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Quem diria, o caduco e a louca foram parar em Hollywood

Entre os pimpões tucanos do golpe, um caso entre a anedota e a vigarice, ganha destaque. Janaína Paschoal, a Dona Louca e o caduco Miguel Reale Júnior protagonizam o documentário indicado ao Oscar, “Democracia em Vertigem”.

Janaína Paschoal foi um caso à parte na farinha saída do mesmo saco dos golpistas, não porque tenha sido brilhante, mas no sentido descritivo dos enfeites extraídos do golpe para dar dramaticidade bufa à trama que desembocou no golpe.

Janaína foi contratada por Aécio, por 45 mil dinheiros para produzir ou conceder, de forma militante, o pedido de impeachment de Dilma.

O PSDB, que nunca teve apoio popular pelo desastre que produziu no país durante os oito anos do governo FHC, não só pela concepção fracassada da economia, mas por vários escândalos de corrupção abafados pela mídia e pelo famoso engavetador geral da República, Geraldo Brindeiro.

Então, Janaína for uma personagem que construiu uma ação de um espantalho louco que, em gestos alucinógenos ensaiados, promoveu cenas que, em última análise, representaram a histeria golpista da própria mídia brasileira.

Por isso ganhou tanto destaque, pela mentira que é, pela vigarista que também é e pela jurista que acaba por representar o judiciário brasileiro desde a ação penal 470, na farsa do mensalão até a Lava Jato de Moro com a omissão do STF e a participação em sociedade com Moro, dos desembargadores do TRF-4.

Sim, Janaína representa tudo isso, a falência da democracia brasileira com seu veio artístico burlesco que, de forma fidedigna, uniu o papel da mídia com o do judiciário no golpe sob os aplausos e orientação de um outro tucano, Miguel Reale Júnior, aquele caduco que aparece sempre mordendo a língua com cara de 21.

Pois bem, tanto fez que essa cena de Janaína dançando lambada, numa crise de fúria ensaiada na dança dos famosos do golpe, vai brilhar em Hollywood como atriz coadjuvante do que existe de mais grotesco e patético na classe dominante brasileira.

Interpretando o papel de Dona Louca, de maneira tão visceralmente tosca, Janaína corre o risco de ser chamada para protagonizar um filme trash, o que não deixa de ser um símbolo da própria direita brasileira.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Três anos depois do pesadelo do golpe, golpistas têm que morder a língua para falar de Dilma

Nunca na história do Brasil, um presidente, em pleno exercício de seu mandato, foi tão covardemente atacado como a presidenta Dilma. Por isso, antes de começar as lendas verborrágicas que resultaram em seu impeachment, é bom lembrar dos corruptos, Cunha, Aécio e Temer, os três cavalheiros do apocalipse que comandaram uma histeria coletiva na mídia, no meio empresarial, no mundo financeiro para derrubar uma presidenta honrada pelo “crime de responsabilidade” que jamais cometeu.

Um golpe que resultou na decadência de valores que o Brasil vive e que devassa internacionalmente a sua imagem, consumido por uma bactéria neofascista que sonha em restaurar a ditadura adubada pelo judiciário.

A multiplicação de barbaridades que ocorreu no Brasil, depois do golpe, é incontável. O disparate maior que se lê de alguns ficcionistas é que um governo que alcançou o salário mínimo com o maior poder de compra da história e o pleno emprego foi ruim para os trabalhadores. Quem dispõe de um portfólio desse com que Dilma brindou o país em seu governo? Ninguém.

Norteada pela política econômica de Lula que colocou o Brasil no centro do debate global ao lado das maiores potências, Dilma fez um governo que trouxe consequências inimagináveis para a melhoria de vida do povo brasileiro, tanto que não há previsão de uma pujança igual no Brasil porque ele está mergulhado no caos econômico, político e social.

A direita, sem projeto, comandada pelo PSDB, apostou desde a farsa do mensalão na chacina dos líderes do PT e acabou sendo chacinada nas urnas em 2018.

Se o PSDB não é receita nem pra ele próprio se manter vivo, que fará os projetos econômicos de Temer e Bolsonaro decalcados na cartilha neoliberal tucana. Por outro lado, o PT, que os golpistas sonharam em levar à anulação total, não para de crescer, de se fortalecer, de buscar um debate qualificado para devolver o país ao ponto em que Lula e Dilma levaram.

O Brasil, depois do golpe, transformou-se em um celeiro de idiotas que o transformam em um pasto seco até para os burros motivados que ruminam ódio e se alimentam de rancor.

Três anos depois do golpe em Dilma, a paisagem brasileira é de terra arrasada, com uma enorme desmoralização internacional, coisa impensável no período de Lula e Dilma que eram recebidos com honra, admiração e carinho em qualquer lugar do planeta.

Olha-se para o troço que hoje governa o país sem saber como classificar esse animal e se lembra de todas as mentiras que contaram para o povo brasileiro se Dilma fosse derrubada, que os investimentos voltariam, os empregos jorrariam e a corrupção seria varrida do mapa. O que temos hoje? A economia afundada num pântano, recorde de desemprego, a volta da miséria e da fome, o desmonte dos direitos dos trabalhadores, metade da nação vivendo de bicos e a milícia no poder, além de um futuro tão horrendo quanto a fumaça negra provocada pelo incêndio ateado por Bolsonaro na Amazônia.

Antes de falar de Dilma, faça como um dos seus algozes, o da foto, Miguel Reale Júnior, morda a língua ao invés de acusá-la de qualquer coisa, porque Dilma, além de ser uma reserva moral desse país, foi como presidente uma gestora excepcional, humana, valente e, por isso mesmo, tinha que ser decapitada pelos crápulas que não aceitavam sua reeleição e a quarta vitória consecutiva do PT.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas