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A avalanche de evidências que enterram a versão de que Bolsonaro desconhecia atos preparatórios para o golpe

Novas provas colocam em xeque declarações públicas de Bolsonaro, negando que sabia do plano de golpe; relembre.

Após a fatídica invasão golpista de bolsonaristas às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no sábado de 8 de janeiro de 2023, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez diversas declarações públicas negando qualquer conhecimento sobre um plano de golpe de Estado para permanecer no Poder.

Contudo, veio a público a avalanche de evidências colhidas pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Tempus Veritatis, contra ex-assessores e a cúpula de militares envolvidos na “organização criminosa” que tentou dar o golpe, mostrando que Bolsonaro atuou como líder da quadrilha, encabeçando reuniões ministeriais e com comandantes das Forças Armadas para estimular adesão desses personagens na sua empreitada golpista.

Bolsonaro tinha conhecimento da minuta do golpe em posse de seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Não só sabia, como pediu ajustes em uma das versões que lhe foi apresentada, e ainda guardou uma outra cópia, mais avançada, em seu gabinete na sede do PL em São Paulo, conforme foi descoberto na operação deflagrada na quinta, 8 de fevereiro de 2024.

O ex-presidente foi gravado liderando a reunião ministerial em que deu detalhes de seu plano de atacar a lisura do processo eleitoral, e ainda pressionou seus ministros para endossar suas teorias da conspiração.

Na mesma reunião, o então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, foi interrompido por Bolsonaro quando começou a sugerir, na frente dos demais ministros, que agentes da Abin deveriam ser “infiltrados” nas campanhas eleitorais concorrentes, denotando que estava em curso o desvirtuamento e aparelhamento da Agência Brasileira de Inteligência para atender os interesses pessoais de Bolsonaro.

Todas essas evidências e outras mais, detalhadas abaixo, colocam por terra os discursos defensivos de Bolsonaro até aqui, tentando esquivar-se de responsabilidade pelo tentativa de atentado à democracia que culminou com os atos de 8 de janeiro de 2023.

“EU NEM ESTAVA LÁ”

Ao se negar a entregar a faixa da presidencial ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro deixou o Brasil antes de seu mandato acabar, no final de dezembro de 2022, rumo aos Estados Unidos, onde passou uma temporada de “férias”. A viagem sempre foi usada pelo político para se distanciar dos atos golpistas de 8 de janeiro.

Conforme apontando pela CNN Brasil, em fevereiro, quando ainda estava nos EUA, Bolsonaro deu uma entrevista ao The Wall Street Journal, em que negou que os atos do 8 de Janeiro tenham tido intenção golpista, apesar de hoje ser conhecido que manifestantes foram à Brasília por meio do financiamento de empresários próximos do ex-presidente.

“Golpe? Que golpe? Onde estava o comandante? Onde estavam as tropas, onde estavam as bombas?”, disse. Ele também tentou se desvincular dos ataques: “Eu nem estava lá, e eles querem me culpar”, afirmou Bolsonaro ao veículo inglês.

A MINUTA DO GOLPE

Já em meio às investigações da invasão dos Poderes, um documento que previa uma intervenção contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o chamado “estado de defesa”, para impedir a posse de Lula, foi encontrada na residência do ex-ministro da Justiça e então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF), Anderson Torres.

Bolsonaro, prontamente, alegou não ter tido conhecimento do documento. No dia 22 de junho, ao participar de um evento no Rio Grande do Sul, o ex-presidente negou publicamente ter tido acesso ao texto.

*GGN

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Saúde

Covid-19: Estudos dão esperança, mas longe de liberar de quarentena

Enquanto cientistas buscam vacina, cura ou ao menos tratamento para a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, nota-se, pelo país, o relaxamento do isolamento social. Mas epidemiologistas advertem: estudos envolvendo cloroquina e plasma sanguíneo ainda são preliminares, podem apontar caminhos, mas ainda não liberam os brasileiros da quarentena.

“Temos notícia de remédios saindo, notícias de número de casos relativamente controlados em outros países, mas no Brasil nós sabemos que esta não é a realidade. As pessoas não podem perder a noção de que ainda precisamos do isolamento horizontal”.

Isso porque, apesar da esperança trazida pelas pesquisas, até o momento, o único consenso científico no Brasil e no mundo é que não há cura para a covid-19.

Cloroquina e hidroxicloroquina: conclusões precoces

A primeira substância alardeada como “cura” da covid-19 foi a hidroxicloroquina, da família da cloroquina, impulsionada por declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Mas as pesquisas ainda estão em andamento, com pacientes recebendo a substância como parte de estudos em fase inicial.

“Dá para testar um milhão de medicamentos em laboratório, mas este é só o início para eleger uma droga que pode ser que seja boa. Estamos ainda no início deste processo, não passamos disso ainda”, afirma o médico infectologista Marcos Boulos, que lidera a Superintendência de Controle de Endemias de São Paulo.

Um estudo da Fiocruz Amazônia, por exemplo, identificou 13% de mortes de pacientes graves que receberam a cloroquina — um pouco abaixo da taxa verificada em estudos internacionais (18%), mas dentro da margem de confiança.

“É muito importante que outras pesquisas saiam para que a gente reúna mais informações. O nível de evidências ainda é muito pequeno”, diz o infectologista Marcus Lacerda, que participou desse estudo com 81 pacientes em Manaus.

Plasma sanguíneo: uma aposta

Outra frente aberta no Brasil, em linha com estudos conduzidos nos Estados Unidos e na França, é o teste de plasma sanguíneo de curados em doentes com covid-19. A pesquisa aqui será capitaneada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e pelos hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês.

A ideia é convocar pessoas que se curaram de uma forma branda da doença, usar os anticorpos em quem ainda têm a infecção e então estudar como estes pacientes reagem.

“Ainda não sabemos se isso pode ser benéfico ou não; ainda temos que estudar. Só vamos estender aos hospitais se o resultado for positivo, se não, vamos investir tempo em outras coisas”, pondera Silvano Wendel, diretor do banco de sangue do Hospital Sírio-Libanês.

“É um estudo experimental: doadores e pacientes serão selecionados com cuidado, e não é algo a ser usado de forma indiscriminada”

A intenção é tentar diminuir a gravidade ou ao menos encurtar a duração da doença.

 

 

*Com informações do Uol