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“atos genocidas” de Israel por impedir nascimento de palestinos, reconhece ONU

Comissão da ONU aponta destruição de centros de fertilidades e o bloqueio da entrada de medicamentos necessários parto e cuidados neonatais.

As Nações Unidas concluíram, por meio de uma investigação, que Israel cometeu “atos genocidas” na Faixa de Gaza com a destruição de instalações de saúde sexual e reprodutiva no território, informa O Globo. Segundo a Comissão de Investigação da ONU, Israel “atacou e destruiu de maneira intencional” o principal centro de fertilidade do território palestino e bloqueou a entrada de medicação necessária para gravidez, parto e cuidados neonatais.

A comissão acusa Israel pela “destruição parcial da capacidade reprodutiva dos palestinos em Gaza como grupo através da destruição sistemática do sistema de saúde sexual e reprodutiva”. Os investigadores apontam que a prática se enquadra em duas das cinco categorias definidas pela Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio: a “submissão intencional do grupo a condições de existência que acarretem sua destruição física, total ou parcial” e a imposição de “medidas destinadas a impedir nascimentos no grupo”.

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O documento afirma que os hospitais e departamentos de maternidade em Gaza foram sistematicamente destruídos, assim como a principal clínica de fertilização in vitro do território, bombardeada em dezembro de 2023. A comissão acredita que o ataque foi intencional e não encontrou nenhuma evidência confiável de uso militar da clínica, que armazenava 4.000 embriões.

O documento também expõe o uso de violência sexual, reprodutiva e de gênero por parte das forças israelenses desde o início da guerra em outubro de 2023. Durante audiências públicas realizadas em Genebra, a comissão ouviu relatos de vítimas e testemunhas de violência sexual, e concluiu que mulheres e meninas palestinas foram alvo de ataques direcionados, incluindo assassinatos, complicações relacionadas à gravidez e partos, além de abusos sexuais sistemáticos. A comissão destacou que tais ações constituem crimes de guerra e contra a humanidade.

A missão diplomática israelense em Gaza afirmou que o país “rejeita categoricamente as alegações infundadas”. Os israelenses acusam os investigadores de trabalhar “com uma agenda política tendenciosa e pré-determinada (…) em uma tentativa sem vergonha de incriminar as Forças de Defesa de Israel”.

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Com ações de genocídio de Israel, mais de dois milhões de palestinos em Gaza podem morrer de fome

Crise humanitária se agrava com bloqueio total imposto por Israel, impedindo a entrada de alimentos, remédios e combustível.

A crise humanitária na Faixa de Gaza atinge níveis alarmantes, com mais de dois milhões de palestinos em necessidade extrema de alimentos e produtos essenciais. A denúncia foi feita pela emissora Al Jazeera neste sábado (9), destacando que 2,3 milhões de pessoas enfrentam uma escassez crítica de comida, medicamentos e suprimentos básicos devido ao bloqueio total imposto por Israel às entregas humanitárias na região.

De acordo com a emissora, além da falta de mantimentos, a situação se agrava pela interrupção no fornecimento de combustível, essencial para a geração de energia e o aquecimento das residências. Nos últimos sete dias, não houve qualquer entrega de combustível a Gaza, aprofundando ainda mais as dificuldades enfrentadas pela população.

Sem recursos para reconstrução e sem meios de subsistência, moradores da Faixa de Gaza recorrem a materiais encontrados entre os escombros para tentar erguer abrigos improvisados. “Eles buscam qualquer material disponível nos destroços”, reportou a Al Jazeera, evidenciando a precariedade extrema vivida pelos palestinos sob o cerco israelense.

A crise em Gaza se intensificou nos últimos meses com os ataques israelenses e a total obstrução das rotas humanitárias. Organizações internacionais alertam para o risco iminente de fome em larga escala e para o colapso dos serviços médicos, diante da escassez de insumos básicos e da destruição de hospitais e infraestruturas essenciais.

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Plano de Trump para Gaza desvia atenção sobre roubo de US$ 524 bi de gás e petróleo dos palestinos

Israel está fazendo igual ou até pior que Hitler. Está roubando tudo, sobretudo o direito daquele povo a existir.

Em Auschwitz, Treblinka e em outros campos de concentração, os nazistas não descartavam nenhum objeto com valor monetário pertencente aos judeus.

Eles roubavam até o ouro dos dentes arrancados da boca de judeus assassinados nas câmaras de gás.

Antes disso, os algozes nazistas já haviam roubado e saqueado todos os bens, pertences e propriedades das vítimas.

Depois de despojados desses últimos itens de valor que ainda portavam nos seus corpos, os cadáveres seguiam para incineração nos fornos ou enterro em valas coletivas, como lixo.

Aquela realidade tétrica dos anos 1930/1940 do século passado guarda, lamentavelmente, uma tétrica similitude com o que acontece com o povo palestino hoje, confinado no campo de concentração de Gaza.

Ali, naquele inferno nazi-sionista, e amontoados como entulho, os palestinos aguardam seu extermínio enquanto são observados por um mundo passivo, impotente e, por isso, cúmplice com o Holocausto palestino.

Israel está fazendo igual ou até pior que Hitler. Está roubando tudo, sobretudo o direito daquele povo a existir. Israel está levando a pleno êxito o propósito de extermínio total, da “solução final”.

Em artigo no Al Jazeera em março de 2024 o professor Sultão Barakat, das Universidades Hamad Bin Khalifa e York, denunciou “tropas israelenses saqueando as propriedades de palestinos que fugiram de sua agressão brutal. Soldados podem ser vistos sorrindo para a câmera e exibindo relógios, joias, dinheiro e até mesmo tapetes e camisas esportivas que eles roubaram de casas palestinas. Artefatos históricos roubados de Gaza foram até mesmo colocados em exposição no Knesset [parlamento israelense]”.

“Como o historiador israelense Adam Raz descreve em seu livro Saque de propriedade árabe na Guerra da Independência [2020], combatentes e civis judeus saquearam tudo, desde joias, livros e vestidos bordados até alimentos e gado, móveis, utensílios de cozinha e até ladrilhos” das casas de palestinos, assinala Barakat.

Com o Estado de Israel estabelecido, o roubo de palestinos ganhou “maior escala”. Além das terras e propriedades, “os recursos naturais palestinos, particularmente a água, também foram saqueados. Hoje, a guerra em Gaza está servindo como uma cobertura conveniente para outro roubo em grande escala; desta vez, Israel está buscando saquear as reservas marítimas de gás offshore que são propriedade do estado da Palestina”.

Estudo da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento/UNCTAD realizado em 2019 concluiu que “territórios palestinos têm gás e petróleo que podem gerar centenas de bilhões de dólares”. Reservatórios com quantidades significativas de gás e petróleo estão localizados no território ocupado da Cisjordânia, e também na costa mediterrânea da Palestina, na Faixa de Gaza.

A UNCTAD calcula que as reservas de petróleo representam 1,7 bilhão de barris [ou US$ 71 bilhões] e 122 trilhões de pés cúbicos de gás natural [ou US$ 453 bilhões], significando uma riqueza total de 524 bilhões de dólares, a valores de 2019, data do estudo.

Esta cifra extraordinária, que permitiria à Palestina se afirmar como um Estado soberano, rico e sustentável, constituído por uma população diminuta, equivale ao PIB de Israel, de 528 bilhões de dólares [FMI/2024], e é superior ao PIB de mais de 170 países do mundo.

No artigo do professor Barakat citado acima, o autor denunciou que no final de outubro de 2023 o Ministério de Energia e Infraestrutura de Israel concedeu a empresas israelenses e estrangeiras o direito de exploração de gás natural de propriedade palestina, localizado dentro das fronteiras marítimas da Palestina. Um ato escancarado de roubo, pilhagem e pirataria.

Barakat entende que “é preciso se perguntar por que empresas estrangeiras, incluindo a italiana Eni, a britânica British Petroleum e a Dana Petroleum, uma subsidiária da Korea National Oil Corporation, decidiram continuar sua participação neste acordo, principalmente em meio à contínua campanha israelense do que a Corte Internacional de Justiça identificou como um caso plausível de genocídio”.

A resposta pode ser porque o Holocausto palestino, além de atender ao plano nazi-sionista de limpeza étnica, é enormemente benéfico aos negócios daqueles conglomerados econômicos transnacionais, e por isso representa uma poderosa moeda de troca do sionismo a favor do seu projeto genocida.

Quando o assunto é o povo palestino, os interesses econômicos ficam acima de princípios básicos de humanidade.

Barakat lembra que além da ilegalidade da concessão israelense das riquezas palestinas, a participação da italiana Eni nesse negócio ilegal viola normas da União Europeia, que determinam que “todos os acordos entre o Estado de Israel e a União Europeia devem indicar inequivocamente e explicitamente sua inaplicabilidade aos territórios ocupados por Israel em 1967”.

O povo palestino está no centro do jogo macabro de Israel, dos Estados Unidos e seus países vassalos.

A Riviera de Gaza-Auschwitz, projeto de Donald Trump, demanda a limpeza étnica total, com o extermínio de todo e qualquer vestígio humano e material do povo palestino ou, então, a diáspora radical.

Tragicamente, é preciso reconhecer que se Trump decidir avançar na concretização dessa idéia infame, ele não será detido.

A construção de um resort no Mediterrâneo para o gozo da elite mundial aparenta ser parte de um plano maior que o negócio turístico-imobiliário do conglomerado Trump em associação com capitais estadunidenses e europeus, porque pode estar encobrindo o roubo, também, de mais de meio trilhão de dólares de gás e petróleo dos palestinos.

Os negócios de Trump e dos grandes capitais abastecem o motor da máquina nazi-sionista-assassina de Netanyahu.

*Do Blog de Jeferson Miola

*Ilustração: Aroeira

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Bolsonaro

Gaza roubada: Trump diz que palestinos não poderão retornar a Gaza após reassentamento forçado

Presidente dos EUA sugeriu uma realocação forçada em massa de palestinos para outros países, como Egito ou Jordânia.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que os palestinos não teriam permissão para retornar a Gaza após serem realocados para novas comunidades em outros países da região, de acordo com um trecho de entrevista divulgado pela Fox News nesta segunda-feira (10).

“Não, eles não voltariam, porque terão moradias muito melhores, ou seja, estou falando em construir um lugar permanente para eles”, disse Trump na entrevista, quando questionado se os palestinos teriam o direito de retornar a Gaza.

Na semana passada, Trump chamou Gaza, enclave palestino destruído por uma campanha militar genocida de Israel, um dos principais aliados de Washington, de “local de demolição” que os EUA deveriam assumir para desenvolver. Ele também sugeriu uma realocação forçada em massa de palestinos para outros países, como Egito ou Jordânia, como parte de seu plano para transformar a Faixa de Gaza na “Riviera do Oriente Médio”.

O movimento palestino Hamas, que governa Gaza, as Nações Unidas, o Brasil e uma série de outras nações condenaram o plano de Trump, segundo o Sputnil, via Leonardo Sobreira.

Além disso, a própria opinião pública dos EUA se divide sobre a questão. Quase metade dos americanos desaprova o plano do presidente dos EUA de assumir o controle da Faixa de Gaza, revelou uma pesquisa da CBS e YouGov publicada no domingo.

O levantamento, realizado entre 5 e 7 de fevereiro com 2.175 adultos norte-americanos, mostrou que 47% dos entrevistados consideraram a ideia “ruim”, enquanto apenas 13% disseram que seria uma “boa ideia”. Outros 40% afirmaram não ter certeza.

Apesar disso, a maioria (54%) disse aprovar a forma como Trump tem lidado com o conflito palestino-israelense, enquanto 46% disseram desaprovar.

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Perigo atômico: a bomba israelense contra os palestinos e a indústria nuclear no Brasil

A dissuasão como estratégia para manter a paz é uma ilusão; em vez de evitar conflitos, a disponibilidade de armas nucleares é um convite a usá-las.

Em um mundo à beira de uma catástrofe nuclear e, tendo ainda de enfrentar a emergência climática com a resistência de grandes corporações em abolir o uso do principal responsável pelo aquecimento global, os combustíveis fósseis, a população mundial se depara diante de um impasse que coloca em risco a existência dos moradores do planeta.

Desde a criação de armas de destruição em massa, as chamadas bombas atômicas, o mundo se curvou perante alguns países que detém a tecnologia e fabricam tais artefatos (USA, Rússia, França, Reino Unido, China, Israel, Paquistão, Índia e Coreia do Norte).

O urânio natural encontrado na natureza é composto de 99,3% de urânio-238 e apenas 0,7% de urânio-235, combustível explosivo (fissionável). Para a fabricação da bomba é necessário aumentar a quantidade de urânio-235. Isto é feito separando o urânio-235 do urânio-238, atingindo níveis acima de 80%. Este processo é denominado de enriquecimento isotópico, e a ultracentrifugação é a tecnologia mais utilizada neste processo. Para a produção de energia elétrica em usinas que utilizam o urânio-235, seu nível de enriquecimento deve ser em torno de 3 a 4%.

A bomba (urânio) foi usada como arma pela primeira vez em 6 de agosto de 1945, contra Hiroshima, e a segunda bomba (plutônio) em 9 de agosto de 1945, contra Nagasaki, cidades japonesas. Segundo estimativas, juntas elas mataram mais de 200 mil pessoas. Desde então não foi mais utilizada em guerras e conflitos, até nos dias atuais, com denúncias internacionais de uso da bomba por Israel na guerra contra os palestinos.

A acusação, com fortíssimos indícios de veracidade, segundo o noticiário internacional, é de que em 16/12/2024, Israel lançou em uma zona montanhosa, próximo a cidade de Tartus, uma bomba nuclear tática, de fabricação americana, a B61, provavelmente a variante Mod 11, destinada a destruição de bunkers, de penetração no solo. Localizada na parte ocidental da Síria, na fronteira com o Líbano, a 220 quilômetros a noroeste de Damasco, está situada na costa do Mediterrâneo e conta com uma população de cerca de 450 mil habitantes.

Segundo relatos divulgados, a bomba lançada provocou um abalo sísmico de 3 graus na Escala Richter (escala de magnitude), sentido no Chipre e na Turquia. Além de picos de radiação, medidos por centros de monitoramento do clima. O artefato nuclear, caso seja confirmado, mesmo com poder explosivo reduzido, provocará uma série de efeitos devastadores, incluindo: calor, onda de choque e radiação ionizante, que pode causar câncer, doenças graves e mortes.

Lamentavelmente, pelas denúncias, nem sempre divulgadas pelas agências de imprensa do Ocidente, a suspeita é que o atual governo de extrema direita de Israel tem usado tudo que as convenções internacionais proíbem, como as Convenções de Haia (1899 e 1907), que regulamentam a condução das hostilidades, e a de Genebra (1949), que protegem as vítimas da guerra – doentes e feridos, náufragos, prisioneiros de guerra, civis em territórios inimigos e todos os civis que se encontrem em territórios de países em conflito. O uso de balas dum-dum, bombas incendiárias, fósforo branco, bombas de fragmentação, são artefatos recorrentemente utilizados, segundo denúncias. Então, usar armas nucleares não seria nenhum espanto, nem novidade.

Confirmado o uso da bomba no atual conflito, a guerra deixa de ser convencional (considerada regular?), para passar a ser irregular, se caracterizando como um extermínio étnico, limpeza étnica, genocídio. Seria mais um passo para atingir os objetivos de avanços e controle de territórios palestinos que contam com reservas consideráveis de petróleo e gás, na área C da Cisjordânia (costa do mediterrâneo) e ao longo da Faixa se Gaza. Tais informações podem ser encontradas no estudo O Custo Econômico da Ocupação do Povo Palestino: O Potencial Não Realizado de Petróleo e Gás Natural, da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).

O uso da violência nos conflitos armados, sobretudo quando os Estados Nacionais não estão envolvidos, de forma direta, permite que sejam cometidas atrocidades com incomensuráveis consequências não só para os povos envolvidos, mas para toda a humanidade.

O perigo nuclear que nos ronda está não somente na fabricação e uso de bombas nucleares, mas também na proliferação de usinas nucleares para produção de energia elétrica, as chamadas usinas nucleoelétricas. Tais usinas, utilizando como combustível o urânio-235, enriquecido a 4%, aproximadamente, produzem resíduos altamente radioativos, nocivos à saúde humana por milhares de anos. Um dos resíduos produzidos é o plutônio-239, isótopo físsil utilizado na bomba lançada em Nagasaki.

O Brasil domina a tecnologia do ciclo do combustível nuclear, mas não fabrica armas nucleares, pois além do veto explícito na Constituição de 1988, também é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), assinado em 1998. O que preocupa, é que segundo a World Nuclear Association, o Brasil é uma das 13 nações capazes de enriquecer o minério. Para a fabricação da bomba atômica tupiniquim, seria necessário realizar uma reconfiguração, aumentando o número de centrífugas na fábrica de Combustível Nuclear (FCN) da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), localizada em Resende (RJ). Além de uma mudança constitucional e o abandono do TNP.

Um aspecto a ser ressaltado que está presente na cabeça dos militares e de muitos civis no país, é a fabricação da bomba atômica tupiniquim. E, assim, o Brasil entraria no clube fechado dos países detentores dessa arma. Durante o governo da extrema-direita, em 2019, o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, em uma palestra declarou explicitamente ser a favor do país ter a bomba, alegando “que assim a paz seria garantida”. Este parlamentar foi nada menos do que um dos filhos do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro.

*Heitor Scalambrini Costa/Diálogos do Sul

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Plano de Trump para Gaza, escrito em papel higiênico, enquanto sentado na privada, vai dar merda

Trump diz que Israel entregará Gaza aos EUA quando a guerra terminar, não havendo necessidade de tropas americanas lá.

Segundo jornal israelense The Times Of Israel, “o plano controverso supostamente pegou Netanyahu e os principais assessores da Casa Branca desprevenidos; Rubio diz que o deslocamento dos moradores de Gaza seria apenas temporário, contradizendo o presidente dos EUA”

Criticado ou visto com ceticismo pela imprensa israelense, o suposto plano “genial” de Trump para a questão da limpeza étnica em Gaza, é um troço horrendo.

Trump acrescentou que “nenhum soldado dos EUA seria necessário”, já que “os EUA, trabalhando com grandes equipes de desenvolvimento de todo o mundo, começariam lenta e cuidadosamente a construção do que se tornaria um dos maiores e mais espetaculares empreendimentos desse tipo na Terra”.

O enviado de Trump ao Oriente Médio teria oferecido garantias semelhantes aos legisladores republicanos em meio às preocupações deles sobre envolvimentos estrangeiros.

O presidente dos EUA assinou: “A estabilidade reinará na região!!!”

Trump, supostamente, não realizou consultas sobre o novo plano, e seu anúncio na terça-feira teria pegado Netanyahu de surpresa. O premiê aplaudiu mais tarde o pensamento “totalmente diferente” de Trump, e o Ministro da Defesa Israel Katz ordenou na quinta-feira que as IDF se preparassem para que os moradores de Gaza emigrassem voluntariamente.

Ao posar com líderes do Senado na quinta-feira, Netanyahu foi questionado se “tropas americanas são necessárias em Gaza para tornar o plano de Trump viável?”

“Não”, ele respondeu.

Por outro lado, a comunidade internacional — incluindo aliados de Washington e Jerusalém — criticou amplamente o plano de Trump, com Cairo supostamente alertando Trump de que, expulsar os moradores de Gaza poderia colocar em risco o acordo de paz de 1979 do Egito com Israel.

Ou seja, até em Israel o plano de Trump, escrito em pepel higiênico, enquanto sentado na privada, literalmente vai dar merda.

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Palestinos reagem à proposta de Trump governar Gaza: “A terra é nossa”

A imprensa internacional e analistas também repercutiram as propostas do presidente americano de comandar a Faixa de Gaza.

A população palestina da Faixa de Gaza reagiu com indignação às declarações de Donald Trump de que pretende assumir o controle do território completamente devastado pelos ataques israelenses.

A imprensa internacional e analistas também repercutiram as propostas do presidente americano lançadas após um encontro com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca, na terça-feira (4/2).

Trump anunciou a intenção de assumir o controle da Faixa de Gaza para transformá-la em área turística e sugeriu que os palestinos da região devem procurar abrigo em outros países.

Na cidade de Gaza, o jornalista Rami Al Meghari, da RFI, falou nesta manhã com moradores da principal cidade do enclave.

“O plano de Trump está fadado ao fracasso”, afirma Hadj Mohaned, um palestino idoso. “A fome não nos fez deixar Gaza, não será Trump que nos fará partir. Esta é nossa terra”, acrescenta.

“Minha mensagem para Trump e para todos os que cobiçam Gaza: esta é nossa terra. Vivemos aqui e morreremos aqui. Apesar de todas as bombas que caíram sobre nós e de todas as destruições, escolhemos ficar aqui”, diz o jovem Mohamed.

O plano do presidente americano prevê o deslocamento da população para a Jordânia ou o Egito, países vizinhos.

Aazza é palestino-egípcia e vive em Gaza desde a infância. “Donald Trump pode guardar suas brilhantes ideias para ele”, ironiza a jovem. “Meu pai é egípcio e minha mãe é palestina. Mas sou muito ligada à Palestina, nunca partirei. Amo Gaza. E, ao contrário de outros palestinos de Gaza, eu poderia me instalar no Egito por escolha. Mas me recuso a sofrer um deslocamento forçado.”

“Banalizar o inaceitável e provocar desequilíbrio”
“Com o plano em Gaza, um Trump sem rédeas lança uma ideia improvável”, diz a manchete de uma análise do New York Times. “As proposições de Trump estavam tão fora da caixa que não estava claro se ele sabia que havia uma caixa”, escreve o jornalista Peter Baker.

“São propostas ainda mais ousadas para redesenhar o mapa-múndi na tradição do imperialismo do século 19. Primeiro foi comprar a Groenlândia, depois, anexar o Canadá, retomar o Canal do Panamá e rebatizar o Golfo do México. Propostas dignas de um programa de entrevistas bombásticas”, analisa o diário americano.

O jornal francês Le Monde lembra que tirar dois milhões de habitantes de um território destruído, controlado por um movimento islâmico armado, ao longo de 40km, “necessitaria um grande contingente militar americano – hipótese que Trump não descarta – e que pode levar à morte de dezenas e até centenas de soldado”.

Dois cenários se desenham, segundo o correspondente do Le Monde em Washington, Piotr Smolar: “ou o presidente americano fala sério, ou muda os termos do debate, como faz habitualmente, para banalizar o inaceitável e provocar desequilíbrio”.

Outro jornal francês, Le Figaro, compara as atitudes de Trump a de um lutador de luta livre, “esporte onde o resultado é combinado, com forças desiguais entre adversários, onde a violência e a amoralidade são leis”.

“Desde que entrou na política, o republicano iconoclasta se comporta como um lutador na cena mundial, abusando de frases ameaçadoras e desenfreadas”, analisa Victor Mérat, nas páginas do Le Figaro.

Uma tática de Trump é dividir para reinar melhor, diz Jérôme Viala-Gaudefroy, doutor em civilização, ao jornal. “Ele faz isso usando elogios ou insultos. Ele coloca os países uns contra os outros. É uma reminiscência da sua forma de trabalhar no seu gabinete durante a sua primeira presidência, do seu gosto pelos esportes de combate, mas também do que encenou no seu reality show ‘O Aprendiz’, onde popularizou a frase ‘Você está despedido!’”.

*RFI

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Trump dobra aposta na expulsão dos palestinos após reunião com Netanyahu

Após reunião com Netanyahu, Trump insiste em deslocamento forçado de palestinos e afirma que países ricos financiarão o plano, apesar da oposição regional O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a pedir a limpeza étnica completa da Faixa de Gaza após uma reunião com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, na Casa Branca, nesta terça-feira (4), […]

O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a pedir a limpeza étnica completa da Faixa de Gaza após uma reunião com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, na Casa Branca, nesta terça-feira (4), conforme reportado pelo The Cradle.

“Pode ser a Jordânia, pode ser o Egito e pode ser outros países,” disse Trump, acrescentando que os palestinos em Gaza têm “uma garantia de que vão acabar morrendo. A mesma coisa vai acontecer de novo, repetidamente.”

“Acho que Gaza é um local de demolição agora… Você não pode viver em Gaza neste momento. Acho que precisamos de outro local, um lugar que vá deixar as pessoas felizes,” disse o presidente dos EUA aos repórteres antes de afirmar que “é tudo morte em Gaza.”

https://twitter.com/i/status/1886932543771173066

“Acredito que podemos fazer isso em áreas onde líderes atualmente dizem não,” ele disse, acrescentando que o financiamento para a remoção forçada de mais de dois milhões de palestinos virá de “outras pessoas, nações realmente ricas, e elas estão dispostas a fornecer.”

As declarações de terça-feira do presidente dos EUA marcaram a quarta vez que ele pediu a limpeza étnica completa de Gaza e afirmou que os aliados Egito e Jordânia aceitariam os palestinos deslocados. Em resposta, Cairo e Amã emitiram repetidas rejeições enquanto faziam gestos diplomáticos ao seu aliado. Na terça-feira, o presidente egípcio e o rei Abdullah II da Jordânia realizaram uma chamada telefônica para discutir a necessidade de adotar uma “posição unida” para manter a “paz regional.”

Em resposta às últimas declarações de Trump, o líder do Hamas, Dr. Sami Abu Zuhri, as chamou de “uma receita para criar caos e tensão na região.”

“Nosso povo na Faixa de Gaza não permitirá que esses planos passem, e o que é necessário é acabar com a ocupação e a agressão contra nosso povo, não expulsá-los de suas terras,” disse Zuhri.

O representante palestino na ONU, Riyad Mansour, respondeu às exigências de Trump afirmando que, em vez de realizar uma limpeza étnica dos palestinos, os sobreviventes do genocídio EUA-Israel deveriam poder retornar às casas originais de suas famílias “no que hoje é Israel.”

“Para aqueles que querem enviar o povo palestino para um ‘lugar legal,’ permita que eles voltem para suas casas originais no que agora é Israel,” disse Mansour. “O povo palestino quer reconstruir Gaza porque é aqui que pertencemos,” ele acrescentou.

A reunião de Trump com Netanyahu ocorreu horas depois de o Hamas anunciar que as negociações para a segunda fase do acordo de cessar-fogo selado em dezembro estavam em andamento. Centenas de prisioneiros palestinos e mais de uma dúzia de prisioneiros israelenses foram libertados em quatro trocas de prisioneiros nas últimas semanas.

https://twitter.com/i/status/1886933285051175056

“Todos estão exigindo uma coisa. Sabe o que é? Paz,” disse Trump aos repórteres no Salão Oval antes de se dirigir a Netanyahu e afirmar que o premiê “também quer paz.” “Estamos lidando com um grupo muito complexo de pessoas, situações e pessoas, mas temos o homem certo. Temos o líder certo de Israel. Ele fez um ótimo trabalho, e somos amigos há muito tempo.”

Por sua vez, Netanyahu disse que ainda planeja “cumprir todos os nossos objetivos de guerra.” “Isso inclui destruir as capacidades militares e governamentais do Hamas e garantir que Gaza nunca seja uma ameaça para Israel,” ele acrescentou.

Questionado sobre se a Arábia Saudita está exigindo o estabelecimento de um Estado palestino para normalizar as relações com Israel, Trump respondeu com um enfático “não.”

Antes de se encontrar com Netanyahu, o presidente dos EUA assinou uma ordem executiva retirando o país do Conselho de Direitos Humanos da ONU e da participação na UNRWA, a agência da ONU para refugiados palestinos. Com o Cafezinho.

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Palestinos na Cisjordânia fogem de ataques israelenses; Tel Aviv afirma que não emitiu ordem de evacuação

‘Estamos em guerra em várias frentes e agora é a vez da área norte da Cisjordânia’, afirmou governo de Israel.

Centenas de palestinos abandonaram, nesta quinta-feira (23), o acampamento de refugiados de Jenin, na Cisjordânia, em meio a uma operação do Exército de Israel contra a região ocupada.

“Centenas de moradores do campo começaram a sair depois que o Exército israelense ordenou que eles evacuassem, por meio de alto-falantes em drones e veículos”, declarou o governador de Jenin, Kamal Abu al Rub.

Salim Al Sadi, membro do comitê de gestão do campo, confirmou as ordens de evacuação. “Pediram aos moradores do campo que saíssem antes das 17h locais (12h de Brasília) e há dezenas de pessoas que começaram a ir embora.”

Segundo a emissora Al Jazeera, além de forçados ao deslocamento, alguns palestinos, incluindo homens, mulheres e crianças, também foram presos após serem revistados em postos de controle.

Apesar do relato, o porta-voz do governo de Israel, David Mencer, afirmou que “pessoas que vivem em Jenin e não estão ligadas ao terrorismo são livres para sair, para se afastarem de nossas ações”.

Contudo, rejeitou que o exército israelense tenha emitido ordens de evacuação ao povo de Jenin. Consultadas pela AFP, as forças de Tel Aviv fizeram declarações semelhantes: “por enquanto, não temos informações sobre a ordem de evacuação dos moradores de Jenin”.

A incursão militar, batizada de “Muro de Ferro” e que conta com retroescavadeiras, aviões e veículos blindados, foi iniciada na última terça-feira (21), dois dias após o início de uma trégua entre Israel e o grupo palestino Hamas na Faixa de Gaza.

“Estamos preparados para realizar uma série de operações no campo de Jenin que levarão o campo a uma situação diferente. Estamos em uma guerra em várias frentes e agora é a vez da área norte da Cisjordânia”, diz um comunicado emitido pelos chefes do Estado-Maior Militar de Israel e da agência de segurança Shin Bet.

A operação visa “erradicar o terrorismo em Jenin”, declarou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em referência à cidade e ao campo de refugiados no norte da Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967.

O Exército israelense indicou, também nesta quinta-feira, que matou dois combatentes do grupo de resistência palestino Jihad Islâmica na periferia de Jenin, ambos acusados de terem assassinado três israelenses em um ataque em janeiro.

O chefe do Exército, o general Herzi Halevi, classificou como “boa” a decisão de lançar a ofensiva na região: “uma vez que reconhecemos que o campo de Jenin se tornou um centro para aqueles que planejam ataques ou buscam refúgio depois de cometê-los, foi a decisão correta entrar lá por meio da força”, afirmou em comunicado.

Já o ministro israelense da Defesa, Israel Katz, justificou a operação em Jenin por uma “mudança na abordagem de segurança”. “Vamos atacar decisivamente os tentáculos de polvo até que sejam cortados”, afirmou.

Na Faixa de Gaza, onde o cessar-fogo prossegue pelo quinto dia, em meio ao intenso frio de inverno e inundações provocadas por fortes chuvas, palestinos voltam às suas casas, completamente destruídas pelos bombardeios, e procuram os corpos de seus familiares mortos.

O Ministério da Saúde do enclave palestino adicionou outras 122 mortes em sua contagem oficial, apesar da trégua em vigor, devido à descoberta de novas vítimas que estavam sob os escombros, em um conflito que já deixou 47.283 mortos.

Os corpos das 122 pessoas “chegaram aos hospitais nas últimas 24 horas”, indicou o ministério, que também reportou “306 feridos”.

“Em defesa dos palestinos”

Os Houthis, grupo de resistência que atua no Iêmen, acusaram os Estados Unidos, nesta quinta-feira (23), de classificá-los como “organização terrorista” devido ao apoio ao “povo palestino oprimido”.

“A classificação aponta para todo o povo iemenita e sua posição honrosa em apoio ao povo palestino oprimido”, afirmou um comunicado do grupo, citado pelo canal de televisão Al Masirah.

A decisão também “reflete o grau de parcialidade da atual administração americana a favor da entidade sionista usurpadora”, acrescentou, fazendo referência a Israel.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto para classificar novamente os combatentes do Iêmen como “organização terrorista estrangeira”, segundo indicou a Casa Branca na última quarta-feira (22).

O ex-mandatário Joe Biden havia retirado o rótulo quando sucedeu Trump após seu primeiro mandato, antes de mais tarde classificá-los como uma entidade “terrorista global especialmente designada”, uma definição menos severa que ainda permitia que ajuda humanitária chegasse ao país devastado pela guerra civil.

O grupo controla a capital do Iêmen, Sanaa, bem como grandes áreas do país e, desde o início da guerra em Gaza em outubro de 2023, lançou dezenas de mísseis e drones contra Israel.

Desde novembro de 2023, os houthis têm realizado ataques contra navios que consideram estar ligados a Israel na costa do Mar Vermelho, alegando agir em solidariedade aos palestinos no contexto do genocídio na Faixa de Gaza.

Com estes ataques, o grupo rebelde, que faz parte do “eixo de resistência” do Irã, interrompeu o tráfego no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, uma área crucial para o comércio mundial.

Em resposta, os EUA estabeleceram uma coalizão naval multinacional e atacaram alvos rebeldes no Iêmen, por vezes com a ajuda do Reino Unido.

*BdF

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BRICS deve liderar reconstrução de Gaza junto com palestinos, diz presidente da Federação Palestina do Brasil

Ualid Rabah destaca papel do Brasil e do Sul Global no apoio à Palestina e condena Israel: ‘pior genocídio da história’.

Uma futura reconstrução da Faixa de Gaza – arrasada por Israel desde o dia 7 de outubro de 2023 – deve ser liderada pelos países do BRICS e pelos próprios palestinos, sem participação de potências ocidentais. Essa é a opinião de Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe-Palestina do Brasil.

Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, Rabah classificou positivamente a atuação do Brasil diante do massacre cometido pelas forças israelenses em Gaza e destaca o papel ativo que o país pode ter nos esforços para reconstruir o enclave palestino.

“A reconstrução de Gaza não pode ficar sob o monopólio ocidental. Isso não é mais possível. Nada que diga respeito à Palestina pode ser liderado pelo Ocidente, especialmente pelos Estados Unidos. Então, o nosso esforço é para que o Brasil lidere nos Brics ou faça um esforço nesse sentido”, afirmou.

Desde o início do massacre recente, iniciado em outubro do ano passado após ataques do Hamas, mais de 42 mil palestinos já foram mortos por Israel em Gaza, que também destruiu diversos locais cruciais de infraestrutura e importantes para a manutenção da vida no território.

“É uma tentativa de causar o colapso da capacidade reprodutiva de uma sociedade inteira. Esse é o genocídio de novo tipo, nunca foi visto”, afirmou Rabah.

O presidente da Fepal ainda mencionou o papel ativo da diplomacia chinesa, que mediou um acordo histórico entre Hamas, Fatah e outras 12 organizações palestinas em busca de unidade. “É preciso haver uma unidade Palestina e aí entra o papel da China. A Palestina e os palestinos devem encontrar um meio de reconciliação de todas as forças políticas e sociais. E das organizações não apenas partidárias ou daquilo que nós designamos como resistência”, disse.

Em termos financeiros, Rabah menciona os números citados pela União Europeia, que já disse ser necessário um investimento de US$ 90 bilhões (mais de R$ meio trilhão) para reconstruir Gaza. Para ele, deveria existir apoio da ONU e de uma comunidade de países do chamado Sul Global, mas sem a participação do Ocidente.

“É preciso reconstruir Gaza plenamente e é preciso acabar com o bloqueio a Gaza. É preciso que tudo isso aconteça em um processo de reconhecimento do Estado da Palestina, dentro de um consenso interno palestino e dentro de um consenso internacional, com base nas regras estipuladas. Deve haver, dentre essas regras, o direito de retorno dos palestinos. Sem isso, não haverá paz, nem para palestinos, nem para os que se tornaram israelenses”, disse.