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Trump dá ultimato para que Hamas saia de Gaza e exige libertação de prisioneiros israelenses

O presidente dos EUA estendeu as ameaças à toda a população palestina de Gaza, afirmando que estão ‘mortos’ se retiverem os presos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu um ultimato, nesta quarta-feira (5), para que os líderes do Hamas saiam de Gaza e exigiu que o grupo islamista palestino liberte os prisioneiros israelenses.

“Estou enviando a Israel tudo o que se necessita para terminar o trabalho, nem um único membro do Hamas estará a salvo se não fizerem o que eu digo”, escreveu o republicano em sua rede Truth Social, se referindo ao apoio militar dos EUA ao genocídio promovido por Israel em Gaza, que já deixou mais de 45 mil mortos em território palestino, segundo o Hamas. “Este é seu último aviso! Para os dirigentes, agora é a hora de sair de Gaza, enquanto ainda têm oportunidade.”

“Libertem todos os reféns agora, não depois, e devolvam imediatamente todos os corpos das pessoas que vocês assassinaram, ou ACABOU para vocês”, afirmou o mandário, referindo-se também aos restos mortais dos prisioneiros em posse do Hamas. “Somente pessoas doentes e perversas mantêm corpos, e vocês são doentes e perversos!”

Logo depois, Trump estendeu as ameaças ao Hamas à toda a população palestina de Gaza, afirmando que estão “mortos” se retiverem os prisioneiros israelenses.

“Para a população de Gaza: um lindo futuro os espera, mas não se retiverem os reféns. Se o fizerem, estão MORTOS!”, escreveu o republicano em seu perfil.

Contato direto com o Hamas
O governo estadunidense manteve contatos diretos com o Hamas, em acordo com Israel, que advertiu nesta quarta-feira (5) que seus esforços militares para derrotar o movimento islamista palestino em Gaza não terminaram.

Essa postura rompe com a antiga política dos EUA de não manterem um diálogo direto com grupos que considera terroristas, como é o caso do Hamas.

Perguntada por essas conversas, reveladas pelo site Axios, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, respondeu que o enviado especial dos Estados Unidos, Adam Boehler, tem “autoridade para falar com qualquer um”.

“Israel foi consultado sobre esse assunto”, acrescentou, sem dar detalhes sobre o conteúdo das reuniões e disse que “há vidas de americanos em jogo”.

“Durante as consultas com os Estados Unidos, Israel expressou sua opinião sobre as conversas diretas com o Hamas”, disse o gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

Responsáveis do Hamas também confirmaram esses encontros.

“Houve vários contatos entre o Hamas e vários canais de comunicação americanos, o último com um enviado dos Estados Unidos, e o assunto dos prisioneiros israelenses que têm cidadania americana, tanto os vivos quanto os falecidos, foi discutido”, declarou um responsável do Hamas que pediu anonimato.

Segundo o Axios, Boehler se reuniu com autoridades do Hamas nas últimas semanas em Doha para tratar da libertação dos cinco prisioneiros americanos que o grupo islamista ainda mantém na Faixa de Gaza, quatro dos quais estão mortos, segundo balanço da AFP.

Nessas conversas também se discutiu a libertação de todos os prisioneiros que permanecem em Gaza, bem como a possibilidade de um cessar-fogo permanente, acrescentou o Axios, com base em duas fontes anônimas próximas das conversas.

Apesar dos contatos, o chefe do Estado-Maior israelense, Eyal Zamir, afirmou nesta quarta-feira que o objetivo de acabar com o Hamas na Faixa de Gaza “ainda não foi concluído”, declarações que colocam em dúvida a trégua no território palestino.

“O Hamas sofreu um golpe duro, mas ainda não foi vencido”, declarou Zamir. Enquanto Netanyahu limitou-se a dizer que está “decidido a ganhar”.

Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza após um ataque em 7 de outubro de 2023 no sul do país perpetrado por membros do Hamas, no qual morreram 1.218 pessoas.

A ofensiva israelense provocou pelo menos 48.440 mortes em Gaza, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas considerados confiáveis pela ONU. Também gerou um desastre humanitário entre os 2,4 milhões de habitantes do território palestino.

Fome, uma arma de guerra
Em 19 de janeiro entrou em vigor um acordo de trégua alcançado com mediação de Catar, Egito e Estados Unidos.

Esse pacto está na berlinda, já que Israel e Hamas discordam sobre como mantê-lo, uma vez expirada sua primeira fase.

Nessa primeira etapa, o Hamas entregou 33 prisioneiros e Israel libertou cerca de 1.800 palestinos.

Israel também permitiu a entrada de mais ajuda humanitária em Gaza, antes de bloqueá-la no domingo em meio às desavenças com o Hamas sobre o prosseguimento da trégua.

Israel quer que a primeira fase se prolongue até meados de abril e exige a “desmilitarização total” do território palestino, a saída do Hamas de Gaza e a entrega de todos os prisioneiros antes de passar para uma nova fase.

Já o Hamas quer seguir para a segunda etapa, que contempla um cessar-fogo permanente, e insiste em permanecer na Faixa de Gaza, que governa desde 2007.

Uma terceira fase deveria se dedicar à reconstrução de Gaza.

Com sua decisão de bloquear a entrada de ajuda humanitária em Gaza, Israel está “utilizando a fome como arma de guerra”, protestou a África do Sul, que apresentou uma denúncia de genocídio contra Israel perante a Corte Internacional de Justiça.

Berlim, Paris e Londres pediram conjuntamente a Israel que deixe a ajuda entrar, e ao Hamas que liberte os prisioneiros. “O fornecimento de ajuda humanitária não deve […] ser explorado com fins políticos”.

*AFP/BdF

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Hamas liberta três prisioneiros, mas Israel diz que planeja novos “ataques” em Gaza

Liberação ocorreu via Cruz Vermelha após mediação do Egito e Catar; segunda fase das negociações permanece incerta.

AFP
O Hamas libertou neste sábado (15) mais três prisioneiros israelenses como parte do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. A Cruz Vermelha fez o transporte dos libertados até Khan Younis, onde foram entregues ao governo de Israel.

Há uma semana, o estado judeu ameaçava retomar ataques contra a população de Gaza, frente à paralisação nas liberações. O principal motivo foi o descumprimento dos termos do acordo por Israel, que bloqueava o acesso de palestinos ao território, assim como de mantimentos e materiais para reconstrução da região desolada pelo massacre.

Mediadores egípcios e cataris foram os responsáveis por articular as conversas entre o Hamas e o governo de Israel para manter o acordo de cessar-fogo. Após a libertação dos três prisioneiros, o Hamas aguarda a soltura de 369 palestinos e palestinas mantidos por Israel.

Mesmo com o gesto palestino, o chefe do Estado-maior de Israel, tenente-general Herzi Halevi afirmou que as forças do país estão preparando “planos de ataque”, sem dar detalhes sobre as possíveis ações militares.

A primeira fase do acordo se encerra em março. Ainda há incertezas se será possível alcançar a segunda fase, que colocaria fim ao genocídio israelense em Gaza. Em mais de um ano de ataques, mais de 47 mil pessoas morreram, grande parte delas mulheres e crianças.

Na segunda-feira (10) passada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou provocar um “inferno” em Gaza se os prisioneiros israelenses não fossem libertados até este sábado, como estabelece o acordo de trégua que está em vigor desde 19 de janeiro.

O Hamas reagiu afirmando que as ameaças não tinham valor. “Trump deve lembrar que há um acordo [de trégua] que ambas as partes devem respeitar, e que essa é a única forma de fazer com que os prisioneiros retornem”, declarou Sami Abu Zuhri, um dos líderes do movimento.

*BdF

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Palestinos do Hamas peitam Trump “ameaças não têm valor”

O bravateiro que não resolve nem a falta de ovo nos EUA, tomando uma volta da gripe aviária, acha mesmo que vai intimidar quem dá a vida por uma causa justa contra os demônios sionistas?

Isso só aumenta a podridão da imagem de Israel-EUA

Hamas diz que está adiando a próxima libertação de reféns, alegando violações da trégua israelense

Sobre isso o caça-ovo nada fala.

Não pode sequer dizer que Trump está caçando pelo em cabeça de ovo, porque nem ovo os EUA têm.

Netanyahu que está tão proximo da cadeia quanto Bolsonaro, acha que Trump é gênio.

Não se sabe o que o macabro assassino de crianças e mulheres, Netanyahu, está maquinando para tentar fugir da ratoeira da justiça de Israel,

O fato é que Trump não intimida Palestino nenhum que, bravamente, luta por sua sobrevivência, por sua nação, sua cultura e seus valores, infinitamente mais nobres que as bestas do apocalipse sionista

O bravateiro que não resolve nem a falta de ovo nos EUA, tomando uma volta da gripe aviária, acha mesmo que vai intimidar quem dá a vida por uma causa justa contra os demónios sionistas?

Isso só aumenta podridão da imagem de Israel-EUA

Hamas diz que está adiando a próxima libertação de reféns, alegando violações do cessar-fogo israelense

Sobre isso, o caça-ovo nada fala.

Netanyahu, que está tão próximo da cadeia quanto Bolsonaro, acha que Trump é gênio.

Quanto ao cabelo de Trump na foto em destaque, faltou cola.

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Israel sofre derrota e Hamas se fortalece como interlocutor geopolítico

O acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, mediado pelos governos do Catar, do Egito e dos Estados Unidos, não apenas interrompe temporariamente as hostilidades, mas também marca um momento de profundo impacto geopolítico e humanitário no Oriente Médio. Diversas análises apontam que o conflito expõe fragilidades de Israel, fortalece a resistência palestina e sublinha a necessidade de soluções duradouras. As avaliações convergem em torno do reconhecimento da importância do acordo e da urgência de avanços concretos para uma paz sustentável na região.

O Portal Vermelho consultou analistas do assunto que foram unânimes em apontar uma profunda derrota moral e estratégica para Israel. José Reinaldo Carvalho, presidente do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), Emir Mourad, secretário-geral da Confederação Palestina Latino-americana e do Caribe (Coplac), e Amyra El Khalili,a economista socioambiental e editora do Movimento Mulheres pela P@Z!, apontaram seus argumentos para esta conclusão. O governo brasileiro, por meio de Lula e de sua diplomacia, também se manifestou celebrando o acordo (confira ao final).

Objetivos não cumpridos

José Reinaldo Carvalho, Cebrapaz

José Reinaldo Carvalho, que também é membro da Comissão Política do PCdoB, afirmou que o desfecho do conflito representa uma derrota para Israel e um avanço significativo para a resistência palestina. Segundo Carvalho, a ofensiva israelense tinha como objetivo a aniquilação do Hamas, mas terminou com Israel desmoralizado e forçado a negociar diretamente com o movimento.

“Israel sai desmoralizado e isolado no mundo. Internamente, o regime israelense está em crise, enquanto o Hamas demonstrou maturidade política e capacidade de articulação”, declarou Carvalho. Ele também ressaltou que o Hamas emerge como um interlocutor geopolítico incontornável, tendo governos como os do Catar e do Egito em diálogo direto com sua liderança.

Para Carvalho, o cessar-fogo simboliza não apenas uma pausa na violência, mas também uma “derrota significativa” para os agressores. Ele destacou ainda que a resistência palestina deve agora concentrar-se em aliviar a crise humanitária em Gaza, garantir o cumprimento do acordo e fortalecer sua luta histórica por independência.

Acordo e papel do Hamas no cenário internacional

O presidente do Cebrapaz ressaltou que o acordo de cessar-fogo evidencia a influência do Hamas no cenário geopolítico, tornando-se um interlocutor incontornável. “Governos árabes, como os do Egito e Catar, foram negociadores e fiadores do acordo, dialogando intensamente com a direção do Hamas. Já o imperialismo estadunidense e os genocidas israelenses, que tinham como propósito aniquilar o movimento, foram obrigados a reconhecer sua autoridade”, avaliou.

O Hamas, por sua vez, celebrou a trégua como uma vitória da “lendária firmeza do povo palestino”. Carvalho destacou que essa resistência não é apenas retórica, mas uma demonstração de abnegação e persistência diante de adversidades extremas. “A trégua simboliza uma derrota significativa para os agressores, que se viram obrigados a reconhecer a força da resistência e a sentar-se à mesa de negociação”, afirmou.

Prioridades para a resistência palestina

Segundo Carvalho, o próximo passo da resistência é enfrentar a crise humanitária em Gaza, lutar por um cessar-fogo abrangente e permanente e reacumular forças para liderar a luta histórica pela libertação total e independência da Palestina. “O acordo é imperioso e indispensável. Ele representa uma pausa necessária nas agressões contra a população de Gaza, alivia a crise humanitária e abre caminho para soluções mais duradouras”, explicou.

Carvalho também enfatizou a importância de garantir o cumprimento do acordo, exercendo pressão internacional contra possíveis violações. “Os mediadores prometeram emitir uma resolução no Conselho de Segurança da ONU para apoiar o cessar-fogo, mas os inimigos figadais da paz e da libertação continuam vociferando ameaças de novas agressões”, alertou.

Concluindo, José Reinaldo Carvalho destacou que o cessar-fogo é apenas o início de um longo caminho rumo à paz duradoura e à justiça para o povo palestino. “A vitória da resistência é também a derrota dos agressores. Este acordo é um marco histórico e prova que, mesmo diante das adversidades mais extremas, é possível obter conquistas concretas. A luta pela liberdade da Palestina segue mais legítima e urgente do que nunca.”

Apenas uma batalha

Emir Mouad, secretário-geral da Confederação Palestina Latino-americana e do Caribe (Coplac)

Emir Mourad apresentou uma visão mais cautelosa. Para Mourad, o cessar-fogo é um passo necessário, mas insuficiente para mudar a dinâmica de opressão contra os palestinos. O histórico do conflito e a continuidade de práticas como a limpeza étnica contra os palestinos lançam dúvidas sobre a efetividade e a durabilidade do acordo.

“O cessar-fogo momentâneo pode servir para a troca de reféns, mas a limpeza étnica segue em curso. Desde 1948, essa política vem sendo construída e nada nos garante que haverá mudanças significativas no médio e longo prazo”, afirmou Mourad. Ele também destacou as pressões internacionais sobre Israel, especialmente dos Estados Unidos, como fatores determinantes para o acordo.

Mourad alertou sobre as violações ao cessar-fogo e a escalada de tensões em regiões como o Líbano, apontando que os impactos militares e políticos do conflito ainda estão em curso. Ele também observou que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu enfrenta pressões internas significativas, refletindo a instabilidade política em Israel.

O secretário-geral da Coplac enfatizou que o acordo, além de permitir aliviar a crise humanitária, revelam fracassos de Netanyahu. “Israel não alcançou seus objetivos políticos, como a expulsão dos palestinos do norte de Gaza e a destruição completa da resistência. Esses fracassos são evidentes quando analisamos os resultados concretos”, avaliou.

O impacto humanitário e as limitações do acordo

Apesar das limitações, Mourad reconheceu que o cessar-fogo trouxe um “respiro” para a população palestina. “Esse momento é importante para reconstruir a infraestrutura de saúde e oferecer um alívio mínimo ao povo de Gaza. Mas devemos lembrar que o acordo é dividido em três fases, e apenas a primeira foi formalizada até agora, com monitoramento permanente ao longo de 42 dias. O que ocorrerá depois disso é incerto”, pontuou.

A escalada de tensões no Líbano e as violações ao cessar-fogo na região são outros pontos de preocupação. Mourad lembrou que a resistência libanesa também sofreu ataques, mas que Israel não conseguiu alcançar seus objetivos militares no país. “A derrubada da Síria e as ações no Líbano mostram como o redesenho do Oriente Médio segue em curso, com impactos militares e políticos profundos”, analisou.

Contexto político em Israel e nos EUA

Mourad destacou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enfrenta pressões internas significativas, inclusive risco de colapso do governo. “Netanyahu teve que costurar alianças políticas para garantir a aprovação do acordo. Há descontentamento entre setores da extrema direita israelense que abominam qualquer concessão à resistência palestina”, explicou.

Nos Estados Unidos, tanto o presidente Joe Biden quanto Donald Trump, que reassume a presidência em breve, têm interesses estratégicos na região. Segundo Mourad, Biden tenta deixar um “legado positivo” ao mediar o cessar-fogo, enquanto Trump busca consolidar alianças no Oriente Médio e retomar os Acordos de Abraão.

Mourad concluiu com uma análise realista sobre os próximos passos: “Este é apenas um pequeno passo em uma batalha que está longe de terminar. A resistência palestina precisará se adaptar às novas realidades e continuar lutando por seus direitos. A comunidade internacional, por sua vez, deve se manter vigilante para garantir que acordos como este não sejam usados como pretextos para perpetuar a opressão.”

Derrota da “vitrine de extermínio”

Amyra El Khalili, rede Movimento Mulheres pela P@Z!

Amyra El Khalili, compartilhou uma análise contundente sobre a situação, voltando anos antes para demonstrar a dimensão dos interesses em jogo e das perdas e ganhos. A análise parte de um contexto em que Israel, segundo El Khalili, enfrenta derrotas significativas em diversos campos, da opinião pública internacional à economia interna, enquanto a resistência palestina conquista avanços simbólicos e políticos.

Para Amyra, o contexto atual é marcado por um misto de emoções: “Os palestinos estão emocionados. Eu falo com jornalistas, com as mulheres palestinas, as mães dos militantes e dos prisioneiros. Todos compartilham uma dor coletiva e uma resistência que transcende as fronteiras de Gaza”.

Ela explica que a presença de policiais nas ruas de Gaza após o cessar-fogo não é apenas uma questão organizacional, mas também uma mensagem estratégica: “Esses homens são policiais do governo de Gaza, que é liderado pelo Hamas, um partido eleito. Essa mobilização é uma reafirmação de que o governo ainda está operante, contrariando a narrativa israelense de colapso”.

A história do conflito: genocídio e resistência

Amyra destaca que os objetivos israelenses estão enraizados em um plano de longa data: o “Plano de Decisão”, anunciado em 2017 pelo ministro Bezalel Smotrich. Segundo ela, o plano oferecia três opções à população palestina: viver como cidadãos de segunda classe, emigrar ou enfrentar a morte. “Os palestinos de Gaza decidiram que, se é para morrer, será lutando. A operação ‘Tempestade de Al Aqsa’, desencadeada em 7 de outubro de 2023, foi um contra-ataque preventivo ao genocídio planejado para novembro”, defende ela.

Ela aponta que a resistência conseguiu desarmar sistemas de segurança israelenses, invadir territórios ocupados e levar reféns para negociar a liberdade de prisioneiros palestinos. “Esses prisioneiros são uma questão sensível para o povo palestino, pois quase todos têm algum parente ou conhecido que sofreu tortura ou morreu nas prisões israelenses”.

Amyra acredita que os objetivos da resistência foram alcançados até certo ponto: “A Palestina voltou à agenda mundial. Gaza era bombardeada semanalmente sem receber atenção da imprensa. Agora, o mundo está discutindo o genocídio e os crimes de guerra contra os palestinos”. Ela também ressalta que o objetivo de trocar prisioneiros está em curso, apesar dos desafios impostos por Israel.

Segundo Amyra, Gaza foi transformada em um campo de concentração e uma vitrine para o mercado armamentista israelense. “Israel bombardeava Gaza e exibia vídeos para vender suas tecnologias de extermínio ao mundo”, denuncia.

O acordo mediado: uma vitória estratégica

Amyra enfatiza que o reconhecimento de um Estado palestino sempre encontrou barreiras no Knesset, o parlamento israelense, que rejeita a solução de dois estados. “A resistência palestina continua a lutar não apenas pela sobrevivência, mas pela dignidade e pela liberdade de seu povo”.

De acordo com El Khalili, o recente acordo mediado é uma reedição do que fora proposto anteriormente pelo Qatar, mas rejeitado pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em dezembro do ano passado. Essa rejeição inicial submeteu reféns israelenses a meses de cativeiro em Gaza, com consequências graves, incluindo a morte de alguns durante ataques dos próprios israelenses.

“Não interessa ao Hamas matar reféns. Devolver essas pessoas sãs e salvas é uma das maiores estratégias geopolíticas que eles podem empregar”, argumenta a professora. Para ela, o ato de liberar reféns em boas condições é uma demonstração política e moral que reforça a imagem do Hamas perante a opinião pública global e, especialmente, entre os israelenses. Ela também sublinha o impacto da propaganda sionista, que, segundo ela, intoxica muitos israelenses ao perpetuar a ideia de que os palestinos são terroristas.

El Khalili destaca como Israel tem sofrido derrotas em várias frentes. No âmbito interno, muitos israelenses, especialmente aqueles com dupla cidadania, estão deixando o país devido à insegurança crescente. “Israel perde na economia, na comunicação e na segurança de sua própria população”, afirma.

O martírio e a luta pela liberdade

Para os palestinos, a resistência é uma questão de sobrevivência e dignidade. Amyra ressalta que a ideia de martírio é frequentemente mal interpretada no Ocidente: “Dizer que os islâmicos gostam de morrer ou cultuam o martírio é uma visão distorcida. Para eles, trata-se de lutar com orgulho contra a humilhação e a opressão”.

Ela lembra que Gaza tem sido palco de massacres recorrentes desde que foi isolada por muros. Apesar disso, o povo palestino segue resistindo, preferindo enfrentar a violência a aceitar a subjugação.

Amyra também aborda os interesses geopolíticos que alimentam o conflito. Segundo ela, Israel busca controlar recursos energéticos estratégicos, como petróleo e gás, e usar Gaza como uma rota para exportação desses recursos. “O objetivo é claro: atacar o Irã e consolidar o domínio sobre as riquezas naturais da região”, afirma.

A professora também destaca o papel do Irã como um agente diplomático cauteloso. Apesar de apoiar a resistência, o país evita confrontos diretos devido à presença de armas nucleares em Israel. Essa diplomacia cuidadosa reflete a complexidade do cenário e a importância de evitar uma escalada que poderia ter conseqüências devastadoras.

Para ela, o acordo recente representa uma vitória simbólica e estratégica para a resistência palestina. “É uma demonstração de que a resistência não se intimida diante do poderio militar israelense e de que a luta por liberdade é inegociável”, conclui. A troca de reféns e a resposta popular palestina mostram que, mesmo diante de desafios extremos, a resistência permanece viva e resiliente.

Posição do governo brasileiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) também se posicionaram sobre o cessar-fogo, reforçando o compromisso do Brasil com soluções pacíficas no Oriente Médio. Lula celebrou a trégua como um sinal de esperança, destacando a necessidade de construção de uma solução duradoura para o conflito.

“Que a interrupção dos conflitos e a libertação dos reféns ajudem a construir uma solução duradoura que traga paz e estabilidade a todo Oriente Médio”, escreveu o presidente em suas redes sociais.

O Itamaraty, em nota oficial, saudou o cessar-fogo e sublinhou a importância de respeitar os termos do acordo, garantindo ajuda humanitária e a reconstrução da infraestrutura de Gaza. O comunicado reiterou o compromisso brasileiro com a solução de dois Estados, com um Estado palestino independente e viável, convivendo em paz com Israel.

Embora o cessar-fogo seja amplamente saudado, ele é visto apenas como um passo inicial em um longo caminho. A resistência palestina precisará lidar com as adversidades humanitárias e manter sua luta por direitos, enquanto a comunidade internacional deve garantir que o acordo não seja usado como pretexto para perpetuar a opressão. Como enfatizou o Itamaraty, o compromisso com o diálogo e a solução de dois Estados permanece essencial para uma paz duradoura. Com Vermelho.

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Netanyahu diz que não haverá cessar-fogo em Gaza antes de destruição do Hamas ou dos palestinos?

Declaração vem após Biden apresentar plano para acabar com guerra e libertar reféns.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse neste sábado (1) que não pode haver cessar-fogo permanente em Gaza até que o Hamas seja destruído, lançando dúvidas sobre uma parte fundamental de uma proposta de trégua que o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que Israel fez.

Biden disse na sexta-feira (31) que Israel propôs um acordo envolvendo uma trégua inicial de seis semanas com uma retirada militar parcial israelense e a libertação de alguns reféns, enquanto os dois lados negociaram “um fim permanente às hostilidades”.

No entanto, Netanyahu deixou claro neste sábado (1) que qualquer noção de que Israel concordaria com um cessar-fogo permanente antes que “a destruição das capacidades militares e governamentais do Hamas” não é aceitável.

Há meses que as conversações de paz se esgotam, com Israel exigindo a libertação de todos os reféns e a destruição do Hamas, enquanto o Hamas exige um cessar-fogo permanente, a retirada das forças israelitas e a libertação de muitos prisioneiros palestinos.

O Hamas disse na sexta-feira (31) que está pronto para se engajar “de forma positiva e construtiva”, mas um dos altos funcionários do grupo, Mahmoud Mardawi, disse em entrevista à televisão do Catar que ainda não recebeu os detalhes da proposta.

“Nenhum acordo pode ser alcançado antes que a demanda pela retirada do exército de ocupação e um cessar-fogo seja cumprido”, disse ele. O Hamas continua comprometido com a destruição de Israel.

A guerra começou em 7 de outubro quando combatentes do grupo palestino islâmico invadiram o sul de Israel a partir de Gaza, matando mais de 1.200 pessoas, a maioria civis, e apreendendo mais de 250 como reféns, de acordo com os cálculos israelenses.

A campanha terrestre e aérea de Israel em Gaza deixou o território em ruínas, levou à fome generalizada e matou mais de 36 mil pessoas, de acordo com as autoridades de saúde palestinas, que dizem que a maioria dos mortos são civis.

No mês passado, Netanyahu desafiou os apelos dos líderes mundiais enviando tropas israelenses para Rafah, o último lugar na pequena e lotada Gaza onde ainda não havia entrado, deslocando mais de um milhão de palestinos que estavam abrigados lá.

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Hamas aceita proposta de cessar-fogo em Gaza enquanto Israel avalia acordo

Documento redigido pelos mediadores Catar e Egito desenha cessar-fogo permanente e fim do bloqueio ao enclave; autoridades israelenses alegam que texto ‘não é o mesmo’ discutido anteriormente.

O grupo palestino Hamas divulgou um comunicado nesta segunda-feira (06/05) afirmando ter aceitado uma proposta de cessar-fogo em Gaza, sugerida pelos mediadores Catar e Egito.

“Ismail Haniya, chefe do aparato político do movimento Hamas, teve uma ligação telefônica com o primeiro-ministro do Catar, xeique Mohammed bin Abdul Rahman Al Thani, e com o ministro da Inteligência do Egito, senhor Abbas Kamel, e informou-os da aprovação de sua proposta para um acordo de cessar-fogo”, disse o grupo, em comunicado.

Segundo fontes consultadas pelo jornal catari Al Jazeera, a proposta inclui três fases, com destaque para o cessar-fogo permanente entre os militantes do Hamas e o exército de Israel.

O portal destacou que cada fase do acordo deve ter uma duração de 42 dias, com a trégua começando na primeira fase”, juntamente com a retirada israelense do corredor de Netzarim, que Israel usa para dividir o norte e o sul de Gaza”.

O cessar-fogo permanente viria na segunda fase do acordo, com o fim “das operações militares e hostis e a retirada completa das forças israelenses de Gaza”.

“A proposta também inclui uma cláusula que aprova o fim do bloqueio de Gaza na terceira fase”, destacou a Al Jazeera.

Assim, um dos funcionários do Hamas indicou que “a bola agora está no campo de Israel”. No entanto, a resposta de Israel sobre o acordo ainda não foi oficializada, enquanto as autoridades fazem a avaliação. O jornal catari informa que “do lado israelense não há absolutamente nenhuma confirmação”.

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Ignorando apelos internacionais, Israel ataca Rafah e mata mais de 100 palestinos

Países aliados e opositores ao governo Netanyahu alertaram para perigos de ofensiva na cidade fronteiriça com Egito, que abriga mais de 1,4 milhão de palestinos refugiados.

Avançando o plano de guerra em ocupar a cidade de Rafah, cidade fronteira com o Egito, Israel realizou ataques aéreos que mataram mais de 100 palestinos na manhã desta segunda-feira (12/02), segundo o Ministério de Saúde da Faixa de Gaza.

A pasta informou que mais de 230 pessoas ficaram feridas nos ataques localizados no centro e norte de Rafah, que atingiram cerca de 14 casas de civis e três mesquitas.

A maioria dos atingidos são mulheres e crianças, algumas das quais foram levadas para o Hospital do Kuwait – um dos poucos que ainda estão em funcionamento na região, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Além de não funcionar em sua plena capacidade, as autoridades dos centros de saúde alertaram que não têm suprimentos suficientes para cuidar do grande número de feridos.

Os bombardeamentos contra Rafah ocorrem após a ordem do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para uma incursão na região, que abriga mais de 1,4 milhão de palestinos refugiados da Faixa de Gaza após as ordens de evacuação.

Apesar de ser o destino das vítimas da guerra, a cidade de Rafah não está estruturada para recebê-las. Segundo Nebal Farsakh, porta-voz do Crescente Vermelho Palestino, informou que há atualmente 16 mil pessoas por quilômetro quadrado na cidade. Famílias vivem encurraladas contra a cerca da fronteira com o Egito e em tendas improvisadas.

“Não há mais lugar em Gaza para onde os palestinos possam ir”, declarou o representante sobre a justificativa de Israel para atacar Rafah, afirmando que faria um “plano duplo” para a evacuação de civis e atacar militantes do Hamas na região.

Outra organização humanitária, os Médicos Sem Fronteiras, declararam que a ofensiva terrestre de Israel em Rafah “seria catastrófica e não deve prosseguir”.

https://twitter.com/MSF/status/1756951702316400659?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1756951702316400659%7Ctwgr%5Ef81fc6eb2b0523cfb8b93ecd63dd14562c4491cb%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Foperamundi.uol.com.br%2Fpermalink%2F85541

“À medida que o bombardeamento aéreo da área continua, mais de um milhão de pessoas, muitas delas vivendo em tendas e abrigos improvisados, enfrentam agora uma escalada dramática no massacre em curso”, escreveu a diretora geral do MSF, Meinie Nicolai.

Pressão internacional

Diversos países manifestaram-se contra a ofensiva de Israel contra Rafah, inclusive o maior aliado de Netanyahu, os Estados Unidos. O presidente norte-americano Joe Biden, disse que a resposta de Israel aos ataques de 7 de outubro da resistência palestina foi “exagerada”, afirmando que não apoiaria nenhuma operação militar lançada em Rafah sem a devida consideração pelos civis.

O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, também alertou sobre as consequências de uma ofensiva terrestre do Exército israelense contra o sul da Faixa de Gaza.

Aboul Gheit assegurou que forçar estes cidadãos a fugir de Gaza para o Egito é uma violação do direito internacional e, além disso, ultrapassa as linhas vermelhas da segurança nacional, denunciando uma “política de limpeza étnica” de Israel.

Com os ataques efetuados na manhã desta segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Turquia afirmou, em comunicado, que os bombardeios fazem “parte de um plano para expulsar o povo de Gaza das suas próprias terras”.

“Apelamos à comunidade internacional, em particular ao Conselho de Segurança da ONU, para que tome as medidas necessárias para deter Israel”, completou o documento.

Por sua vez, o Reino Unido, por meio do Secretário de Relações Exteriores, apelou para a suspensão da ofensiva em Rafah e um possível cessar-fogo.

“Estamos muito preocupados com a situação e queremos que Israel pare e pense muito seriamente antes de tomar qualquer medida adicional. Mas acima de tudo, o que queremos é uma pausa imediata nos combates e queremos que essa pausa conduza a um cessar-fogo”, disse ele à imprensa britânica.

Já o Hamas posicionou-se sobre os ataques, afirmando que esta é “uma continuação da guerra genocida” de Israel contra o povo palestino.

Resgate de dois reféns

Segundo o exército de Israel, dois reféns feitos pelo Hamas em 7 de outubro foram resgatados também nesta segunda-feira (12/02): Louis Norberto Har, de 70 anos, e Fernando Simon Marman, de 60 anos.

Com as novas libertações, somadas às dezenas de pessoas que foram resgatadas durante uma semana de trégua em novembro, os soldados israelenses estimam que ainda restem 134 cidadãos cativos pelo Hamas em Gaza.

Neste domingo (11/02), Israel declarou que as operações em Rafah possibilitam um “acordo realista” pela libertação dos reféns.

No entanto, tal afirmação foi contradita pelo Hamas, que ameaçou o sucesso das negociações para libertação dos reféns caso houvesse ofensivas em Rafah.

Com os novos ataques, o grupo palestino ainda não pronunciou-se sobre a continuação ou suspensão do acordo.

*Opera Mundi

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Wall Street Journal: Hamas está disposto a libertar reféns mulheres e crianças

De acordo com jornal norte-americano, grupo palestino expressou disposição para iniciar negociações com Israel troca de uma trégua no conflito.

Integrantes do grupo palestino Hamas disseram a mediadores internacionais que estão abertos a discutir um acordo para libertar alguns dos israelenses sequestrados que mantêm como reféns em troca de uma trégua. A informação é do jornal norte-americano Wall Street Journal, publicado na terça-feira (23/01).

A abertura marca uma mudança significativa por parte do Hamas, que durante semanas insistiu que só negociaria os reféns como parte de um acordo abrangente que levaria ao fim permanente da guerra que envolveu Gaza desde que militantes do grupo atacaram o sul de Israel em 7 de outubro.

Conforme publicou o Wall Street Journal, fontes egípcias afirmaram que o Hamas “mostrou sua disposição para chegar a um acordo sobre a libertação de todas as mulheres e crianças civis detidas”.

O jornal observou que as autoridades israelenses, embora expressem ceticismo sobre o possível progresso nas negociações, sinalizaram a disposição para continuar as discussões sobre os princípios orientadores de um possível acordo.

Contudo, no contexto das possíveis negociações de trégua, o Exército israelense continua bombardeando Khan Younis, cidade no sul da Faixa de Gaza. Na manhã desta quarta-feira (24/01), testemunhas relataram à mídia local disparos de helicópteros militares de Israel em torno da região, no qual, supostamente, dirigentes do Hamas estão escondidos.

Enquanto isso, fontes israelenses negaram uma “reviravolta” nas negociações com o Hamas para uma trégua que permita a libertação de mais reféns pelo grupo palestino.

O premiê Benjamin Netanyahu é pressionado por familiares de reféns e por parte da sociedade civil para fazer mais em prol da libertação das pessoas mantidas em cativeiro pelo Hamas desde 7 de outubro.

O ministro israelense e membro do gabinete de guerra, Benny Gantz, disse que o retorno dos reféns não era apenas o objetivo mais importante de Israel, mas também “um dever moral do Estado”, segundo o jornal israelense Haaretz.

Gantz acrescentou que, embora seja um “objetivo urgente”, “não substitui o compromisso de eliminar a ameaça implacável do Hamas”.

O ministro também criticou os “suposições sobre negociações” das propostas para um acordo de reféns, dizendo que isso prejudicava os esforços de Israel para chegar a um acordo, bem como as famílias dos reféns.

A Organização das Nações Unidas (ONU) relatou uma “intensificação” da violência e uma nova ordem de evacuação transmitida pelo exército israelense afetando áreas de Khan Younis onde há “88 mil habitantes e cerca de 425 mil pessoas deslocadas” pela guerra que ali encontraram refúgio.

* Com Sputnik

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Hamas recusa negociações sem fim de ‘agressão sionista’ contra povo palestino

Grupo palestino se posiciona no momento em que Catar e Israel exploram possibilidades para a retomada de uma nova trégua humanitária, mas exército israelense segue hostilizando Gaza.

Com o agravamento das hostilidades israelenses, o Hamas afirmou, neste domingo (17/12), que não entrará em quaisquer negociações sobre novas trocas de prisioneiros sem o fim dos ataques comandados por Tel Aviv.

“O Hamas reafirma a sua posição de não conduzir quaisquer negociações para troca de prisioneiros, a menos que a agressão sionista contra o nosso povo cesse de uma vez por todas”, afirmou o grupo palestino.

As declarações são dadas no momento em que as autoridades do Catar e de Israel se reúnem para explorar as possibilidades da retomada de negociações para a libertação dos que ainda estão detidos em Gaza.

No entanto, as chances de um acordo parecem mínimas, uma vez que o gabinete de guerra israelense deixou claro que não tem intenção de parar os combates no território, como ressaltou o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa, Herzl Halevi, no sábado (16/12): “Devemos continuar vigorosamente a luta sem tirar os olhos dos objetivos”

Mortos por fome
A intensificação dos ataques israelenses também tem resultado em mortes por fome, ao limitar o transporte de recursos básicos e destruir os bens destinados à sobrevivência da população palestina.

Isso tem sido comprovado nos últimos dias e anunciado como uma das maiores preocupações pela Organização das Nações Unidas.

Neste domingo (17/12), inclusive, um grande grupo de palestinos pularam em um caminhão de ajuda humanitária, na passagem de Rafah, em Gaza, para garantir suprimentos. As pessoas foram vistas, desesperadas, jogando caixas com alimentos para fora do veículo, enquanto uma multidão esperava embaixo.

Na quinta-feira (14/12), a própria ONU havia alertado que a população palestina está “desesperada por comida”, chegando a interditar caminhões para pegar alimentos.

“As pessoas estão parando caminhões de ajuda, pegando os alimentos e comendo desesperadamente”, afirmou Phelippe Lazzarini, chefe do órgão, no Fórum Global de Refugiados. “A fome surgiu nas últimas semanas e encontramos cada vez mais pessoas que não comem há um, dois ou três dias.”

O vice-chefe do Programa Alimentar Mundial da ONU também confirmou que cerca da metade da população total do território palestino “está morrendo de fome”, sem previsão de “quando virá a próxima refeição”.

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Sem a informação manipulada de mão única da grande mídia, os sionistas enfrentam a maior onda anti-Israel no mundo

Tudo o que os arquitetos não queriam nessa vida é, primeiro, rediscutir a invasão colonial de Israel no território palestino em 1948. Hoje, isso é inevitável, porque as complicações que surgem diariamente contra a narrativa dos sionistas, que mantinham a verdade num exílio, não cumpre mais o ritual sem azedar ainda mais o humor do planeta com a assombrosa mistificação criada, de forma cinzenta, pelos terroristas de Israel.

Por isso, a manutenção da existência do Estado de Israel está indefinida, porque num outro elemento, a verdade é que a internet entrou em campo e tornou delicada a própria existência do Estado de Israel.

Sobre o exército de Israel e Hamas em que a mídia fecha o foco para dar sua narrativa a favor dos sionistas, poderíamos comparar as duas violências contra civis e observar que as duas são parte da mesma receita. Mas parece que a hipocrisia distingue, não quem as pratica, mas quem por elas é afetada. A violência do Hamas atinge israelenses, a do Estado de Israel, os palestinos.

A distinção entre a violência do Hamas e a de Israel, está na infinita diferença da força militar de um e de outro, mas, sobretudo o fosso que existe entre a quantidade de vítimas que essas duas forças produzem. Os números mostram que o exército de Israel mata 100 vezes mais.