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A mistura de interesses comandados pelo golpista Lemann marca a tentativa de privatizar a Eletrobras

Não se pode jamais esquecer o papel de Jorge Lemann como financiador do movimento fascista Vem pra Rua para dar o golpe em Dilma e roubar o máximo que o bilionário, que sequer mora no Brasil, rouba do patrimônio do povo brasileiro. O sujeito sofre de psicopatia capitalista selvagem em último grau. Com 80 anos não para de pensar em acumular e saquear o que pode do bem comum, prejudicando a vida de milhões de pobres. Aliás, Lemann simboliza bem a elite econômica do Brasil, que usa o país para espoliação, produzindo o máximo possível de miséria e fome, morando no exterior, ou seja, longe do mar de iniquidade que ele ajuda como ninguém a produzir.

Aqui vai mais uma das receitas de sua química para se tornar um dos maiores bilionários do mundo.

Carta Capital

Maior bilionário brasileiro e deputado cotado para cuidar da lei da privatização são personagens da história.

A Polícia Federal (PE) encontrou 120 mil reais em dinheiro vivo na casa do deputado Fernando Coelho Filho (DEM-PE) ao caçar, em setembro, provas de que ele e o pai, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo Jair Bolsonaro no Senado, receberam propina de empreiteiras durante anos. Quase metade da grana apreendida estava, curiosamente, em envelopes de 2,5 mil reais cada.

O deputado é cotado para cuidar, como relator, da lei de privatização da Eletrobras, venda capaz de causar aumento da conta de luz, como se vê na lei proposta por Bolsonaro em novembro. Ele é um exemplo de como essa privatização e o setor elétrico estão povoados de intimidade (e conflito) excessiva entre interesses públicos e privados. E sem que órgãos de controle pareçam se importar.

Será que é assim pois deste enredo faz parte o maior ricaço brasileiro, Jorge Paulo Lemann, dono de 104 bilhões de reais?

Fernando Filho, de 35 anos, foi ministro das Minas e Energia no governo Temer. Foi quem nomeou para comandar a Eletrobras Wilson Ferreira Jr., até hoje no cargo e um dos cabeças da privatização. Na eleição de 2018, Ferreira Jr. doou 15 mil reais à campanha do deputado, um de seus três donativos feitos na época.

Servidor público, pago com verba pública, fazendo doação eleitoral para quem o nomeou: o que a força-tarefa da Operação Lava Jato acharia disso? Doações de empreiteiras detentoras de contratos com o governo para a campanha de políticos muitas vezes foram taxadas de suborno pela Lava Jato.

Ferreira Jr. trabalhou para a iniciativa privada no setor elétrico. Presidiu a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) entre 2009 e 2010, por exemplo. Foi com ele à frente da Eletrobras, que o conselho de administração da estatal acolheu como membro um executivo de uma companhia francesa rival. Manoel Zaroni, o executivo em questão, havia sido indicado não pelos representantes dos acionistas privados minoritários da Eletrobras, mas pelo próprio governo.

O conflito de interesses levou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), xerife do universo acionário, a declarar, em março de 2019, que a nomeação, feita em 2018, era irregular. Motivo: violação da Lei das S.A., que proíbe a presença de concorrentes nos conselhos de administração, órgão que toma as decisões mais estratégicas e detém as informações mais valiosas de uma companhia.

Na eleição de 2018, Fernando Filho recebeu doações de outros dois servidores que haviam sido nomeados para cargos públicos no setor elétrico no tempo em que ele era ministro.

Um é Sinval Zaidan Gama, hoje um dos diretores do Operador Nacional do Sistema (ONS). Ele deu 5 mil reais para a campanha de Filho, a única doação que fez na eleição. Quando era ministro, Fernando Filho botou Gama para presidir a Chesf, subsidiária da Eletrobras sediada em Pernambuco, a terra natal do deputado.

O outro doador do ex-ministro é Luis Augusto Nóbrega Barroso, 10 mil reais, única contribuição eleitoral feita por Barroso em 2018. Ele foi posto por Fernando Filho no comando da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Saiu do cargo quando o deputado teve de deixar o governo Temer, em abril de 2018, para tentar reeleger-se deputado.

E o bilionário Lemann nessa história? Sua empresa, o fundo 3G, é um dos maiores interessados na privatização da Eletrobras. Um fundo com mais dois sócios-ricaços, conforme um ranking de setembro da Forbes. Marcel Telles, dono 44 bilhões de reais, a terceira maior fortuna do Brasil, e Carlos Alberto Sicupira, com 37 bilhões, a quinta maior.

Em julho de 2017, a 3G mandou a clientes um estudo a esculhambar a Eletrobras e a apontar perdas de mais de 180 bilhões de reais da empresa durante os governos do PT. Fez isso sendo acionista da empresa. Ou seja, não se importou de dar munição para desvalorizar um ativo que possuía. Claro: contribuir para a privatização era mais importante, pois a 3G quer ampliar seus domínios na estatal. Uma aparente manobra diante da qual a CVM foi impassível.

Na época do estudo, a 3G tinha 5% das ações preferenciais (sem direito a voto) da Eletrobras, conforme um comunicado ao mercado emitido pela estatal em 23 de maio de 2017. Onze dias antes, Lemann havia pedido uma audiência com o então presidente Temer. Foi através de um colaborador de sua fundação, Felipe Michel Braga, que por sua vez acionara o “homem da mala” de Temer, Rodrigo Rocha Loures. O e-mail com o pedido de Braga a Loures foi obtido pela PF na investigação do escândalo JBS, que quase derrubou Temer.

Naquele momento, a venda da Eletrobras já era discutida, mas só em agosto de 2017 o ministério de Minas e Energia, Fernando Filho à frente, anunciaria a intenção de privatizar.

Em maio de 2018, o fundo 3G já tinha dobrado sua fatia na Eletrobras, para 10%. Quatro meses depois, subia a 15%. Agora em novembro, possui 9,8%. Grande negócio: em maio de 2017, quando a 3G tinha 5% das ações preferenciais, estas valiam de 17 a 21 reais. Agora em novembro, de 36 a 41 reais, o dobro.

A 3G encolheu sua participação pois a lei de privatização da Eletrobras proposta por Bolsonaro diz que ninguém terá mais de 10% do capital votante da estatal. A privatização será assim: a estatal vai lançar novas ações, as quais serão compradas por investidores privados, daí a participação do governo, hoje de 60%, será diluída e ficará abaixo de 50%.

Antes mesmo da privatização, a 3G já está infiltrada na Eletrobras. Infiltração que levou a Associação dos Empregados da Eletrobras (AEEL), que tem direito a uma vaga no conselho de administração da empresa, ter votado contra vários indicados para o mesmo conselho em uma assembleia geral de acionistas de abril deste ano.

A assembleia de abril reconduziu ao posto de conselheiro um íntimo de Lemann, Telles e Sicupira, o trio do 3G. Trata-se de Vicente Falconi, cuja biografia foi prefaciada pela 3G, descreve como “simbiose perfeita” a relação do biografado com o trio do fundo e chama de “discípulo” do biografado o principal executivo do fundo, Alexandre Behring.

Falconi tinha sido indicado conselheiro em 2017 não por seus amigos da “simbiose perfeita”, que poderiam tentar emplacar alguém na condição de minoritários, mas como representante do governo Temer. E Foi reconduzido como tal, ou seja, como nome do governo, pela gestão Bolsonaro.

A atual diretora financeira da Eletrobras, cargo detentor de informações valiosas sobre a companhia, também é made in 3G. É Elvira Presta, aprovada para o posto, pelo conselho de administração, no início de 2019, já no governo Bolsonaro. Sua trajetória na empresa começara na gestão Temer, quando entrara como representante do fundo 3G no conselho de administração.

Outro tentáculo da 3G no conselho e situação de conflito de interesses é Mauro Cunha. Este é presidente da Associação de Investidores do Mercado de Capitais (Amec). A entidade reúne cerca de 60 capitalistas, inclusive estrangeiros, donos de uns 700 bilhões de reais em aplicações. O 3G bota dinheiro na entidade.

O presidente do conselho da Eletrobras é José Guimarães Monforte. Um exemplo de como o governo já delega as decisões ao setor privado. Monforte costuma representar minoritários em conselhos. Foi assim na Petrobras, em 2014. Chegou ao da Eletrobras em 2017 na condição de indicado do governo e assim permanece.

Tarifas: “Em contrapartida, para mitigar impacto tarifário propõe-se que um terço desse valor adicionado ao Contrato seja revertido à modicidade tarifária, por meio da destinação à Conta de Desenvolvimento Energético – CDE, responsável pelo custeio de vários subsídios presentes nas tarifas de energia elétrica.”

 

 

*André Barrocal/Carta Capital

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Onda de falências varre o país de Bolsonaro, levando empresários até ao suicídio

Incapazes de aprender, eles embarcam em mais uma canoa furada ao apoiar o fim da previdência solidária. Se aprovada, a proposta do governo vai retirar bilhões de reais das mãos do consumidor, causando a virtual extinção do mercado interno.

Em pouco mais de um mês, pelo menos dois empresários cometeram suicídio.

No final de junho Luís Antônio Scussolino, dono de uma fábrica de moveis, em Rio Claro, interior de São Paulo, foi encontrado enforcado na sua indústria. O fato aconteceu após Scussolino ter demitido todos os empregados e encerrado as atividades de sua empresa.

A outra morte, de Sadi Gitz, empresário gaúcho, proprietário de uma indústria de cerâmica em Sergipe, foi mais dramática. Gitz disparou contra a própria cabeça, no dia quatro de julho, em um evento em que estavam presentes o governador do Estado e o ministro das Minas e Energia.

O motivo do suicídio dos dois empresários foi o mesmo: a falência de suas empresas, provocada pela violenta quedas nas vendas que atinge todo o país.

Um passeio pelas ruas das grandes e médias cidades do Brasil revela que a angústia capaz de levar dois empresários de regiões tão distantes a uma atitude tão drástica, como é tirar a própria vida, está sendo comum em todo o país. Por todos os lados, há lojas fechadas, indústrias paralisadas e aumenta o exército de desempregados e empreendedores individuais (neologismo para camelôs).

Os dados oficiais indicam um constante declínio nas vendas em todos os setores. Matéria do G1, do último dia sete, sugere que a situação dos empresários que dependem do mercado interno tende a piorar. Segundo o veículo, o Brasil enfrenta um problema em cadeia, diante da fraqueza da economia. Ainda segundo o portal, “com um desempenho modesto do consumo e o desemprego ainda alto, o varejo está sem fôlego e compra cada vez menos da indústria, que já sofre com o aumento indesejado dos estoques”.

O G1 conclui que com o comércio comprando menos, a indústria terá que eliminar os estoques excedentes antes de retomar a produção. Somente depois da venda dos estoques é que poderá voltar a produzir, o que gera um ciclo perverso: a indústria e o comercio demitem e aumentam o contingente de desempregados. E desempregado, que também é consumidor, sem dinheiro, não compra.

Os empresários acreditaram que a Lava Jato e o golpe contra Dilma iriam regenerar o país e trazer prosperidade. Depois apoiaram a reforma trabalhista, na ilusão de que ela seria uma fórmula mágica para recuperar o mercado. Finalmente, apostaram suas fichas na eleição de Bolsonaro. Na fé de que o novo presidente traria a prosperidade, se prepararam: a indústria produziu estoques para vender a partir da posse de Bolsonaro e o varejo encheu suas prateleiras esperando o prometido tempo de vacas gordas.

O resultado foi desastroso. Parece, porém, que os empresários brasileiros emburreceram, depois da proliferação dos cursos de MBA no país. Eles não aprenderam com a experiência. Não conhecem uma velha regra dos negócios e da vida: errar uma vez é humano, errar duas vezes é falta de sorte, errar três vezes é burrice.

E parece que os empresários brasileiros pretendem errar uma quarta vez, ao apoiar a extinção da previdência solidária.

Extinção da previdência solidária prejudica os empresários

Ninguém tem dúvidas de que a extinção da previdência solidária é uma crueldade contra a maioria da população e não corta privilégios, como promete. O que poucos percebem, no entanto, é que a proposta, apresentada pelo governo Bolsonaro e que está sendo votada em Brasília, caso aprovada será mais um duríssimo golpe contra o mercado interno brasileiro. Isso significa que o sacrifício de gerações de brasileiros não irá contribuir para a recuperação da economia do país, como insiste Paulo Guedes, o corretor de valores instalado na cadeira de ministro da Fazenda.

Como a reforma trabalhista, que foi empurrada garganta abaixo da maioria da população, com a garantia de que era uma medida severa, mas necessária, para recuperar a economia, a dilaceração da previdência também vai retirar bilhões de reais do mercado de consumo, o que abala ainda mais a economia do Brasil.

Serão duramente afetados, além dos trabalhadores, todos os empresários pequenos, médios e grandes que dependem do mercado interno, na indústria, comércio ou serviços. Com ainda menos dinheiro nas mãos dos consumidores, em função do desemprego, do subemprego e, agora, da dificuldade obter o benefício da aposentadoria, que para a maioria será em média de valor menor do que atualmente, a volta do cipó de aroeira vai atingir o lombo dos empresários produtivos do país.

A metáfora da volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar cabe aqui, porque a maioria dos empresários, iludidos, apoia a dilapidação da previdência, acreditando nos colunistas do falso jornalismo dos veículos antigos. Tudo bem que a maioria dos empresários não saibam que quase todos esses colunistas são financiados por bancos – os únicos beneficiados pela destruição do regime previdenciário atual. Com ou sem capitalização, os cidadãos comuns – trabalhadores e a maioria dos empresários – serão empurrados para as previdências privadas vendidas pelos bancos, para compensar a fragilização do sistema oficial de aposentadoria e proteção social.

O ambiente será semelhante ao do sistema de saúde, no qual o SUS é frequentemente sabotado, para que os brasileiros com algum recurso sejam obrigados a recorrer aos planos de saúde privados. Na medida em que aumenta a população usuária dos planos privados de saúde, o atendimento é cada vez pior (já pensam em fazer consultas online) e mais caro.
Só o sistema financeiro será beneficiado e os bancos são cruéis

Só o sistema financeiro será beneficiado e os bancos são cruéis

No caso da previdência privada, é fácil de imaginar como os usuários desse sistema serão tratados pelos bancos – principalmente se o regime geral for o de capitalização: com a mesma truculência de juros altíssimos que o sistema financeiro opera seus serviços, como cartão de crédito, cheque especial e empréstimos diversos.

A crise atual, que começou em 2008 e ainda persiste em todo o mundo, é um bom exemplo do que são os bancos. O crash econômico mundial foi provocado pelas instituições financeiras, que se aproveitaram de um ambiente no qual os controles regulatórios tinham sido removidos – os responsáveis por essa política irresponsável foram Ronald Reagan e Margaret Thatcher, na década de 1980. A bomba foi sendo armada e explodiu uma geração depois.

Usando seu imenso poder econômico e, principalmente, político, os bancos safaram-se da destruição que causaram, sacrificando alguns anéis. Além do simbólico Lehman Brothers, cerca de 380 pequenos e médios bancos quebraram nos Estados Unidos. Os verdadeiramente grandes sobreviveram e foram resgatados com a privatização de dinheiro público do contribuinte estadunidense. Para essas instituições gigantescas, a crise acabou sendo boa, pois eles se capitalizaram com dinheiro público e viram o mercado ser ampliado para eles, com a remoção dos pequenos e médios concorrentes.

Apesar da publicidade caríssima dos bancos, que tentam vender uma imagem simpática, uma pesquisa feita por um instituto europeu, nos anos 1990 e apresentada em uma aula do MBA de Gestão Estratégica de Empresas, da FACE-UFMG, em 1997, revelou que as pessoas, quando andam pelas ruas, tendem a caminhar mais rápido quando passam na porta de um banco. O significado desta pesquisa é que as pessoas tendem a rejeitar inconscientemente os bancos.

Se não há mercado as empresas quebram

Os empresários, que dependem do mercado interno, serão também duramente afetados pelas novas regras da previdência.

As pessoas terão mais dificuldade para obter seus benefícios e suas aposentadorias serão menores do que hoje. Isso significa que bilhões de reais serão retirados do mercado de consumo. Por mais que as empresas passem a ter alguns benefícios fiscais, elas serão tragadas pela virtual extinção do mercado de consumo. O que os empresários vão perder, em termos de queda nas vendas, não compensa o que poderão ganhar.

Sem consumidores, ninguém vende. Quem não vende, quebra. É uma regra simples do mercado, que estranhamente parece ter sido esquecida pelos empresários brasileiros, depois da proliferação dos cursos de MBA no Brasil.

Desta forma, a dilapidação da previdência, junto com a reforma trabalhista, vindo depois que a Lava Jato destruiu os motores da economia brasileira – as grandes construtoras e a Petrobrás – sugere uma conspiração em grande escala contra o país. Todas essas medidas contribuem para jogar a economia do país em um estágio anterior até à Primeira Guerra Mundial, quando começou uma incipiente industrialização no Brasil, estimulada pela necessidade de substituir bens que deixaram de vir da Europa e Estados Unidos, envolvidos no conflito.

O Brasil, que chegou a ser a quinta economia do mundo, desabou e deve fechar o ano fora das Top 10. O pior é que a queda deve se manter, pois além do desmantelamento dos motores da economia e da virtual extinção do mercado interno, que são resultados da ação idiota e anti-Brasil da Lava Jato, as políticas recessivas dos governos Temer e Bolsonaro (que na economia são idênticos) não deram certo em lugar algum do mundo onde foram adotadas.

Portanto, é bom que os empresários da indústria, do comércio e dos serviços, que dependem do mercado interno, abram seus olhos, pois se o país continuar no rumo que está, as notícias de suicídios de empresários desesperados serão a cada dia mais comuns.

 

*Com informações do Nocaute