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Um rato encurralado

Glenn Greenwald está correto quando diz que Moro sabe que a crise está aumentando.

Diria mais, Moro sabe que seus dias estão contados.

Ele sente que o espaço para retóricas está encurtando e o ar se esgotando.

Mais do que ninguém, ele entende que os tontos que foram para as ruas defendê-lo são só uns tontos de uma manada de zumbis intelectualmente nula e desprovida de capacidade de servir de barragem para a velocidade e quantidade da lama da Lava Jato que rompeu com as mensagens reveladas pelo Intercept.

Como bem disse Saul Leblon no Carta Maior:
“Os atos pró-Moro deste domingo não agregam nada ao ex-juiz. Na verdade, evidenciam o declínio do apoio maciço que ele já teve e a Lava Jato tb. A espiral ascendente é a do esfarelamento, com trincas dentro do próprio MP.”

Os vazamentos foram demolidores.

O enredo do Intercept, revelado a conta-gotas promete ser ainda mais ácido com o algoz de Lula que agora posa de vítima de um misterioso hacker.

Moro está liquidado fora do curral do gado domesticado.

O que emerge das mensagens vazadas pelo Intercept, é uma deliberada orquestração de Moro para fazer de Lula seu troféu político.

Isso é tão escancarado que mereceu críticas contundentes até dos procuradores da Força-tarefa,

Ou seja, a lama que rompeu a barragem contra Moro tem densidade suficiente para arrastá-lo e, junto, o próprio governo Bolsonaro.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

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A patética confissão de Moro ao MBL

A estapafúrdia gravação em que Moro pede desculpas aos tontos do MBL em seu nome e, por tabela, em nome do tal “hacker” que, segundo Moro, rouba seus diálogos e os adultera, viralizou.

Viralizou porque a emenda foi mais desastrosa que o soneto.

Pior, Moro, dois tons abaixo, fala com uma espécie de voz de anteontem, miúda e acanhada. Diria mais, derrotada.

Nessa deslavada confissão de que os vazamentos são misericordiosamente verdadeiros, Moro se enrola todo pra explicar que ele não sabe, no vazamento, em que momento é ele e, em que momento, é o misterioso hacker.

Uma lambança só.

A cena que nos vem à cabeça é de um lutador de box que tomou um cruzado na testa com um impacto de meia tonelada e, na lona, fala nada com coisa nenhuma.

Num país sério, o judiciário encerraria a luta e decretaria a derrota fulminante de Moro.

Mas, no Brasil do faz de conta, o STF segue fazendo de conta que um ser vindo de algum lugar do umbral virtual assaltou a trama de Moro com os procuradores da Lava Jato e, diante do material, resolveu modificá-lo.

Nessa parte a gente já não sabe quem é o tonto ou quem se faz de tonto.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas