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Israel sofre maiores baixas militares desde outubro em meio à ataques contra palestinos

As Forças de Defesa de Israel (FDI) sofreram baixa militar de dez soldados apenas nesta quarta-feira (13/12).

As Forças de Defesa de Israel (FDI) sofreram suas maiores perdas em um único dia desde o mês de outubro, anunciaram nesta quarta-feira (13/12) as autoridades israelenses.

Segundo o jornal The Times of Israel, as dez baixas aconteceram em uma emboscada do grupo palestino Hamas, que inclusive eliminou o coronel israelense Itzhak Ben Basat, de 44 anos.

O grupo foi atingido no distrito de Shejaia, na cidade de Gaza, quando tentavam resgatar outro grupo de soldados, de acordo com a agência britânica Reuters.

Assim, trata-se da pior perda em um único dia para as FDI desde 31 de outubro, quando foram mortos 15 soldados israelenses.

Enquanto isso, os combates continuam no norte e no sul de Gaza com aviões de guerra israelenses realizaram bombardeios por toda a Faixa.

Mais de 18.000 palestinos perderam a vida na Faixa de Gaza desde 7 de outubro, quando Hamas executou uma incursão sem precedentes no território de Israel.

Enquanto isso, quase 1.400 israelenses foram aniquilados desde que o conflito começou, a grande maioria no começo dele. Há também dezenas de milhares de feridos, capturados e desaparecidos dos dois lados desde então.

*Sputnik Brasil

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Israel enfrenta isolamento e críticas de Biden diante do crescimento do número de mortes em Gaza

(Reuters) – Israel enfrentou um crescente isolamento diplomático em sua guerra em Gaza, enquanto as Nações Unidas exigiam um cessar-fogo humanitário imediato e o presidente dos EUA, Joe Biden, dizia que o bombardeio “indiscriminado” de civis estava custando o apoio internacional.

Com intensos combates sendo travados simultaneamente no norte e no sul do enclave, as tropas israelenses relataram na quarta-feira as piores perdas em combate em mais de um mês, incluindo um coronel, o oficial de mais alta patente já morto na campanha terrestre.

Aviões de guerra bombardearam novamente toda a extensão de Gaza e autoridades humanitárias disseram que a chegada do inverno chuvoso piorou as condições para centenas de milhares de famílias que dormiam na rua em tendas improvisadas. A grande maioria dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza já ficou sem abrigo.

Israel lançou a sua campanha para aniquilar o grupo militante Hamas que controla Gaza com simpatia global depois de os combatentes terem atravessado a cerca da fronteira em 7 de Outubro, matando 1.200 israelitas, a maioria civis, e fazendo 240 reféns.

Mas desde então, as forças israelitas sitiaram o enclave e devastaram grande parte dele, com mais de 18 mil pessoas confirmadas como mortas, segundo as autoridades de saúde palestinianas, e muitos milhares mais temem-se perdidos nos escombros ou fora do alcance das ambulâncias.

Desde que uma trégua de uma semana ruiu no início de Dezembro, as forças israelitas alargaram a sua campanha terrestre desde o norte da Faixa de Gaza até ao sul, com o ataque à principal cidade do sul, Khan Younis.

Entretanto, os combates apenas se intensificaram entre os escombros do norte, onde Israel tinha anunciado anteriormente que os seus objectivos militares tinham sido em grande parte alcançados.

Israel relatou dez de seus soldados mortos nas últimas 24 horas, incluindo um coronel comandando uma base avançada e um tenente-coronel comandando um regimento. Foi a pior perda em um dia desde que 15 pessoas morreram em 31 de outubro.

De acordo com a Rádio do Exército, a maioria das mortes ocorreu no distrito de Shejaiya, na cidade de Gaza, no norte, quando uma unidade de infantaria que caçava homens armados do Hamas entrou num edifício e perdeu contacto com a base da retaguarda. Quando outra unidade foi enviada atrás deles, bombas foram detonadas no prédio e homens armados abriram fogo.

‘TRAZENDO DESTRUIÇÃO E MORTE’

O Hamas disse que o incidente mostrou que as forças israelenses nunca poderiam subjugar Gaza: “Dizemos aos sionistas que a sua liderança fracassada não se importa com as vidas dos seus soldados”, afirmou. “Quanto mais tempo você ficar lá, maior será a conta de suas mortes e perdas, e você sairá disso carregando o rabo da decepção e da perda, se Deus quiser.”

No norte, também ocorreram intensos combates no distrito de Jabaliya, onde as autoridades de saúde de Gaza afirmam que as forças israelitas sitiaram e invadiram um hospital e detiveram e abusaram de pessoal médico.

No sul, as forças israelitas que atacavam Khan Younis avançaram nos últimos dias para o centro da cidade. Moradores disseram que houve intensos combates no local, mas não houve mais tentativas de avanço nas últimas 24 horas.

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‘Fogo amigo’ matou 20 soldados israelenses em Gaza

Ao menos 13 militares foram mortos por serem confundidos com soldados do Hamas; outros sete morreram em acidentes das próprias forças de Israel.

A estimativa é de que 13 militares israelenses foram mortos por serem confundidos com soldados do Hamas. Outros sete morreram em acidentes das próprias forças, alguns envolvendo veículos blindados, segundo o jornal Haaretz.

As mortes dos militares por “fogo amigo” ocorreu devido a erros de identificação em ataques aéreos, bombardeios de tanques e tiros. Um soldado, por exemplo, foi morto por tiros que não tinham a intenção de atingi-los, e outros em incidentes envolvendo veículos blindados atropelando tropas. De acordo com o jornal, ainda dois soldados foram mortos por estilhaços de explosivos detonados pelas forças israelenses.

Em comunicados, as IDF avaliaram que uma série de razões levaram às mortes, como problemas de comunicação entre as forças, o cansaço dos soldados e o não cumprimento dos regulamentos.

Outros 582 soldados israelenses ficaram feridos na incursão militar terrestre – incluindo 133 com feridas graves, 218 moderadamente e 231 levemente, de acordo com dados das IDF de segunda-feira (11/12).

A violência aumentou na Palestina após o início da guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza – Tel Aviv ocupa a Cisjordânia desde a Guerra Árabe-Israelense de 1967. A cidade de Jenin e o seu campo de refugiados têm sido alvos de repetidos ataques israelenses, com dezenas de pessoas mortas este ano, incluindo mulheres e crianças.

*Opera Mundi

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Irã adverte que a região pode explodir se os ataques a Gaza continuarem

O diplomata iraniano protestou contra o veto dos EUA ao cessar-fogo.

O ministro das Relações Exteriores do Irã alertou que a região poderia explodir a qualquer momento se os ataques israelenses contra Gaza não forem interrompidos imediatamente, informa o canal iraniano HispanTV.

“O alcance da guerra na região se ampliou, e se os ataques contra Gaza não forem interrompidos imediatamente, existe a possibilidade de que a região exploda a qualquer momento e todas as partes percam o controle”, advertiu o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hosein Amir Abdolahian, em uma conversa telefônica realizada nesta segunda-feira (11) com seu homólogo chinês, Wang Yi.

O diplomata iraniano expressou seu descontentamento com o recente veto dos Estados Unidos a uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) sobre um cessar-fogo em Gaza, diz o 247.

“Infelizmente, a parte dos Estados Unidos não compreende o perigo de uma maior expansão da guerra. A vida de seu aliado, [Benjamin] Netanyahu, depende unicamente da continuação da guerra e do genocídio. A situação na região não seguirá assim”, enfatizou o chefe da diplomacia iraniana, referindo-se à decisão do primeiro-ministro do regime israelense de prosseguir com a guerra em Gaza, apesar dos crescentes apelos internacionais para deter o derramamento de sangue dos palestinos.

O Irã criticou os Estados Unidos por vetar uma resolução que pede um cessar-fogo em Gaza e responsabilizou Washington por qualquer expansão do conflito.

Ao se referir aos esforços construtivos anteriores da China para promover a paz e a estabilidade na região, Amir Abdolahian instou Pequim a desempenhar um papel ativo para ajudar a deter a guerra.

“A segurança da região é importante para todos nós, e, nesse sentido, a República Islâmica do Irã realizou numerosas consultas com os países da zona”, destacou o ministro iraniano durante a ligação telefônica, na qual, além dos eventos em Gaza, os dois funcionários também discutiram as relações entre Teerã e Pequim.

Por sua vez, o ministro chinês das Relações Exteriores chinês lamentou o veto dos Estados Unidos à mencionada resolução e salientou que seu país dá importância à obtenção de um cessar-fogo e ao envio imediato de ajuda humanitária a Gaza.

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Com a acachapante derrota moral de Israel pelo genocídio em Gaza, o ódio mundial da direita perdeu muita musculatura

Pode-se sim dizer que aquela onda de ódio que varreu o planeta na última década e meia, está em avançada sarcopenia. Não há nessa afirmação qualquer simpleza, ingenuidade ou inconsciência. Aquela ação lenta, mas sistematizada na busca de envenenar as relações humanas, foi derrotada.

Como se formam as ondas de ódio.

Como moldar a alma de um povo cristalizado em uma tradição de paz em uma ilha de ódio e propagá-lo como se fosse algo espontâneo, já que é sabido que uma cultura não anda aos saltos, nem pra frente, nem pra trás? A resposta é: pela manipulação!

Vejam que interessante as interconexões do ódio, plantado estrategicamente pelo mesmo canal, o da grande mídia. Volta-se à farsa do mensalão que hipnotizou boa parte da sociedade brasileira, presa ao noticiário do JN. Boa parte da receita do ódio coletivo, foi exalada dali.

A Globo criou cada figurino, a seu modo e gosto, para dar funcionalidade em sua saga manipuladora na criação e no fomento da farsa do mensalão. Nunca apresentou provas de crimes dos membros do PT. Tudo foi feito com matéria cósmica, assim como formam as lendas mais prosaicas.

A mesma Globo serviu, durante décadas, como principal linha auxiliar do sionismo tropical em apoio a Israel em tudo. Isso impedia que fosse gerado debate na sociedade sobre a invasão dos sionistas nas terras palestinas. Mais que isso, a lendária terra prometida era exemplo no mundo.

O fato é que o Estado terrorista de Israel, até então, viveu de lendas velhacas milenares, cujo vulto assombrava o planeta e as próprias legiões de críticos de suas ações belicistas na Palestina. alheios a esses fatos, sionistas desfilavam arrogância de cabelos nas ventas.

A história agora é bem outra
Israel caiu do próprio galho e, de lambuja, ajudou a queimar ainda mais a imagem, já queimada, dos EUA.

No mesmo ritmo, toda a mídia ocidental, assim como a brasileira, que meteu essa mentira a seco na garganta dos povos, está com a credibilidade destruída.

Na verdade, Israel foi pego no contrapé, a sua tão propalada inteligência, não se preocupou com o óbvio, que é a revolução informacional da internet, que não respeita as fronteiras da mídia, francamente sionista.

E essa reação mundial, que assustou o Estado terrorista de Israel, está apenas começando com o azedo do refluxo.

Mas o que vem por aí, em termos de repúdio mundial, terá força suficiente para isolar Israel do resto do mundo e gerar uma tragédia econômica ao Estado terrorista.

A conferir.

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ONU Mulheres denuncia aumento da violência contra palestinas presas em Israel

Informe de agência da ONU mostra que mulheres e meninas de Gaza e da Cisjordânia sofrem com abusos físicos e psicológicos em centros penais israelenses.

Após o início das hostilidades em Gaza no fatídico dia 7 de outubro e o bombardeamento intenso da região parte das forças militares de Israel, a agência ONU Mulheres, ligada à Organização das Nações Unidas, tem trabalhado junto com outras entidades humanitárias para analisar o impacto do conflito sobre mulheres e meninas palestinas.

Em um informe apresentado em novembro, e atualizado semanalmente, a agência apresentou dados recolhidos por coletivos feministas e de direitos humanos sobre como as mulheres e meninas residentes em Gaza têm sofrido não só com as bombas mas também com os problemas econômicos gerados pela ofensiva militar israelense.

A última atualização do informe, no dia 5 de dezembro, mostra que entre os cerca de 16 mil civis mortos até o momento, um total de 11.997 eram mulheres e crianças.

Outros dados preocupantes são as 951.490 mulheres e meninas obrigadas a deixar suas casas, e as 2.784 mulheres que se tornaram viúvas e chefes de família, após a morte de seus maridos ou companheiros.

Abusos nas prisões de Israel
Outro dado preocupante a respeito da situação das mulheres palestinas em Israel tem a ver com a situação daquelas que se encontram presas. Há vários relatos de estupro, violência sexual, abuso físico e tortura contra prisioneiras, não só entre as que eram residentes em Gaza como também entre as que viviam na Cisjordânia.

Parte desse cenário foi mais claramente exposto após a libertação de dezenas de prisioneiras a partir do acordo de trégua entre Israel e Hama, estabelecidos há uma semana graças à mediação dos governos de Egito e do Catar.

“Há 30 mulheres (palestinas) presas atualmente (em Israel). Elas são torturadas todos os dias, e sofrem por ter deixado seus filhos abandonados”, afirma a ativista Ahed Tamimi, que também chegou a ser prisioneira de Israel.

Mulher palestina sendo detida por Forças de Defesa Israelense, 2023
Uma palestina libertada de uma detenção israelense disse que mais de 15 mulheres palestinas foram estupradas por interrogadores israelenses para forçá-las a confessar as acusações feitas contra elas e colaborar com a inteligência israelense.

“Os investigadores e oficiais de inteligência israelenses mantêm fitas de vídeo dos estupros para chantagear as detentas. Fui abusada sexualmente e fotografada. Quando tentei viajar para a Jordânia após minha libertação, (um) oficial da inteligência israelense me surpreendeu com as fotos humilhantes”.

Ela afirmou que essas técnicas têm sido usadas há anos pelos interrogadores israelenses contra os detidos palestinos.

“Eles usaram essas técnicas de estupro antes da minha detenção e continuam a usá-las até hoje”, disse a palestina que passou nove anos de sua vida em detenção israelense.

Por sua vez, a jurista britânica Teresa Thornhill, membro do grupo Advogados pelos Direitos Humanos da Palestina, diz que “as mulheres detidas são rotineiramente submetidas a privação de sono, confinamento em celas semelhantes a armários, tapas, chutes, privação de higiene e ameaças sexuais”.

Em 2023 a ONU, numa comissão formada por mais de 50 países, condenou Israel por violar direitos das mulheres palestinas através de várias práticas, incluindo a violência sexual. Mesmo assim, representantes do Reino Unido e Estados Unidos criticaram o informe, alegando que as acusações tinham viés ideológico.

*Opera Mundi

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Quanto mais o mundo repudia o genocídio em Gaza, mais os terroristas de Israel atacam. Por quê?

Fora dos braços longos do sionismo no mundo, o terrorismo de Israel, pela primeira vez, não só não encontrou acolhimento na população mundial, como teve uma resposta dura dos povos de todo o planeta.

Todavia, isso parece que fustigou os cães do exército terrorista de Israel, porque, mesmo não sobrando quase edificação nenhuma e a morte de, aproximadamente, 16 mil palestinos, Netanyahu parece estar com sede de vingança de exterminar todo o planeta que se opõe a ele, com bombardeios sumários para que não fique nada, nem ninguém de pé na Palestina.

Uma monstruosidade como essa, vista praticamente in loco, via web, que inclui, entre as vítimas, muitos jornalistas executados a sangue frio pelo exército sionista, assim como funcionários da ONU, médicos e membros da Defesa Civil que sequer têm lugar para se refugiar, já que as instalações em Gaza foram dizimadas.

O que aqui é dito, está sendo amplamente relatado pelos órgãos de imprensa do mundo todo, até mesmo aquela imprensa que é parte do curral sionista, começa a denunciar as atrocidades que Israel vem perpetrando em Gaza, com cada dia mais violência sem que haja justificativa plausível para isso.

A questão é, aonde de fato Israel pretende chegar com esse banho de sangue? Porque, pagando para ver, mesmo diante do repúdio mundial, isso está claro, mas ninguém de fato sabe aonde tudo isso vai dar, se é que Israel terá como sair do enrosco que ele próprio se meteu com tanta violência e desumanidade.

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ONU invoca Artigo 99 e pressiona Conselho de Segurança para agir sobre ataques de Israel a Gaza

Rocio Paik*

Com intensificação da operação terrestre contra região palestina, secretário-geral António Guterres aciona ‘ferramenta mais poderosa’ do órgão pela primeira vez desde que assumiu o cargo.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, invocou o Artigo 99 da Carta da ONU sobre a situação na Faixa de Gaza.

A decisão desta quarta-feira (06/12) foi dirigida ao Conselho de Segurança, descrita como uma “medida constitucional dramática”, para exigir o início efetivo de uma atuação do órgão, uma vez que o conflito entre Israel e Palestina ameaça a paz e a segurança internacional.

Em publicação por rede social, Guterres fez o anúncio:

“Diante de um grave risco de colapso do sistema humanitário em Gaza, insto o Conselho a ajudar a evitar uma catástrofe humanitária e exijo a declaração de um cessar-fogo humanitário”.

“Acho que é sem dúvida a invocação mais importante”, classificou Dujarric aos jornalistas na sede da ONU, “na minha opinião, é a ferramenta mais poderosa que ele [o secretário-geral] possui”.

A carta foi enviada ao Presidente do Conselho de Segurança em Nova York na noite de quarta-feira (06/12).

Desde a intensificação do conflito entre Israel e Palestina, em 7 de outubro, e os incessantes ataques derivados da operação militar terrestre das forças de Tel Aviv na Faixa de Gaza, líderes da comunidade internacional têm pressionado para uma solução efetiva com relação à guerra. Após quatro tentativas falhas e faltas de consenso entre as nações, o Conselho de Segurança aprovou uma resolução somente em meados de novembro mencionando “pausas humanitárias urgentes e prolongadas”.

Israel e Hamas chegaram a entrar em acordo de uma trégua humanitária, que teve a duração de uma semana, com troca de reféns entre ambas as partes e pausa nos ataques. No entanto, os combates recomeçaram no primeiro dia de dezembro, com uma intensidade ainda maior admitida pelo próprio comando israelense.

*Opera Mundi

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Jornalista israelense Gideon Levy: ‘A ocupação não terminará até que Israel pague o preço’

Em entrevista à agência de notícias turca Anadolu, Gideon Levy disse que ‘isso só acontecerá se os israelenses começarem a serem punidos’.

De acordo com o jornalista e redator israelense Gideon Levy, o exército de Israel vem cometendo “crimes de guerra” constantemente nos territórios palestinos ocupados há 55 anos, não apenas em tempos de guerra, e a única maneira de acabar com a ocupação é se o governo de Tel Aviv começar a “pagar o preço”.

Levy, articulista do jornal Haaretz de Israel, é uma das poucas vozes em seu país que se opõe à ocupação e descreve Israel como um “regime racista”.

Há cerca de 40 anos, Levy, que vem acompanhando pessoalmente os acontecimentos na Cisjordânia ocupada como jornalista de campo, acredita que a sociedade e o governo israelenses estão atualmente em um “estado extremamente agressivo e radical”.

Considerando essa situação, Levy, que não acredita que Israel fará concessões para a paz, acredita que a única esperança é a intervenção internacional.

Lembrando que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está se preparando para as próximas eleições, o jornalista israelense diz que não acha essa intervenção internacional muito provável.

Descrevendo o estado anterior da sociedade israelense como “ruim o suficiente”, Levy disse à Anadolu que, no último mês, a sociedade mudou ainda mais para o “racismo”.

Expressando a opinião de que não é possível que uma mudança positiva em direção à paz venha da sociedade israelense, Levy declarou: “Ela [a paz] não virá da sociedade israelense. Os israelenses não acordarão uma manhã e dirão: ‘A ocupação é muito cruel, o apartheid (regime racista) é ilegal, vamos acabar com isso'”.

“Isso só acontecerá se os israelenses começarem a pagar o preço pela ocupação, se forem punidos pela ocupação que continuam e se perceberem que o custo que têm de pagar para continuar a ocupação é muito alto”, disse ele.

No entanto, Levy enfatizou que a situação “ainda não chegou a esse ponto” e disse que a comunidade internacional “precisa parar de falar e agir”.

“Não prevejo que isso aconteça em um futuro próximo. Mas acho que chegará o dia em que a comunidade internacional dirá ‘basta’. Estou esperando por esse dia, mas ele não parece estar muito próximo”, acrescentou.

“Israel vem cometendo crimes de guerra todos os dias há 55 anos”
O ex-capitão e piloto aéreo Yonatan Shapira, que se demitiu do exército israelense, usou as palavras “o exército israelense é uma organização terrorista, seus comandantes são criminosos de guerra” em uma declaração à Anadolu em 2021.

Quando perguntado se concorda com as palavras de Shapira, uma vez que o jornalista vem monitorando de perto as práticas do exército israelense há décadas, Levy disse: “Em primeiro lugar, Shapira é meu amigo e, sim, eu concordo com ele”.

Levy declarou: “O que Israel vem fazendo diariamente há 55 anos (desde a ocupação de 1967) na Cisjordânia é um crime de guerra. De colonos (judeus ilegais) à transferência de prisioneiros (palestinos) para Israel, de sequestros noturnos de pessoas em suas casas a punições coletivas, tudo isso é uma violação da lei internacional.”

Enfatizando que tudo isso está acontecendo na vida cotidiana, não apenas em tempos de guerra, Levy continuou: “Não há dúvida de que a ocupação é um crime que precisa acabar. Estou lutando contra isso há quase 40 anos”.

A mídia israelense está escondendo a brutalidade
De acordo com Levy, a maioria dos israelenses não vê muito da “brutalidade” cometida em Gaza. O jornalista israelense disse: “Para ser honesto, se eu quiser ver o que está acontecendo, tenho que olhar canais como Al Jazeera, TRT e CNN porque os canais, a mídia e os jornais israelenses tentam não mostrar a maior parte da brutalidade. É assim que posso ver o panorama completo”.

Ao responder sobre os ataques a um local densamente povoado como Gaza e os altos custos para os civis, Levy disse: “Eu não tenho palavras diante do que está acontecendo”.

No entanto, de acordo com Levy, o governo israelense tem apoio quase unânime da sociedade em relação à guerra. O jornalista disse: “Eles ´[os israelenses] estão atualmente unidos em dois objetivos. O primeiro é a libertação de todos os reféns, que é atualmente o principal objetivo. Depois disso, eles acreditam que derrotarão completamente o Hamas. Acho que o governo tem total apoio para continuar a guerra.”

Respondendo a pergunta sobre a pausa humanitária: “Israel retomará um ataque em grande escala depois que a ‘pausa humanitária’ terminar?” O jornalista israelense Levy respondeu: “Receio que sim, mas os próximos dias mostrarão a situação. A dinâmica atual é positiva. O acordo está funcionando, e os reféns estão voltando para casa todos os dias, e também os prisioneiros palestinos estão voltando para casa, o que me deixa feliz. Mas isso não pode durar para sempre”.

“Não acho que Israel deixará de fazer guerra. Espero que ela não retorne com a mesma intensidade porque, se isso acontecer, significa a destruição da parte sul de Gaza; já há mais de 2 milhões de pessoas aqui”, disse ele.

“Mesmo que destruam completamente o sul de Gaza e derrotem o Hamas, no dia seguinte, Israel não tem ideia do que acontecerá. Não há nenhum plano. E se não houver um plano, a guerra tem que parar”, acrescentou.

Quanto à pergunta se os EUA gostariam de interromper a guerra ou dar a Israel sinal verde para atacar novamente, Levy respondeu: “Acho que eles seguirão um caminho intermediário entre os dois. Eles não vão impedir completamente, mas não permitirão (que Israel ataque) como antes. Se Israel realmente ouvirá os EUA e quão forte será a pressão é um ponto de interrogação”.

Sobre a questão se a sociedade israelense faria concessões para a paz, Levy disse: “Absolutamente não no momento. Há um intenso sentimento antiárabe na sociedade israelense. Precisamos de uma nova liderança. Não vejo nada ´[sobre concessões] na atual liderança e no atual estado de espírito do povo israelense, que atualmente é muito extremista, muito nacionalista e muito de direita.

“A única esperança é a intervenção internacional, mas não acho que isso vá acontecer. Porque os EUA estão entrando em um ano eleitoral, e não acho que Biden fará mais. Não vejo nenhuma esperança neste momento”, enfatizou.

‘Israel quer expulsar os palestinos novamente, mas isso não é possível’
Levy também comentou sobre a questão das repetidas discussões entre os ministros israelenses e algumas outras autoridades sobre a realocação dos palestinos para fora de Gaza.

“Israel ficaria muito feliz em limpar Gaza do povo palestino. O problema é que isso não é ético, não é legal e não é prático ao mesmo tempo”, disse ele.

Levy acrescentou: “Ninguém aceitará 2,3 milhões de pessoas. Ninguém permitirá que Israel transfira 2,3 milhões de pessoas. Israel não tem o direito de decidir onde a população de Gaza viverá. Israel não tem o direito de tomar tal decisão”.

“Israel cometeu uma Nakba (catástrofe) e não tem o direito de fazer uma segunda Nakba”, disse Levy.

Afirmando que Israel constantemente levanta essa questão porque não tem outras soluções e acredita que pode realmente expulsar os palestinos de Gaza, Levy enfatizou o clima extremamente nacionalista no atual Estado de Israel: “Sabe, eles também tentaram fazer isso na Cisjordânia. Já foram evacuados 16 vilarejos na Cisjordânia. Eles não conseguiram suportar o terror dos colonos, e não havia ninguém para impedi-los. Eles tentarão evacuar Gaza o máximo possível, mas acho que isso não acontecerá. Não é possível”.

Levy destacou que Israel coloca a região em perigo com suas ações, mesmo sem possuir armas nucleares: “Israel quer ser um Estado judeu, tem o direito de ser um Estado judeu, mas também quer ter democracia, e isso não funciona. Se você quer ser um Estado judeu, precisa de uma clara maioria judaica.

“Não há maioria judaica; atualmente, há cerca de 7,5 milhões de judeus e 7,5 milhões de palestinos entre o rio e o mar. Não é possível ser um Estado judeu quando duas nações vivem sob seu governo, sob sua ocupação, sob seu regime. Portanto, Israel fez sua escolha e preferiu ser um (Estado) judeu em vez de democrático”, disse ele.

Quando perguntado sobre a liberdade de criticar Israel dessa forma se ele fosse palestino, Levy respondeu:

“A resposta a essa pergunta é bastante clara. É claro que não. Muito do que eu digo não poderia ser dito por um palestino. Isso não aconteceria na realidade de Israel, especialmente depois de uma guerra. Se eu fosse um palestino, estaria na prisão por muito menos do que estou dizendo agora.”

*Opera Mundi

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O custo moral que Israel e aliados pagarão pelo genocídio em Gaza é incalculável

Perguntaram a uma criança palestina “o que você quer ser quando crescer?” Ele respondeu: “Somos as únicas crianças que nunca crescem. Não posso ser nada porque sempre somos mortos antes de podermos crescer.”

A receita de vitimização que os sionistas usaram nos 75 anos de ocupação colonial na Palestina, desandou. Pior, sem caminho de volta.

Por mais que tentemos mensurar essa perda, será muito aquém.

O apoio institucional que Israel tem do Ocidente vai se esvair, na medida em que o ranço mundial contra o sionismo se ampliar. E vai se ampliar muito, não tenham dúvidas. Líder nenhum vai querer nadar contra a correnteza e isolará Israel, porque este será pressionado pela população.

Observa-se que, no Brasil, os sionistas têm tentáculos, sobretudo na mídia industrial que, se eram intransponíveis, agora não são.

A mesma receita é usada em todo o Ocidente e, por isso mesmo, há uma ideia de alinhamento automático com Israel, mas findou-se.

As gigantescas manifestações na Europa contra o genocídio em Gaza, dão a dimensão do esfarelamento moral que Israel sofre no coração dessas sociedades. As imagens de crianças mortas pelo Estado terrorista de Israel são horríveis e macabras. Ninguém quer se aliar a isso.

Todo o investimento de imagem que os sionistas fizeram nos 75 anos de ocupação na palestina para vender um Israel fantasiado, foi por água abaixo nessa enxurrada mundial de repúdio ao terrorismo sionista. Isso não cola mais nem com a melhor estratégia de marketing. É daí para pior.