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Vídeo: Gaza em paz, será?

Ah, “Gaza em paz, será?” – uma pergunta que carrega o peso de dois anos de muita dor, sofrimento, esperança e ceticismo. Vamos ao que se sabe até agora, com base nas atualizações mais recentes de 10 de outubro de 2025.

Acordo de cessar-fogo em vigor: Israel e Hamas concordaram com a primeira fase de um plano de paz de 20 pontos proposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump. O cessar-fogo entrou em efeito hoje, com as Forças de Defesa de Israel (IDF) se reposicionando para uma “linha Trump” – controlando cerca de 53% da Faixa de Gaza, mas recuando de áreas urbanas centrais. Isso permite a liberação de todos os reféns israelenses restantes (cerca de 48 vivos e mortos) em troca de mais de 1.950 prisioneiros palestinos.

Em Gaza, milhares de deslocados estão voltando para o norte, como Beit Hanoun e Jabalia, carregando pertences em carrinhos. Há cenas de celebração em campos de refugiados como Nuseirat, com bandeiras palestinas e esperança de que escolas e mercados possam reabrir sem bombas. Em Israel, famílias dos reféns aguardam o retorno, e Netanyahu descreveu como “passos para uma paz forte e duradoura”.

Mediadores envolvidos: Qatar, Egito e Turquia ajudaram nas negociações em Sharm el-Sheikh. Trump preside um “Conselho de Paz” internacional para supervisionar a reconstrução e uma governança transitória em Gaza, com tecnocratas palestinos e especialistas globais (incluindo o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, o que gerou polêmica).

Mas… será que é paz de verdade?
É só a fase: Isso é uma pausa, não o fim. As próximas etapas incluem desmilitarização do Hamas, governança permanente (sem o grupo no poder) e reconstrução massiva – Gaza está em ruínas, com mais de 67 mil mortos palestinos desde outubro de 2023, fome afetando 2 milhões e infraestrutura destruída. Há garantias de que Israel não reiniciará a guerra, mas violações passadas deixam desconfiança.

Desafios à frente: O Hamas exige “garantias reais” contra retomadas de hostilidades. Israel mantém zonas-tampão e controle de fronteiras. Críticos, como o presidente francês Macron, alertam para “perigos profundos”, e há temores de que assentamentos israelenses avancem. Além disso, o plano de Trump é visto por alguns como controverso, com acusações de favoritismo a Israel.

Opinião global: Uma pesquisa YouGov mostra 68% de apoio nos EUA ao plano (até entre democratas), e o petróleo já caiu para US$ 60,51/barril com o alívio de riscos. No X (antigo Twitter), posts celebram o “retorno para casa” em Gaza, mas outros questionam se é “paz ou miragem”.

Em resumo, Gaza respira aliviada hoje – sem bombas, com reféns voltando e ajuda entrando (300 caminhões da UNRWA). Mas paz duradoura? Depende das fases seguintes, da boa-fé de todos e de pressão internacional. Como disse um post no X: “É o fênix voando sobre cinzas, mas com espinhos no caminho”. 🇵🇸


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Por que o genocídio em Gaza não tem nada a ver com o ataque do Hamas

Israel impõe restrições à pesca em Gaza por meio de um bloqueio naval desde 2007, limitando a zona permitida (que varia de 3 a 15 milhas náuticas ou até proibição total em 2025).

Há relatos de incidentes em que a marinha israelense atira em pescadores que ultrapassam esses limites, resultando em mortes e ferimentos.

Relatos consistentes de organizações como a ONU, Human Rights Watch e grupos locais documentam incidentes em que a marinha israelense dispara contra pescadores que ultrapassam os limites ou se aproximam deles, resultando em mortes, ferimentos e danos a embarcações.

Por exemplo, relatórios de 2020-2024 indicam casos de pescadores mortos ou feridos, com embarcações confiscadas ou destruídas.
Em 2025, a situação permanece tensa, com restrições agravadas em períodos de limpeza étnica.

Não há dados precisos de 2025 nos resultados disponíveis, mas o padrão histórico sugere continuidade desses assassinatos de Israel a sangue frio.

O sofrimento humano gerado pela monstruosidade dessas ações sionistas é inegável e injustificável para qualquer ser minimamente decente.


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Vídeo: Flotilha denuncia desaparecimento de brasileiros após interceptação israelense

João Aguiar e Miguel de Castro estão incomunicáveis; Itamaraty cobra responsabilidade por segurança de cidadãos detidos

“Exigimos ação, denúncia e verdade. Miguel está desaparecido. E o Brasil, junto à comunidade internacional, tem o dever de certificar o que aconteceu com ele e lutar para trazê-lo de volta”, declararam os pais de Castro, Marta Viveiros de Castro e Luiz Rodolfo, em nota.

A embaixada brasileira em Tel Aviv informou que, devido ao feriado de Yom Kippur, o atendimento consular seria retomado após sexta-feira (03/10). O grupo de advogados da Adalah relatou ter recebido ligações de participantes, informando que as autoridades de imigração israelenses já iniciaram audiências preliminares de deportação e emitiram ordens de prisão no porto de Ashdod.

“É inadmissível que as forças israelenses realizem esses procedimentos — deportação e aprisionamento de nossos ativistas — sem permitir aos cidadãos brasileiros o contato consular prévio e a assistência jurídica de seus advogados. O governo brasileiro deve se posicionar frente às inúmeras violações dos direitos de seus cidadãos, levados ilegalmente para o território da Palestina ocupada”, declarou a delegação brasileira da GSF em nota oficial.

Interceptação
O Itamaraty condenou a interceptação da Flotilha Global Sumud (GSF) por Israel, expressando “preocupação com a presença de cidadãs e cidadãos brasileiros, incluindo parlamentares”. A frota humanitária pretendia romper o bloqueio marítimo imposto por Israel sobre a Faixa de Gaza.

“O governo brasileiro deplora a ação militar israelense, que viola direitos e coloca em risco a integridade física de manifestantes em uma ação pacífica. No contexto dessa operação militar condenável, passa a ser de responsabilidade de Israel a segurança das pessoas detidas”, afirmou a nota oficial.

Os ativistas da missão humanitária, que buscava romper o cerco israelense a Gaza, foram levados pelo navio de guerra MSC Johannesburg na quarta-feira (01/10). De acordo com imagens, a embarcação militar e os barcos interceptados chegaram ao porto de Ashdod, em Israel.

Confirmou-se a interceptação e a detenção de doze membros da delegação brasileira: Thiago Ávila, a bordo do Alma; Bruno Gilga, Lisiane Proença, Magno Costa, a vereadora Mariana Conti e Nicolas Calabrese, no Sirius; Ariadne Telles e Mansur Peixoto, no Adara; Gabriele Tolotti (presidente do PSOL-RS) e Mohamad El Kadri, no The Spectre; Lucas Gusmão, no Yulara; e a deputada federal Luizianne Lins, no Grand Blue.

Hamas condena ‘terrorismo marítimo’
O Hamas apelou nesta quinta-feira (02/10) para que cidadãos de diferentes países organizem protestos contra a interceptação da Flotilha Global Sumud, que transportava ajuda humanitária para Gaza, ocorrida na noite de quarta-feira (01/10).

Em comunicado repercutido pela agência espanhola EFE, o grupo afirmou que “a interceptação dos barcos da Flotilha em águas internacionais e a detenção dos ativistas e jornalistas a bordo constitui um ataque traiçoeiro e um ato de pirataria e terrorismo marítimo contra civis”.

A organização destacou que os voluntários detidos eram “ativistas internacionais em missão humanitária urgente para entregar ajuda” à população de Gaza, “submetida ao genocídio e à fome sistemática durante dois anos”, e complementou: “saudamos a coragem dos ativistas e a determinação em romper o cerco contra o nosso povo”.

O Hamas também pediu que a ONU e a comunidade internacional assumam “responsabilidades legais e morais”, unindo-se à condenação do ataque e adotando “medidas urgentes” para proteger os ativistas e as embarcações.

*Opera Mundi


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‘Célula de Legitimação’: Israel usa inteligência para associar jornalistas ao Hamas e validar execuções

Criado após 7 de outubro, grupo faz parte das IDF e vasculha Gaza em busca de material para reforçar narrativa israelense sobre a guerra, revela +972 Magazine

Uma investigação da revista independente +972 Magazine revelou a existência de uma unidade israelense intitulada Célula de Legitimação, cuja função é vincular jornalistas de Gaza ao Hamas para justificar seus assassinatos, como ocorreu com o repórter da Al Jazeera Anas al-Sharif e seus outros cinco colegas de profissão nesta semana.

O texto afirma que Israel “trata a mídia como um campo de batalha” e utiliza desse “esquadrão secreto de inteligência do exército para vasculhar Gaza em busca de material que reforce a hasbara israelense [termo hebraico que refere-se a propaganda e imagem pública de Israel”. Em outras palavras, a motivação da Célula de Legitimação são as relações públicas.

De acordo com a reportagem investigativa, escrita por Yuval Abraham, jornalista e cineasta baseado em Jerusalém que foi vencedor do Oscar de Melhor Documentário por um filme sobre a ocupação israelense na Cisjordânia, a Célula de Legitimação é uma unidade especial das Forças de Defesa Israelenses (IDF, na sigla em inglês, como é chamado o exército do país].

Com base nos relatos de três fontes de inteligência que falaram à +972 Magazine e ao portal Local Call, parceiro da revista independente que produz conteúdo jornalístico independente sobre Israel e a Palestina, a unidade foi criada após o 7 de outubro de 2023 e tem como objetivo final reforçar a imagem de Israel na mídia internacional.

“A unidade foi designada para identificar jornalistas baseados em Gaza que poderiam ser retratados como agentes secretos do Hamas, em um esforço para conter a crescente indignação global com o assassinato de repórteres por Israel”, escreveu Abraham.

“Motivados pela raiva de que repórteres baseados em Gaza estivessem manchando o nome [de Israel] diante do mundo, seus membros estavam ansiosos para encontrar um jornalista que pudessem vincular ao Hamas e marcar como alvo”, relatou uma das fonte à publicação.

Na prática, sempre que as críticas contra Israel se intensificam na mídia internacional, a Célula de Legitimação é ordenada pelo próprio governo Benjamin Netanyahu a encontrar informações que pudessem combater essas críticas.

“Se a mídia global está falando sobre Israel matando jornalistas inocentes, então imediatamente há uma pressão para encontrar um jornalista que possa não ser tão inocente — como se isso de alguma forma tornasse aceitável matar os outros 20”, disse a fonte de inteligência à +972 Magazine.

De acordo com as declarações, até mesmo funcionários da inteligência fora da Célula de Legitimação foram instruídos a sinalizar “qualquer material que pudesse ajudar Israel na guerra de informação”. Uma das fontes inclusive revelou uma frase constantemente falada pelos superiores: “Isso é bom para a legitimidade”.

Contudo, a instrução de encontrar informações em Gaza não era o único trabalho da unidade porque havia a possibilidade de que as informações encontradas não fossem as mais adequadas à narrativa israelense sobre a guerra.

*Opera Mundi


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Israel controla 50% de Gaza; ataques continuam

Mais de 50 mil palestinos foram mortos durante a guerra

Israel já dominou pelo menos 50% da Faixa de Gaza de acordo com a Associated Press. Após exatos 18 meses de conflito, o que resta do território é destruição por toda parte: prédios demolidos, casas viraram pó, plantação desapareceram e até árvores sumiram.

Ataques de Israel e Hamas continuam
Ataques continuam com intensa força após primeiro cessar-fogo iniciado em 19 de janeiro ser dado como encerrado no dia 18 de março — o acordo nunca foi cumprido devidamente pelas partes que mantiveram atuações das forças armadas.

Neste domingo (6), Israel fez ofensiva que resultou na morte de 32 pessoas, sendo maior parte mulheres e crianças. A situação aconteceu enquanto o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu viaja para os Estados Unidos (EUA) para se encontrar com Donald Trump.

Em defesa, a ação foi justificada como retaliação por ataque feito pelo Hamas ao sul do país. O grupo disparou cerca de 10 projéteis, maioria foi interceptado pelo sistema de defesa israelita.

Hamas por sua vez justificou a ação devido as mortes de palestinos pelo exército de Netanyahu.

Informações da Folha de S. Paulo dizem ainda que o exército israelense escolheu conscientemente atacar uma equipe médica da Cruz Vermelha em 23 de março. Na ação 15 trabalhadores morreram.

O governo também bloqueou a importação de alimentos, combustível e ajuda humanitária durante o mês de março para o território de Gaza, que depende muito de assistência externa.

Durante a Guerra entre Israel e o Hamas, mais de 62 mil palestinos foram mortos, de acordo com o Al Jazeera. Segundo o mesmo veículo, no lado de Israel pouco mais de mil foram mortos pelas forças do Hamas.

Devido a dificuldade da imprensa de estar no território e de verificar os dados, a informação é desatualizada de 3 de fevereiro. Os números podem ser ainda maiores e mais discrepantes.

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Trump dá ultimato para que Hamas saia de Gaza e exige libertação de prisioneiros israelenses

O presidente dos EUA estendeu as ameaças à toda a população palestina de Gaza, afirmando que estão ‘mortos’ se retiverem os presos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu um ultimato, nesta quarta-feira (5), para que os líderes do Hamas saiam de Gaza e exigiu que o grupo islamista palestino liberte os prisioneiros israelenses.

“Estou enviando a Israel tudo o que se necessita para terminar o trabalho, nem um único membro do Hamas estará a salvo se não fizerem o que eu digo”, escreveu o republicano em sua rede Truth Social, se referindo ao apoio militar dos EUA ao genocídio promovido por Israel em Gaza, que já deixou mais de 45 mil mortos em território palestino, segundo o Hamas. “Este é seu último aviso! Para os dirigentes, agora é a hora de sair de Gaza, enquanto ainda têm oportunidade.”

“Libertem todos os reféns agora, não depois, e devolvam imediatamente todos os corpos das pessoas que vocês assassinaram, ou ACABOU para vocês”, afirmou o mandário, referindo-se também aos restos mortais dos prisioneiros em posse do Hamas. “Somente pessoas doentes e perversas mantêm corpos, e vocês são doentes e perversos!”

Logo depois, Trump estendeu as ameaças ao Hamas à toda a população palestina de Gaza, afirmando que estão “mortos” se retiverem os prisioneiros israelenses.

“Para a população de Gaza: um lindo futuro os espera, mas não se retiverem os reféns. Se o fizerem, estão MORTOS!”, escreveu o republicano em seu perfil.

Contato direto com o Hamas
O governo estadunidense manteve contatos diretos com o Hamas, em acordo com Israel, que advertiu nesta quarta-feira (5) que seus esforços militares para derrotar o movimento islamista palestino em Gaza não terminaram.

Essa postura rompe com a antiga política dos EUA de não manterem um diálogo direto com grupos que considera terroristas, como é o caso do Hamas.

Perguntada por essas conversas, reveladas pelo site Axios, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, respondeu que o enviado especial dos Estados Unidos, Adam Boehler, tem “autoridade para falar com qualquer um”.

“Israel foi consultado sobre esse assunto”, acrescentou, sem dar detalhes sobre o conteúdo das reuniões e disse que “há vidas de americanos em jogo”.

“Durante as consultas com os Estados Unidos, Israel expressou sua opinião sobre as conversas diretas com o Hamas”, disse o gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

Responsáveis do Hamas também confirmaram esses encontros.

“Houve vários contatos entre o Hamas e vários canais de comunicação americanos, o último com um enviado dos Estados Unidos, e o assunto dos prisioneiros israelenses que têm cidadania americana, tanto os vivos quanto os falecidos, foi discutido”, declarou um responsável do Hamas que pediu anonimato.

Segundo o Axios, Boehler se reuniu com autoridades do Hamas nas últimas semanas em Doha para tratar da libertação dos cinco prisioneiros americanos que o grupo islamista ainda mantém na Faixa de Gaza, quatro dos quais estão mortos, segundo balanço da AFP.

Nessas conversas também se discutiu a libertação de todos os prisioneiros que permanecem em Gaza, bem como a possibilidade de um cessar-fogo permanente, acrescentou o Axios, com base em duas fontes anônimas próximas das conversas.

Apesar dos contatos, o chefe do Estado-Maior israelense, Eyal Zamir, afirmou nesta quarta-feira que o objetivo de acabar com o Hamas na Faixa de Gaza “ainda não foi concluído”, declarações que colocam em dúvida a trégua no território palestino.

“O Hamas sofreu um golpe duro, mas ainda não foi vencido”, declarou Zamir. Enquanto Netanyahu limitou-se a dizer que está “decidido a ganhar”.

Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza após um ataque em 7 de outubro de 2023 no sul do país perpetrado por membros do Hamas, no qual morreram 1.218 pessoas.

A ofensiva israelense provocou pelo menos 48.440 mortes em Gaza, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas considerados confiáveis pela ONU. Também gerou um desastre humanitário entre os 2,4 milhões de habitantes do território palestino.

Fome, uma arma de guerra
Em 19 de janeiro entrou em vigor um acordo de trégua alcançado com mediação de Catar, Egito e Estados Unidos.

Esse pacto está na berlinda, já que Israel e Hamas discordam sobre como mantê-lo, uma vez expirada sua primeira fase.

Nessa primeira etapa, o Hamas entregou 33 prisioneiros e Israel libertou cerca de 1.800 palestinos.

Israel também permitiu a entrada de mais ajuda humanitária em Gaza, antes de bloqueá-la no domingo em meio às desavenças com o Hamas sobre o prosseguimento da trégua.

Israel quer que a primeira fase se prolongue até meados de abril e exige a “desmilitarização total” do território palestino, a saída do Hamas de Gaza e a entrega de todos os prisioneiros antes de passar para uma nova fase.

Já o Hamas quer seguir para a segunda etapa, que contempla um cessar-fogo permanente, e insiste em permanecer na Faixa de Gaza, que governa desde 2007.

Uma terceira fase deveria se dedicar à reconstrução de Gaza.

Com sua decisão de bloquear a entrada de ajuda humanitária em Gaza, Israel está “utilizando a fome como arma de guerra”, protestou a África do Sul, que apresentou uma denúncia de genocídio contra Israel perante a Corte Internacional de Justiça.

Berlim, Paris e Londres pediram conjuntamente a Israel que deixe a ajuda entrar, e ao Hamas que liberte os prisioneiros. “O fornecimento de ajuda humanitária não deve […] ser explorado com fins políticos”.

*AFP/BdF

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Hamas liberta três prisioneiros, mas Israel diz que planeja novos “ataques” em Gaza

Liberação ocorreu via Cruz Vermelha após mediação do Egito e Catar; segunda fase das negociações permanece incerta.

AFP
O Hamas libertou neste sábado (15) mais três prisioneiros israelenses como parte do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. A Cruz Vermelha fez o transporte dos libertados até Khan Younis, onde foram entregues ao governo de Israel.

Há uma semana, o estado judeu ameaçava retomar ataques contra a população de Gaza, frente à paralisação nas liberações. O principal motivo foi o descumprimento dos termos do acordo por Israel, que bloqueava o acesso de palestinos ao território, assim como de mantimentos e materiais para reconstrução da região desolada pelo massacre.

Mediadores egípcios e cataris foram os responsáveis por articular as conversas entre o Hamas e o governo de Israel para manter o acordo de cessar-fogo. Após a libertação dos três prisioneiros, o Hamas aguarda a soltura de 369 palestinos e palestinas mantidos por Israel.

Mesmo com o gesto palestino, o chefe do Estado-maior de Israel, tenente-general Herzi Halevi afirmou que as forças do país estão preparando “planos de ataque”, sem dar detalhes sobre as possíveis ações militares.

A primeira fase do acordo se encerra em março. Ainda há incertezas se será possível alcançar a segunda fase, que colocaria fim ao genocídio israelense em Gaza. Em mais de um ano de ataques, mais de 47 mil pessoas morreram, grande parte delas mulheres e crianças.

Na segunda-feira (10) passada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou provocar um “inferno” em Gaza se os prisioneiros israelenses não fossem libertados até este sábado, como estabelece o acordo de trégua que está em vigor desde 19 de janeiro.

O Hamas reagiu afirmando que as ameaças não tinham valor. “Trump deve lembrar que há um acordo [de trégua] que ambas as partes devem respeitar, e que essa é a única forma de fazer com que os prisioneiros retornem”, declarou Sami Abu Zuhri, um dos líderes do movimento.

*BdF

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Palestinos do Hamas peitam Trump “ameaças não têm valor”

O bravateiro que não resolve nem a falta de ovo nos EUA, tomando uma volta da gripe aviária, acha mesmo que vai intimidar quem dá a vida por uma causa justa contra os demônios sionistas?

Isso só aumenta a podridão da imagem de Israel-EUA

Hamas diz que está adiando a próxima libertação de reféns, alegando violações da trégua israelense

Sobre isso o caça-ovo nada fala.

Não pode sequer dizer que Trump está caçando pelo em cabeça de ovo, porque nem ovo os EUA têm.

Netanyahu que está tão proximo da cadeia quanto Bolsonaro, acha que Trump é gênio.

Não se sabe o que o macabro assassino de crianças e mulheres, Netanyahu, está maquinando para tentar fugir da ratoeira da justiça de Israel,

O fato é que Trump não intimida Palestino nenhum que, bravamente, luta por sua sobrevivência, por sua nação, sua cultura e seus valores, infinitamente mais nobres que as bestas do apocalipse sionista

O bravateiro que não resolve nem a falta de ovo nos EUA, tomando uma volta da gripe aviária, acha mesmo que vai intimidar quem dá a vida por uma causa justa contra os demónios sionistas?

Isso só aumenta podridão da imagem de Israel-EUA

Hamas diz que está adiando a próxima libertação de reféns, alegando violações do cessar-fogo israelense

Sobre isso, o caça-ovo nada fala.

Netanyahu, que está tão próximo da cadeia quanto Bolsonaro, acha que Trump é gênio.

Quanto ao cabelo de Trump na foto em destaque, faltou cola.

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Israel sofre derrota e Hamas se fortalece como interlocutor geopolítico

O acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, mediado pelos governos do Catar, do Egito e dos Estados Unidos, não apenas interrompe temporariamente as hostilidades, mas também marca um momento de profundo impacto geopolítico e humanitário no Oriente Médio. Diversas análises apontam que o conflito expõe fragilidades de Israel, fortalece a resistência palestina e sublinha a necessidade de soluções duradouras. As avaliações convergem em torno do reconhecimento da importância do acordo e da urgência de avanços concretos para uma paz sustentável na região.

O Portal Vermelho consultou analistas do assunto que foram unânimes em apontar uma profunda derrota moral e estratégica para Israel. José Reinaldo Carvalho, presidente do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), Emir Mourad, secretário-geral da Confederação Palestina Latino-americana e do Caribe (Coplac), e Amyra El Khalili,a economista socioambiental e editora do Movimento Mulheres pela P@Z!, apontaram seus argumentos para esta conclusão. O governo brasileiro, por meio de Lula e de sua diplomacia, também se manifestou celebrando o acordo (confira ao final).

Objetivos não cumpridos

José Reinaldo Carvalho, Cebrapaz

José Reinaldo Carvalho, que também é membro da Comissão Política do PCdoB, afirmou que o desfecho do conflito representa uma derrota para Israel e um avanço significativo para a resistência palestina. Segundo Carvalho, a ofensiva israelense tinha como objetivo a aniquilação do Hamas, mas terminou com Israel desmoralizado e forçado a negociar diretamente com o movimento.

“Israel sai desmoralizado e isolado no mundo. Internamente, o regime israelense está em crise, enquanto o Hamas demonstrou maturidade política e capacidade de articulação”, declarou Carvalho. Ele também ressaltou que o Hamas emerge como um interlocutor geopolítico incontornável, tendo governos como os do Catar e do Egito em diálogo direto com sua liderança.

Para Carvalho, o cessar-fogo simboliza não apenas uma pausa na violência, mas também uma “derrota significativa” para os agressores. Ele destacou ainda que a resistência palestina deve agora concentrar-se em aliviar a crise humanitária em Gaza, garantir o cumprimento do acordo e fortalecer sua luta histórica por independência.

Acordo e papel do Hamas no cenário internacional

O presidente do Cebrapaz ressaltou que o acordo de cessar-fogo evidencia a influência do Hamas no cenário geopolítico, tornando-se um interlocutor incontornável. “Governos árabes, como os do Egito e Catar, foram negociadores e fiadores do acordo, dialogando intensamente com a direção do Hamas. Já o imperialismo estadunidense e os genocidas israelenses, que tinham como propósito aniquilar o movimento, foram obrigados a reconhecer sua autoridade”, avaliou.

O Hamas, por sua vez, celebrou a trégua como uma vitória da “lendária firmeza do povo palestino”. Carvalho destacou que essa resistência não é apenas retórica, mas uma demonstração de abnegação e persistência diante de adversidades extremas. “A trégua simboliza uma derrota significativa para os agressores, que se viram obrigados a reconhecer a força da resistência e a sentar-se à mesa de negociação”, afirmou.

Prioridades para a resistência palestina

Segundo Carvalho, o próximo passo da resistência é enfrentar a crise humanitária em Gaza, lutar por um cessar-fogo abrangente e permanente e reacumular forças para liderar a luta histórica pela libertação total e independência da Palestina. “O acordo é imperioso e indispensável. Ele representa uma pausa necessária nas agressões contra a população de Gaza, alivia a crise humanitária e abre caminho para soluções mais duradouras”, explicou.

Carvalho também enfatizou a importância de garantir o cumprimento do acordo, exercendo pressão internacional contra possíveis violações. “Os mediadores prometeram emitir uma resolução no Conselho de Segurança da ONU para apoiar o cessar-fogo, mas os inimigos figadais da paz e da libertação continuam vociferando ameaças de novas agressões”, alertou.

Concluindo, José Reinaldo Carvalho destacou que o cessar-fogo é apenas o início de um longo caminho rumo à paz duradoura e à justiça para o povo palestino. “A vitória da resistência é também a derrota dos agressores. Este acordo é um marco histórico e prova que, mesmo diante das adversidades mais extremas, é possível obter conquistas concretas. A luta pela liberdade da Palestina segue mais legítima e urgente do que nunca.”

Apenas uma batalha

Emir Mouad, secretário-geral da Confederação Palestina Latino-americana e do Caribe (Coplac)

Emir Mourad apresentou uma visão mais cautelosa. Para Mourad, o cessar-fogo é um passo necessário, mas insuficiente para mudar a dinâmica de opressão contra os palestinos. O histórico do conflito e a continuidade de práticas como a limpeza étnica contra os palestinos lançam dúvidas sobre a efetividade e a durabilidade do acordo.

“O cessar-fogo momentâneo pode servir para a troca de reféns, mas a limpeza étnica segue em curso. Desde 1948, essa política vem sendo construída e nada nos garante que haverá mudanças significativas no médio e longo prazo”, afirmou Mourad. Ele também destacou as pressões internacionais sobre Israel, especialmente dos Estados Unidos, como fatores determinantes para o acordo.

Mourad alertou sobre as violações ao cessar-fogo e a escalada de tensões em regiões como o Líbano, apontando que os impactos militares e políticos do conflito ainda estão em curso. Ele também observou que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu enfrenta pressões internas significativas, refletindo a instabilidade política em Israel.

O secretário-geral da Coplac enfatizou que o acordo, além de permitir aliviar a crise humanitária, revelam fracassos de Netanyahu. “Israel não alcançou seus objetivos políticos, como a expulsão dos palestinos do norte de Gaza e a destruição completa da resistência. Esses fracassos são evidentes quando analisamos os resultados concretos”, avaliou.

O impacto humanitário e as limitações do acordo

Apesar das limitações, Mourad reconheceu que o cessar-fogo trouxe um “respiro” para a população palestina. “Esse momento é importante para reconstruir a infraestrutura de saúde e oferecer um alívio mínimo ao povo de Gaza. Mas devemos lembrar que o acordo é dividido em três fases, e apenas a primeira foi formalizada até agora, com monitoramento permanente ao longo de 42 dias. O que ocorrerá depois disso é incerto”, pontuou.

A escalada de tensões no Líbano e as violações ao cessar-fogo na região são outros pontos de preocupação. Mourad lembrou que a resistência libanesa também sofreu ataques, mas que Israel não conseguiu alcançar seus objetivos militares no país. “A derrubada da Síria e as ações no Líbano mostram como o redesenho do Oriente Médio segue em curso, com impactos militares e políticos profundos”, analisou.

Contexto político em Israel e nos EUA

Mourad destacou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enfrenta pressões internas significativas, inclusive risco de colapso do governo. “Netanyahu teve que costurar alianças políticas para garantir a aprovação do acordo. Há descontentamento entre setores da extrema direita israelense que abominam qualquer concessão à resistência palestina”, explicou.

Nos Estados Unidos, tanto o presidente Joe Biden quanto Donald Trump, que reassume a presidência em breve, têm interesses estratégicos na região. Segundo Mourad, Biden tenta deixar um “legado positivo” ao mediar o cessar-fogo, enquanto Trump busca consolidar alianças no Oriente Médio e retomar os Acordos de Abraão.

Mourad concluiu com uma análise realista sobre os próximos passos: “Este é apenas um pequeno passo em uma batalha que está longe de terminar. A resistência palestina precisará se adaptar às novas realidades e continuar lutando por seus direitos. A comunidade internacional, por sua vez, deve se manter vigilante para garantir que acordos como este não sejam usados como pretextos para perpetuar a opressão.”

Derrota da “vitrine de extermínio”

Amyra El Khalili, rede Movimento Mulheres pela P@Z!

Amyra El Khalili, compartilhou uma análise contundente sobre a situação, voltando anos antes para demonstrar a dimensão dos interesses em jogo e das perdas e ganhos. A análise parte de um contexto em que Israel, segundo El Khalili, enfrenta derrotas significativas em diversos campos, da opinião pública internacional à economia interna, enquanto a resistência palestina conquista avanços simbólicos e políticos.

Para Amyra, o contexto atual é marcado por um misto de emoções: “Os palestinos estão emocionados. Eu falo com jornalistas, com as mulheres palestinas, as mães dos militantes e dos prisioneiros. Todos compartilham uma dor coletiva e uma resistência que transcende as fronteiras de Gaza”.

Ela explica que a presença de policiais nas ruas de Gaza após o cessar-fogo não é apenas uma questão organizacional, mas também uma mensagem estratégica: “Esses homens são policiais do governo de Gaza, que é liderado pelo Hamas, um partido eleito. Essa mobilização é uma reafirmação de que o governo ainda está operante, contrariando a narrativa israelense de colapso”.

A história do conflito: genocídio e resistência

Amyra destaca que os objetivos israelenses estão enraizados em um plano de longa data: o “Plano de Decisão”, anunciado em 2017 pelo ministro Bezalel Smotrich. Segundo ela, o plano oferecia três opções à população palestina: viver como cidadãos de segunda classe, emigrar ou enfrentar a morte. “Os palestinos de Gaza decidiram que, se é para morrer, será lutando. A operação ‘Tempestade de Al Aqsa’, desencadeada em 7 de outubro de 2023, foi um contra-ataque preventivo ao genocídio planejado para novembro”, defende ela.

Ela aponta que a resistência conseguiu desarmar sistemas de segurança israelenses, invadir territórios ocupados e levar reféns para negociar a liberdade de prisioneiros palestinos. “Esses prisioneiros são uma questão sensível para o povo palestino, pois quase todos têm algum parente ou conhecido que sofreu tortura ou morreu nas prisões israelenses”.

Amyra acredita que os objetivos da resistência foram alcançados até certo ponto: “A Palestina voltou à agenda mundial. Gaza era bombardeada semanalmente sem receber atenção da imprensa. Agora, o mundo está discutindo o genocídio e os crimes de guerra contra os palestinos”. Ela também ressalta que o objetivo de trocar prisioneiros está em curso, apesar dos desafios impostos por Israel.

Segundo Amyra, Gaza foi transformada em um campo de concentração e uma vitrine para o mercado armamentista israelense. “Israel bombardeava Gaza e exibia vídeos para vender suas tecnologias de extermínio ao mundo”, denuncia.

O acordo mediado: uma vitória estratégica

Amyra enfatiza que o reconhecimento de um Estado palestino sempre encontrou barreiras no Knesset, o parlamento israelense, que rejeita a solução de dois estados. “A resistência palestina continua a lutar não apenas pela sobrevivência, mas pela dignidade e pela liberdade de seu povo”.

De acordo com El Khalili, o recente acordo mediado é uma reedição do que fora proposto anteriormente pelo Qatar, mas rejeitado pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em dezembro do ano passado. Essa rejeição inicial submeteu reféns israelenses a meses de cativeiro em Gaza, com consequências graves, incluindo a morte de alguns durante ataques dos próprios israelenses.

“Não interessa ao Hamas matar reféns. Devolver essas pessoas sãs e salvas é uma das maiores estratégias geopolíticas que eles podem empregar”, argumenta a professora. Para ela, o ato de liberar reféns em boas condições é uma demonstração política e moral que reforça a imagem do Hamas perante a opinião pública global e, especialmente, entre os israelenses. Ela também sublinha o impacto da propaganda sionista, que, segundo ela, intoxica muitos israelenses ao perpetuar a ideia de que os palestinos são terroristas.

El Khalili destaca como Israel tem sofrido derrotas em várias frentes. No âmbito interno, muitos israelenses, especialmente aqueles com dupla cidadania, estão deixando o país devido à insegurança crescente. “Israel perde na economia, na comunicação e na segurança de sua própria população”, afirma.

O martírio e a luta pela liberdade

Para os palestinos, a resistência é uma questão de sobrevivência e dignidade. Amyra ressalta que a ideia de martírio é frequentemente mal interpretada no Ocidente: “Dizer que os islâmicos gostam de morrer ou cultuam o martírio é uma visão distorcida. Para eles, trata-se de lutar com orgulho contra a humilhação e a opressão”.

Ela lembra que Gaza tem sido palco de massacres recorrentes desde que foi isolada por muros. Apesar disso, o povo palestino segue resistindo, preferindo enfrentar a violência a aceitar a subjugação.

Amyra também aborda os interesses geopolíticos que alimentam o conflito. Segundo ela, Israel busca controlar recursos energéticos estratégicos, como petróleo e gás, e usar Gaza como uma rota para exportação desses recursos. “O objetivo é claro: atacar o Irã e consolidar o domínio sobre as riquezas naturais da região”, afirma.

A professora também destaca o papel do Irã como um agente diplomático cauteloso. Apesar de apoiar a resistência, o país evita confrontos diretos devido à presença de armas nucleares em Israel. Essa diplomacia cuidadosa reflete a complexidade do cenário e a importância de evitar uma escalada que poderia ter conseqüências devastadoras.

Para ela, o acordo recente representa uma vitória simbólica e estratégica para a resistência palestina. “É uma demonstração de que a resistência não se intimida diante do poderio militar israelense e de que a luta por liberdade é inegociável”, conclui. A troca de reféns e a resposta popular palestina mostram que, mesmo diante de desafios extremos, a resistência permanece viva e resiliente.

Posição do governo brasileiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) também se posicionaram sobre o cessar-fogo, reforçando o compromisso do Brasil com soluções pacíficas no Oriente Médio. Lula celebrou a trégua como um sinal de esperança, destacando a necessidade de construção de uma solução duradoura para o conflito.

“Que a interrupção dos conflitos e a libertação dos reféns ajudem a construir uma solução duradoura que traga paz e estabilidade a todo Oriente Médio”, escreveu o presidente em suas redes sociais.

O Itamaraty, em nota oficial, saudou o cessar-fogo e sublinhou a importância de respeitar os termos do acordo, garantindo ajuda humanitária e a reconstrução da infraestrutura de Gaza. O comunicado reiterou o compromisso brasileiro com a solução de dois Estados, com um Estado palestino independente e viável, convivendo em paz com Israel.

Embora o cessar-fogo seja amplamente saudado, ele é visto apenas como um passo inicial em um longo caminho. A resistência palestina precisará lidar com as adversidades humanitárias e manter sua luta por direitos, enquanto a comunidade internacional deve garantir que o acordo não seja usado como pretexto para perpetuar a opressão. Como enfatizou o Itamaraty, o compromisso com o diálogo e a solução de dois Estados permanece essencial para uma paz duradoura. Com Vermelho.

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Netanyahu diz que não haverá cessar-fogo em Gaza antes de destruição do Hamas ou dos palestinos?

Declaração vem após Biden apresentar plano para acabar com guerra e libertar reféns.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse neste sábado (1) que não pode haver cessar-fogo permanente em Gaza até que o Hamas seja destruído, lançando dúvidas sobre uma parte fundamental de uma proposta de trégua que o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que Israel fez.

Biden disse na sexta-feira (31) que Israel propôs um acordo envolvendo uma trégua inicial de seis semanas com uma retirada militar parcial israelense e a libertação de alguns reféns, enquanto os dois lados negociaram “um fim permanente às hostilidades”.

No entanto, Netanyahu deixou claro neste sábado (1) que qualquer noção de que Israel concordaria com um cessar-fogo permanente antes que “a destruição das capacidades militares e governamentais do Hamas” não é aceitável.

Há meses que as conversações de paz se esgotam, com Israel exigindo a libertação de todos os reféns e a destruição do Hamas, enquanto o Hamas exige um cessar-fogo permanente, a retirada das forças israelitas e a libertação de muitos prisioneiros palestinos.

O Hamas disse na sexta-feira (31) que está pronto para se engajar “de forma positiva e construtiva”, mas um dos altos funcionários do grupo, Mahmoud Mardawi, disse em entrevista à televisão do Catar que ainda não recebeu os detalhes da proposta.

“Nenhum acordo pode ser alcançado antes que a demanda pela retirada do exército de ocupação e um cessar-fogo seja cumprido”, disse ele. O Hamas continua comprometido com a destruição de Israel.

A guerra começou em 7 de outubro quando combatentes do grupo palestino islâmico invadiram o sul de Israel a partir de Gaza, matando mais de 1.200 pessoas, a maioria civis, e apreendendo mais de 250 como reféns, de acordo com os cálculos israelenses.

A campanha terrestre e aérea de Israel em Gaza deixou o território em ruínas, levou à fome generalizada e matou mais de 36 mil pessoas, de acordo com as autoridades de saúde palestinas, que dizem que a maioria dos mortos são civis.

No mês passado, Netanyahu desafiou os apelos dos líderes mundiais enviando tropas israelenses para Rafah, o último lugar na pequena e lotada Gaza onde ainda não havia entrado, deslocando mais de um milhão de palestinos que estavam abrigados lá.