Toda essa fumaça que Bolsonaro está fazendo para levar gente para as ruas no dia 26, em apoio ao seu governo, nitidamente falido, não é por outro motivo senão barrar e sumir com as investigações do MP-Rio sobre o caso Queiroz. Queiroz, como sabe Bolsonaro, é muito mais que um assessor picareta que comandava o esquema de laranjas de Flavio Bolsonaro. Essa é a parte mais visível desse imbróglio sombrio.
Queiroz é o homem que liga o clã Bolsonaro à milícia de Rio das Pedras e outras sucursais e, junto, o assassino de Marielle e Anderson. Mas como fazer isso “discretamente” tendo o paladino da Lava Jato como ministro da justiça e segurança pública?
Fazendo fumaça moral e religiosa, pois Moro está diante de um dos seus piores momentos porque sabe que não pode estar associado a alguém que quer barrar investigações do MP correndo o risco desse episódio contaminar todo o aparelho judiciário do Estado contra ele e os outros integrantes da Lava Jato que, hoje, fazem parte do governo do clã Bolsonaro.
Por isso esse episódio se torna dramático e decisivo para os Bolsonaro e Moro porque será um perde-perde. Se encher de gente, perde pela desmoralização de quem foi para as ruas apoiá-lo. Queiroz contra o MP, se ficar vazio, a desmoralização já fica estampada na própria imagem de fracasso desse fumacê que tenta a todo custo salvar a cabeça de Queiroz para salvar a cabeça de todos desse governo.
Está de fato complicado. Aguardemos os próximos capítulos desse imbróglio sem fim.
*Da redação