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“Hospitais em Gaza correm risco de virar necrotérios”, diz Cruz Vermelha

Num comunicado emitido nesta quinta-feira, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha lança um alerta sobre a situação da Faixa de Gaza, diante dos ataques israelenses. “Sem eletricidade, os hospitais correm o risco de se tornarem necrotérios”, afirma a entidade, reconhecida por sua neutralidade.

As autoridades de Saúde de Gaza indicam que 1,3 mil pessoas já morreram desde sábado, com 6 mil feridos.

“Diante da terrível miséria humana causada por essa escalada do conflito, imploro hoje às partes que reduzam o sofrimento dos civis”, declarou Fabrizio Carboni, diretor regional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha para o Oriente Próximo e Médio.

Desde sábado, a resposta de Israel aos ataques do Hamas tem deixado mais de 260 mil pessoas deslocadas em Gaza e privado milhares de água potável. Mas, para o CICV, é a situação dos hospitais que revelam também a dimensão do drama.

“Como Gaza está sem acesso à eletricidade, o mesmo acontece com seus hospitais, ameaçando a vida de bebês recém-nascidos em incubadoras e pacientes idosos que precisam de oxigênio”, disse Carboni.

“É impossível usar máquinas de diálise renal ou fazer radiografias. Sem eletricidade, os hospitais correm o risco de se tornarem necrotérios”, alertou.

Segundo ele, “as famílias em Gaza já estão lutando para encontrar água potável”. “Nenhum pai deveria ser forçado a dar água não segura a uma criança com sede”, disse.

Ainda que denuncie a situação dos palestinos, o CICV aponta que “muitas famílias israelenses estão terrivelmente preocupadas com seus entes queridos que foram feitos reféns”.

“A tomada de reféns é proibida pelo direito humanitário internacional, e qualquer pessoa detida deve ser libertada imediatamente”, disse.

“Atualmente, estamos dialogando com representantes do Hamas e de Israel com o objetivo de progredir nessa questão. Como um intermediário neutro, estamos prontos para realizar visitas humanitárias, ajudar os reféns e suas famílias a manter contato e facilitar qualquer libertação”, completou.

*Jamil Chade/Uol

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“Situação dos palestinos em Gaza é semelhante ao de um campo de concentração”, denuncia entrevistado

Ualid Rabah revelou que a população de Gaza tem 4h de energia elétrica por dia, prejudicando o funcionamento de escolas e hospitais.

“A Palestina é rigorosamente uma prisão a céu aberto, há um regime de apartheid em todo o território palestino e os traços de uma vida em Gaza são equivalentes aos de campos de concentração. Qualquer coisa fora disso é desonesto”, afirma Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) e entrevistado do programa TVGGN 20H da última segunda-feira (9).

Ao longo do programa, Rabah contextualizou a situação dos palestinos, especificamente os que vivem na Faixa de Gaza, território em zona de guerra desde o último sábado (7), quando o grupo Hamas disparou uma chuva de foguetes lançados da Faixa de Gaza sobre Israel.

“É sempre importante deixar muito claro que a Palestina vive sob ocupação e que Gaza, especificamente, vive uma circunstância inusitada, pois vive cercada há 17 anos. Isso tudo faz com que esta população de 2,2 milhões de habitantes seja uma das maiores concentrações populacionais do mundo e viva numa circunstância absolutamente anormal. Primeiro, porque ela é 73% refugiada, resultado da limpeza étnica de dezembro de 1947 a 1959”, continua o presidente da Fepal.

O militante contesta que, apesar da restrição, se 79% dos palestinos deixassem o cerco rumo ao território de Israel, eles não estariam invadindo nada, já que a população foi expulsa do próprio território e roubada. Somente a partir deste enquadramento, o convidado afirmou que é possível compreender a real situação do conflito.

Precariedade
Ualid Rabah afirmou ainda que os 17 anos de bloqueio imposto aos palestinos fizeram com que a população vivesse em condições absolutamente precárias. Na Faixa de Gaza, os moradores contam com apenas quatro horas de fornecimento de energia elétrica por dia, em média, comprometendo assim o funcionamento de escolas e hospitais.

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), apenas 10% da água distribuída para os habitantes da Faixa de Gaza é própria para consumo humano. Consequentemente, 90% da população não tem acesso ao saneamento básico.

O bloqueio imposto por Israel isolou ainda a população territorialmente. Segundo o presidente da Fepal, quase 100% da população de crianças e jovens nunca saíram da Faixa de Gaza, reclusão que causa os mais altos índices de problemas psiquiátricos graves desde que os dados começaram a ser apurados.

“Essa população enfrenta 56% de desemprego. Na população jovem, o índice chega a 75%. Perto de 80% da população vive na pobreza ou na extrema pobreza. Essa população não tem acesso à saúde, é impedida por controle das entradas de alimentos em gaza, é impedida de ter consumo médio diário acima doa quantidade mínima de calorias identificado como próprio para o ser humano por cálculo da OMS [Organização Mundial da Saúde]”, continua Rabah.

Limpeza étnica
O entrevistado do programa comentou ainda que esta não é a primeira guerra entre palestinos e israelenses e que existe uma verdadeira tentativa da limpeza étnica contra os palestinos desde, pelo menos, 1973, época em que não havia o Hamas – grupo que hoje é usado como justificativa israelense na promoção dos ataques.

*Com TV GGN

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ONU sobe o tom e define o ataque de Israel a Gaza como crime de guerra

A ONU apela para que o sionista Netanyahu cumpra com as regras internacionais e não ataque civis, alertando que o cerco e extermínio em massa contra a população de Gaza se constitui crime de guerra.

Mesmo que a mídia hegemônica queira dar peso de igual monta ao Hamas e ao exército do Estado terrorista de Israel que usa as piores praticas de guerra desde 1948, a ONU faz uma separação clara e justificável entre as duas partes e forças.

Os dados divulgados pela ONU são alarmantes e mostram que a operação de resposta dos terroristas de Israel já atingiu 5,3 mil prédios, gerou 187 mil deslocados e deixou 610 mil palestinos sem água potável. O abastecimento de energia é precário e desumano para garantir luz em Gaza.

Já a OMS denuncia o fato de que a ofensiva do exercito terrorista do estado de Israel atingiu muitos hospitais, ambulâncias e matou médicos e enfermeiras no território de Gaza. Um massacre aos moldes dos campos de concentração nazistas.

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Vídeo: Abandonada por doadores, Gaza vive colapso social, fome e corte de energia

Jamil Chade*

Os ataques iniciados pelo Hamas contra a Israel abrem um período de incertezas e crise humanitária para a própria população no território palestino. Nas últimas horas, as autoridades israelenses cortaram o abastecimento de energia elétrica para a região, deixando milhares de pessoas sem luz.

Desde ontem, as agências da ONU responsáveis por atender a região foram obrigadas a suspender a distribuição de alimentos, de água e mesmo a coleta de lixo. De acordo com dados oficiais divulgados pela entidade, mais de 40 escolas foram fechadas, enquanto pelo menos 20 mil pessoas buscaram abrigo em instalações da agência da ONU.

Faltam ainda recursos. Para o ano de 2023, a entidade havia solicitado ajuda de US$ 344 milhões da comunidade internacional para socorrer os palestinos. Mas recebeu menos de 20% do que foi solicitado, num sinal de que muitos dos doadores abandonaram a população de Gaza.

Sob o bloqueio de Israel há 16 anos, Gaza já vivia uma situação humanitária considerada como crítica e a pobreza e a fome dominavam seus 2 milhões de habitantes. Neste período, quatro conflitos atingiram a região. De um lado, grupos palestinos acusavam Israel de transformar Gaza em uma prisão a céu aberto. De outro, acusavam o Hamas de usar o sofrimento dos civis para justificar seus objetivos políticos.

Agora, o temor na diplomacia internacional é de que a a população local seja a principal vítima da guerra entre o Hamas e Israel.

Condenando os atos do Hamas, o coordenador da ONU para o Processo de Paz no Oriente Médio, Tor Wennesland, deixou claro que a ameaça paira sobre a população civil. “Esse é um precipício perigoso e apelo para que todos deem um passo para longe do abismo”, disse.

Segundo a ONU, as taxas de pobreza na comunidade de refugiados palestinos, que constituem a maioria da população de Gaza, estão em torno de 81,5%.

O PIB per capita de Gaza – de cerca de US$ 1 mil por ano – é atualmente quatro vezes menor do que o dos países vizinhos ou mesmo o da Cisjordânia. “Essa terrível situação foi agravada por repetidos ciclos de hostilidades, tensões e violência exacerbadas, instabilidade política e a pandemia da COVID-19”, afirmam as agências humanitárias da ONU.

“Juntos, esses fatores desestabilizaram a vida de indivíduos e comunidades e aumentaram ainda mais as dificuldades que eles estão enfrentando. Tendo testemunhado mortes, ferimentos e danos ou perda de propriedade causados por quatro grandes rodadas de violência nos últimos 16 anos, muitos habitantes de Gaza – especialmente crianças – apresentam sinais de trauma”, destaca.

Antes mesmo dos ataques deste sábado, a ONU alertava que Gaza estava em “suporte de vida”, com 80% da população dependente de assistência humanitária.

Três em cada quatro habitantes de Gaza dependem de assistência alimentar emergencial e, apesar desse apoio, a taxa de insegurança alimentar grave aumentava.

A taxa de desemprego em 2021 foi de 47%, sendo que a taxa geral de desemprego entre os jovens foi de 64%.

1,1 milhão de refugiados palestino recebem assistência alimentar da UNRWA – a agência da ONU para os refugiados palestinos, em comparação com apenas 80.000 em 2000. Esse é um aumento de 1.324%.

Entre 2007 e 2022, 292 dos poços de água em Gaza, usados para consumo doméstico e para plantações, foram danificados ou destruídos pelas forças de segurança israelenses. Oitenta e um por cento da água extraída dos aquíferos de Gaza não atende à qualidade da água da OMS.

“A população de Gaza esgotou todos os seus mecanismos financeiros de enfrentamento e a ajuda humanitária é sua principal salvação, mas não é uma solução de longo prazo”, avaliava a entidade.

Antes da mais recente crise, foi determinado que uma solução viável e sustentável só seria possível com o fim do bloqueio e a abertura de oportunidades que estabelecerão as bases para o desenvolvimento econômico futuro.

*Uol

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Israel ordena cortar o fornecimento de eletricidade de Gaza

Israel ordenou, neste sábado (7), à empresa elétrica estatal cortar o fornecimento de energia na Faixa de Gaza, depois da ofensiva surpresa lançada pelo movimento palestino Hamas contra o território israelense, informou o ministro israelense da Energia.

“Assinei uma ordem para que a Companhia Elétrica [de Israel] suspenda o fornecimento elétrico para Gaza”, informou o ministro de Energia, Israel Katz, por meio de nota.