento da violência a esses grupos e a omissão do super ministro.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas