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Quase 600 palestinos morreram em centros de distribuição de ajuda humanitária, dizem autoridades

O número de palestinos mortos por disparos israelenses em centros de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza subiu para 580 em pouco mais de um mês, com mais de 4.000 feridos, atualizaram as autoridades palestinas neste domingo (29).

Segundo as autoridades, 580 pessoas foram mortas, outras 4.216 ficaram feridas e outras 39 estão desaparecidas desde o dia 27 de maio, enquanto tentavam obter alimentos nos chamados centros de distribuição de ajuda humanitária e foram atacadas por Israel.

As autoridades em Gaza responsabilizam Israel, bem como “os estados envolvidos no genocídio da população da Faixa de Gaza, principalmente os EUA, o Reino Unido, a França e a Alemanha” pelas mortes desses civis, de acordo com o comunicado.

No início de junho, o jornal israelense Haaretz noticiou, citando soldados israelenses anônimos que lutavam na Faixa de Gaza, que oficiais das Forças de Defesa de Israel (FDI) haviam recebido ordens para atirar deliberadamente contra palestinos desarmados perto de locais de distribuição de ajuda humanitária durante o mês anterior. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Israel Katz, rejeitaram a alegação.

Israel se recusou a colaborar com a Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA na sigla em inglês). No final de outubro de 2024, o parlamento israelense aprovou projetos de lei que visam proibir as atividades da UNRWA em Israel e nos territórios que controla, após acusar alguns funcionários da agência de envolvimento no ataque do Hamas em outubro de 2023.

A ONU afirma que Israel não apresentou nenhuma evidência para fundamentar suas alegações. A lei que proíbe as atividades da UNRWA entrou em vigor no dia 30 de janeiro, segundo o Sputnik.


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Militares de Israel têm ordem de matar palestinos que buscam ajuda em Gaza, diz jornal

Segundo Haaretz, soldados definem centros de distribuição como ‘campo de matança’; Médicos Sem Fronteiras denuncia ‘massacre disfarçado de auxílio humanitário’

Soldados israelenses revelaram que têm sido ordenados pelas autoridades de Tel Aviv a atirar em palestinos que buscam ajuda humanitária em zonas de distribuição na Faixa de Gaza, de acordo com uma reportagem publicada pelo jornal Haaretz nesta sexta-feira (27/06).

O veículo israelense obteve depoimentos de militares que descreveram como as tropas disparavam contra multidões de civis para evitar que se aproximassem aos centros de ajuda ou apenas para dispersá-los.

“É um campo de matança. Onde eu estava, entre uma e cinco pessoas eram mortas todos os dias”, contou um dos soldados. “Eles atiram com tudo que você pode imaginar: uma metralhadora pesada, um lançador de granadas, morteiros.”

Desde o final de maio, a chamada Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), apoiada por Israel e pelos Estados Unidos, passou a operar o programa de distribuição de ajuda no enclave e foi denunciada por grupos de direitos humanos de se tratar de uma “armadilha mortal” para matar palestinos que buscam suprimentos básicos.

Até o momento, o Ministério da Saúde do enclave informa que pelo menos 549 pessoas foram assassinadas em ataques israelenses perto de centros de ajuda desde que estes começaram a operar na região.

De acordo com a emissora catari Al Jazeera, recentemente os EUA aprovaram um pacote de US$ 30 milhões em financiamento para a GHF, ignorando as denúncias recebidos pelo mundo de que sua operação deve ser responsabilizada por cumplicidade com crimes de guerra.

Ainda nesta sexta-feira, a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) pediu que a fundação seja “imediatamente desmantelada”, afirmando ser um “massacre disfarçado de ajuda humanitária”. Segundo o órgão, o grupo coordenado por Tel Aviv e Washington “está degradando os palestinos intencionalmente, forçando-os a escolher entre passar fome ou arriscar suas vidas por suprimentos mínimos”.

Israel corta principal rota de ajuda humanitária
Na quinta-feira (26/06), o governo de Israel fechou as passagens para o norte de Gaza, consequentemente cortando a principal rota de ajuda humanitária para centenas de milhares de palestinos que enfrentam risco de fome.

O bloqueio ocorre na semana em que o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de israelense (IDF, na sigla em inglês), Eyal Zamir, anunciou que, após a consolidação do cessar-fogo com o Irã, as tropas israelenses passariam a “retornar o foco” nas operações militares no território palestino.

Ainda enquanto o regime sionista travava uma guerra com Teerã, mais de 800 pessoas em Gaza foram assassinadas nas mãos das IDF, muitas delas baleadas enquanto buscavam alimentos em centros de ajuda.

Horas antes do fechamento das passagens, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, defendeu a “interrupção completa” das operações de entrega de suprimentos no enclave, alegando que o grupo de resistência Hamas tem assumido o controle dos alimentos distribuídos.

“Interromper a ajuda nos levará rapidamente à vitória. Exigirei do primeiro-ministro que, na próxima reunião de gabinete, a questão da autorização da entrada de ajuda na Faixa de Gaza seja novamente votada”, declarou Ben-Gvir.

*Opera Mundi


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Em um mês, 516 palestinos famintos são mortos enquanto buscam alimentos em Gaza

A situação descrita refere-se a uma grave crise humanitária na Faixa de Gaza, onde, segundo fontes como a Agência Brasil, Opera Mundi, entre outras, 516 palestinos foram mortos em um mês enquanto tentavam acessar ajuda alimentar em pontos de distribuição controlados por Israel, operados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), instalada por Israel e pelos Estados Unidos.

Esses ataques, que incluem um massacre na manhã de 24 de junho de 2025, com cerca de 50 mortes, são descritos como parte de uma série de eventos violentos em torno desses centros de ajuda.

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, e organizações não governamentais, além de agências da ONU, confirmaram as mortes, relatando cenas de multidões famintas sendo alvos de disparos. A ONU classificou Gaza como o “lugar mais famoso do mundo” e alertou que impedir o acesso a alimentos pode configurar crime de guerra.

Israel alega que os ataques ocorreram devido à aproximação de “suspeitos” de suas forças, enquanto o Hamas e outros acusam as forças israelenses de atacar puramente civis em busca de comida, descrevendo a matança como “emboscadas”.

A UNRWA, agência da ONU para refugiados palestinos, considera a ajuda distribuída pela GHF insuficiente, com cerca de 2 milhões de pessoas de enfrentamento fome e mais de 5 mil crianças tratadas por desnutrição aguda somente em maio de 2025. A infraestrutura de Gaza foi amplamente destruída, e a ONU relata que 6 mil caminhões de ajuda humanitária estão bloqueados na fronteira, com Israel justificando a restrição para evitar que a ajuda seja desviada para o Hamas, em violação ao direito humanitário internacional.

O conflito, intensificado desde outubro de 2023 após um ataque do Hamas quando morreram 1,2 mil pessoas e fez 220 reféns, levou a uma intervenção israelense que deslocou 90% da população de Gaza e destruiu toda a infraestrutura local, sendo considerada por alguns países e organizações como genocídio.

O governo de Benjamin Netanyahu defende uma ocupação permanente de Gaza, com o pretexto de resgatar reféns e eliminar o Hamas, o que Israel de fato pretende é tomar o território, para tabto, promove a emigração de palestinos.

A crise humanitária é agravada pela fome generalizada, com relatos de crianças morrendo de desnutrição e famílias recorrendo a medidas extremas para sobreviver.


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Palestinos desejam a própria morte, revela pároco de Gaza

Padre Gabriel Romanelli afirmou que transtornos psicológicos tomam conta dos civis que residem no enclave, incluindo crianças.

Em meio ao bloqueio humanitário e continuidade dos ataques israelenses, o pároco da Sagrada Família, igreja católica na Faixa de Gaza, revelou neste sábado (24/05) que muitos dos palestinos que residem no enclave desejam a própria morte.

“Aqui tem tanta gente que deseja a morte, tanta maldade atinge todo mundo, é uma sensação terrível”, afirmou o religioso argentino de origem italiana Gabriel Romanelli.

De acordo com ele, os transtornos psicológicos como “depressão, tristeza, nervosismo, violência, até verbal, desinteresse por tudo” têm aumentado entre os civis de Gaza, incluindo as crianças.

Romanelli ainda destacou que os menores “não falam bem, não conseguem se concentrar” e estão com “tensão, hiperatividade, necessidade constante de atenção”.

“Há crianças que dormem mal ou que não dormem mais, em seus escritos percebe-se a falta de estudo sistemático, a falta de atenção, em alguns casos a falta de esperança”, lamentou. “Pedimos que os adultos prestem mais atenção”.

Apesar do massacre promovido pelo regime de Israel e à dificuldade do acesso de recursos básicos, na paróquia latina de Gaza os sinos continuam a tocar “para marcar os tempos das funções”, missas, terços, confissões e adoração. Para o missionário argentino, elas são importantes para a vida espiritual e também para “manter um certo ritmo, uma rotina, uma ordem na vida diária”.

Desde o início da intensificação dos ataques israelenses em Gaza, em 7 de outubro de 2023, o padre da Sagrada Família recebeu ligações quase diárias do então papa Francisco para prestar solidariedade ao povo palestino. Em meio ao conflito armado, a própria escola da paróquia foi atingida por um bombardeio israelense, em julho de 2024.

*Opera Mundi

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Escudos humanos: soldados de Israel revelam uso de palestinos para checar presença de bombas

Relatos foram feitos à Associated Press, que também ouviu palestinos

“Mosquitos” ou “vespas”: é assim que tropas israelenses se referem a palestinos capturados para servir de escudo humano durante operações militares em Gaza e na Cisjordânia ocupada. Eles são obrigados a entrar em casas, prédios e túneis para checar a presença de bombas ou militantes armados.

A revelação foi feita pela agência de notícias Associated Press (AP) neste sábado (24). A reportagem ouviu dois soldados israelenses e sete palestinos que foram usados como escudos humanos.

Um deles é Ayman Abu Hamadan, um palestino de 36 anos que passou 17 dias em poder dos israelenses. Ele contou que os militares só tiravam as amarras e a venda dos seus olhos quando o levavam para servir nas “missões especiais”. Após ser usado por uma unidade, ele era encaminhado para outra. O homem disse que era ameaçado de morte caso não executasse a tarefa designada.

Um oficial israelense, que deu depoimento em condição de anonimato, revelou que, em determinado momento, todo pelotão tinha seu escudo e que as ordens vinham de cima. A prática começou no início da guerra, após os ataques de 7 de outubro de 2023, e, em meados de 2024 já estava disseminada.

Uma organização que reúne ex-militares do exército de Israel que resolveram denunciar os abusos cometidos pelas forças de defesa do país confirma o uso de palestinos como escudos humanos. “Não são casos isolados; eles apontam para uma falência sistêmica e um colapso moral aterrorizador”, afirmou Nadav Weiman, diretor executivo do grupo Breaking the Silence à AP. Ele complementou: “Israel condena corretamente o Hamas por usar civil como escudos humanos, mas nossos próprios soldados descrevem fazer o mesmo”.

O uso de escudos humanos foi proibido pela Suprema Corte de Israel em 2005 e também é proibido pela Lei Humanitária Internacional.

À AP, as Forças de Defesa de Israel afirmaram que proíbem a prática, e que coagir civis a participar de operações militares também é banido. Alguns casos de uso de escudos humanos estão sendo investigados. A agência questionou o alcance do uso de escudos humanos e se as ordens vêm de cima, mas não obteve resposta.

*BdF

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Israel mata 42 pessoas em Gaza nesta manhã; a fome segue dizimando palestinos

Principais jornais, no entanto, destacam a morte de dois funcionários da embaixada israelense em Washington.

Apenas na manhã desta quarta-feira (22/05), 42 palestinos foram mortos pelas forças militares de Israel, em meio aos ataques que ganharam escala após o anúncio do plano de “controle total” do território, pelo primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu.

Apesar do elevado número de mortes e da catástrofe humanitária em curso, nesta quarta-feira, os principais jornais internacionais estampam como manchete a morte, lamentável, de dois funcionários da embaixada israelense em Washington, Yaron Lischinsky e Sarah Milgrim, após um evento no Museu Judaico em Washington. Eles foram baleados por Elias Rodriguez que, destacam os jornais, teria gritado ‘Palestina Livre!’ após o disparo.

As manchetes vinham num crescente de condenação a Israel, em particular, após os “tiros de advertência” dados por soldados israelenses nesta quarta-feira contra uma delegação de diplomatas estrangeiros, organizada pela Autoridade Palestina em Jenin, na Cisjordânia.

Na noite passada, 25 palestinos foram detidos na região, segundo a Sociedade de Prisioneiros Palestinos (PPS). Entre outubro de 2023 e abril de 2025, o número de presos políticos palestinos dobrou na Cisjordânia, passando de 5.250 para quase 10.000.

A reação internacional contra o genocídio em Gaza ganhou fôlego após o anúncio da ONU de que 14 mil bebês morreriam em 48 horas se não entrasse ajuda humanitária no território. O Reino Unido suspendeu as negociações sobre um acordo de livre-comércio com Israel; e a União Europeia, com o apoio de 17 Estados-membros, reavaliou o seu acordo de associação com o país.

Ajuda humanitária
Após a pressão internacional, Israel flexibilizou o brutal bloqueio de ajuda humanitária que mantém, desde 2 de março, contra a população palestina. Nesta quarta-feira, as Nações Unidas confirmaram a chegada de ajuda humanitária e de suprimentos, como farinha, água e materiais médicos, na Faixa de Gaza.

Israel havia anunciado que permitiria a entrada de 100 caminhões a partir desta quarta-feira, após a liberação de 93 veículos na terça e dez na segunda. No entanto, as cargas permaneceram bloqueadas e só foram liberadas na noite de ontem, após ficarem presas em Kerem Shalom, um terminal de caminhões israelenses e veículos palestinos.

Segundo a assessoria de imprensa local, 87 caminhões entraram no território.

Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, avalia, porém, que a ajuda humanitária que “finalmente” começou a chegar “não é nem de longe suficiente para atender às necessidades” da população, que enfrenta fome extrema e destruição generalizada. Antes da guerra, aproximadamente 500 caminhões com ajuda entravam diariamente em Gaza.

Mais de 53 mil palestinos foram mortos pelo governo de Israel.

*Com Opera Mundi

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Ataques de Israel contra Gaza matam 153 palestinos e ferem 459 em um dia

Dados incluem apenas as mortes pelos bombardeios durante a madrugada; canal Al Jazeera alerta que operações continuaram pela manhã e números podem aumentar.

O exército de Israel promoveu, na madrugada deste sábado (17/05), um dos mais sangrentos de ataques aéreos contra a Faixa de Gaza, que resultou na morte de ao menos 153 pessoas, e deixou outras 459 feridas, segundo informações do Ministério da Saúde do território palestino.

O canal Al Jazeera, do Catar, informou que os bombardeios se concentraram na região central de Gaza, e também nas localidades de Jabalia e Beit Hanoon, no norte do enclave.

Também foi informado que voluntários conseguiram resgatar ao menos sete pessoas que ficaram soterradas sob escombros durante os ataques.

O canal do Catar ressalta que os dados divulgados até agora se referem ao saldo de mortos e feridos foi produzido apenas durante os bombardeios realizados pelas forças israelenses durante a madrugada.

Balanço do massacre em Gaza

Desde o início do genocídio na Faixa de Gaza, em outubro de 2023, as forças militares de Israel já mataram mais de 53 mil pessoas, e deixaram mais de 120 mil feridos.

Esses números se referem apenas aos casos de mortos e feridos causados diretamente pelos ataques das forças israelenses.

Há estudos reconhecidos cientificamente que calculam o número total de vítimas em Gaza considerando as mortes indiretas, incluindo corpos desaparecidos sob os escombros ou pessoas vítimas da fome ou da falta de água e de insumos médicos, devido ao bloqueio da ajuda humanitária ao território imposto por Israel.

Esses estudos – um deles publicado pela famosa revista científica The Lancet – estimam que o número total de mortes produzidas pelo exército de Israel em Gaza pode ser até quatro vezes maior que o dos dados oficiais.

Segundo a Al Jazeera, o total de vítimas da jornada deste sábado pode ser maior que o verificado até o momento, devido a que as forças israelenses continuam atacando alvos em terras palestinas durante o dia.

*Al Jazeera/Opera Mundi

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Com aval global, Israel mantém estupro e tortura de palestinos em prisões: “matadouros humanos”

Israel faz das prisões verdadeiros cemitérios para vivos e segue praticando violações sem obstáculos, investigações, julgamentos ou mínima pressão internacional.

Não surpreende que o inferno na Terra tenha um rosto palestino, mas hoje ele assume uma forma ainda mais sombria e nítida nas prisões da ocupação israelense – instalações que ultrapassaram todos os limites da razão, transformando-se em matadouros humanos onde se infligem aos detentos palestinos, especialmente os da Faixa de Gaza, as formas mais brutais de humilhação e tortura.

Imagens vazadas do interior da prisão de Ketziot e do campo militar de “Ofer”, juntamente com os testemunhos dos detentos repassados pela Comissão de Assuntos dos Detentos e Ex-Detentos e pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinos, não deixam margem para dúvidas: estamos diante de crimes plenamente caracterizados, que vão do estupro à tortura física e psicológica, passando pela fome e culminando em um genocídio em câmera lenta.

O abuso sexual sistemático revelado pelos detentos nos confronta com uma questão de humanidade antes mesmo de uma questão legal: como o mundo pode assistir impassível a atos que fazem reviver as épocas mais sangrentas da história humana? No campo de “Ofer”, o horror não termina no estupro – ele é praticado diante dos demais detentos, para degradar e quebrar a todos. Bastões são inseridos à força repetidamente no corpo do detento até que ele sufoque, e quando ele grita, sua dor se torna fonte de prazer para seu torturador.

Em Ketziot, a tragédia não é menos selvagem: os detentos usam baldes como sanitários, não têm acesso à água potável, sofrem de sarna, são privados de roupas limpas e dormem sobre colchões rasgados. É a experiência de ser enterrado vivo sem cova – sem remédios, sem higiene, sem dignidade, apenas um tormento contínuo.

O que torna o crime ainda mais doloroso é o fato de o mundo ver e ouvir – e ainda assim nada fazer. Não há comissões de investigação, não há julgamentos, nem sequer pressão real sobre as autoridades ocupantes. Já se passaram 19 meses desde os massacres abertos em Gaza, e nada mudou. Pior: o tempo tornou-se aliado do crime, e não seu inibidor.

Neste contexto, é vital repensar a eficácia do sistema internacional de direitos humanos, que se tornou não apenas impotente, mas cúmplice por seu silêncio. Quando o detento palestino se torna um alvo público de estupro, fome e tortura, sem sequer uma declaração séria de condenação, isso significa que a “exceção israelense” já não é mais uma exceção – ela se tornou a norma nesta era de colapso moral.

Talvez seja hora de fazer uma pergunta mais profunda: o que significa ser humano se tais crimes passam como boletins meteorológicos? Qual o propósito do direito internacional se ele não consegue impedir que um bastão seja enfiado no corpo de um jovem desarmado, apenas por ele ser palestino?

O silêncio do mundo já não é apenas negligência – é participação ativa no crime.

*Wisam Zoghbour/Viomundo

*Wisam Zoghbour Jornalista, membro da Secretaria-Geral do Sindicato dos Jornalistas Palestinos e diretor da Rádio Voz da Pátria.

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“atos genocidas” de Israel por impedir nascimento de palestinos, reconhece ONU

Comissão da ONU aponta destruição de centros de fertilidades e o bloqueio da entrada de medicamentos necessários parto e cuidados neonatais.

As Nações Unidas concluíram, por meio de uma investigação, que Israel cometeu “atos genocidas” na Faixa de Gaza com a destruição de instalações de saúde sexual e reprodutiva no território, informa O Globo. Segundo a Comissão de Investigação da ONU, Israel “atacou e destruiu de maneira intencional” o principal centro de fertilidade do território palestino e bloqueou a entrada de medicação necessária para gravidez, parto e cuidados neonatais.

A comissão acusa Israel pela “destruição parcial da capacidade reprodutiva dos palestinos em Gaza como grupo através da destruição sistemática do sistema de saúde sexual e reprodutiva”. Os investigadores apontam que a prática se enquadra em duas das cinco categorias definidas pela Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio: a “submissão intencional do grupo a condições de existência que acarretem sua destruição física, total ou parcial” e a imposição de “medidas destinadas a impedir nascimentos no grupo”.

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O documento afirma que os hospitais e departamentos de maternidade em Gaza foram sistematicamente destruídos, assim como a principal clínica de fertilização in vitro do território, bombardeada em dezembro de 2023. A comissão acredita que o ataque foi intencional e não encontrou nenhuma evidência confiável de uso militar da clínica, que armazenava 4.000 embriões.

O documento também expõe o uso de violência sexual, reprodutiva e de gênero por parte das forças israelenses desde o início da guerra em outubro de 2023. Durante audiências públicas realizadas em Genebra, a comissão ouviu relatos de vítimas e testemunhas de violência sexual, e concluiu que mulheres e meninas palestinas foram alvo de ataques direcionados, incluindo assassinatos, complicações relacionadas à gravidez e partos, além de abusos sexuais sistemáticos. A comissão destacou que tais ações constituem crimes de guerra e contra a humanidade.

A missão diplomática israelense em Gaza afirmou que o país “rejeita categoricamente as alegações infundadas”. Os israelenses acusam os investigadores de trabalhar “com uma agenda política tendenciosa e pré-determinada (…) em uma tentativa sem vergonha de incriminar as Forças de Defesa de Israel”.

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Com ações de genocídio de Israel, mais de dois milhões de palestinos em Gaza podem morrer de fome

Crise humanitária se agrava com bloqueio total imposto por Israel, impedindo a entrada de alimentos, remédios e combustível.

A crise humanitária na Faixa de Gaza atinge níveis alarmantes, com mais de dois milhões de palestinos em necessidade extrema de alimentos e produtos essenciais. A denúncia foi feita pela emissora Al Jazeera neste sábado (9), destacando que 2,3 milhões de pessoas enfrentam uma escassez crítica de comida, medicamentos e suprimentos básicos devido ao bloqueio total imposto por Israel às entregas humanitárias na região.

De acordo com a emissora, além da falta de mantimentos, a situação se agrava pela interrupção no fornecimento de combustível, essencial para a geração de energia e o aquecimento das residências. Nos últimos sete dias, não houve qualquer entrega de combustível a Gaza, aprofundando ainda mais as dificuldades enfrentadas pela população.

Sem recursos para reconstrução e sem meios de subsistência, moradores da Faixa de Gaza recorrem a materiais encontrados entre os escombros para tentar erguer abrigos improvisados. “Eles buscam qualquer material disponível nos destroços”, reportou a Al Jazeera, evidenciando a precariedade extrema vivida pelos palestinos sob o cerco israelense.

A crise em Gaza se intensificou nos últimos meses com os ataques israelenses e a total obstrução das rotas humanitárias. Organizações internacionais alertam para o risco iminente de fome em larga escala e para o colapso dos serviços médicos, diante da escassez de insumos básicos e da destruição de hospitais e infraestruturas essenciais.