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A prisão de Paulo Galo e o perigo do juiz da esquina

A prisão de Paulo Galo e sua esposa está causando muita revolta por ser uma cínica atitude de regimes ditatoriais.

Se sua prisão já era absurda por ter se apresentado espontaneamente, pior ainda é a prisão de sua esposa por tê-lo acompanhado até a delegacia, deixando desamparada uma criança de 3 anos de idade.

Essa mistura fascista de Bolsonaro e Moro, que resultou na condenação e prisão de Lula, não tinha como não deixar sequelas. Um combinado fascista nesse nível não é obra do acaso, é questão de cidadania.

E se alguém apresentar qualquer consciência de um processo de exclusão, o judiciário brasileiro cria propósitos políticos para efetuar prisões arbitrárias numa clara questão que envolve discriminação e preconceito com as camadas mais pobres da população.

Essa coisa secular no Brasil, que se agravou perigosamente depois da Lava Jato de Moro, acontece no mesmo dia em que Bolsonaro coloca a imagem de um jagunço armado para representar o latifúndio, os grileiros, os matadores de aluguel, numa homenagem ao dia do agricultor e, com isso, mostra a diferença entre o tratamento que o judiciário dá a quem ele considera inferior na sociedade e para quem ele se coloca de forma cordial por defender os interesses da oligarquia.

O que se espera é que a sociedade reaja não mais contra o guarda da esquina da ditadura militar, mas contra o juiz da esquina carregado de discurso de ódio respaldado pela junção fascista que somou forças com a fusão no mesmo grupo político, Moro e Bolsonaro.

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Política

Tales Faria: O guarda da esquina violento temido com o AI-5 foi empoderado por Bolsonaro

Segundo Matéria de Tales Faria, publicada no Uol, Publicamente, ainda não houve uma declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em apoio aos policiais militares de Pernambuco que reprimiram com violência, neste sábado, 29, os protestos contra o governo. Quatro manifestantes foram atingidos por balas de borracha, dois deles, com risco de perder um dos olhos.

Mas não é impossível que o presidente da República venha a se manifestar em defesa do uso das balas de borracha.

Também não é impossível que Bolsonaro venha a defender publicamente o policial militar de Goiás que prendeu, nesta segunda-feira (31), um professor secundarista após exigir que ele retirasse do carro o adesivo em que chamava o presidente genocida.

O policial de Goiás e os de Pernambuco não fizeram nada diferente do que o presidente sempre defendeu como candidato e também agora que comanda o Palácio do Planalto.

Foram empoderados quando “o mito” assumiu o poder em Brasília. Principalmente pelo fato de Bolsonaro, após a posse como presidente, reafirmar suas declarações em defesa de atos violentos, tais como a tortura contra os adversários do regime militar nas décadas de 1960 e 1970.

Não é pura coincidência o fato de o filho Zero-Três do presidente, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), já ter defendido inclusive o Ato Institucional número 5, o famigerado AI-5, usado pela ditadura para dar ao presidente-general de plantão, Arthur da Costa e Silva, poderes acima da Constituição. Serviu para ele e os generais seguintes até o final do regime.

Foi na reunião em que se decidiu pela promulgação do AI-5 que o então vice-presidente da República, Pedro Aleixo, se opôs. Como civil, advogado e jornalista, ele se dirigiu ao presidente cunhando a seguinte frase: “O problema é o guarda da esquina.”

Aleixo queria dizer o seguinte, se a violência é aceita e institucionalizada nos altos escalões da República, ela se espraia por todos aqueles que se julgam detentores de algum poder. Até o guardinha da esquina. Um terceiro caso recente aconteceu neste sábado, 31, no município paulista de Caieiras. Desta vez, sem nenhuma conotação política.

Um terceiro caso recente aconteceu neste sábado, 31, no município paulista de Caieiras. Desta vez, sem nenhuma conotação política. Um policial militar agrediu com um soco na boca um jovem negro durante abordagem. Simplesmente porque se julgava com poder para tal. É o “guarda da esquina” empoderado, que Pedro Aleixo tanto temia.

Vale lembrar que todos eles foram ou estão sendo punidos de alguma forma pelos governadores de seus estados.

O governador Paulo Câmara, do PSB que faz oposição ao governo federal, declarou que havia determinado à polícia o respeito aos manifestantes e não agir com violência.

Atitudes como as dos policiais de seu estado representam um certo motim dos “guardinhas da esquina” contra seus superiores civis desarmados. Teoricamente o governador é o comandante em chefe da PM. Esse tipo de motim quebra a ordem hierárquica dos regimes democráticos, segundo a qual o poder armado deve estar subordinado ao poder civil.

A vítima final desse estado de coisas é aquele civil que não detêm qualquer autoridade formal. É o cidadão normal das ruas que não está autorizado a andar armado porque deveria ter um policial a defendê-lo, não para agredi-lo.

*Do Uol

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Política

Vídeo: O guarda da esquina foi preso

Antes de qualquer avaliação sobre o vídeo do PM deputado, Daniel Silveira (PSL) é preciso perguntar se todos os que são presos no Brasil têm direito a gravar um vídeo durante sua prisão para afrontar o juiz que expediu o mandado de prisão.

Já é uma aberração a PF ter deixado o meliante travestido de deputado gravar um vídeo em que bate no peito e se vangloria de ter sido preso por 90 vezes e ter saído impune de todas elas. Pior, dobrou a aposta na ameaça ao ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, dizendo que estava disposto a matar ou a morrer.

Vamos agora o que motivou a postagem do vídeo pelo deputado, em sua essência: tudo leva a crer que o boquirroto falastrão foi o pombo-correio do clã palaciano e que, agora, o que se diz nos bastidores é que, por ter pesado muito a mão, o próprio maníaco do Planalto se afastará do episódio, ao menos publicamente, para não azedar ainda mais o que já está azedo com o STF.

Daniel Silveira se empolgou com as declarações golpistas do general Villas Bôas e passou a atacar Fachin, no estilo mais puro do guarda da esquina que, na ditadura, era tido como o grande perigo por cometer excessos por impulso autoritário contra cidadãos comuns, o que não interessava à cúpula das Forças Armadas no período ditatorial.

Mas parece que o rapaz estava com os dois neurônios anabolizados e encheu de anilhas sua barra retórica, o que acabou por provocar a sua prisão por incitação à ditadura, ao AI-5 e ameaças aos ministros do STF com aquela carga de ódio bolsonarista.

Ou seja, o sujeito se inspirou no general falastrão, como quem falasse em nome da cúpula das Forças Armadas. E se não for cassado, vai empoderar não só outros deputados fascistas, como os saudosos da ditadura dentro da caserna.

Daniel Silveira tem que ser cassado, do contrário, sua prisão vira marketing político a favor dele e será imitado por todo político da mesma cepa.

Seu partido, PSL, acaba de expulsá-lo. Não tem sentido a Câmara manter um sujeito desse lá, por tudo o que ele representa em termos de degradação do Congresso.

Assista:

Vídeo que motivou a prisão:

Daniel Silveira na hora da prisão:

*Carlos Henrique Machado Freitas

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