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Lula dá indireta para Marçal e pede voto em Boulos

Presidente lembrou que candidatos que diziam “eu não sou da política”, como o representante do PRTB, causaram prejuízos ao povo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou na manhã deste sábado sobre as eleições em São Paulo. “Estamos vendo muita gente falar ‘vote em mim porque eu não sou da política’. Jânio Quadros e Collor diziam isso e não deu certo. Eu quero que o povo vote no Guilherme Boulos justamente porque ele é da política, tem partido e compromisso. Não apoiamos o Boulos por um favor, apoiamos porque precisamos que São Paulo tenha o melhor”, afirmou, através de postagem na rede X, antigo Twitter.

A declaração pode ser interpretada como uma indireta a Pablo Marçal, que tem se apresentado como outsider da política, ou seja, uma pessoa de fora. Jair Bolsonaro também tentava passar essa imagem, e já se sabe que ele e a família enriqueceram com cargos políticos, o que evidencia que o patrimônio deles não foi construído com dinheiro honesto.

No caso de Pablo Marçal, mais grave do que tentar se apresentar como um sujeito fora da política é sua trajetória ligada ao crime. Ele foi condenado por fazer parte de uma quadrilha que roubava bancos, através do uso de conta e senha de vítimas que tinham sido hackeadas.

Seu partido, o PRTB, tem hoje uma cúpula dirigente com vínculos com pessoas ligadas ao tráfico de drogas e também a outra modalidade de roubo a bancos, no caso com uso de fuzis e explosivos. É Edílson Ricardo da Silva, candidato a vereador em Mogi das Cruzes.

Ele foi condenado por fazer parte do chamado Novo Cangaço, que aterroriza cidades médias e pequenas, para roubar dinheiro de bancos e também joalherias.

O presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, aliado de Edilson e patrono da candidatura de Pablo Marçal, disse à então vice-presidente nacional do partido, Rachel de Carvalho, que seu objetivo era lançar candidato a prefeito de São Paulo para extorquir o prefeito Ricardo Nunes ou Guilherme Boulos, como condição para retirar a candidatura.

Como a candidatura de Marçal avançou nas pesquisas, o plano pode ter mudado. A meta agora seria eleger uma bancada de vereadores expressiva ou até ganhar as eleições.

É o que a própria Rachel de Carvalho revelou em entrevista ao jornalista Joaquim de Carvalho, no programa Boa Noite, da TV 247.

Com o discurso de que é coach um personagem distante da política, Marçal tem subido na pesquisa. Segundo o último Datafolha, estaria em empate técnico com Boulos e Ricardo Nunes.

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Política

Bolsonaro bebe do próprio veneno e descobre, com Marçal, que não detém o monopólio do fascismo

Se fosse uma ação na bolsa, o ex-presidente estaria em queda livre.

A disparada do ex-coach Pablo Marçal na pesquisa Datafolha em São Paulo comprovou o que muitos já começavam a intuir: a influência do ex-presidente Jair Bolsonaro na política brasileira é cada vez menor. Isso já era óbvio pelo desempenho pífio de seu candidato Alexandre Ramagem, na cidade do Rio de Janeiro, e ficou escancarado com a baixa transferência de votos para o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes. Mais do que isso, Marçal comprovou de vez que é possível liderar o fascismo tupiniquim sem a bênção do patriarca. Basta ser tão ou mais abjeto do que o chamado “mito” – o que Marçal consegue ser sem muito esforço.

É isso que explica a revolta de Jair e seus filhos com o ex-coach. Com a onda Marçal, eles já começam a se ver como bagaços chupados da laranja mecânica do fascismo. Já tem até bilionário, como Hélio Seibel, acionista da Klabin e da Leo Madeiras, financiando abertamente a concorrência. Se fosse uma ação na bolsa de valores, Jair Bolsonaro, incomível, imbrochável mas sobretudo INELEGÍVEL, estaria hoje em queda livre. Ele não é mais necessário para a continuidade do fascismo. Qualquer um, com apoio de bilionários e alguma capacidade de comunicação, pode aparecer do nada prometendo acabar com o comunismo imaginário dos adversários. A “ação Bolsonaro” ficou tão desvalorizada que periga até o procurador-geral Paulo Gonet despertar do sono profundo e apresentar as primeiras denúncias criminais contra o ex-presidente.

O fenômeno Marçal também traz lições para o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, do MDB. Seu maior erro estratégico foi submeter sua campanha aos caprichos do bolsonarismo. Aceitou um vice imposto pelo ex-presidente e rebaixou sua campanha para receber o apoio de um político que está prestes a ser indiciado por vários crimes. Tudo porque tinha medo de que Bolsonaro apoiasse o deputado Ricardo Salles (PL-SP) para a prefeitura de São Paulo. Agora, em terceiro lugar na disputa, ainda que o Datafolha aponte um possível empate técnico, Nunes terá que fingir ser ainda mais bolsonarista – o que pode afundar ainda mais sua campanha. Teria sido muito melhor para ele apostar na própria gestão, como fazem por exemplo Eduardo Paes, no Rio de Janeiro, e João Campos, em Recife, em vez de nacionalizar a disputa como se o paulistano estivesse diante de um terceiro turno da disputa entre o presidente Lula e Bolsonaro.

Para Guilherme Boulos, candidato do Psol com apoio do PT, a erosão do bolsonarismo pode ser uma boa notícia, ainda que Marçal pareça ser um candidato mais perigoso e disruptivo. Além de consolidar a transferência dos que votaram no PT em 2022, uma vez que tem menos votos em São Paulo do que o presidente Lula registrou dois anos atrás na cidade, ele deve começar a costurar desde já o apoio, no segundo turno, de nomes como Tabata Amaral, do PSB, e de José Luiz Datena, do PSDB. A propósito, o fiasco de ambos também simboliza a decadência, de um lado, do poder do capital, que apoia Tabata, e de outro, da mídia tradicional, representada pelo apresentador da Band.

A boa notícia, para o Brasil, é que a franquia Bolsonaro poderá aos poucos desaparecer, a partir da eventual derrota nas eleições municipais. A má notícia é a de que o fascismo sempre se reinventa, com novos atores. E como todos os fascistas são “libertários” a serviço do grande capital, eles não podem reclamar por terem perdido o monopólio da canalhice. Bolsonaro perdeu tanto valor que já pode até ser preso.

*Leonardo Attuch/247

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Política

Marçal era peça central em quadrilha financeira e tinha a missão de escolher as vítimas dos golpes

O candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo tem dito que só consertava computadores para o grupo.

O processo no qual o candidato à prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) foi condenado por furto devido à participação em uma quadrilha de fraude bancária desmente a versão dele de que apenas consertava computadores. Ele foi preso em 2005 durante a operação Pegasus, que desmantelou uma das maiores quadrilhas especializadas em invasão de contas bancárias pela internet.

Conforme relatou a Folha de S. Paulo, Marçal foi condenado a quatro anos e cinco meses de prisão em regime semiaberto pela Justiça Federal, mas a pena prescreveu em 2018.

Segundo a investigação da Polícia Federal, além de fazer a manutenção dos computadores do grupo, Marçal operava um programa que captava e-mails para envio de spams, usados para obter dados bancários das vítimas. Em depoimento, Marçal negou envolvimento direto na ação, alegando que apenas reiniciava o programa a pedido de outro integrante do grupo.

No entanto, o testemunho de um agente da PF contradiz a versão de Marçal. Questionado em audiência se o atual candidato à prefeitura de São Paulo sabia das atividades ilícitas da quadrilha, a testemunha afirmou que sim.

“Ah, sim. Sim. Inclusive tinha um…notebook, né, pra ele operar que foi fornecido pelo grupo”, disse. “Inclusive, o Pablo é… a indicação de que ele quer enviar, ele próprio enviar, isso demonstra que ele sabe enviar [os emails mandados pela quadrilha].”

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Opinião

Boulos deu um mata-leão em Pablo Marçal e apagou o sujeito

Essa nova edição do coach Marçal, talhou.

Não podendo dar as patadas que costuma dar em quem o questiona nas palestras e cursos, o camarada tem muito que melhorar para ficar ruim.

O coach foi apagado por Boulos no debate desta quinta-feira, mas não só por Boulos, diga-se de passagem, o esperto tomou uma cama de gato de Tabata Amaral, que lhe perguntou sobre um determinado programa que está sendo implantado em São Paulo e o coach dos trouxas mostrou que é um sabe tudo que não sabe nada.

Lógico, o mata-leão que Boulos deu no pedante, quebrou as mãos e os dedos quando revelou um documento de ordem de prisão de Pablo Marçal:

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Moral da história, o mistificador e sua obra prima ficaram totalmente brochas para o julgamento de um público que, pela expressão de seu rosto, já se pode imaginar o resultado, num movimento que resultará numa debandada em abandono do gênio em busca de um outro candidato qualquer.