De acordo com a jornalista, Brasília espera revelações “bombásticas” do FBI em relação às investigações contra Bolsonaro e auxiliares.
A jornalista Helena Chagas contou nesta quinta-feira (31) pelo X, antigo Twitter, que paira em Brasília um clima de suspense pelas informações de que o FBI, Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos, fará revelações “bombásticas” sobre os inquéritos no Brasil que têm como alvo Jair Bolsonaro (PL) e seus auxiliares.
“Vocês podem me cobrar depois. Mas uma fonte bem informada me contou há pouco que a República está com a respiração suspensa aguardando novidades importantes, tipo bombásticas, nas investigações que têm Bolsonaro e cia no alvo. E elas não viriam da PF [Polícia Federal], mas do FBI, que teria descoberto, nos EUA [Estados Unidos], que a turma não negociou apenas joias, mas também imóveis e outros bens na terra de Tio Trump”, publicou.
Vocês podem me cobrar depois. Mas uma fonte bem informada me contou há pouco que a República está com a respiração suspensa aguardando novidades importantes, tipo bombásticas, nas investigações que têm Bolsonaro e cia no alvo. E elas não viriam da PF, mas do FBI, que teria…
Segundo o jornal, o Brasil passou a ser visto como adversário.
A jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, reporta que o Brasil passou a ser visto como adversário dos Estados Unidos, após a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China. “As fontes americanas afirmam não pressionar o Brasil a não ter relações com o regime de Xi Jinping ou a escolher um dos dois países —os próprios EUA têm grande intercâmbio com a China, argumentam. Mas entendem que o presidente brasileiro e sua equipe de política externa, liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o assessor especial de Lula, Celso Amorim, adotaram um tom aberto de antagonismo aos EUA”, escreve a jornalista.
“Um dos aspectos mais problemáticos, na visão de Washington, é Lula enxergar os EUA como um obstáculo para o fim da guerra na Ucrânia —e a China e a Rússia como os países que vão levar a paz ao conflito”, prossegue.
O presidente Lula avalia que os Estados Unidos precisam parar de fornecer armas à Ucrânia e tem defendido a criação de um clube de países interessados na paz. Ele também afirmou não ser antiamericano. “Quando converso com os Estados Unidos, não me preocupa o que a China vai pensar. Estou conversando sobre os interesses soberanos do meu país. Quando converso com a China, também não me preocupa o que os Estados Unidos estão pensando. É assim que fazem todos os países”, afirmou.
*Com 247
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Sputnik – Um objeto não identificado foi avistado neste domingo (12) sobrevoando as águas da província costeira de Shandong, no leste da China. As autoridades do país já se preparam para derrubá-lo, disse o departamento marítimo local.
O aviso acrescentava que as autoridades competentes estavam se preparando para derrubar o objeto. A esse respeito, o departamento marítimo instou os barcos de pesca a seguir as regras de segurança, informou a agência de notícias. A autoridade marítima também pediu aos pescadores que tirassem fotos do objeto caso ele caísse nas proximidades.
A agência não especificou o que era o objeto voador e se ele acabou mesmo sendo derrubado.
Os Estados Unidos e o Canadá derrubaram um total de três objetos aéreos de alta altitude em fevereiro, incluindo um que foi derrubado no sábado (11) sobre o território canadense de Yukon.
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Questionado sobre quando Bolsonaro voltaria ao Brasil, Flávio deixou em aberto: “Pode ser amanhã, pode ser em seis meses, pode ser nunca”.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou, neste sábado (28/1), que o pai, Jair Bolsonaro (PL), não tem previsão de voltar ao Brasil. O ex-presidente viajou aos Estados Unidos no fim de dezembro, dois dias antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na quinta-feira (26/1), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro desembarcou em Brasília após um período sabático ao lado do marido, em Orlando. Bolsonaro, no entanto, ficou nos Estados Unidos. Questionado sobre quando o ex-presidente voltaria, Flávio deixou em aberto: “Pode ser amanhã, pode ser em seis meses, pode ser nunca”.
A declaração do filho do ex-presidente foi dada após a reunião que formalizou a aliança entre PL, PP e Republicanos no apoio à candidatura de Rogério Marinho para a presidência do Senado Federal.
Sem nomear diretamente o adversário de Marinho, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Flávio ainda atribuiu ao atual presidente do Senado parte da culpa sobre o clima de instabilidade no país e os atos golpistas do dia 8 de janeiro.
“Se nós vimos tudo aconteceu nos últimos meses é porque, talvez, quem estava sentado na cadeira da presidência do Senado não teve a capacidade ou a visão para buscar essa pacificação, para promover o diálogo. Porque é assim que a gente busca unidade no parlamento”, disse. Visto prestes a vencer
Na ocasião, o senador também foi perguntado sobre a situação do visto de Bolsonaro. Ele viajou aos Estados Unidos com o visto diplomático oficial de presidente da República. O documento perderá validade no fim deste mês. Flávio afirmou que a autorização precisa ser revista, mas não confirmou se isso já ocorreu ou se está em trâmite.
Em relação ao risco de extradição, que chegou a ser pedida por parlamentares democratas nos EUA, o filho do ex-presidente afirmou acreditar que o país “não fará nada fora da lei”.
“É a extrema-esquerda que faz, nos EUA, o papel da extrema-esquerda daqui. Eles pressionam por questão política. Mas acredito que o EUA seja um país sério, que não fará nada fora da lei. Sei que ele foi com visto de presidente e, obviamente, se já não foi convertido, será convertido num visto de turista, que ele tem direito. Ele está descansando”, declarou.
“Não sei dizer se já aconteceu a conversão. Ele está muito tranquilo, está acompanhando a distância o que está acontecendo no Brasil, com consciência tranquila de que fez o melhor para o país.”
“Se nós vimos tudo aconteceu nos últimos meses é porque, talvez, quem estava sentado na cadeira da presidência do Senado não teve a capacidade ou a visão para buscar essa pacificação, para promover o diálogo. Porque é assim que a gente busca unidade no parlamento”, disse.
Visto prestes a vencer
Na ocasião, o senador também foi perguntado sobre a situação do visto de Bolsonaro. Ele viajou aos Estados Unidos com o visto diplomático oficial de presidente da República. O documento perderá validade no fim deste mês. Flávio afirmou que a autorização precisa ser revista, mas não confirmou se isso já ocorreu ou se está em trâmite.
Em relação ao risco de extradição, que chegou a ser pedida por parlamentares democratas nos EUA, o filho do ex-presidente afirmou acreditar que o país “não fará nada fora da lei”.
*Com Metrópoles
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GGN – O projeto georgiano GG-21 foi financiado pelo DTRA e implementado por cientistas militares americanos de uma unidade especial do Exército dos EUA de codinome USAMRU-G que opera no Lugar Center. Eles receberam imunidade diplomática na Geórgia para pesquisar bactérias, vírus e toxinas sem serem diplomatas. Esta unidade é subordinada ao Walter Reed Army Institute of Research (WRAIR).
A reportagem a seguir é de Dilyana Gaytandzhieva, jornalista investigativa búlgara, correspondente no Oriente Médio e fundadora da Arms Watch.
Nos últimos anos, ela publicou uma série de relatórios reveladores sobre suprimentos de armas para terroristas na Síria, Iraque e Iêmen.
Seu trabalho atual está focado em documentar crimes de guerra e exportações ilícitas de armas para zonas de guerra em todo o mundo.
A reportagem abaixo é publicada com exclusividade pelo GGN, graças à indicação de leitores antenados.
De Dilyana Gaytandzhieva *
Enquanto os EUA planejam aumentar sua presença militar na Europa Oriental para “proteger seus aliados contra a Rússia”, documentos internos mostram o que significa “proteção” americana em termos práticos.
O Pentágono realizou experimentos biológicos com um resultado potencialmente letal em 4.400 soldados na Ucrânia e 1.000 soldados na Geórgia. De acordo com documentos vazados, todas as mortes de voluntários devem ser relatadas dentro de 24 h (na Ucrânia) e 48 h (na Geórgia).
Ambos os países são considerados os parceiros mais leais dos EUA na região, com vários programas do Pentágono sendo implementados em seu território. Um deles é o programa de engajamento biológico da Agência de Redução de Ameaças de Defesa (DTRA), de US$ 2,5 bilhões , que inclui pesquisas sobre agentes biológicos, vírus mortais e bactérias resistentes a antibióticos sendo estudadas na população local.
Projeto GG-21: “Todas as mortes de voluntários serão prontamente informadas”
O Pentágono lançou um projeto de 5 anos com uma possível extensão de até 3 anos com o codinome GG-21: “Infecções transmitidas por artrópodes e zoonóticas entre militares na Geórgia”. De acordo com a descrição do projeto, amostras de sangue serão obtidas de 1.000 recrutas militares no momento de seu exame físico de registro militar no hospital militar georgiano localizado em Gori.
As amostras serão testadas para anticorpos contra quatorze patógenos:
Bacillus anthracis
Brucela
Vírus CCHF
Coxiella burnetii
Francisella tularensis
Hantavírus
Espécies de Rickettsia
Vírus TBE
Espécies de Bartonella
Espécies de Borrelia
Espécies de Ehlrichia
Espécies de Leptospira
typhi de salmonela
WNV
A quantidade de sangue retirada será de 10 ml. As amostras serão armazenadas indefinidamente no NCDC (Lugar Center) ou USAMRU-G e as alíquotas podem ser enviadas para a sede do WRAIR nos EUA para futuras pesquisas. O Instituto de Pesquisa do Exército Walter Reed (WRAIR) é o maior centro de pesquisa biomédica administrado pelo Departamento de Defesa dos EUA. Os resultados dos exames de sangue não serão fornecidos aos participantes do estudo.
Tal procedimento não pode causar a morte. No entanto, de acordo com o relatório do projeto, “todas as mortes de voluntários serão prontamente relatadas (geralmente dentro de 48 h após a notificação da PI)” ao Hospital Militar da Geórgia e ao WRAIR.
De acordo com o relatório do projeto GG-21, “todas as mortes de voluntários serão prontamente relatadas” ao hospital militar georgiano e ao WRAIR, EUA.
As amostras de sangue dos soldados serão armazenadas e testadas no Lugar Center, uma instalação de US$ 180 milhões financiada pelo Pentágono na capital da Geórgia, Tbilisi.
O Lugar Center tornou-se notório nos últimos anos por atividades controversas , incidentes laboratoriais e escândalos em torno do programa de hepatite C da gigante farmacêutica dos EUA Gilead na Geórgia, que resultou em pelo menos 248 mortes de pacientes . A causa da morte na maioria dos casos foi listada como desconhecida, mostraram documentos internos .
O projeto georgiano GG-21 foi financiado pelo DTRA e implementado por cientistas militares americanos de uma unidade especial do Exército dos EUA de codinome USAMRU-G que opera no Lugar Center. Eles receberam imunidade diplomática na Geórgia para pesquisar bactérias, vírus e toxinas sem serem diplomatas. Esta unidade é subordinada ao Walter Reed Army Institute of Research (WRAIR).
O Lugar Center é o biolaboratório de US$ 180 milhões financiado pelo Pentágono na capital da Geórgia, Tbilisi.
Um carro diplomático com placa da Embaixada dos EUA em Tbilisi no estacionamento do Lugar Center. Cientistas dos EUA que trabalham no laboratório do Pentágono na Geórgia dirigem veículos diplomáticos, pois receberam imunidade diplomática. Fotos: Dilyana Gaytandzhieva
Documentos obtidos do registro de contratos federais dos EUA mostram que o USAMRU-G está expandindo suas atividades para outros aliados dos EUA na região e está “estabelecendo capacidades expedicionárias” na Geórgia, Ucrânia, Bulgária, Romênia, Polônia, Letônia e quaisquer locais futuros. O próximo projeto USAMRU-G envolvendo testes biológicos em soldados deve começar em março deste ano no Hospital Militar Búlgaro em Sofia.
Projeto UP-8: Todas as mortes dos participantes do estudo devem ser relatadas em 24 h.
A Agência de Redução de Ameaças de Defesa (DTRA) financiou um projeto semelhante envolvendo soldados na Ucrânia de codinome UP-8: A disseminação do vírus da febre hemorrágica da Crimeia-Congo (CCHF) e hantavírus na Ucrânia e a potencial necessidade de diagnóstico diferencial em pacientes com suspeita de leptospirose. O projeto começou em 2017 e foi prorrogado algumas vezes até 2020, mostram documentos internos.
De acordo com a descrição do projeto, serão coletadas amostras de sangue de 4.400 soldados saudáveis em Lviv, Kharkov, Odesa e Kiev. 4.000 dessas amostras serão testadas para anticorpos contra hantavírus, e 400 delas – para a presença de anticorpos contra o vírus da febre hemorrágica da Crimeia-Congo (CCHF). Os resultados dos exames de sangue não serão fornecidos aos participantes do estudo.
Não há informações sobre quais outros procedimentos serão realizados, exceto que “incidentes graves, incluindo óbitos, devem ser relatados em 24 horas . Todas as mortes de sujeitos do estudo que são suspeitas ou conhecidas por estarem relacionadas aos procedimentos de pesquisa devem ser levadas ao conhecimento dos comitês de bioética nos EUA e na Ucrânia.”
Amostras de sangue de 4.000 soldados ucranianos serão testadas para hantavírus. Outras 400 amostras de sangue serão testadas para CCHF sob o Projeto Ucraniano UP-8 patrocinado pelo DTRA.
Projeto UP-8: “Incidentes graves, incluindo mortes, devem ser relatados em 24 horas. Todas as mortes de sujeitos do estudo que são suspeitas ou conhecidas por estarem relacionadas aos procedimentos de pesquisa devem ser levadas ao conhecimento dos comitês de bioética nos EUA e na Ucrânia.” Fonte: ukr-leaks.org
A DTRA alocou US$ 80 milhões para pesquisas biológicas na Ucrânia a partir de 30 de julho de 2020, de acordo com informações obtidas do registro federal de contratos dos EUA. Encarregada do programa está a empresa norte-americana Black &Veatch Special Projects Corp.
Outro empreiteiro da DTRA operando na Ucrânia é a CH2M Hill. A empresa americana recebeu um contrato de US$ 22,8 milhões (2020-2023) para a reconstrução e equipamento de dois biolaboratórios: o Instituto Estadual de Pesquisa Científica de Diagnóstico Laboratorial e Especialização Veterinária-Sanitária (Kyiv ILD) e o Serviço Estatal da Ucrânia para Segurança Alimentar e Laboratório Regional de Diagnóstico de Defesa do Consumidor (Odesa RDL).
Funcionários dos EUA são indenizados por mortes e ferimentos à população local
As atividades de DTRA na Geórgia e na Ucrânia estão sob a proteção de acordos bilaterais especiais. De acordo com esses acordos, a Geórgia e a Ucrânia isentarão de responsabilidade, não abrirão processo judicial e indenizarão os Estados Unidos e seu pessoal, contratados e funcionários dos contratados, por danos à propriedade ou morte ou ferimentos a quaisquer pessoas na Geórgia e na Ucrânia, decorrentes de atividades sob este Acordo. Se cientistas patrocinados pelo DTRA causarem mortes ou ferimentos à população local, eles não poderão ser responsabilizados.
Além disso, de acordo com o Acordo EUA-Ucrânia, reclamações de terceiros por mortes e ferimentos na Ucrânia, decorrentes de atos ou omissões de quaisquer funcionários dos Estados Unidos relacionados ao trabalho sob este Contrato, serão de responsabilidade da Ucrânia.
Dilyana Gaytandzhieva
Ela produziu este vídeo há 3 anos, portanto antes da guerra da Ucrânia, sobre laboratórios biológicos dos Estados Unidos.:
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Ações dos Estados Unidos, por meio das chamadas “guerras híbridas”, e a expansão da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no Leste Europeu catalisaram o conflito Rússia-Ucrânia, segundo afirma Andrew Korybko, analista político norte-americano, informa o Uol.
Em entrevista ao UOL diretamente de Moscou, ele compara o que vê como ingerência indireta dos EUA na Ucrânia com os protestos ocorridos no Brasil a partir de 2013, que culminaram no impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
“O Brasil e a Ucrânia foram ambos vitimados pelas guerras híbridas dirigidas pelos Estados Unidos com o objetivo de fortalecer a hegemonia unipolar norte-americana”, diz Korybko.
O que são guerras híbridas?
Segundo o analista, o conceito de guerra híbrida é uma combinação de “revoluções coloridas” —que são incitações populares, na linha do que aconteceu no Brasil a partir de 2013 e na Primavera Árabe— e guerras não convencionais, como ataques cibernéticos, contendas judiciais e retaliações econômicas, para substituir governos que não estejam alinhados aos interesses dos EUA.
Sem citar nominalmente o efeito da Operação Lava Jato, Korybko afirma que, no Brasil, “a guerra [híbrida] se concentrou, principalmente, no chamado ‘lawfare’, ou na manipulação de instrumentos legais, a fim de remover seu governo multipolar democraticamente eleito e legítimo”.
Já na Ucrânia, diz o analista, a estratégia foi organizada com base no que chama de “terrorismo urbano de extrema-direita”, conhecido hoje como a Revolução Colorida EuroMaidan.
Autor do livro “Guerras Híbridas: das revoluções coloridas aos golpes”, Korybko diz que manobras dos EUA na Ucrânia levaram “essas forças de extrema-direita ao poder, as quais ameaçaram a minoria russa indígena [povos originários que habitam a região de Donbass] devido à ideologia fascista das novas autoridades, que glorificam aqueles que colaboraram com a Alemanha nazista”.
“Isso levou os residentes da Crimeia a se reunirem democraticamente com a Rússia e as repúblicas do Donbass a declararem sua independência”, diz ele, que manifestou nas redes sociais apoio ao governo russo.
Em paralelo, o governo ucraniano se recusou a implementar os acordos de Minsk, apoiados pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
‘Conflitos por procuração’
Korybko —que é jornalista baseado em Moscou e escreve para diversos veículos de imprensa internacionais, como o russo Sputnik, o chinês CGTN e o italiano L’Antidiplomatico— afirma que as mídias sociais são as novas armas de ataque cirúrgico.
Os Estados Unidos vêm usando esses métodos para derrubar governos em todo o mundo. Segundo o padrão que foi usado na Síria e na Ucrânia, a guerra indireta é marcada por manifestantes e insurgentes, e as quintas colunas são compostas menos por agentes secretos e sabotadores ocultos e mais por protagonistas desvinculados do estado, que se comportam, publicamente, como civis.”Andrew Korybko, analista político
Para o analista, em vez de estabelecer um confronto direto, os EUA estabelecem uma espécie de “conflito por procuração”, promovido na vizinhança dos alvos para desestabilizá-los.
“As tradicionais ocupações militares dão lugar a golpes e operações indiretas para as trocas de regimes, que são muito mais econômicas e menos sensíveis do ponto de vista político”, defende.
Korybko aponta que isso ocorreu em 2014, na Ucrânia, e no Ocidente foi chamado de Revolução Ucraniana ou Revolução da Dignidade. Assim como as Jornadas de Junho de 2013 levaram à eleição de Jair Bolsonaro, as agitações na Ucrânia conduziram Volodymyr Zelensky à presidência. Otan na Ucrânia
O presidente russo Vladimir Putin iniciou ontem o que classificou como uma “operação militar especial” na Ucrânia, com o objetivo de, segundo ele, “desnazificar” e “desmilitarizar” o país vizinho.
Nos últimos meses, Putin também citou suposta ameaça à Rússia em razão da expansão da Otan —a aliança militar liderada pelos EUA— na Ucrânia. “Esses movimentos visam, essencialmente, neutralizar as capacidades russas de contra-ataque nuclear e, assim, colocar a Rússia em uma posição perpétua de chantagem nuclear frente aos EUA”, analisa Korybko.
O presidente russo ainda mencionou a crise humanitária nas repúblicas de Donbass, que reconheceu como independentes no início da semana, como justificativa para autorizar a operação.
“Na Rússia, o sentimento geral é que as pessoas estão aliviadas por Putin não apenas ter finalmente tomado medidas decisivas para evitar uma catástrofe humanitária ainda pior, que já provocou um êxodo de refugiados em larga escala para a Rússia, mas por ele enfrentar a ameaça existencial que os planos dos EUA e da Otan na Ucrânia representam para a Rússia.”
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Os Estados Unidos sempre viram no Estado o papel de indutor do desenvolvimento de longo prazo. Não se trata da visão nacional-desenvolvimentista da América Latina. Tem contextos, texturas, estruturas e história próprios.
Muito se tem falado e escrito no Brasil, com lentes brasileiras, sobre o Governo Biden e seus planos. Contudo, e isso não é novidade, tais lentes distorcem e deturpam ao fazerem ver um país que não existe e jamais existiu. Conta-se, por exemplo, uma história no Brasil de que o desenvolvimento dos Estados Unidos se deu pelo papel preponderante da iniciativa privada. Não há ideia mais errada do que essa para quem conhece a história deste país em que vivo há mais tempo do que no Brasil e no qual finquei as bases da minha carreira como economista, a qual passa hoje por uma espécie de transição. Os EUA sempre viram no Estado o papel de indutor do desenvolvimento de longo prazo. Não se trata da visão nacional-desenvolvimentista da América Latina, tampouco pode ser compreendida com lentes sulistas. O desenvolvimento norte-americano e a atuação do Estado têm contextos, texturas, estruturas e história próprios.
Pode ser uma história pouco contada no Brasil aquela segundo a qual os EUA se industrializaram por meio de políticas de substituição de importações e muitas práticas protecionistas inspiradas na obra de 1791 do primeiro secretário do Tesouro norte-americano, Alexander Hamilton. Em seu Report on the subject of manufactures, Hamilton delineou os conceitos de indústria nascente e apoio estatal, que, mais tarde, influenciariam não apenas a industrialização de seu país, mas a da Alemanha, a do Japão, a da França, chegando à América Latina nos anos 1930, quarenta e cinquenta.
A obra de Raúl Prebisch e o que ficou conhecido como pensamento Cepalino cita Hamilton recorrentemente, e não é por acaso. O Estado indutor norte-americano seria revisto e reinventado ao longo de toda a história, passando pela corrida espacial da Guerra Fria, o surgimento da Internet, o desenvolvimento do setor de tecnologia, sobretudo o de bioteconologia, que tanta relevância tem tido na atual pandemia. Para que as vacinas gênicas, as mais sofisticadas contra covid-19, saíssem dos laboratórios para os nossos braços, o Governo de Donald Trump fez a enorme Operação Warp Speed. Logo, no mundo real se deu o contrário do que sustenta o ministro da Economia brasileiro, e não haveria Moderna ou Pfizer sem a atuação vultosa do Estado.
Então entra em cena o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Muitos no Brasil têm interpretado os planos de Biden como uma ruptura em relação ao passado, seja o passado recente, seja o longínquo. Também entendo que há ruptura; mas penso não ser a que imaginam. A ruptura que se deu nas eleições de 2020 foi a passagem de um país liderado por uma pessoa despreparada para o cargo e com instintos nitidamente autoritários para outra com largo, orgulhosamente reclamado histórico político e um democrata, não somente pelo nome do partido ao qual pertence. Quanto ao resto, não há rompimento: os planos de Biden, vulgarmente apelidados de “Bidenomics”, são profundamente marcados pela tradição norte-americana do Estado indutor. Há, sim, diferenças marcantes, que reanimam essa tradição.
Os planos de Biden, literalmente trilionários, compreendem o American Rescue Plan, o American Jobs Plan e o American Families Plan. Todos eles aparecem em destaque no site da Casa Branca, em que são apresentados de forma clara e resumida, com acesso à integra do documento e convite a compartilhar como a política econômica lhe pode ajudar. Para entender melhor essa política, tomemos o American Families Plan, o seu segundo. Trata-se, como disse a Casa Branca, de um plano de “infraestrutura humana”, isto é, de uma agenda que parte do foco nas pessoas, em particular, das famílias, para dar forma a um Estado de Bem-Estar Social. Lembro aqui que, entre as economias maduras, os EUA são o único país que não têm as redes de proteção social robustas, como seus pares europeus. O nome do plano toma as famílias como elo de articulação das políticas de redistribuição de renda. A escolha reflete a percepção compartilhada de que a família é a unidade de cuidado por definição na sociedade norte-americana, como também é, por sinal, no Brasil.
O que salta a olhos de “liberais à brasileira” como excessivo é o entendimento de que, quando as desigualdades são demasiadas, políticas incrementais de proteção social não resolvem os problemas econômicos, sociais, e políticos. Primeiro, para equacioná-los pode ser importante ter um horizonte de igualdade, a qual é inalcançável, mas nem por isso precisa deixar de ser buscada. Sua busca pode criar condições que tornam a liberdade possível.
Segundo, políticas incrementais dificilmente têm o condão de reconstituir um senso de união nacional, de identidade comum, em sociedades extremamente fragmentadas e polarizadas. Quando Biden falava em unificação durante a campanha, a necessidade da ousadia estava explícita. Não viu quem não quis, ou quem não soube interpretar por desconhecimento. É realmente muito difícil entender os Estados Unidos e suas contradições quando não se vive no país: a máxima de Tom Jobim sobre os principiantes e seus olhares não vale apenas para o Brasil.
Tenho visto gente no Brasil dizer com grande confiança que a agenda de Biden está fadada ao fracasso no Congresso. A afirmação se baseia no fato de que os democratas têm uma maioria muito estreita no Congresso, sobretudo no Senado. Mas, novamente, essa é uma visão equivocada sobre as transformações que acometeram os partidos políticos daqui, especialmente o partido Republicano. Sob Trump, o partido Republicano deixou de ser aquele que defendia a “responsabilidade fiscal” na representação de déficits e dívida baixos. As reduções tributárias de Trump e os aumentos de despesas em 2017 levaram os EUA ao maior déficit em décadas, e esse cenário se produziu com o aval dos Republicanos no geral e, em particular, dos Republicanos mais tradicionais, como os Senadores Mitch McConnell e Lindsey Graham. Tivesse Trump sido um político mais dedicado, teria conseguido emplacar seu próprio plano de infraestrutura, no valor de 1,5 trilhão de dólares, alardeado por Steve Bannon durante a campanha de 2016 e tantas vezes mencionado nos anos trumpistas. É curioso que algumas pessoas tenham escolhido apagar isso de suas memórias.
O partido Republicano, hoje, tem dificuldades de enfrentar agendas que preveem grandes despesas, sobretudo se essas despesas forem facilmente sentidas e compreendidas pelas pessoas, pelas famílias. A aprovação de Trump subiu no início da pandemia quando seu pacote de assistência passou no Congresso, assim como a de Biden aumentou desde o início de seu Governo, mesmo o país estando muito dividido.
Aqui nos Estados Unidos há eleições a cada dois anos: no ano que vem haverá eleições legislativas. O custo para os Republicanos poderá ser alto caso eles rejeitem por completo a agenda de Biden ―e o partido sabe disso. É claro que os Republicanos haverão de se opor aos aumentos de tributação sobre corporações, os mais ricos, os ganhos de capitais, que devem financiar parcialmente os ambiciosos planos. Porém, apostar no fracasso da agenda Biden é nada entender do que aconteceu com os Republicanos e com os Democratas nos últimos quatro anos. Enquanto Republicanos buscam novos caminhos e narrativas políticas, Democratas se reinventaram a partir de algumas noções básicas de justiça social. Sim, básicas, pois os democratas mais à esquerda estão muito longe daquilo que brasileiros consideram ser “de esquerda”.
Com Biden, os Estados Unidos estão fazendo aquilo que sempre fizeram de melhor: se reimaginando e reiventando. Por certo, há lições aí para o Brasil. Mas elas estão longe de ser o que tantos regurgitam nos jornais ou na TV.
Seja qual for o resultado desta eleição, o grande perdedor já está definido: é o sistema democrático da mais poderosa nação capitalista do Planeta, os Estados Unidos da América. Como já vinha ameaçando durante a campanha, Donald Trump está disposto a tudo para se manter no poder, ainda que para isso tenha que empastelar a apuração dos votos. O presidente mais mentiroso e autoritário da história americana não aceita a derrota em hipótese nenhuma.
A eleição caminha a passos largos para a judicialização, com o risco de a vontade popular ser substituída pela decisão de uma seleta e conservadora Corte, de maioria republicana. A indefinição do resultado das urnas protelada no tempo, o acirramento dos ânimos entre eleitores de Biden e de Trump, a mácula à legitimidade do processo eleitoral vão aprofundar ainda mais o discurso antidemocrático da extrema direita. Onde isso vai dar, ninguém sabe ao certo.
Mas é interessante constatar que estamos, de certa maneira, repetindo o passado. Como num remake do início do século 20, as primeiras décadas do século 21 também tiveram conflitos armados, ataques terroristas como o das Torres Gêmeas do World Trade Center, uma crise no mercado financeiro pela quebra do Lehman Brothers e o surgimento da Covid-19, uma doença de consequências ainda nebulosas, com impactos mais severos do que a Gripe Espanhola.
O individualismo exacerbado, o ódio às minorias, o negacionismo e a descrença na política, abriram caminho para o surgimento de líderes fascistas, como ocorreu na Alemanha nazista, na Itália de Mussolini e em ditaduras como as de Vargas, Franco, Salazar e Perón. Como no Império Romano, na França de Bonaparte, e na União Soviética de Stalin, os EUA começam a trilhar o caminho para o declínio.
Estamos vivendo o fim de uma era e o início de outra. É um momento de incertezas, de medos e angústias. As mudanças provocadas pelo homem e pela própria natureza nos isolam, nos deixam perplexos. Os ventos sopram das Américas para a Ásia. Para o bem ou para o mal, o futuro já chegou, e nem Biden conseguirá reverter o rumo da correnteza.
Maior jornal dos Estados Unidos destaca o fracasso do governo de Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia.
“Centenas de pessoas estão morrendo diariamente no Brasil, que está emergindo como um epicentro da pandemia. O país teve meses para se preparar, mas foi prejudicado por uma resposta caótica do governo”, destaca o The New York Times, jornal mais influente dos Estados Unidos em sua chamada para uma reportagem especial publicada neste sábado, sobre o fracasso do governo brasileiro no enfrentamento da pandemia.
“A confusão nacional ajudou a alimentar a propagação da doença e contribuiu para tornar o Brasil um centro emergente da pandemia, com uma taxa de mortalidade diária perdendo apenas para a dos Estados Unidos”, escrevem os jornalistas Ernesto Londoño, Manuela Andreoni e Letícia Casado. “O Brasil teve meses para estudar os erros e sucessos dos primeiros países atingidos pelo vírus. Seu robusto sistema de saúde pública poderia ter sido implantado para realizar testes em massa e rastrear os movimentos de pacientes recém-infectados”, apontam ainda os repórteres, que destacam a força do SUS e a péssima resposta de Bolsonaro. Confira abaixo o tweet sobre a reportagem:
Hundreds of people are dying daily in Brazil, which is emerging as an epicenter of the pandemic. The country had months to prepare but was hampered by a chaotic government response. https://t.co/XUXKmbChuc
— New York Times World (@nytimesworld) May 16, 2020
Moro alegou que a cooperação jurídica internacional não funcionava na época do Banestado e coagiu dois réus a entregarem os dados de suas contas bancárias.
A veia autoritária de Sergio Moro foi exposta na Lava Jato, mas certamente não nasceu ali naquela operação envolvendo a Petrobras. No Banestado, o então juiz protagonizou um episódio emblemático: tentou violar o princípio da não autoincriminação de dois investigados, aos quais ordenou que entregassem o número das próprias contas bancárias.
Para justificar a decisão, Moro alegou que a cooperação internacional não funcionava a contento na época do Banestado.
“O Sergio Moro, na operação Farol da Colina, compeliu, sob pena de desobediência, dois acusados a oferecerem o número de suas contas a pretexto de que a cooperação internacional naquela época não funcionava”, narrou o advogado Alberto Toron neste sábado (16), durante um debate do Grupo Prerrogativas, com transmissão ao vivo na internet.
A operação Banestado investigava esquema envolvendo as contas CC5, utilizadas para evasão de divisas. Procuradores e delegados da Polícia Federal viajaram aos Estados Unidos para obter ajuda para quebrar o sigilo das contas dos investigados. Mas a operação começou a desandar quando políticos, empresários, conglomerados da grande mídia apareceram entre os nomes com contas no exterior.
Toron atuou no Banestado defendendo os investigados constrangidos por Moro. No recurso contra a decisão do ex-juiz, o advogado precisou lembrar que “ninguém pode ser compelido a fazer prova contra si mesmo”, uma violação ao direito de defesa.
“Essa é a cara do Moro”, exclamou, depois de ter feito uma breve apresentação sobre os abusos praticados pelo ex-juiz na Lava Jato.